Em tempo real

Juntamo-nos a amigos na última noite do ano mas estamos afinal os três dentro do carro, porque baby girl adormeceu e ainda não tivemos coragem de a acordar.

Faz aquele silêncio bom dentro do carro, marcado pelo compasso da respiração calma da minha filha e por notas de jazz que saem do rádio.

Que 2016 seja exaxtamente assim - tranquilo, em paz, em família. 
E acima de todas as coisas, que haja sempre saúde porque o resto resolve-se.

Mesmo tarde e a más horas

Um santo, doce, maravilhoso, espetacular, tudo de bom e feliz NATAL!

Pinheirinho, pinheirinho, de ramos verdinhos!


Está oficialmente encerrada a época de Christmas shopping!
Uma semana antes do Natal, é um feito de que muito me orgulho.
Bem sei que senhor meu marido deu uma mãozinha e trouxe algumas prendas dos Estados Unidos, mas acho que já há alguns anos não nos acontecia termos tudo prontinho com tanta antecedência.

Claro que, Natal que é Natal, vai implicar um saltinho a qualquer lado no dia 24. Óbvio! Mas será já com a nota de complemento e não de prsente propriamente dito. Por exemplo, gostava de oferecer mais um miminho à madrinha da minha filha, que é tão querida com ela, tão atenciosa. Ainda não sei bem o que será mas prevejo dia 24 como um dia perfeito para isso. O meu irmão, idem. 

Bom, se calhar bem vistas as coisas ter tudo já comprado hoje não é um feito assim tão grande.

Mas a parte mesmo importante disto tudo?
Falta menos de uma semana para o Natal!

Quando vim viver para Lisboa, um dos meus "problemas" era com os serviços de sempre, a que estava tão habituada, que já me conheciam tão bem; o cabeleireiro, a manicure, o café "do costume".

O maior e mais evidente problema era a manicure. Há alguns anos que fazia as unhas no mesmo sítio e já nem pedia - já sabiam que era francesa (a manicure, não eu). Nunca ousei cores nem coisas difrentes. Todas as semanas, o mesmo.

Quando cheguei a Lisboa, não só não encontrei nenhum serviço destes que me agradasse, como os que fui tentando tinham sempre a manicure francesa mais cara que o resto. Foi aqui que comecei a experimentar cores. Primeiro os rosas, os brancos, os nudes. Depois os corais, os alaranjados.

Estou em Lisboa há quase quatro anos e pese embora sô rcntemente tenha encontrado uma manicur de que gosto, já usei todas as cores, mesmo aquelas mais improváveis.

Hoje tenho as unhas pretas. É a primeira vez em toda a minha vida que pinto as unhas desta cor.

Isto são só unhas mas a verdade é que quando saí da manicure não consegui deixar de pensar que tudo na vida é uma oportunidade. E as mudanças não são necessariamente más. E podem acontecer coisas maravilhosas se não tivermos medo de arriscar.

Isto não tem nada a ver com unhas mas é um mantra para os próximos meses.


Sobre isto falamos em breve.


O melhor é quando estamos juntos

Queria abstrair dos comentários menos bons que andam à volta do novo anúncio da Vodafone. Para mim, é maravilhoso. Representa tudo aquilo que o Natal - e o ano inteiro - devia ser: proximidade, amor.

Por estes dias fizemos a nossa Casa Natal.
Estamos os três em casa, há música natalícia, vestimos camisolas vermelhas, a da piolha tem uma rena. Há filhoses, cheira mesmo a Natal. A música começa a tocar e estamos os três a dançar no meio da sala, a pequenina a olhar, deve achar que somos todos malucos, mas se calhar somos um bocadinho. Malucos por nós, pela nossa família. Juntos somos imensamente mais felizes. E não há nada melhor do que estarmos juntos. Depois de um ano em que as ausências e a distância foi tanta, um domingo de família em casa é simplesmente o melhor presente de Natal.

Sim, claro que há coisas más, há casais separados que não se vão reconciliar, nem por vontade dos filhos, nem todas as histórias são como nos filmes, mas vamos acreditar, pelo menos no Natal, que podemos todos ser felizes para sempre.


Novembro à porta, geada na horta

Comprei um vestido para um casamento a dois dias do dia. O P. voltou a Portugal, mas não pelos melhores motivos. A M. casou, li na igreja, chorei. Dormi a tarde toda no dia seguinte. Fui ao ginásio mas não tanto como devia. Tive um congresso nacional de dois dias. Almocei sushi na Baixa. Fui abordada por um estranho numa esplanada. Fomos ao Norte. Fiz a lista da Natal. Comprei alguns presentes. Almoçamos em esplanadas ao sol. Cortei o cabelo. Houve alguém que me disse que ficava mal. Perdi-me de amores por umas botas Timberland que o P. me deu. Fomos a Praga. Passamos um fim-de-semana a dois e foi maravilhoso. Tive saudades da minha filha. Fomos os três à Guarda visitar finalmente o bebé D. Fiz filhoses, é oficial. Fizemos a casa Natal, com a ajuda da mini. Fomos felizes juntos. O P. apareceu-me de madrugada no quarto, dois dias antes daquele em que eu achava que chegava. Não sei se digo isto vezes suficientes, mas estou perdidamente apaixonada pelo meu marido, em Novembro e em todos os meses do ano.

Christmas time



No fim-de-semana passado fiz a lista do Natal 2015. No fundo a lista das pessoas mesmo, mesmo especiais da minha vida, a quem tenho o enorme gosto de oferecer um miminho.

Aqui está para mim grande parte da magia do Natal, pensar com um carinho enorme naqueles de quem mais gostamos, escolher com cuidado e atenção uma lembrancinha especial, só para os lembrarmos como gostamos deles. 

Sem que isto tenha alguma coisa a ver com consumismo, gastar, com gastar, implica obviamente algumas compras. Tivesse eu jeito para as artes manuais e a coisa cantava de outra forma. Não tendo, pus pés ao caminho e ontem dei um salto a duas lojas de comércio local (onde desde sempre preferimos fazer as nossas compras) para uns miminhos para três amigas. Pelo caminho trouxe a coisa mais fofa para o bebé D., que já fez dois meses, e mais uma vez, convém dizê-lo, adoro o Natal!

Ora o que sucede?

Eu e o homem estabelecemos que só se podia considerar que me estava a portar bem no campo do desporto se até ao final do ano fosse certinho. Até lá, estou em testes.

Ainda assim, não podendo embora encher a boca para praticante de desporto me assumir, gostava só de dizer que tenho mesmo ido certinho. A semana passada três vezes, esta duas (mas não por minha vontade - tive um congresso de dois dias que me impediu a assiduidade ao ginásio). Na próxima também, pelo menos dois treinos. Consegui ainda melhorar, muito ligeiramente, os tempos da corrida. Ainda são uma vergonha, mas mais pequena. Não posso lançar foguetes antes do fim do ano mas acho que está a correr razoavelmente.

Ora, o que sucede então?

Pus-me hoje em cima da balança e estou frustrada. Não, não é a gordura a transformar-se em massa muscular, é mesmo só gordura a ficar cada vez maior. E porquê? Porque por algum motivo que desconheço, mas que suspeito tenha largo a ver com a minha estupidez tamanha, continuo a comer porcarias todos os dias. Por pequenas que sejam, não consigo evitar (hoje por acaso evitei uma sobremesa na Padaria Portuguesa mas foi filho único). Apetecia-me chicotear-me, sem que isso tenha alguma coisa a ver com as cinquenta sombras de Grey. Só pela burrice, estupidez, totozice gigante. Isso ou que alguém me prenda as mãos (uma vez mais, nada a ver com o senhor) para não conseguir comer porcarias. Como é que se resolve isto?


Projecto fotografias do mês

Já falei várias vezes do projecto que levei a cabo no último ano, das fotografias do mês. Basicamente uma pessoa já tira mil fotos e já, mais vale fazer qualquer coisinha com elas.

E esta coisinha é mesmo boa.

