"Nunca na minha vida quero mudar de casa nem de escola"

Estávamos a caminho da escola numa segunda-feira de manhã quando, do nada, a minha filha mais velha me diz:

- Nunca na minha vida quero mudar de casa nem de escola.

Assim, com todas as letras e o peso do nunca.

Por um lado, é mesmo minha filha! Eu tenho "alguns" problemas com mudanças (embora em casas tenhamos já alguma experiência em mudar) e em podendo prefiro deixar como está.

Mas por outro, que criança de quatro anos tem este discurso?

Admito que seja em muitos pontos uma coisa boa. Quer dizer que está feliz com o que tem, gosta da casa, gosta da escola. Fico imensamente feliz com isto. Mas não deveria querer coisas novas? Deveria estar preocupada em mudar? Ainda lhe expliquei que quando tinha um ano mudou de casa (cidade e distrito). E quando tinha dois mudou outra vez. Mas disse-me que já não se lembra mas que agora é crescida e não quer mudar. Pronto.

Os genes são tramados!
Mas numa note to self: Se calhar devia mudar o meu discurso em termos globais e aceitar melhor a mudança. Não tenho presente que lhe diga que mudar não é bom (antes pelo contrário, acho eu!) mas esta ideia dela só pode vir de mim, esse bicho anti-mudança. Temos todos muito que trabalhar, right?

Mãe extraterrestre?

Estava eu a comentar que não conseguia encaixar o meu novo vício no meu dia (leia-se, o estudo da aromaterapia), quando o meu homem sugeriu que uma vez por semana eu saísse à hora do costume (por volta das cinco geralmente) e fosse para um café ou outro local à minha escolha dedicar-me a mim durante uma hora. Um dia por semana em que não ia buscar a C. antes das cinco e em que estava só no planeta eu própria. Até fez umas contas sobre a percentagem de redução de tempo que isso implicaria na minha vida com ela e tudo (e era baixa na verdade).

A minha reacção imediata foi não.
Sinto bastante estranheza em mim quando, em horário em que "não é suposto", estou a fazer outras coisas que não filhas. Exactamente o mesmo sentimento que acho que teria se tirasse um dia de férias e fosse deixar a C. na escola. Nem sei a que isto me soa mas é estranho. Talvez soe à tão famosa "culpa" das mães. A verdade é que as horas que não são de trabalho são delas e usasse essas mesmas horas para outra coisa qualquer... bem, acho que não me sentiria bem com isso.

Mas depois se pensar a fundo nisso, fico a pensar se serei extra-terrestre.

É que na verdade, embora pareça que eu sinto a "obrigação" de estar, o que acontece realmente é que  o que eu sinto é vontade de estar. Quando saio do trabalho apetece-me mais filhas que livros. Apetece-me mais tempo com elas do que tempo sozinha. E sim, claro que gostava de ler mais, estudar mais, não fazer mais de nada. Mas nada que se compara com elas. Por isso talvez aquilo que sinta seja "culpa" de mãe. Ou talvez seja afinal só mãe (e não sei o que é mais grave!)

Registo de despesas

Em cumprimento de uma das (não) resoluções de ano novo, desde que comecei o registo tenho cumprido religiosamente, com todos os cêntimos a serem devidamente apontados. E gasta-se tanto dinheiro..!

Até agora, oitenta euros numa consulta (au!)
Cem em supermercado (super au!)
E doze em refeições fora (o que na verdade nunca acontece)

Não sei se gosto disto..!

Amanhã, Coimbra

Amanhã temos um almoço com antigos colegas da Faculdade, nossos amigos dos tempos de Coimbra que nos dias que correm só encontramos em casamentos. Não sei bem quantos somos mas em crianças devemos estar quase a superar os adultos. E isto é bonito. Voltar a Coimbra de sempre, para amigos de sempre, com os filhos para sempre. 

Bom fim-de-semana!


Peixe anfitrião

Foi sugestão do P. o conceito de peixe anfitrião para designar a minha própria pessoa quando em referência a bactérias. Em tempos já me tinha dito que eu sou um hotel de cinco estrelas para estas amigas e é bem capaz de ser verdade. Vem a suceder que com alguma frequência acontecem coisas estranhas em mim; como os lábios incharem brutalmente da noite para o dia, episódio que se repetiu pelo menos quatro vezes nos últimos três meses, como ter aftas absolutamente incríveis na boca, ao ponto de quase não conseguir proferir correctamente as palavras. Como fazer feridas que demoram anos a cicatrizar. Como ter a pele dos dedos a abrir (literalmente) parece que com falta de água. Entre outros, talvez. 
Já fiz análises - um check up de rotina na verdade - e está tudo ok- Por isso a explicação acho que passa mesmo por ser um bom anfitrião para bichezas várias, vá-se lá saber porquê. Eu acho que é porque sou querida e fofinha, está frio na rua e o meu organismo é mais agradável e sou simpática e não tomo drogas para dar cabo deles. Mas é só a minha opinião.


