E como desejos...

A verdade é que não desejo nada além do que tenho. E ainda que nos soe a chapa cinco, que não nos falte saúde, paz e amor, que do resto tratamos nós.

Que todos os dias sejam cheios do que é verdadeiramente importante e todos os desejos serão concretizáveis.



Um bom ano a todos!

Antes de coisas mais sérias, os desejos de sempre.
Aqui, logo à cabeça.

Livros de 2012





Dos últimos três havemos de falar em 2013 mas estão em curso.

Os melhores?

O quarto de Jack - Emma Donoghue
O filho de mil homens - Valter Hugo Mãe
Um dia - David Nicholls
Primeiro as Senhoras - Mário Zambujal
A cidade e as serras - Eça de Queiróz

Sugestões para 2013?

Para já...


O look


O sítio


Ora..


Estou aqui na duvida se havemos de falar de resoluções de ano novo, de retrospectivas do ano antigo, se de nada disto...
É que as resoluções, diz-me o P., são planos que não se vão cumprir.
E do ano que está a acabar.. não sei se me apetece.

Se calhar falávamos da passagem de ano, que fica ali no meio e não é carne nem é peixe, não?
Então pronto, vou só ali provar o vestido que chegou da costureira e já falamos do sítio e da roupa.

Meu querido Boticário

Descobri mais uma pérola, desmaquilhante bifásico. É bom, bom e pela primeira vez na vida experimentei a sensação de pele sem gordura depois de tirar o pó de saúde (aprendi esta expressão e estava em pulgas para a usar!).
Veio a suceder esta compra porque aqui há dias me enviaram uma mensagem que dizia "querida cliente, temos para si um pequeno creme das mãos, faça favor de o vir buscar." E eu fui. Chegando, dizem-me que, adicionalmente, tenho um desconto nesse mesmo dia (olha a coincidência!...). Pois que claro que quero aproveitar, olha quem! Técnicas de marketing aplicadas à minha pessoa vão que é uma maravilha. De modo que voltei a casa não só com um baby creme das mãos, como com um super desmaquilhante, que andava há séculos para testar. E passou no teste, é o que tenho a dizer. Como todos os produtos Boticário, de resto.


Sexta-feira à noite na Capital

Ontem, pensava eu, ia acabar a semana em casa, com um jantar leve e uma noite de sofá. Tudo mentira, no entanto.
Mr. P. foi-me buscar a seguiu caminho para os lados do Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade, Restauradores. Estacionamos sob a desculpa de beber um copo no quiosque da Time Out, mas prosseguimos a marcha até ao nosso querido Giuseppe & Joaquim lisboeta. É relembrar um sítio onde fomos imensamente felizes e matar saudades da nossa cidade. Nisto entrega-me um papel dobrado, "uma carta que chegou lá a casa", diz ele e surgem-me bilhetes para o Coliseu dos Recreios, ali ao lado. Já disse que o último príncipe encantado à face da terra me veio parar às mãos, não já?

Conclusão: siga a marinha para o Coliseu, Alabama Gospel Choir no ar e tão bons que eles são! Festa generalizada, toda a gente a dançar em plena sala e alegria no começo do fim-de-semana! Gosto!
Mais logo, a ver vamos se nos encontramos no cinema. Mas sobre isso falamos amanhã.

Bom sábado!


O corpo também é um projecto sem fim

A corrida de hoje foi amigavelmente acompanhada pelo sol; não um sol de praia, quentinho e bom, mas um meio envergonhado, embora simpático, que me sabe sempre bem. Carrega energia e ajuda a correr. E isto é mesmo verdade. Corro com mais vontade, com mais velocidade e julgo até ter maior resistência. O sol dá-me ares renovados.