Vamos recapitular.
Tirar todas as fotografias que se quiser, sem limites.
No último dia do mês, passar tudo para uma pastinha no computador e ter tudo tão organizadinho que dá gosto.
Escolher de entre todas as 15 a 20 (ou outro número qualquer) preferidas.
Passar para uma pen ou outro meio digital semelhante.
Imprimir no dia um do mês seguinte.
Pôr no álbum, acompanhado de breve descrição.

Para além da vantagem da organização, uma pessoa vê efectivamente os milhôes de fotografias que tira, limpa aquelas que não se aproveitam, fica com uma recordação física e passa um bocado entretida e feliz só a constatar como os miúdos crescem.

Posto isto, dez pontos para esta ideia. Adorei fazer este ano e estamos em modo going on para o segundo. São 14 fotografias da minha filha por mês, todos os meses, durante mais um ano. Adoro!

Logo que Outubro venha, procura lenha

Voltei ao ginásio. O P. voltou a casa. Voltámos ao ninho. A C. fez um ano. Fizemos uma festa tal e qual como imaginei. O meu irmão veio da Dinamarca. Os amigos vieram todos. Fomos ao Jardim Zoológico. A C. Este doente e eu uma semana em casa em teletrabalho. Troquei a roupa de verão pela de inverno. Fui à garagem buscar as botas. Fui aumentada. O P. voltou para os EUA e foi a Las Vegas. A empr Sá promet-lhe no entanto que para o ano fica na Europa. Comprei um chapéu de lã que me sai da cabeça quando ando de bicicleta. Comprei livros on-line. Fomos lanchar ao Starbucks. Fiz um bolo de aniversário. Marcamos um fim-de-semana a dois. Tive uma festa de primeiro aniversário que não correu como eu esperava. Mas uma despedida de solteira que melhorou o dia.

Tenho dois calções e um objectivo

Ainda o ginásio.
Preparo a mochila do ginásio na véspera do treino, de resto como a "roupa de vestir" e às vezes dá-se o caso de experimentar o que vou usar no dia seguinte. Para ver se combina ou só porque sim.

Foi num nestes dias que experimentei e arrumei de volta na gaveta, dois pares de calções. Giros, giros mas que me ficam mal, mal.

Sinto-me muitas vezes desconfortável com a roupa que visto. Não é um lamento mas a constatação de um facto. Os calções foram só mais um exemplo, ainda que exponenciado porque me senti ali a roçar o ridícula. Optei por calças nesse dia e nos dias a seguir. Vou optar sempre por calças enquanto me sentir assim.

Mas, e aqui está o objectivo, um dia vou sentir-me bem com os calções. Talvez "bem" seja demasiado forte e não chegue a acontecer, mas pelo menos conforfável, pelo menos não envergonhada.

Com esta idade já percebi que nunca me vou sentir maravilhosa comigo. Se pelo menos não tiver vergonha de usar uns calções para treinar, já vou ter uma vitória.

Posto isto, vou treinar por mim e pelos calções. E que não me chame Cisca se um dia esse treino não vai ser feito justamente nestes calções!

Ah e tal trabalho tanto

O meu homem está em Las Vegas. 
Isso mesmo.
Ah e tal que trabalho tanto e estou tão longe, coitadinho, desgracadinho.

Not!

Las Vegas uma semana, o filho da mãe. E eu aqui a vergar a mola.
Bem sei que foi a trabalho. Mas vamos ser honestos, ninguém trabalha realmente em Las Vegas pois não? As pessoas vão lá apostar tudo no vermelho e malhar uns copos. End of story.

Por isso, tenho direito de revolta sim senhor.
Em vez de me estar a aquecer os pés nas noites frias de Outono, está a curtir à grande e nem se quer, nem se quer!, vamos aproveitar para casar com o padre Elvis. 

Zero pontos para ele. O homem, não o Elvis, paz à sua alma.

Fazer do desporto uma parte da vida

Dia 1 de Outubro estava no ginásio, como uma menina bonita, para cumprir a minha promessa. Nesse dia decidi-me pelas duas vezes por semana, que em boas semanas podem ser três, assim assuma o exercício a qualidade de vício bom.

Mas depois o P. chegou no dia 3, a C. passou duas semanas doentinha e nunca mais lá fui. Não queria bem que isto soasse a desculpa, mas não consegui mesmo ir, nem me lembrei, confesso.

Graças a Deus a pequenina está quase a 100%, já não tem antibiótico às oito da manhã e por isso lá fui.

Foi fácil encaixar o exercício numa slot do dia. Mais fácil do que esperava. Perdeu no entanto contra o sono - implica dormir menos cinquenta minutos. Mas compensa. São trinta de exercício e vinte de banhos + chegar ao trabalho. Portanto, completamente deitado por terra o argumento que tinha há uns tempos atrás quando dizia que não havia espaço no meu dia. Fica a nota - há sempre espaço e há sempre tempo.

Volto a ginásio e vou a pensar no caminho que isto não me custa nada, é um gosto até. A perspectiva de perder algum peso, de tonificar o tanto que tenho para ser tonificado, é um desafio. Não estou contrariada e não há absolutamente razào alguma para não fazer isto mais vezes. Só a minha própria preguiça (e às vezes o sono).

Estou empenhada, dedicada e quero mesmo isto. E oxalá me possa lembrar destas palavras pelo menos duas vezes na próxima semana, para fazer do ginásio uma parte da vida.

O meu homem vai-nos levar a passear



A minha filha fez um ano e desde esse dia dormi duas vezes fora de casa.

A primeira, tinha ela pouco mais de uma semana, para levar o P. ao aeroporto, quando foi trabalhar para os Estados Unidos. Foi uma exigência da vida, que não nos deu gozo nenhum.
A segunda, com dez meses, para um aniversário longe, que honestamente também não valeu a pena.

Já podíamos ter feito isto há mais tempo mas agora é que vai ser - vamos os dois em fim-de-semana de namoro!

Desconsiderando agora o deixar a piolha duas noites - duas!! - sem a rica mãezinha dela, estou assim em pulgas! Vamos não sei para onde, o homem não disse, mas algures em meados de Novembro. Implica voo de cerca de três horas e deverá estar frio, é o que sei. Excitex máximo!

(E proibido pensar na pequenina e nas saudades e na falta que me vai fazer! Ai!).


Sim, ainda cá estou

Para muitos foi a maratona de Lisboa que os afastou dos blogues. A mim nem se quer o ginásio, mas quisera eu dizer que não escrevo porque uso o tempo a correr. 

Também não foi bem o facto de o P. ter estado em casa. Verdade que nessas alturas sou cem por cento famíllia mas cabe ainda a escrita.

Acho que aconteceu um bocadinho de várias coisas e nisto há quinze dias que não ponho aqui os pés.

Mas o P. chegou num sábado. Fomos a eleições no domingo. Pediatra na segunda. E na terça a C. começou a ficar constipada. E o que era um nariz entupido evoluiu para febre, de vários dias, com três idas ao hoapital  nessa semana e uma otite no domingo seguinte.

E pelo meio, exactamente pelo meio, a minha pequenina fez um ano. E o tempo que temos e é tão pouco parece ainda menor. Como é que já passou um ano? Temos mesmo de falar sobre isto.

Setembro, andando e comendo

O P. voltou aos Estados Unidos, desta vez por cinco semanas. Estive um dia em teletrabalho, quis o destino que fosse no mesmo em que saiu a alteração ao código do trabalho que permite este regime aos pais de filhos menores de três anos. A nossa casa virou Pensão Estrela. Organizamos a festa da C. A nossa filha fez onze meses. Recebemos, até Janeiro, uma nova hóspede cá em casa. Jantei sushi com uma amiga e voltamos mais tarde para almoçar. O D. nasceu e eu acreditei em milagres, logo depois de ter passado duas manhãs a chorar por causa dele. Inscrevi-me no ginásio. Voltei ao Frutalmeidas. Fez quase sempre sol. Passei um fim-de-semana sozinha com a minha filha e desejei passar mais. Tirei 179 fotografias e cumpri o projecto das fotos. Faltaram três meses para o Natal e depois um bocadinho meses. E a parte importante, é que no último dia, só faltavam três para o P. chegar.