Fim de semana de filhas

Na semana passada senhor meu homem foi para parte incerta na quarta para regressar sexta à noite. Sexta à tarde, estava ainda away e recebo uma mensagem dele a dizer:

- Quão chateada ficavas comigo se ficasse fora o fim-de-semana?

Ahh que boa piada! Foi engraçado, gostei. Já podemos seguir em frente.
Não?
Era mesmo a sério?

Foi assim que entrou em casa sexta-feira às onze e meia da noite e que saiu no sábado pelas nove. Com dose repetida no domingo, mas desta vez a sair às seis da manhã.

Com isto deixou uma mulher (eu) com duas filhas (as minhas) todo um santo fim-de-semana. Home alone! Com o plus da chuva.

E qual não foi a minha surpresa?
Tivemos um fim-de-semana maravilhoso, as três!
Conseguimos brincar - sendo que uma tem quatro anos e a outra um, idades muitooo diferentes para brincadeiras. Pintamos. Desenhamos. A C. e eu inventamos uma história (chama-se - ideia dela - "A corrida da Julieta" e ainda hoje lá voltamos), bem como um jogo (que jogamos uma hora seguida no domingo, com (centenas) de cromos antigos da (antiga) caderneta da Frozen. Fizemos madalenas. E consegui no meio de tudo fazer e dar almoços e jantares, banhos, roupas, obrigações (por acaso a C. ajudou a estender a roupa enquanto que eu arrumava a loiça e a pequenina dormia). Ainda conseguimos sair um bocadinho de casa no meio de um mini intervalo da chuva. E foi zero - mesmo - stressante ou cansativo. Foi simplesmente um bom fim-de-semana. E se calhar eu já não ficava tanto tempo seguido sozinha com as duas e achava que ia ser confuso. Mas não foi. 

A juntar a isto o homem chegou domingo à noite pela primeira vez em muito tempo bastante entusiasmado com o trabalho que tinham produzido (andam metidos num projecto e são muitos de muitos países). Por isso foi atípico mas acabou por ser bom e eu aprendi uma coisa importante, além de ter confirmado outra: as minhas filhas são as maiores do mundo! Muito amor!!

Acabamos com a televisão?

Uma coisa mesmo engraçada é pensar que estamos em fase de negociação do contrato de tv+internet+telefone e que consideramos acabar com a parte da televisão.

Porquê?
Netflix!

Deixamos de ligar a televisão tradicional para passar a ligar só Netflix - e nem é de estranhar porque somos pelas séries e filmes acima das outras coisas. Mas a tecnologia está mesmo a mudar a nossa vida.

E nisto lembrei-me que ando totalmente embrenhada num trabalho que tem tudo a ver com isto, de onde a Netflix é aliás um grande exemplo, e que se achamos que sabemos alguma coisa da nossa vida ou escolhas, estamos totalmente enganados. Bem-vindos à super inteligência artificial.


Já se sabe que sou uma romântica mas isto é de mais

Em Agosto passado recebemos a novidade do casamento de uns amigos, que seria este ano nos Açores. Alguns meses mais tarde, anunciaram finalmente a data que tinham fechado com Padre, quinta, etc. e ficou marcado para 28 de Setembro.

Aqui há uns dias, anunciaram que afinal iam adiar o casamento para 2020.
Fizemos cara de ponto de interrogação.

Pois que sucedeu que o noivo transmitiu ao chefe o seu plano de casar em setembro deste ano e o mesmo chefe disse que bem, bem era ter juízo. Que a altura é má, que não pode estar agora a pensar no casamento, que se desconcentra, que todo o mundo gira em torno do trabalho e dane-se a vida pessoal, quero lá saber.

E é isto.


E bem, acho que não tenho mais nada a dizer.

Actualizando o post anterior

Não, não vai haver casamento...!

BLÉ!

Para que fique escrito!