O que aconteceu hoje na minha cabeça foi mais ou menos a mesma coisa; foi um ar que lhe deu e tive então uma epifania. Não há fim no objectivo de alcançar o corpo que se quer (já sabia disto, mas hoje renovou-se). Ainda que eu corresse todos os dias, fizesses todos os exercícios vocacionados para os meus propósitos, mesmo que deixasse em absoluto de comer aquilo que sei que não posso e que me portasse exemplarmente, como uma linda menina, ainda assim, não ia ver o dia em que, olhando o espelho, pudesse afirmar estar satisfeita. Somos inconformados. E exigentes e esquisitos. Tenho uma ideia do peso que gostava de ter, assente basicamente em nada (é um peso que em idade adulta nunca tive), mas se a balança me dissesse "parabéns, o teu peso é esse mesmo", ver-me seria achar que ainda não é suficiente. Tenho também uma ideia do que é um corpo bonito (na minha óptica), vejo mulheres esculturais, com tudo exactamente onde deve estar, barriga, pernas, tudo, mas se entrasse aí numa sala de cirurgia (imposível! Vejo sangue e desmaio) e saísse tal e qual, certamente ainda havia algum defeito. Sou inconformada, exigente e esquisita. E se há coisas na vida em que este sentimento pode trazer bons frutos, nesta área talvez não seja o caso. Porque é estética, mexe com a auto-estima e representa um problema grande.

Ainda assim, há que tentar (onde é que ja ouvimos isto?) e manter constante a obrigação do desporto, até ser um vício e uma absoluta necessidade. Lembro-me dos tempos das corridas diárias, dos tempos das três aulas por semana de ginásio e honestamente fazem-me falta. Falta física mas mental também.O desporto tem aquele efeito de varrer energias negativas, de desligar o cérebro dos problemas, de desanuviar por completo e isso faz-me tão bem como dormir oito horas de sono ou apanhar sol. Por isso vamos voltar às promesssas feitas, com a convicção de que não são só promessas mas objectivos de vida. Ainda para mais agora, que o ginásio está a duzentos metros...! Me aguarde, 2013!

Presente do Pai Natal, para a FAMÍLIA


Para as tias, tios, primos e avós


Para os pais e irmão

E pronto..

Faltam 365 dias para o Natal!


Feliz Natal a todos



Senhor, fazei de mim um instrumento da Vossa paz;

Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,
que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado;
Pois é dando que se recebe;
É perdoando, que se é perdoado;
(...)

Oração de S. Francisco

Adoro o NATAL!


Tudo isto é Natal


Sou pelas tradições, pelas rotinas, pela repetição anual das coisas boas, dos bons momentos, das recordações. Há quem diga que sou uma árvore, que vou estendendo as minhas raízes e me prendo a tudo, e quem sabe se não bem verdade.  Mas há coisas do Natal que são de sempre, de todos os anos. E eu gosto delas assim. Gosto da Família acima de tudo. Dos encontros. Da música alegre que somos. Mas gosto também de acordar com o cheiro das rabanadas acabadas de fazer, das visitas às capelinhas antes da casa dos avós, dos vidros embaciados pelo calor do fogão, dos aquecedores ligados em todo o lado e do frio que faz ainda assim. Gosto da ceia, do bacalhau cozido que só se come no dia 24, do grande sofá com mantas, dos jogos de cartas, do toque da campainha a anunciar a chegada do Pai Natal, da corrida pelo corredor até à porta, do anunciar das prendas pelos mais pequenos, dos presentes que embrulhamos, dos passeios às compras, da nossa casa-Natal, da colecção de presépios. Gosto do cheiro a doce, do cheiro a Natal, da aletria, dos sapatos na lareira e da manhã do dia seguinte, do assado no forno desde as sete da manhã, do café com filhoses, da mesa enorme, do almoço tardio, dos meninos contra as meninas na escolha do filme da tarde e da vitória das meninas, como não podia deixar de ser. Gosto dos abraços apertados, dos sorrisos, da felicidade de ser parte deste todo, do FELIZ NATAL.

Vamos a caminho do Natal!!