Um sítio bom, bom

Quando viemos morar para Lisboa fomos para uma zona má.
Não conhecíamos bem e nos contactos que fizemos pareceu razoável. Revelou-se uma má opção, as coisas sào mesmo assim.

Só lá ficamos o tempo necessário até eu arranjar trabalho e encontrar-mos um sítio melhor (mais caro também, verdade, but "location, location, location"). Mudámo-nos ao fim de sensivelmente seis meses para a nossa zona preferida e cá estamos desde então.

A coisa boa de ter morado num sítio mau, ou de que não gostávamos, é que erámos quase forçados a sair. A casa em si era óptima (e de resto foi a nossa primeira casa) mas a zona não, por isso qualquer passeio que quiséssemos fazer era necessariamente fora dali.

Foi assim que conhecemos muita Lisboa. Não toda, nem metade, mas seguramente mais do que se tivéssemos vindo directos para onde estamos agora. 

Foi precisamente nessa altura que descobrimos o Frutalmeidas, que é assim uma pequena maravilha na Av. de Roma.

Não ia lá há séculos, acho que desde que mudamos de casa.
Mas no sábado passado fui. Aliás, fomos, eu e a piolha, que gostou tanto do sumo de melancia como a mãezinha  dela. 
Ficou a faltar a tarte de maçã, mas fica para a próxima, que será certamente para breve. Nhami!


Entre o "yeah!" e o "oh God!"

Inscrevi-me no ginásio, com efeitos a 1 de Outubro, e a poucos dias do início estou num misto de excitex com o que é que eu fui fazer à minha vida?

Apetecia-me imenso retomar os velhos hábitos mas tenho uma preguiça, que socorro! Vou repetindo que é só até ganhar o bichinho que a coisa custa mas está difícil de acreditar. Principalmente porque vou ter acordar às sete da manhã e a juntar à preguiça há todo um sono que me assalta a essa hora da madrugada.

Posto isto, estou cautelosamente expectante com o próximo dia 1 e tudo pode acontecer - ir e adorar ou ser absolutamente estupida.

Fim-de-semana só para as duas, mãe e filha, e mimos de manhã à noite.
Sol e bom tempo, de passear, brincar na relva, ver o rio.

Almoço sushi com uma amiga
Estendo-me só um bocadinho no sofá.

E a melhor parte - falta menos de uma semana para ele chegar.

Entretanto o Lidl tem uma coleção de peluches que custa € 1.475

Já tinha ouvido falar nessa coisa do gang dos frescos algures o ano passado mas na altura não só não tinha filhos com idade para pensarem nisso como sobretudo não tinha uma filha que se perdeu de amores por um tomate.

A sério que eles espalham caixotes gigantes a abarrotar de frutas e legumes peluche por toda a loja, desde a entrada até à saída e depois para uma pessoa os comprar tem de gastar 123 euros? E que a coleção tem doze diferentes? A sério, mil e quatrocentos euros em nabos, ervilhas e limões?

Posto isto, tão depressa o amor da minha filha pelo tomate começou como acabou. Tinha de lá ter deixado mais de cem euros e só deixei vinte. O que me concedeu o maravilhoso direito a dois pontos para colar não sei onde à espera dos dez que faltam e, depois de pagar mais qualquer coisinha, poder finalmente levar o tomate para casa. 

Loja má.

À espera de um milagre

O D. nasceu na segunda-feira, 14 de setembro, às 18.00 h. 39 semanas e seis dias depois.

O D. é filho da minha D., minha amiga, minha madrinha de casamento, minha pessoa. Vivi com ela à distância, mas o mais próximo possível, esta gravidez. Falamos todos os dias, trocamos ideias, fotografias, vi a barriga crescer. Estava imensamente feliz desde o dia em que me disse que estava grávida, partilhamos esta felicidade, fizemos planos. O D. pode muito bem vir a ser namorado da C.

O D. nasceu e teve um problema respiratório, que o levou para a neo, que o afastou da mãe. Teve complicações durante a noite e foi transferido para um hospital de topo no dia seguinte. O D. está em boas mãos mas tem um quadro complicado, demasiado complicado para um recém-nascido, para uns pais, que têm o coração feito em água e a alma sabe-se lá onde.

Têm sido dias horríveis.
Estou ao lado deles mas não consigo imaginar a dor que sentem. Não sei como é que isto foi acontecer. Queria um botão de passar para trás e começar de novo. Como é que foi acontecer? Como é que se passa de estar grávida e ter uma felicidade imensa, de viver num sonho a tempo inteiro para se entrar neste pesadelo?

Os resultados dos vários exames que fez vão chegando e as coisas são complicadas, o quadro é grave. Não acredito bem nisto, não parece real. Esta história não é dela, não é deles. Por favor que alguém venha dizer que se enganou..!

Não posso dizer isto à D. mas a verdade é que acredito que vai acontecer um milagre. Estou à espera que aconteça, tem de acontecer. O pequenino acordar, espreguiçar-se e voltarem os três para casa, como tem de ser. Por favor, por favor, por favor, tem de acontecer este milagre.

E eu até gosto de Porugal

Não sou nada do género que acha que em Portugal é tudo mal feito, antes pelo contrário. Acho que somos incrivelmente competentes em várias áreas, temos coisas que mais ninguém tem e se um dia tiver de me ir embora, será com pena imensa.

Sem prejuízo de gostar do meu país e das pessoas, há muitos contextos em que temos um longo caminho a percorrer. Hoje estou a pensar em especial na atenção ao cliente.

Esta semana tive duas experiências diametralmente opostas na compra de calçado.

Experiência nacional:
Ando há semanas à procura de um modelo de sapatos para a C., de uma das marcas de criança mais conhecida. Depois de numa loja me terem dito que os sapatos existiam em quatro lojas no país, de ter ligado eu própria para essas quatro lojas para descobrir que afinal não existiam coisa nenhuma e de ter percebido que afinal só havia um par e era no Algarve, explicaram-me que para o fazer chegar até mim, teria de ir a uma loja qualquer, fazer a encomenda, pagar, e esperar que chegassem. Então e se nào servir ou não ficar bem? Trocam por um vale no mesmo valor.

Experiência internacional:
Os meus pais foram uns dias de férias para Dublin e a minha mãe comprou-me lá umas All Star (yeah mummy!). Duas semanas depois, quando mas deu, verificamos que, pese emborá tivesse pedido o meu número, os tipos da loja tinham-lhe entregue outro, coisa que não reparou e, conclusão, não me serviam.
Decidi enviar e-mail para a marca, sem qualquer esperança obviamente, contando esta mesma história.
Responderam-me um cinco minutos, literalmente, dizendo para enviar para a morada que me deram as sapatilhas, bem como o talão com os custos de envio e o meu NIB, que me devolveriam os portes para a conta e enviavam as All Star no tamanho certo.

Gosto de Portugal.
Mas nisto gostei mais da Irlanda. 

Falava em mudar os hábitos nos cuidados de pele mas há algo muito mais importante no horizonte - voltei a inscrever-me no ginásio.

Whaaaaat?

Verdade.
Estava a passar à porta e pensei - não é tarde nem é cedo.
Só começa oficialmente em Outubro mas estou altamente motivada.
A ver vamos ou, como dizia o instrutor de pump, let's vamos!


Reiniciar

Andava a pensar que devia rever os meus hábitos diários de cuidados de pele quando a minha santa sogra me deu, nada mais nada menos do que a linha completa da Avene, fofinha e mimosa.

A verdade é que deixei o meu Estée Lauder por um super foleiro e isso refectiu-se em toda a minha cara. Precisava mesmo de uma solução SOS.

Comecei com a Avene há poucas semanas, ainda não tenho resultados visíveis mas já estabelecemos uma rotina simpática, de noite essencialmente.

Uso a água micelar para tirar a maquilhagem e fazer uma primeira limpeza;
Depois o creme de limpeza para retirar os excessos;
Por fim o tónico, último detalhe.
De seguida, ponho o serún nas partes mais críticas - olheiras alert!