Amanhã temos um lanchinho de família (super fofo, não é?) em casa da M. e eu deixo aqui publicamente a minha convicção de que serve o mesmo o propósito de nos comunicar que vai casar. Reforço ainda dizendo que fiz uma aposta nesse mesmo sentido, em que caso tal seja verdade, não terei de pagar a prenda de casamento, pois isso será assegurado pelo perdedor da dita aposta. Segunda-feira conto as novidades!

(E o casamento da M. seria uma coisa maravilhosa!!)

Uma espécie de resoluções?

Não me lembro de fazer resoluções de ano novo nos últimos anos. Há várias coisas que eu gostava que fossem melhorando ao longo dos tempos - muitas delas falei aqui - mas aquela lista com os to do's para o novo ano, não tem acontecido (se calhar devia). Esta lista deveria no entanto incluir aquelas clássicos de fazer mais exercício, comer melhor, desligar mais da tecnologia, aproveitar melhor o tempo, viajar, ler mais, escrever mais. Os básicos. Não quer dizer que me esqueça disto, mas não vou fazer do tema resolução.

Duas das coisas que gostaria no entanto que viessem a acontecer, e só estou a usar o ano novo porque tem cheiro de recomeço, são as seguintes:

- Controlar as minhas finanças;
- Fazer lanches e pequenos almoços mais saudáveis.

Vamos por partes.

As finanças cá em casa funcionam numa óptica de divisão. Ao contrário de muitos casais que têm contas comuns com que pagam despesas comuns, nós temos contas separadas com que pagamos despesas comuns. Um paga umas coisas, outro outras. E o método financeiro melhor é o que melhor resultar entre as pessoas - e este resulta. Para além disso, há um valor mais ou menos fixo que cada um poupa e que, esse sim, é canalizado para uma conta comum (onde em regra não se mexe). 
Ora, neste esquema financeiro de complexidade muito baixa, há uma margem para perder algum controlo sobre os gastos. No meu caso por exemplo, que sou a pessoa responsável pelas compras, não sei bem se em cada mês gasto 10 ou 20 (ou 100 ou 200), porque não estou a manter registos dessa informação. O que acontece é que eu sei a cada momento qual o saldo da minha conta, mas não sei como devia saber onde estou a gastar o dinheiro (ainda que saiba que não gasto em coisas parvas). Deu para perceber portanto que perdi entretanto o hábito de fazer registo, através de uma app que instalei para esse efeito (muito útil por sinal).
Veio a suceder que esta pessoa responsável, pagou todas as compras de Natal e este ano apanhou um susto. Porque onde deveria estar ainda, vá, meio subsídio de Natal, não estava afinal quase nada. E com toda a honestidade, não faço ideia como isso aconteceu.
Posto isto, controlo impõe-se. 
Pretendo saber exactamente como todos os cêntimos que ganho são gastos - e quem sabe melhorar os consumos mensais, reduzindo-os. 

Os lanches e pequenos-almoços, não é tão diferente. Na verdade estamos naquele mood pão-leite-bolachas-fruta e é necessário fazer coisas novas e melhorar. Vejo milhares de posts e blogs com receitas saudáveis para todos os gostos e feitios, tenho imensos livros de receitas da especialidade e não consigo melhorar. Verdade que não ajuda a lista de ingredientes pseudo manhosos que ninguém tem em casa nem sabe onde encontrar. O que queria mesmo eram receitas fáceis, rápidas, com coisas que estão na despensa. Como o bolo de chocolate que fiz hoje, que só levava ovos, óleo de cocô, essência de baunilha e chocolate preto. Em cinco minutos se fez um bolo, ok não tão saudável assim mas pelo menos não tinha açúcar nem farinha, sem ter de fazer o pino e três mortais à rectaguarda. 
Se calhar, talvez tenha de me esforçar um pouco mais, não sei bem. Mas gostava que as opções que comemos, em especial a minha filha que é muito do contra ao pequeno-almoço e leva lanche todos os dias, fossem melhores para todos. 2019, é agora!

