Quem disse que tem de ser normal?
Metemo-nos nesta coisa louca de termos um oceano entre nós durante um ano porque quisemos. Ninguém nos obrigou. Foi uma decisão muito díficil mas tomada em conjunto. Custa mais do que podemos explicar. Custou acima de tudo o início. Nós com uma bebé de uma semana e quatro dias e o P. a partir por nove semanas. Foi duro. Tão duro que não pensamos nisso e vivemos um dia de cada vez. O P. diz que cada dia é só mais um dia, acordamos, vamos trabalhar, é o normal. Com a particulatridade de haver viagens de avião pelo meio. Muitas e longas.
A verdade é que ao fim de três meses tivemos a oportunidade de repensar este modelo. Decidimos mantê-lo com algumas melhorias, que implicavam um esforço para não estarmos mais do que duas semanas separados. Só agora começa a resultar. O P. esteve em Portugal em Março. Voltou ao fim de quatro semanas. Duas depois estávamos nós de malas feitas para os Estados Unidos. Daqui a treze dias o P. volta para duas semanas em casa. Passado pouco tempo volta para outras duas. Em Agosto tem três semanas. Em Setembro hei-de voltar eu. Outubro faz anos a piolha e um passou assim, a voar. Com o P. a voar essencialmente e comigo e com a C. a fazer o que podemos nos intervalos.
Não é fácil, ninguém disse que ia ser fácil. E também não é normal. Mas quem disse que o normal é que está certo? Estamos apaixonados pela nossa família e não há nada mais certo do que isso.
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