Sobra o creme de dia e o de noite e o desmaquilhante de olhos, que ainda não senti necessidade.

Não vale a pena fazer elogios à marca, é de conhecimento público. Espero ansiosamente pelos resultados, por uma pele fofinha e lisa e sem estas coisas espinhas ou borbulhas ou lá que raio é isto.

Obrigada sogrinha!

One left

Setembro é uma altura de começar de novo, de fresco, uma espécie de novo ano. É altura também de balanço.
Não me apetece fazer grandes balanços, confesso, e quanto aos planos para o futuro, dizer só que está tudo em aberto e que o lema volta a ser este ano "sem stress." Repito-o na minha cabeça.

Não aconteceu muita coisa este ano mas de repente lembrei-me da bucket list que fiz em Março. Recupero-a para perceber que já risquei um ponto é que só por burrice (preguiça?) não risco dois.

Aqui está:

Escrever um livro
Voltar a Nova Iorque
Comprar uma casa
Plantar uma árvore
Ir ao Rio de Janeiro
Voltar a correr
Passar um sábado em Paris
Trabalhar em turismo
Colaborar com uma revista
Voltar à Eurodisney
Visitar a livraria Lello
Fazer voluntariado

A revolta dos late twenties

A casa onde o meu pai vivia quando era pequeno ficava em frente a uma ourivesaria.
As quintas-feiras eram o dia da semana para furar as orelhas. Meninas, bebés, crianças pequenas, faziam fila à porta com as mães.
Às quintas-feiras na ourivesaria, e em casa do meu pai, havia choros e gritos de manhã à noite. Assim foi durante anos, desde que o meu pai era pequeno, até que se inventou um método menos doloroso.

Quando eu era pequena e estava um dia numa ourivesaria qualquer, não a mesma, quís furar as orelhas. Escolhemos os brincos que foram postos na pistola mas quando já estava com ela na orelha, tive medo. Não furei as orelhas nesse dia em que era pequena, mas contei o episódio ao meu pai ao chegar à casa.

Foi nesse dia que fiquei a saber que tinha morado anos em frente das crianças que berraram à quinta feira para pôr uns brincos e que eu estava terminantemente proibida de furar as orelhas antes dos dezoito anos.

Estava a mais de uma década desse dia, do dia em que fazia 18 e ia furar as orelhas. Não era rebelde e não o quis fazer antes.
A surpresa foi que também não o quis fazer depois.

Fiz 18 e 20 e 25 e nunca quis furar as orelhas. Não sei se porque me habituei totalmente a viver sem brincos, se os brincos representavam um acréscimo de despesa no meu orçamento, se porque simplesmente não estava para aí virada.

Depois fiz 28.

Foi aos 28 que um dia entrei numa farmácia para aviar uma receita e vi o cartaz do "furamos as orelhas."
O P. tinha ficado no carro, estacionado em cima do passeio, quatro piscas, uma coisa rápida. Entrei e disse-lhe,

- Vou fazer um furo.

Foi num sábado de férias que mudei de ideias sobre os brincos.
E na segunda feira seguinte que fiz um furo a meio da orelha esquerda.
Esperei vinte anos. Mas adoro.

Primeiro de Agosto, primeiro de Inverno

Brincamos várias vezes na relva. Li "A rapariga no comboio" de Paula Hawkins. Fui ao hospital com a piolha numa terça ao final do dia e outra vez na quarta de manhã. A nossa filha fez dez meses. Nasceram-lhe três dentes. Começou a gatinhar. Montei um cantinho de brinquedos na sala e aceitei que faz parte da decoração. Estive uma semana sem doces e perdi um quilo. Comi duas francesinhas no espaço de quinze dias e engordei tudo outra vez, mas em dobro. Preparei um kit de essenciais de bebé para a minha D., que enviei pelo correio. Tirei 365 fotografias e cumpri o projecto fotos do mês mas tive de aumentar o álbum. Fomos lanchar à Choupana mas acabámos a fazer Entrecampos - Saldanha a pé. Recebemos um notícia no trabalho que vamos ver onde nos leva. Tivemos de férias. O tempo não esteve famoso mas os bons dias, foram muito bons. Tomei banhos de mar. Não andamos de bicicleta. Não fomos à Lello, nem comemos sushi, nem fomos ao cinema. Mas passeamos, descansamos, estivemos com amigos, fizemos planos para as próximas férias. Pús um brinco na orelha esquerda, o primeiro furo da minha vida. Não pensei um único dia em trabalho. Fiz compras para o Outono - Inverno. Estive quinze dias com o meu irmão que não via desde Dezembro. O P. esteve em casa duas semanas. Só faltam cinco para voltar outra vez. E três meses para o Natal.

Regressámos um dia mais cedo para continuar as férias em casa. É bom ir mas é muito bom voltar. Até a piolha tinha saudades do cantinho dela. Quando viu os brinquedos, o urso, as coisinhas, ficou num excitex. Coincidência ou não, começou a gatinhar nesse dia, sob o olhar embevecido dos pais (pôe mãe nisso!).

Do regresso até hoje (um dia portanto) já rolaram seis máquinas da roupa e estão ainda duas em standby. Tábua e ferro nem vê-los pelo que o futuro não augura nada de bom. Quase que choro com a montanha de roupa. Ninguém merece acabar assim as ferias! Será que não é desta que spodemos adoptar o estilo enrodilhado?


O lado positivo

O conceito de fazer praia muda substancialmente quando temos um bebé. Nem falo da tralha que se leva, que no nosso caso como vivemos a 200 metros, não é tanta assim (com facilidade se vai e volta), mas da prática da actividade "praiar" propriamente dita.

Estarmos os dois a dormir ao sol desapareceu. Irmos os dois ao mar ao mesmo tempo também. 

A diferença que a mim me parece no entanto maior é no horário. Desapareceu por completo o estar na praia à uma da tarde. Ou às três. Temos a C. à sombra mas ainda assim ao meio dia, meio dia e meia no máximo, estamos de regresso a casa. De tarde, só a partir das quatro, sendo que como ela dorme a sesta grande depois do almoço, tem sido mais cinco.

Nunca fiz estes horários e é uma grande diferença em relação aos anos anteriores.
Mas a parte boa, que devemos sempre ver o lado positivo, é que não apanhei um único escaldão. Estou bronzeada qb mas zero pele vermelha. Obrigada, filha!


Vacations time

Férias! Finalmente, férias.
Esperamos um ano inteiro mas finalmente estão de volta as melhores coisas de Agosto. A começar pela francesinha, que marchou no sábado, passando por todas as gulodices que não posso enumerar e indo direitinha à praia e à boa vida. Faz um bocadinho de vento, é verdade, faz também um nadinha de frio mas não deixa de ser o meu Norte. Qualquer coisa, estou ali junto ao mar. Apitem que venho a correr. 

Gostava de ter três semanas de férias seguidas. Não me lembro de quando isso aconteceu pela última vez. Este ano, como tem sido hábito, temos duas, que sabem sempre a pouco. Mas é o que há.

No meio destes pensamentos ocorreu-me que as pessoas que são por profissão empregadas domésticas e que não têm, nas suas próprias casas, empregada doméstica, nunca têm férias. 

Há vidas piores.


Duas semanas sem doces

Dei por mim a um ritmo totalmente estúpido: todos os dias, mesmo todos os dias, levava um doce para o trabalho. O café do meio da manhã no escritório passou assim a ser acompanhado diariamente por uma bolachinha, um bolinho, um doce, num hábito injustificável.

Claro que quando me pesei apanhei um susto. O peso disparou, como estava bom de ver.

Ora, para grandes males, grandes remédios. Erradiquei da dieta todos os doces. Assim, sem mais.
Não vai continuar muito mais tempo porque é demasiado radical e as férias estão à porta mas quis perceber o efeito no peso. 

Ao fim da primeira semana, a balança diz-me que tenho um quilo a menos.
Ainda estou em choque.

10 meses

A minha filha está oficialmente no mundo há mais tempo do que esteve no planeta mãe.