Esta é a história da nossa casa de praia

Há trinta e dois anos o meu avô comprou uma casa na praia. Há trinta e dois anos que fazemos lá praia. Quando éramos pequenos começávamos em Junho a ir aos fins-de-semana e ficávamos depois Agosto inteiro. Depois crescemos e eu passei a ir nas férias da faculdade e a ficar um ou dois meses seguidos. Partilhamos a casa com tios e primos, vivemos lá todos de férias, avós, pais. Tem seis camas onde dormem oito pessoas e teve um sofá cama durante muito tempo. Há quatro ou cinco anos recebeu um beliche. Viu nascer e crescer as minhas filhas. Viu nascer e crescer todos os meus primos. Já todos por lá andamos, uns mais, outros menos. Uns compraram uma casa mesmo, mesmo ao lado e a casa que o meu avô comprou na praia passou a ter vizinhos primos. Abriu entretanto uma escola. O centro continua mesmo ao lado, mas tem mais lojas. Há mais restaurantes. Há uma praça com bares, um centro com concertos e eventos. E há a nossa praia de sempre, com o nosso mar, os rochedos. E o nosso parque.
A casa que o meu avô comprou na praia há trinta e dois anos esteve sempre ao serviço da nossa família. Foi sítio de férias e foi casa de todos os dias quando se precisou dela. Foi dos meus avós e foi dos meus tios. Foi dos meus pais e nossa e nunca esteve ao abandono. Já vivemos a uma hora e já vivemos a quatro e nunca, em trinta e dois anos de vida, houve um ano que não tivesse lá estado. É a nossa casa de sempre, que por circunstâncias da vida agora é mesmo nossa. Sem que isto mude absolutamente nada. Porque vai ser sempre a casa que o meu avô comprou. E eu sei que ele ficaria feliz com isto.

Se eu tivesse mais tempo

Não me posso de forma alguma queixar. Sou uma privilegiada, daquelas com P maiúsculo, sublinhado e a negrito. Raras são as vezes que chego a casa no fim do trabalho depois das cinco da tarde. Isto não existe (embora nesta fase o que "ajude" seja a amamentação e o horário para esse efeito). Sei bem a sorte que tenho.
Mas somos insatisfeitos e reivindicativos, reclamamos e queremos sempre mais e eu não sou diferente. Raras são as vezes em que depois do almoço não deseje não ter de regressar ao trabalho. 

Chegar a casa às cinco da tarde é uma benção. Tenho tempo para brincar, fazer o jantar, dar banho às duas, jantar, brincar e deitá-las e ainda não são dez da noite. Mas isto é rotina. Não encontro espaço para fazer uma coisa diferente, fora uns lanches ou passeios ou compras de vez em quando. Espaço para me dedicar, por exemplo, a actividades com a mais pequena, como música. Espaço para ir a horas do conto. Espaço para os concertos infantis. Na rotina dos dias (não sei porquê) não cabe o extra (e por isso eu nem imagino como seria chegar por rotina às oito a casa - quando me acontece parece um caos).

Por isso na verdade estou convencida que devia haver mais espaço para se ser outra coisa além de trabalhador a tempo inteiro, quando há essa vontade. Eu gostava de ser mãe a tempo mais completo. Porque de facto este cenário em que temos os filhos para não passarmos tempo com eles não é para mim (e repare-se que até tenho a "consciência tranquila"). As minhas filhas, a minha vida pessoal, são a minha prioridade mas o meu dia-a-dia acaba a priorizar outras coisas, sem que tenha controlo sobre isso. No fundo, temos vidas estúpidas, é o que é (e mudá-lo seria uma boa coisa para 2019).

Alta definição de coisas nada importantes

Gosto do calor. Não gosto de ter frio.
Gosto de lavar o cabelo. Não gosto de ir ao cabeleireiro.
Gosto das minhas unhas. Não gosto da minha barriga.
Gosto de dormir. Não gosto de acordar dez vezes por noite.
Gosto de comer. Não gosto de engordar.
Gosto de chocolate. Não gosto de brócolos.
Gosto de café. Não gosto de cerveja.
Gosto de viajar. Não gosto de andar de avião.
Gosto de casas. Não gosto de obras.
Gosto de fazer compras. Não gosto de gastar dinheiro.
Gosto de..

To be continued..!

Semana 2 do manual

Eis se não quando esta alma inscrita no ginásio desde outubro do ano da graça de 2018, conseguiu na segunda semana do ano de graça igual de 2019 ir ao ginásio duas vezes! Yeah me! 


Uma coisa mesmo boa!