Um dia desta semana em que eu e o P. fomos almoçar juntos, acabamos por passar pela montra de uma imobiliária, sem segundas intenções, é um passatempo nosso, ao que o senhor vem cá fora falar connosco. Conversa daqui, conversa dali, até pensamos em mudar de casa, quem sabe, talvez, sim um T2, sim, nesta zona, comprar? Não senhor, que nos havemos de ir de Lisboa, arrendamos faz favor, e o preço? pois e tal, conversa, sim, grandito veja lá, mais para a frente ou mais para trás, mas nesta zona, claro, com garagem e bonito, sim? Recente, jeitoso, sim, sim, fique com o nosso contacto, cartões de visita a rolar, e um destes dias quem sabe...!

E pronto, é isto.
Deu para perceber a ideia, creio eu.

(O estranho) caso das sapatilhas Nike

Nos tempos imemoriais em que o P. era pequeno (já aqui disse que a criança mede quase dois metros) veio a ser o feliz proprietário de umas sapatilhas topo de gama da sua classe, lindas e maravilhosas que só vistas, sonho de qualquer miúdo.
Tão lindas e maravilhosas no entanto que, para não comprometer beleza, performance e qualidade, entendeu o rapaz guardá-las bem guardadas "para não estragar" (tão querido!).
Ao que eis se não quando, passado o tempo necessário à habituação da existência de tão perfeito par de calçado e à aceitação da condição de proprietário do mesmo, se revoltaram as sapatilhas e se recusaram a caber nos pés entretanto mais crescidos do rapaz. Não se faz.
Situação idêntica ocorrerá comigo mesma se continuar a insistir em não abusar do uso do brinquedo novo, com medo que se estrague.
Quem te avisa...

Novidades

Havemos de falar aqui das resoluções de ano novo (e afinal não foi assim que o blog começou?) mas para já, para já 

Inscrevi-me no ginásio gémeo do meu sito no Parque das Nações e estou oficialmente a meia dúzia de metros do mundo encantado do desporto!

Feliz 2013!

ADORO O NATAL!


Meu povo! Não se preocupem!


Informo a todos que por decreto-lei decidi que tudo aquilo que comer até dia de Dezembro de 2012 não me engordará uma grama, não acrescentará qualquer gordura à minha pessoa e quem sabe até se não me emagrecerá.
Este decreto é extensível ao mundo e entra em vigor no momento da sua publicação, produzindo efeitos retroactivos em relação aos abusos cometidos desde o dia 1.

Isto é da idade, hã!


A minha sogra, que é médica, diz-me que as coisas que são sempre feitas da mesma maneira deviam fazer-se de maneira diferente de vez em quando. Previne alzheimer e demais problemas de foro neurológico. Por exemplo, fazer um caminho diário para o mesmo destino, escolhendo outro percurso, pentear o cabelo com a mão esquerda se penteamos com a direita, sentar noutro lugar da mesa, começar por vestir as calças em vez da camisa e assim sucessivamente. No fundo, ir desprogramando o cérebro das coisas absolutamente rotineiras para que se exercite e se habitue a fazer de tudo um pouco. 

Nessa lógica, achei que esta massa cinzenta que vos escreve estivesse mais que habilitada a pequenos desafios.
Ora,
Durante algum tempo percorria com frequência uma linha de metro no sentido A-Z, que a páginas tantas tem correspondência com uma outra, que era a linha do meu destino. Fiz esta viagem várias vezes, no sentido A-Z, trocando ali a meio para a linha dois. No dia em que a fiz ao contrário, chegando à estação de intercepção, é ver-me à procura da linha habitual de troca (de onde acabara de sair, repare-se). 
Que não se duvide da minha boa forma mental, mas a rotina é tramada!

Bom dia, bom dia!

Andaremos todo o dia a chá agora que descobri o prazer de o ter por companhia no trabalho.


ADORO O NATAL!


Novas tradições

O meu irmão chega no próximo sábado e tenho para mim que o Natal vai passar a ser mais do que nunca a altura do ano em que se matam saudades...