Em primeiro lugar, não faço ideia para onde foi o tempo. Como assim já passaram dez meses?
Depois, estou francamente incrédula por faltarem apenas dois míseros meses para fazer um ano.
Oi? Alguém se enganou a contar, certo?

Às vezes ainda sinto algumas saudades de a ter na barriga, onde estava sempre protegida, não se magoava, não ficava doente. E digo-lhe que a vou fazer em pecinha de sushi pequena e voltar a pô-la lá dentro, bem enroladinha para caber.

Mas depois, vê-la crescer é das melhores coisas da vida. Enchê-la de beijos também. O cheirinho a bebé C., as gargalhadas, os "tá tá"'s quando encontra o que estava à procura, os mimos à mamã.. Talvez possa concordar que tê-la no mundo é melhor que na barriga. Mas se pudéssemos só fazer pause ao tempo por um bocadinho, agradecia!

Outras dúvidas, estas de fim-de-semana

Quando era miúda, e a febre das All Star se instalou, não achava grande piada à coisa. Eram tão básicas e sem sal e umas sapatilhas tão normais que não percebia o fascínio. Nunca tive umas All Star, nunca quis ter.

Hoje em dia acho o básico e o normal uma coisa boa. Não era extravagante na adolescência (antes pelo contrário) mas agora dou muito mais valor ao que é simples, clássico, intemporal. 

Não vou dizer que as sapatilhas são "um clássico" na verdadeira acepção da expressão, mas parecem-me hoje um básico que faz sentido. Tenho andado a namorar algumas cores, na versão rasa da coisa e venho pensando para mim se invisto ou não.

Acho-as giras, práticas, versáteis até. Mas não deixam de ser umas sapatilhas, que só uso ao fim-de-semana / férias e não são propriamente grátis.

De modos que ando nisto, não sei se bato, não sei se ofendo, mas a babar um bocadinho, confesso.





Dilemas de Agosto

Estou entre "próximas duas semanas passem a correr" e "duas semanas seguintes vão com muita calma" e até eu percebo o pouco sentido que isto faz. Podíamos falar sobre a teoria da relatividade, que explicava melhor a coisa.

Mas no fundo é isto - tempo, passa relativamente rápido até irmos de férias e não passes relativamente assim que começaram. Não é um acordo assim tão mau pois não?

Isto para dizer que faltam menos de duas semanas para as férias e que contamos os dias. Mas quando chegar o primeiro dia, deixamos o relógio em casa para o tempo de sermos felizes não acabar.

O dia 31 e o dia 1


Gosto com especial gosto de rituais, daquelas coisas que damos como certas, que repetimos várias vezes mas nas quais temos prazer, que nos fazem bem.
O ano passado comecei um ritual novo que tem sido um prazer enorme - o projecto das fotos.

Para além de me proporcionar um arquivo muito mais organizado dos milhões de fotografias que tiro à minha filha, vejo efectivamente tudo o que captei e estou um bom bocado a rever o que se passou naquele mês.

O meu ritual começa no dia 31 (ou 30) de cada mês, em que me sento em frente a um computador, arquivo todas as fotografias que tenho no telémovel, organizo pastas e vejo todas, uma a uma, as fotografias que tiramos. Depois de tudo visto, seleciono as preferidas, geralmente à volta de vinte, que copio para uma pen. No dia 1, imprimo tudo e coloco no álbum, onde junto notas a algumas fotografias, para guardar para sempre os detalhes do primeiro ano da piolha.

Uma coisa tão simples mas que dá tanto gozo e que já se tornou um vício bom, quem sabe a manter nos próximos anos.

Quem em Julho ara e fia ouro cria

Fui "aos caracóis" comer um prego em pão. Fiz 400 km. em três horas e 200 em uma e pouco. Fez um ano que perdemos o meu avô. Estive em teletrabalho dois dias. Não quis regressar ao trabalho normal. Depois passei uns dias a gostar do que faço. A nossa filha fez nove meses. Estou cada vez mais apaixonada. Fui à prova do vesrido de noiva da M. Fizemos dez anos de namoro. Estou cada vez mais apaixonada. A J. e o N. casaram. A O. e o R. também. Voltei a Coimbra. Tirei fotografias na Cabra e tive um bocadinho de saudades doa tempos de estudante. O P. veio a casa uma semana. Fizemos uma baby pool party com amigos. Fomos ao Castelo de S. Jorge pela primeira vez. Voltamos àquele restaurante no Rato. Tirei 264 fotografias e cumpri o projecto fotos do mês. Marcamos férias para o resto do ano. E já não falta tudo.

A propósito do post anterior


Houve uma altura no meu quinto ou sexto ano que as dedicatórias eram moda. Andávamos todos de cadernos e blocos em punho, a pedir a toda a escola um texto fofinho. Aos amigos e conhecidos, até àqueles de quem só sabíamos o nome. Havia também os especiais, os miúdos giros e populares, de quem ter uma dedicatória era como encontrar o cromo mais raro da caderneta. 

Ainda guardo o meu caderno de dedicatórias, algures em casa dos meus pais. Não faço ideia há quanto tempo não o abro.

Mas sei que uma dessas dedicatórias, de alguém que considerava meu amigo, um rapaz da minha turma, dizia assim a dada altura:

És, como todas as pessoas gordas, alegre e bem disposta.

Passaram mais de quase vinte anos e nunca mais me consegui esquecer.

Tenho medo de pessoas más

Aqui há dias lia sobre uma mãe de uma bebé de quinze meses a quem alguém disse que a filha é feia. Assim, sem mais, a tua filha é feia.

Ser bonito ou feio para uma mãe ou um pai não interessa nada quando se fala de um filho; a questão não é essa. Não é importante. Importante - salvo seja - é o requinte de malvadez, é o fundo de maldade, é o tentar atingir onde mais dói - nos nossos filhos.

Não percebo insultos gratuitos. Nem percebo pessoas más. Assustam-me. Imagino que a infelicidade, a frustação, possam explicar muita coisa mas não justificam nada. Não sei aliás o que pode justificar que, a troco de nada, se distribuam insultos. Atenção que isto não tem nada a ver com dar opinião, vamos dar isto de barato. Vamos dizer que quando alguém diz "estás mais gorda", "tens mau aspecto", "estás pálida, estás doente?" há uma intenção qualquer que não sô a de magoar - estarei errada?

Dizer-se que se é feia, que um filho é feio, que se tem nariz de batata ou orelhas de abanico - ultrapassa-me. De onde é que isto vem? Tenho medo dessa gente. E absoluto horror a pessoas más.

Prendas no aniversário dos filhos

Tive esta ideia genial, enquanto me preparo mentalmente para o facto de daqui a dois meses a minha filha fazer um ano (o tempo voa! Me-do): vou dar uma prenda a mim própria. Afinal, estou tão de parabéns como ela, ou até mais um bocadinho considerando que fui quem fez o esforço todo.

Posto isto, prendinha para mim e não se fala mais nisso. E como até sou uma fofinha, vou dá-la a mim mesma, sem pedir nada a ninguém. 

Quanto à prenda propriamente dita, escolhi um anel. Não sei se já disse que sou a louca dos anéis. Amo de paixão, em todos os dedos, de todos os tamanhos, não me canso deles. E este não é um anel qualquer. É um que já tive. Confuso?

Há uns anos atrás (bastantes anos atrás) o P. ofereceu-me nos anos um anel. Não era de namoro nem de casamento, era um presente, normal, nem se quer por nenhuma data especialmente importante. Na altura não serviu - demasiado grande - e a loja não tinha mais tamanhos. Pedir o meu demorava um mês e eu simplesmente não quis esperar. Tinha urgência em usar o anel que o meu namorado me tinha dado. Troquei por outro que trouxe no dia, que curiosamente usei hoje, e não voltei a pensar no assunto.

Até hoje, precisamente por ter usado o substituto.
O anel era da Pandora e por isso foi muito fácil ver que ainda existe - sabe Deus quantos anos depois. Está na loja à minha espera. Se não saiu do mercado até agora, certamente aguenta até Outubro por isso lá irei, acabar o que o agora marido começou, pelo aniversário daquilo (desculpa filha!) que fizemos juntos. Parece um puzzle. Ou uma desculpa para me dar um mimo.