Estivemos de férias nos últimos dias do ano, C. incluída, e logo a seguir ao Natal fizemos um dia uma coisa que devíamos ter feito vários: passar a tarde na praia. Saímos de casa de manhã, fizemos os quinze / vinte minutos de carro que nos separam da nossa praia do coração, abrimos todas as portas e varandas de nossa casa para deixar o sol entrar e fomos para a areia brincar. Assim, em pleno Dezembro. Um dia maravilhoso, cheio de quentinho e sol. A pequenina a dormir no carrinho e a C. na areia e pés no mar. Hashtag vitamina D! Tivemos tempo de ir ao parque e lanchar e de estar um bocadinho em casa (agora já de aquecedor), a matar saudades dos brinquedos de Verão. Um dia mesmo, mesmo bom (a C. adormeceu a dizer que ia sonhar com a nossa praia) e nós a pensarmos porque razão não fazemos isto mais vezes, se é tão fácil?

A verdade é que o ano passado compramos por fim a (nossa) casa de praia e queremos muito aproveitar todos os fins de semana, Verão e Inverno, para mudar de ambiente e viver mais devagar. Só não podemos é esquecer-nos disso!


The wonderfull world of the essential oils

Quando a D. me falou pela primeira vez nos óleos essenciais, estávamos em pleno Agosto, na esplanada do parque, de calções e havaianas, a praia já ali, eu pensei "esta miúda 'tá doida!, Olha agora óleos essenciais! Mas que bruxaria é essa?" Totalmente convencida que daí não podia vir coisa boa. Achava o conceito estranho e completamente desajustado. Se alguma vez óleos pudessem operar no tratamento do que quer que fosse. Só podia ser banha da cobra. Achei mesmo que ela se estava a passar para o lado negro da força, tal o meu descrédito.

Com esta idade já devia no entanto saber que estamos sempre a aprender, que nada é garantido, que mudar de opinião faz parte. Neste caso, passei de um gigante "What?!" para um enorme "Vamos lá estudar isso!"

Começou por a D. me ter plantado a semente, apesar da minha desconfiança. Na verdade ela falou com tanto entusiasmo do assunto e com tantas provas adquiridas, que aquilo produziu qualquer efeito em mim.

A verdade é que quando um mês depois a C. começou com tosse, eu lembrei-me dos óleos a meio da noite. Se às quatro da manhã no meio da tosse da tua filha o pensamento que te vem à cabeça é "óleos", se calhar de manhã pensas melhor sobre o tema. E então fui-me informar. Li dois manuais de aromaterapia e falei durante longas horas com uma amiga especialista. Especialista ao ponto de preparar as suas próprias "receitas" e de ter substituído grande parte dos produtos de banho por combinados de óleos. 

A grande vantagem dos óleos - e agora vou falar por elas porque não estou cem por cento convencida - é que ajudam na prevenção de uma série de coisas (desde constipações a desemprego - salvo seja) sendo apenas e só produtos naturais. As suas combinações, entre si e com óleos condutores, resultam em produtos alegadamente muito bons para diversas finalidades. Em especial aquelas coisas como tosse, ranhos, constipações (elas usam também na febre, gastros, dores musculares e um sem fim de fins). Fazem por isso magia, sendo que a magia pode operar topicamente ou por via de um difusor (há uma corrente que defende que alguns podem ser ingeridos mas a essa não vou aderir).

Depois de ter passado algumas semanas a pensar sobre este tema, começou a criar-se em mim alguma fé. Não vou dizer que acredito em pleno na matéria mas ficou cá qualquer coisa. De vez em quando falava dos óleos em casa e fui sempre trocando muitas mensagens num grupo que entretanto se criou para debate do tema.

Veio a suceder então que o Pai Natal achou que eu me portei mesmo muito bem este ano e deixou-me na meia pendurada na árvore um kit de aromaterapia, com um conjunto muito variado de óleos e um difusor. Esta coisa fofa:



Passado dois dias comecei a usar o difusor (topicamente ainda não foi necessário - graças a Deus!) e se acredito que aquilo é anti bacteriano quando colocado o Thieves ou anti viral com o Lemon? Ora bem... vamos dizer que acredito qb. Mas que dá um cheiro maravilhoso e um ambiente saudável, isso sem dúvida.

Tenho imensa vontade de aprender e saber tudo sobre este assunto e há um lado que acredita que poderei, quem sabe, ter bons resultados quando aplicado correctamente. Vou abster-me de usar para fins médicos - não vou querer combater a febre com isto porque me parece medicina demasiado alternativa, mas naquilo que em princípio não tem medicação associada (tosse, nariz entupido), parece-me mesmo uma boa alternativa. Isso e, claro, purificar o ar.