ADORO O NATAL!


Coisas da vida?

Há estados, ou estatutos, que não penso ter nem alcançar. Há coisas que estão fora do meu alcance mas vivo bem com isso. Nunca serei multimilionária. Nunca vou ter as casas, os carros, os aviões, os luxos inexplicáveis de uma parte da população. Mas não há qualquer problema. Não os invejo nem tenho esses desejos. Tão pouco acho que mereço igual sorte. São "sonhos" demasiado altos e de resto nunca chegarei a esses patamares. Mas não olhos para eles pensando que isto é injusto. Não é. E as coisas são como são.

No entanto, há coisas que mereço, que tenho direito, que querê-las não é desejar de mais. É simplesmente o que deve ser. Por exemplo, se não tivesse comida para comer, achava-me ainda assim no direito de a ter. E o mesmo se diga da água, de uma casa para viver ou de semelhantes. Há coisas básicas e indispensáveis que não são sonhos altos. São o mínimo que merecemos ter e tê-los não é pedir muito.

Nesta lista devia entrar um horário de trabalho normal. Já nem me refiro aos privilegiados de sete horas e meia por dia. Horário normal em que, entrando às nove, se pudesse sair às seis ou seis e meia. Ocasionalmente e nunca por sistema, prolongar até às sete. Mas não mais. Não mais porque há vida para além do trabalho e isto não sou eu a não querer trabalhar. Sou eu a querer ser normal. Parecemos ser os únicos que nos esquecemos disto. Países há em que bateram as quatro e meia e mundo! Mas aqui não. Aqui somos pelo prolongamento do horário de trabalho até à exaustão. Mas não me digam que é o que deve ser. Que é aceitável entrar todos os dias às nove e sair depois das oito da noite. Não digam sobretudo que é pedir de mais ter um bocadinho de vida, porque não é. Já basta passarmos mais tempo a trabalhar do que a fazer qualquer outra coisa. Não é preciso matar todos os sonhos.

Damos connosco com este ritmo: acordar às sete e pouco, sair de casa às oito e meia, entrar no trabalho às nove ou antes, tirar quinze minutos para descer as escadas e comer qualquer coisa, trabalhar até às oito e meia, chegar a casa depois das nove para fazer o jantar, comer, arrumar, sentar para viver um pequeníssimo resto de dia mas ir dormir pouco depois das onze, para amanhã começar tudo outra vez. O fim-de-semana é uma miragem lá ao fundo mas passa a correr entre os milhões de coisas que fazemos porque não houve tempo nos dias úteis. E tiramos um dia de férias para ir às finanças, ao médico, à revisão do carro porque em dias de trabalho com estes horários é simplesmente impossível.

Acho que não é pedir de mais trabalhar oito horas e sair a tempo de namorar, de jantar, de tratar da casa, dos afazeres, de fazer outra coisa qualquer. Há mais vida para além disto e não é um sonho demasiado grande. Não é isto que queremos porque não faz sentido absolutamente nenhum. Estamos fartos, na verdade. Não me posso admirar quando o P. me diz que devíamos sair do país. Não se admirem também se eu aceitar.

Sentar-me a escrever, ainda para mais em papel, é coisa para me carregar as baterias. Já não me lembro da última vez que o fiz mas passou tempo de mais. Faz-me falta isto da escrita, de juntar palavras a frases e arrumar e arrumar as coisas cá dentro. Começo a sentir que o tempo de escrever é tão preenchedor como o de ler. E isto é o blogue a dar os seus frutos.

Temos um amigo novo!

As cinquenta sombras livre



Que me perdoem Christian e Anastacia mas sobre isto só me ocorre dizer que devia ter acabado no volume dois.

ADORO O NATAL!


Repto # 16! Sou eu, sou eu!

Vejam tudinho, aqui!
E beijinhos à nossa querida Olívia!

Continuo a insistir na mesma ideia..!