Estou para fazer isto há séculos. Ou há uma semana, vá.
Na sexta-feira passada chegou o homem (viva!!) e era suposto ir buscá-lo ao aeroporto. Suposto porque o voo atrasou duas horas, eu tinha uma reunião a que não podia faltar nem adiar, de modos que lhe restou o táxi.
À hora de almoço dei um salto a casa a ver se o via mas foi mesmo só isso - vi-o da porta do escritório porque estava numa conferência telefónica. Azar máximo.

Foi só ao final do dia que lhe pus à vista em cima e isto nem interessava nada não fosse dar-se o caso de ter chegado a casa e encontrar em cima da mesa um embrulho com um "Não é todos os dias que se fazem dez anos de namoro. Parabéns (atrasados)" - um parêntesis para um enorme Shame on me que não tinha nada para o rapaz.

Vergonhas à parte,
O que tinha o dito cujo do embrulho, pergunta a multidão em coro?
Tinha o brinquedo com que vos escrevo, coisa mais fofa de sua mãe (a seguir à própria da minha filha).
Tem o tamanho ideal e uma capa cor de rosa. Perfeito, portanto.

Porque não lhe dei mais uso e não escrevi todos os dias? 
Excelente pergunta. 
Estou ocupada em namoro do bom.

(Para a semana conversamos).


É como quando se tem alguma vontade de fazer xixi mas quando se chega a casa está-se mesmo à rasquinha

O P. devia ter chegado no sábado passado. Tínhamos um casamento nesse dia e era assim que as coisas estavam combinadas mas, uns dias antes, marcaram-lhe reuniões emtrês estados diferentes (true story) e teve de adiar o regresso uma semana.
Verdade que foi só uma semana e está de volta na próxima sexta (yeeaahh!!) mas a cada viagem tenho sempre este problema: quanto mais perto está, quanto menos tempo falta, mais o tempo me parece uma eternidade e o dia não chega.

Esta semana por exemplo, já devia ser quinta-feira e ainda é terça. Não está certo.
Já o fim-de-semana que devia ser lento e vagaroso, passou a correr.

Nãp percebo iato do tempo.
Uma professora de inglês que tive há muitos anos dizia-nos sempre no fim das aulas - doesn't time fly when we're having fun? E se calhar ela é que tinha razão porque é tudo muito mais divertido quando o homem está em casa.


No dia em que fazemos dez anos de namoro, somos nós em números

Conhecemo-nos há 16 anos.
Ao fim de 2 começamos a namorar
Namoramos 1 ano
Separamo-nos 3
Começamos a namorar outra vez
Contamos os anos do 0
Passado 7 anos casamos
2 anos depois nasceu a nossa primeira filha
Já fizemos 3 anos de casados
E a nossa filha 9 meses
Todos os nossos dias são importantes

Mas hoje faz 10 anos que tudo começou.

Estive a pensar e devia ser lei. Ou se calhar lei não, que nem todos cumprem. Mas ordem divino, imperativo superior, regra máxima

Fui a uma consulta a um hospital onde há urgências pediátricas e decidi que não devia ser permitido crianças em hospitais. Miudos doentes, em sofrimento, a precisar de cuidados, simplesmente não devia existir. Não podemos trocar por criançaa felizes e saudáveis, a rir e a brincar? 
Bem sei que os hospitais são nossos amigos. Mas para os bebés e crianças queria amigos maiores, que nunca os deixassem ficar doentes, que os afastassem da necessidade de ir ao hoapital  Para que não precisassem de ir, nunca mais.

Há alguém a quem devas um pedido de desculpa?

Gostava de não me lembrar tão frequentemente disto mas é quase diário.
Estou em falta com alguém. Fiquei em falta e agora é tarde.

Fez um ano que o meu avô foi internado.
Estávamos nas barraquinhas por alturas dos santos quando o meu pai ligou. Voámos para o hospital mas eu fiquei ali, à porta.
Inicialmente esteve nos cuidados intensivos mas acabou por ir para um quarto, à espera da cirurgia que nunca devia ter feito. Partilhava-o com mais duas pessoas e podia receber visitas. Toda a gente foi visitar o meu avô. Toda a gente menos eu. Os meus tios, os primos, até os mais pequeninos. E eu fiquei só com a imagem da janela do quarto dele e da minha tia a dizer-me adeus cá para baixo.
O meu avô esteve internado e perdi-o no hospital sem que o tivesse ido ver, sem que me tivesse visto, sem que soubesse que eu estava ali, à espera dele, a pensar nele. Perdi o meu avô à porta do hospital e para ele eu devo ter sido a neta que não o foi ver na única altura, na pior altura, em que precisou verdadeiramente.
Fiquei em falta com o meu avô. Fiquei em falta e agora é tarde. Já não tenho tempo de pedir desculpa.

Há um ano atrás eu estava grávida e ninguém me deixou entrar no hospital.
Eu achava que acabaria por ver o meu avô em casa. Não me impus como devia, não exigi, não entrei pelo hospital dentro. Fiquei à espera, à porta. O meu avô não voltou para casa, eu não me despedi e todos os dias desde há um ano sinto o peso de saber que lhe falhei.

Uma senhora

Estava no rés do chão do prédio dos meus pais, que tem a porta de saída e é todo envidraçado quando uma míuda (entre os 18 e os 20) entrou. Quando já se dirigia para as escadas e estava de costas para a porta, eu, que estava de frente, vi um rapaz com pinta de ir para o mesmo sítio que ela. Não sei porque achei isto, mas eram sensivelmente da mesma idade, tinham ar de festa e achei que se deviam conhecer  Além disso o rapaz ficou ali junto ao vidro a olhar para dentro, como se tivesse perdido a entrada da rapariga por escassos segundos.
Como o vi ali, chamei a míuda para que voltasse para trás para junto do potencial amigo. Disse-lhe algo estúpido como "olhe; desculpe mas está ali uma pessoa que deve conhecer." Ela olhou para mim como se eu fosse uma ave rara mas voltou efectivamente para trás. E; surpresa!, eram realmente amigos.

Esta história não tem interesse nenhum, como está bom de ver. E o que vem a seguir também não. Mas, ainda assim:

Os míudos entram no prédio, ele vem a agradecer por ela lhe ter aberto a porta. E ela diz, quando se cruzam comigo:

- Agradece À SENHORA, foi ela quem me chamou.

Primeira vez que me chamam senhora.
Estou crescida, está visto.

As mães giraças, essa raça

Sou absolutamente contra essa ideia de que as mães são seres com ar desgraçado, fato de treino, roupa com nódoas, cabelo sujo. Para dizer a  verdade, sou essencialmente contra a ideia de que uma mulher, só porque teve um filho, deixe de ser qualificada mulher e passe a ser só mãe para todo e qualquer efeito. Na roupa, no look, no ar acho que somos, devemos ser, apenas mulheres (tenhamos filhos ou não).

Posto isto, ou sem prejuízo disto, não posso deixar de me maravilhar com as mães giraças deste mundo. Aquelas cheias de pinta, impecavelmente apresentadas, simples, descontraídas. Gosto delas, pronto  

Já eu não sou nada assim, raça giraça. E é pena porque como até sou mãe, combinava bem comigo. Mas por muito que me esforce na produção, nunca tenho esse ar descontraído e glamoroso de quem é naturalmente uau! sem parecer fazer esforço nenhum. Estão a ver o tipo? 

Ainda há pouco me cruzei com uma dessas.
Tão gira, tão natural, tão "não fiz nada para ficar aasim". Estive mesmo para lhe perguntar qual é o truque. Ter um bebé não será certamente, ó para mim com a minha filha. Mas honestamente não sei qual é. Alguém tem ideias?