Aqui há dias, em pouco mais de três horas de viagem cheguei de Portugal à Dinamarca passando em escala por Londres. Foi sensivelmente o mesmo que tempo que levou de comboio de Lisboa ao Porto para apanhar o avião. Embora não seja uma fã confessa destes bichos gigantes com asas, a verdade verdadinha é que operam verdadeiros milagres.

Melhor, melhor, continuo a dizer, é o tele-transporte. Disponibilizo todos os meus meios na invenção dessa causa maior e proponho desde já que implique tão só o esforço de fechar os olhos e desejar com muita força estar noutro lugar. 

Live freedom - Amnistia Internacional

Ora então, até já.

ADORO O NATAL!


A cidade e as serras


Acontece-me com a literatura portuguesa o que não acontece com nenhuma outra: a nossa língua encaixa na perfeição nos meus ouvidos. Ler em português é ver as palavras na sua expressão máxima e como mais as aprecio. E nem é por este ser um clássico. É por ser absolutamente perfeito. A actualidade do texto é impressionante (embora se fossemos por aí tínhamos um tratado de civilização moderna em vez de um comentário ao livro e ninguém merece). Vai altamente recomendado. Sou suspeita, porque sou fã mas é mesmo de se ler.

ADORO O NATAL!


Seis meses atrás


ADORO O NATAL!


Dinamarquices e não se fala mais nisso!






ADORO O NATAL!


Podia bem ser uma Joana


A Joana gosta das festas todas que o ano tem.
São os anos dela, do primo, o dia do pai e da mãe.
É o alegre Carnaval e a Páscoa a seguir,
são os santos populares e o mais que está para vir.

A Joana gosta das festas todas que o ano tem.
E se o Natal custa a chegar, pergunta ao pai e à mãe
se Dezembro ainda vem longe e quando vão comprar
o pinheiro para pôr na sala com sinos a brilhar.

A Joana gosta das festas todas que o ano tem.
Mas a festa de que mais gosta (já disse ao pai e à mãe)
É essa, a do sapatinho que se enche de prendas,
jogos, livros e bonecas vestidas com rendas.

A Joana gosta das festas e nem achava mal
que todos os dias do ano fossem sempre Natal.

Das coisas boas

Uma das coisas que mais me impressionou na Dinamarca (Aarhus mais propriamente) foi a honestidade das pessoas com o sistema de compra de bilhetes nos transportes públicos. A entrada para os autocarros faz-se pela porta traseira onde estão as máquinas para compra ou picagem dos bilhetes. Mas os autocarros são compridos e o condutor está duzentos metros à frente. Não vê as entradas nem as máquinas nem as compras. Mas juro por Deus que TODAS as pessoas validam a entrada, comprando o bilhete. Cá, mesmo com a pressão de o motorista estar ali junto à entrada e ao sistema de validação dos bilhetes e de passarmos por ele na entrada, o ideal número um é aldrabar o sistema (nos transportes e não só, de resto). Mas ali não. Toda a gente contribui. E isso é bonito. Diz muito deles.

No demais, almoçam às 11.30 h., jantam pelas 18.00 h., às 15.30 h. do Inverno é noite, faz frio e chuva. Curiosamente, as pessoas não usam guarda-chuva e não comem sopa. Mas é quentinho dentro de portas, o pão é óptimo e fazem umas sandes maravilhosas e gigantescas. O café é americano mas há bons cafés "portugueses" aqui e ali. A summerbird é uma loja de chocolates de perder a cabeça e deixaria meio ordenado na Tiger. Toda a gente anda de bicicleta, coisa mesmo gira de se ver. Tudo começa exactamente à hora marcada (transportes incluídos). As casas são baixinhas e de ar acolhedor, fala-se inglês como se fala dinamarquês. É seguro, super giro e de bom ambiente. O aeroporto parece uma casa particular onde por acaso aterram aviões, cem coroas são quase quinze euros e isso serve de referência para todas as coisas. No Verão o sol vive até às dez da noite. Os pais passeiam os filhos bebés nos carrinhos, independentemente das condições meteorológicas, bebés esses loirinhos e lindos de morrer. As pessoas são simpáticas, estão em forma e gosta-se delas. Gosta-se de tudo, na verdade. Mas ainda assim, a melhor coisa da Dinamarca é o meu irmão.