Junho calmoso, ano formoso

Foi Dia Mundial da Criança pela primeira vez para a minha. O P. teve de atrasar um dia o regresso mas voltou para mais duas semanas em Portugal. Fomos uma semana para o Algarve. A nossa filha fez oito neses. Fizemos três anos de casados. A C. foi pela primeira vez à praia. Descobrimos que praia com um bebé é todo um mundo novo. Tivemos o primeiro casamento do ano. Recebi uma carta boa e fiz um bolo por causa disso. Fomos às barraquinhas nos santos. Fui a um aniversário de 30 anos no páteo de uns amigos. Voltei à baixa para um brunch. Comprei um vestido xs. Quis perder-me nos saldos. Tirei  316 fotografias. Cumpri o projecto fotos do mês. Vi preços de viagens para Paris. E para Praga. E para os Estados Unidos outra vez. Contei os dias para as férias. Faltam 45.

Fui a um casamento e apaixonei-me




Sábado, meu querido sábado



Depois de um post queixumento sobre domingos, coisas boas sobre os maravilhosos sábados.

Está sol!
Está aquele fresquinho que anuncia muito calor.
Dormimos lindamente, depois de uma festa de anos no páteo de uns amigos.
Há brunch mais logo.
Há FIA depois.
Há todo um fim-de-semana para encher a minha piolha de beijos, mimos e brincadeiras.

E há - esta parte é segredo - um plano que começa a ganhar forma por estes dias!

Domingo de neura dá segunda-feira de super neura e segunda-feira de super neura nem queiram saber o que dá

Não gosto de domingos. Pronto, já disse.
O homem diz-me que são bem melhores que as segundas mas nem sei se acredito. Não gosto, pronto.

Este último em particular.
Estava com especial neura, tão irritada com não sei o quê. Fizemos planos de coisas várias e não fizemos coisa nenhuma. À domingo.

Saimos de casa já passava das sete, para uma voltinha a pé. Demos de caras com o Meo Out Jazz e foi uma lufada de ar fresco. Um bom fim de tarde.

A C. acordou umas quatro vezes de noite, pouco dormi, e na manhã seguinte o pior momento deste modo de vida - levar o P. ao aeroporto, terminal de partidas. Não gosto. Não quero. Pior esta segunda que todos os domingos.

A parte menos má, só faltam três semanas para a próxima vez.

Sou eu

Duas semanas sem bicicletar, foi o suficiente para dar cabo das pernas quando voltei a andar de bicicleta.
A primeira porque estive de férias, a segunda porque adoeci e quinze dias a ir trabalhar de carro ou não ir trabalhar de todo.

Regressar implicou dores nas coxas e preguiça em níveis históricos. Uma miséria!
Felizmente os dias têm passado e as rotinas voltam a si. Idas e voltas em bicicleta, todos os dias, duas vezes por dia.

Não tem propriamente efeitos na gordura extra mas dá vinte a zero ao caos do trânsito. Além disso, é um luxo ir trabalhar neste meio de transporte em Lisboa, nunca me esqueço disso. 

Arrumei definitivamente o carro e bicicleto alegremente.
Se virem uma louca a alta velocidade, sou eu!

Ancão de mãe

Pois que diz que uma pessoa engravida, está nove meses grávida, uma ou duas semanas depois de parir está fina, pronta para outro, que é uma maravilha. O que não se diz é que fica um "ancão" (anca muito grande) para contar a história da gravidez.
Verdade, verdadinha que sempre fui abonada de ancas. A minha já antiga banha boia não me deixa mentir. Mas, ainda assim, há algo mais. Mais largo, mais visível - e apetecia-me dizer mais maior só para continuar com isto dos "mais" mas vou dizer só maior, pronto.
Ora como cheguei a esta bela conclusão?
Primeiro, vejo-me ao espelho. Nada de novo.
Depois, e parte relevante, fomos uns dias à praia e vestir um biquíni foi coisinha para me tirar do sério. Nunca gostei particularmente de me ver em trajes tão menores mas este ano está pior. Bem me bamboleio com uma filha de oito meses, como quem "tive um bebé, posso?" mas a coisa resulta mais num "já tiveste um bebé há oito meses, estás à espera de quê para entrar em forma?"
Pois.
Não sei, boa pergunta.
Pelo sim, pelo não, planeio correr esta semana e em todas as próximas, até ao verão. Assim não se aguenta.


3 anos

Faz hoje três anos e continuo a querer casar tudo outra vez, todos os dias.
Que seja sempre assim.

O lado positivo

Por esta altura do campeonato já deu para perceber que sou uma mãe galinha - tão galinha, tão galinha que por minha vontade punha a minha filha num ovinho e de volta à minha barriga (mentira, não punha nada!)
  
Neste chicken state of mind em que me encontro, continua a custar sair de casa para ir trabalhar. Apetecia-me ficar com ela, vê-la crescer, brincar, dar mimos, ao invés de ter de sair todos os dias de manhã, para voltar ao final do dia. Valham-nos os fins-de-semana (mas que são tão curtos..).

A parte boa - ver o lado positivo das coisas - é que quando chego, recebo o maior sorriso do mundo, acompanhado de saltinhos e gritinhos, de um bebé que fica tão feliz por ver a mãe, como a mãe fica por ver a filha. E isto é sem dúvida a melhor parte do meu dia.



Mal acostumada. Você me deixou mal acostumada.

O P. tinha voo de regresso dia 4 de junho. Chegava hoje às nove da manhã.
Ontem à hora de almoço disse-me que havia uma complicação no trabalho e possivelmente já não conseguir vir nesse dia.

Está bem, pensei, claro que é bluff.

Não era.
Fiquei grande parte da manhã à espera que chegasse mas diz que não há surpresas para ninguém e só temos homem mesmo amanhã. Estou absolutamente mal habituada.

Blé!

Das nossas férias - estando

Aterramos em Newark às quatro horas, hora local, menos cinco que Lisboa. Uma grande confusão para qualquer cabeça, mais ainda se bebé. Esticamos a corda até perto das sete, para dar banho e deitar a C. 

A noite foi gira e às cinco da manhã já era uma festa, com um bebé sem sono e uns pais KO!

Os horários só afinaram talvez na quarta-feira, ou seja, quatro dias depois. Até aí houve alguma confusão nos sonos, ainda que normal, e noites interrompidas algumas vezes. A vantagem - porque tudo tem um lado positivo - acordávamos bem cedo e os dias eram compridos e bons, com programas em família, mimo e brincadeiras.

Nos primeiros dias esteve um calor infernal. A piolha transpirava de manhã à noite e usava o mínimo de roupa possível. As fotografias incluem todas pézinhos, bracinhos e pernas de fora. Uma delícia!

Passamos uma parte da semana na cidade onde o P. está e é bom fazer parte das rotinas, ir aos mesmos sítios, ver o que ouvimos falar.

Fomos também passar um dia a Philadelphia, dia de sol e bom tempo.

É uma experiência totalmente diferente fazer turismo com um bebé. Tudo se faz a um ritmo mais calmo, sem corridas, respeitando os timings dela. Por isso é nornal estarrmos parados a cada duas horas, sentados em parques ou esplanadas, coisas que raramente fazíamos ao visitar cidades novas, com fome de ver tudo.

Foi também este ritmo que nos permitiu dar sopas e papas em imensos parques diferentes e iniciar o movimento "uma fotografia em cada sítio onde se come." De resto, quando a fotos, pelo menos umas mil!

Na véspera do voo de regresso a Portugal, fomos para Nova York.
Voltar a Nova York era uma coisa que queria fazer há imenso tempo, sensivelmente desde que lá fomos, há cinco anos atrás.  Continua maravilhosa! Adoro a dinâmica, a vida, a cor. Desta vez chegamos de carro, o que também não deixa de ser uma experiência, e ficamos num hotel fofinho a algumas ruas de Times Square. Top! Até a pequenina adorou.

De adorar também, as compras que fiz.
Zero para mim e tudo para a C. Não se aguentam as coisas fofas  Desta vez, incluiu fatos de banho e laços para o cabelo. O delírio!

Passeios bons, família feliz, que é de resto o que se quer.
Fossem os EUA mais perto e era ver-nos lá semana sim, semana não.

Maio cerejas ao borralho

Passamos um final de tarde a três na relva. Fizemos um brunch do dia da mãe. Arrumamos finalmente a papelada do escritório. Abrimos o porquinho Martins. O P. voltou aos Estados Unidos. Passei o primeiro dia da mãe como mãe. Tive um mimo maravilhoso. A nossa filha fez sete meses. Fiz 400 km em cinco horas só porque sim. Fui a uma consulta de medicina no trabalho. Estive uma semana de férias. Fiz uma viagem de avião com a minha filha. Foi a primeira vez que voei sem medo. Fomos ver o pai. Fui a Philadelphia. Voltei a Nova Iorque. Fiz mais compras do que deveria. Demos uma papa no Central Park.Tirei 398 fotografias e cumpri o projecto fotos do mês. Regressar ao trabalho depois das férias foi mais difícil do que esperava. A M. foi operada e correu tudo bem. A minha chefe foi substituída por outra e a ver vamos. Fiz  outra vez compras on-line. A minha filha ficou doente pela primeira vez desde que nasceu e eu percebi afinal o que queria dizer o meu pai quando, em pequenina, me pedia para passar para eles qualquer doença que tivesse.

Das nossas férias - indo


Faz hoje precisamente duas semanas estávamos de partida. Não só para uma viagem, mas essencialmente para um desafio, uma aventura: atravessar o oceano Atlântico - viagem de avião de oito horas - com um bebé de pouco mais de sete meses. Eu e ela. Sei que várias pessoas me acharam maluca, eu própria duvidei da minha sanidade mental a páginas tantas mas no fim de contas decidi ir.

Várias coisas podiam correr mal.
A começar, o meu pânico de voar. Já aqui falei disto várias vezes. Toda eu tremo, vomito, panico e choro. Não é bonito de se ver mas é mais forte do que eu. Este detalhe preocupava-me particularnente. Ao P. também. Dias antes dizia-me que não tinha receio pela C. mas por mim - só eu é que podia correr mal.

Eu no entanto, considerava também a hipótese de a C. sair à sua mãezinha e não ir muito à bola com isto dos aviões. Para me tranquilizar a minha mãe dizia-me que não, que ela ia adorar e que depois disto me ia dizer: vamos passear mamã? Está bem mas só se formos de avião.

Em teoria ela podia mesmo não achar piada e chorar. E são oito horas non stop.

Apesar de algumas considerações sobre coisas que podiam correr menos bem, algures no pré viagem se fez um click. Eu que fico sempre tão nervosa em vésperas de voos, de repente estava calma. Nem dores de barriga tive. Dormi lindamente, nada de stress. Houve um momento em que pensei que efectivamente a minha preocupação devia estar virada para a minha filha e não para os meus medos parvos. Por isso convenci-me a dada altura que certamente passaria o tempo atenta ao bem estar dela e isso seria o bastante para me esquecer do meu eventual mau estar.

Há aqui um paralelismo com o tirar sangue.
Toda a minha vida desmaiei sempre que tirei sangue, mesmo fazendo-o deitada. Durante a gravidez foi tudo super tranquilo e no fim já tirava a pé. A maternidade dá-nos super poderes que eu sabia que me valeriam no avião.

Assim foi de facto.
Na descolagem tinha a C. a mamar por causa da diferença de pressão - alivia, segundo dizem - e aquilo que costumava ser um pânico monumental, comigo a agarrar o P., a fechar os olhos e a tremer por todo o lado, foi simplesmente uma coisa normal. A minha filha a mamar e eu feliz por irmos ver o pai. Tão calmo, tão tranquilo. Inacreditável. Acho que a maternidade me curou.

Não vou dizer que o voo foi um mar de rosas porque a C. chorou uns bocaditos, com sono, com dificuldade de adornecer. Mas foi dormindo, comeu bem e fez-se. São efectivamente muitas horas e a dada altura estou desejosa de me ir embora mas aguentamos. E pela primeira vez na vida fui sempre a olhar pela janela quando começamos a aterrar.

Mesmo que tivesse sido uma experiência tenebrosa, passar o controlo de passaportes e sair para ver ali o P., na primeira fila à nossa espera, teria compensado tudo. Somos outra vez uma família feliz.

Tenho a casa mergulhada em silêncio e fresco, a contrastar com o calor e caos da rua. A minha filha está a dormir aqui ao lado.
Tenho o balanço dos Estados Unidos para fazer e a planificação das próximas férias.
Mas antes disso, descanso. Só dez minutos de silêncio e fresco.

Quatro mimos americanos





Quem disse que tem de ser normal?

Metemo-nos nesta coisa louca de termos um oceano entre nós durante um ano porque quisemos. Ninguém nos obrigou. Foi uma decisão muito díficil mas tomada em conjunto. Custa mais do que podemos explicar. Custou acima de tudo o início. Nós com uma bebé de uma semana e quatro dias e o P. a partir por nove semanas. Foi duro. Tão duro que não pensamos nisso e vivemos um dia de cada vez. O P. diz que cada dia é só mais um dia, acordamos, vamos trabalhar, é o normal. Com a particulatridade de haver viagens de avião pelo meio. Muitas e longas.

A verdade é que ao fim de três meses tivemos a oportunidade de repensar este modelo. Decidimos mantê-lo com algumas melhorias, que implicavam um esforço para não estarmos mais do que duas semanas separados. Só agora começa a resultar. O P. esteve em Portugal em Março. Voltou ao fim de quatro semanas. Duas depois estávamos nós de malas feitas para os Estados Unidos. Daqui a treze dias o P. volta para duas semanas em casa. Passado pouco tempo volta para outras duas. Em Agosto tem três semanas. Em Setembro hei-de voltar eu. Outubro faz anos a piolha e um passou assim, a voar. Com o P. a voar essencialmente e comigo e com a C. a fazer o que podemos nos intervalos.

Não é fácil, ninguém disse que ia ser fácil. E também não é normal. Mas quem disse que o normal é que está certo? Estamos apaixonados pela nossa família e não há nada mais certo do que isso.


A praticidade das mamas

Ok, título estranho. Mas com uma razão de ser.

Amamentei em exclusivo até aos cinco meses e pico, hora em que tive de ir trabalhar e introduzi duas refeições diferentes.
Hoje em dia, com mais de sete meses, a minha filha já só mama à noite e de manhã antes de eu sair para o trabalho. Significa por isso que todas as refeições do dia são não leite 

Onde entra a praticidade das mamas?
Fomos passar o dia de ontem a Philadelphia, ou seja, todas as refeições dela fora de casa. Saímos de manhã por isso às 07.00 já eu estava a pé a preparar a sopa do almoço, a papa e a sopa do jantar (sim, são diferentes). Isto inclui ferver água para aquecer três termos, ferver água para encher um deles; medir a papa para por no tupperware, medir as sopas, levar a caixinha dos talheres com colhers e garfos, levar babetes de plástico e felpo, guardanapos, saquinho para guardar o que estiver sujo.. tudo isto por oposição a abrir a camisola e dar de mamar. Tão fácil, rápido e à temperatura ideal. E prático, sobretudo muito prático.

Amanhã vamos para Nova Iorque (yeah!!) e o cenário repete-se, com o adicional fruta. Lá vai mais uma caixa, uma faca ou um garfo para ter tudo preparado à hora de comer. Gostava mais das mamas, confesso.

Beijinhos ao meu homem!










Uma das coisas chatas de viajar para tão longe é o jet lag. Tive a ideia peregrina de um único fuso horário no mundo todo - para o que era preciso mais um ou outro sol - o que facilitava a vida a toda a gente. Isso e o teletransporte (já disse que o teletransporte é urgente? Engenheiros, façam-se úteis!)

Não havendo ainda uma time zone mundial, aguentamo-nos à bronca com esta coisa de num lado serrm 10.00 e no outro 15.00.

Por causa disto, às dez da noite (nossas três da manhã) estou com um sono monumental! Mas às sete da manha, estou fora da cama. Recordo que estou de férias e gostaria de dormir pelo menos até às 10.00.

A parte boa é que tenho imenso tempo. Tempo até para não fazer nada, que é como se sabe o cúmulo da preguiça. Portanto, não estamos afinal tão longe assim do conceito de férias.