Sábado à noite na capital

Uma noite em casa de Amália

Anda comigo ver os aviões

(Aviso à tripulação: este post dá mais uma volta ao mundo antes de chegar ao centro da terra).

Por alturas do Euro 2004, a partir de certo momento, coincidente talvez com o bom desempenho de Portugal ou quem sabe por força de um espírito bandeiristico que assolou as janelas do país, aqueles de nós que vão fazendo dessas coisas, começaram com os rituais. Vamos chamar-lhes assim por ser superstição uma palavra muito forte. Cada um contribuía com o que podia e pensávamos que se naquele jogo em que ganhamos 2-0 fizemos A, B e C, agora neste próximo que nem nos passe pela cabeça fazer diferente. E era ver os jornalistas com as mesmas gravatas, os entendidos com as mesmas canetas, a equipa técnica com a mesma camisa, eu com uma mesma peça de roupa, naquele mesmo sítio, sentada ou a pé com as mesmas pessoas. Acho que isto não se explica, esta sensação de contribuir com algo, com uma pequeníssima coisa para alcançar um objectivo maior que, em boa verdade e sejamos sinceros, não depende absolutamente nada de nós.
Isto posto.

Já aqui falei, creio, do absoluto pânico que tenho de andar de avião. O "problema" é que adoro viajar, entendido como estar nos sítios e não como forma de lá chegar. Como adoro viajar, sempre que marco a próxima viagem estou absolutamente entusiasmada mas chegando dois ou três dias antes "o que é que fui fazer à minha vida?". E estou enjoada, com dores de barriga, em forte nervosismo, estados que se intensificam para vómitos e tremores constantes durante o voo propriamente dito. Não gosto, pronto. E nem me digam que é o meio de transporte mais seguro. Prefiro o carro ou o barco. Tenho aquela ideia romântica de que no fundo sei andar e nadar mas voar, zero, por isso tragam-me a terra ou a água. Acabo sempre a viajar no ar, bem se entenda, mas adiante.

Tenho os meus rituais de voo, de que não abdico, naquele sentimento de contribuir para o grande propósito de chegar sã e salva ao destino. Assim sento-me, aperto o cinto, agarro a mão do P., fecho os olhos e assim vou. Não como, não falo e tento não me mexer mais do que a minha inquietação obriga. O P. vai falando comigo e grunho uns sons, literalmente. Louvo-lhe imensamente a paciência porque sou um ser intratável dentro de um avião. Viro bicho. Depois há a outra parte, do descontrolo. Tremo dos pés à cabeça e às vezes choro. Toda eu viro um sistema nervoso gigante em estado de pulgas e porto-me mal. Não é bonito de ser ver, não senhora. Mas não consigo evitar e vou mesmo em sofrimento. De tal forma que penso sempre que para a próxima tomo um calmante (como não uso esse tipo de coisas, faria por certo bastante efeito). Mas depois o tempo até à próxima viagem passa, eu esqueço-me do que custou (não é assim a memória?) e na viagem seguinte começa tudo outra vez.
Bom, não desta vez.

Três dias antes da partida já andava em indisposição. Em conversa com amigos, falaram-me maravilhas de um produto natural e decidi-me por ele. No dia e hora, quarenta minutos antes da partida, duas pastilhinhas brancas.
Primeiro pensamento depois de me sentar no avião: se nunca tomei remédios para isto e correu sempre tudo bem, será que os comprimidos vão alterar a mecânica? Me-do!

O ser humano eu é muito estranho.
E tudo isto para dizer no fundo que já fui e voltei da Dinamarca. E que adorei!