Sinto que é todo um novo mundo de conhecimento por adquirir e uma prova de que às vezes sou estúpida sem necessidade. De facto, eu achei que a D. tinha entrado num mundo quase obscuro e meses depois é ver-me igual. Quase que a "julguei." Estamos sempre a desacreditar de opiniões diferentes e isso não está certo. Da minha parte, faço um mea culpa. Prometo melhorar (e de certeza que há um óleo para isso!).

Rufem os tambores!

Aguardo neste momento que o estúdio onde vou fazer a tatuagem me dê disponibilidade de agenda para Fevereiro ou Março.
(Na verdade ainda estou a amamentar, mas vou fazer uma pré-marcação e mais perto da data vejo).

Com isto dizer que:

- Fechei o desenho na minha cabeça;
- E não é uma, mas são duas tatuagens!

Nós somos bichos de casas

Há um hobby que se apoderou da nossa família há alguns anos que é o de ver casas. Voyeurismo imobiliário. Para além de recebermos newsletters de diversas imobiliárias, temos o gosto (em especial o P.) de visitar sites, ver montras, analisar panfletos. Foi nesta onda que ainda recentemente nos aconteceu esse problema que acontece a gente como nós, de nos apaixonarmos por uma casa de novecentos e oitenta mil euros (!). Até dá vontade de rir (ou chorar, nem sei).

Há muito neste passatempo que é curiosidade mas há uma parte de atenção ao mercado e uma outra, eu diria que a ganhar cada vez mais peso, de busca pela mudança. Quero com isto dizer que em seis anos de casamento estamos na nossa quarta casa e possivelmente não ficará por aqui.

Quando deixamos Lisboa para vir para o Porto em 2016, saímos de uma zona que éramos nós em forma de terra. Um sítio tranquilo, com todos os serviços, parques verdes, o rio mesmo ali, esplanadas, o nosso trabalho a dez minutos de bicicleta. Vivíamos em Lisboa sem ser Lisboa; não usávamos carro, não tínhamos o stress do trânsito. Estava tudo à porta de casa e pequenas distâncias a pé.

Vir para o Porto foi uma decisão de família, pela família. Se nos primeiros oito meses ficamos numa zona de que gostava imenso (tanto quanto Lisboa em vários aspectos), a verdade é que tínhamos lá bastantes problemas (não só a vizinha doida que nos obrigou a mudar de casa, como um trânsito infernal - de demorar por vezes uma hora a chegar a qualquer lado). Por isso mudamos. Mudamos para um sítio que não tem vizinhos loucos nem trânsito infernal, onde tem todos os serviços, onde a escola da C, é a cem metros, onde há vários acessos. Mas onde falta o verde e a calma. Onde cheira a poluição, onde não há esplanadas ao fim-de-semana nem parques. E isso tem na verdade um grande peso para nós. Mais que a escola? Estamos a decidir.

A cidade onde vimos a casa de um milhão (que jamais em tempo algum consideraremos se quer!) tem calma e tem paz. Tem parques e verde. Tem esplanadas e mar. Não tem a escola mas poderá ter outras escolas. Sim, andamos a pensar. Há duas cidades onde gostava de ir morar e nenhuma delas é o Porto. Em três anos percebemos que afinal o Porto não é a nossa cidade - por muitas coisas boas que tenha. O P. diz muitas vezes que mesmo que tivesse recursos ilimitados, não conseguia escolher uma zona aqui para morar porque nenhuma é "the one" (ainda mais difícil com recursos limitados). E na verdade acho que ele tem razão (ou nós é que somos mesmo esquisitos).

Há muita, muita coisa a considerar numa mudança de casa, ainda mais de cidade (ou distrito). Temos aqui o nosso trabalho e a C. a escola (que adoramos! Ela nem quer ouvir falar em mudar). Mas é um pensamento que está a ganhar forma, quem sabe para ter substância em 2020 (ano que a C. entra na primária e a I. - se tudo correr bem e não tiver de ser antes - no infantário). Por isso vamos continuar atentos em 2019 e quem sabe se não haverá novidades.

É engraçado que para ganharmos um hábito sejam precisos vários dias mas para descarrilar baste um deslize. Preciso de um esforço brutal para não comer doces e se conseguir uma semana é um feito que me custou horrores, mas basta um segundo para deitar tudo a perder. Não é equilibrado, pois não?
Dezembro foi um mês atípico nas rotinas. Acho que por responsabilidade das festas, bem como dos dias antecedentes em que há toda aquela azáfama. Este ano, juntaram-se vários dias de férias no final do ano mais uma festa de anos. Não fui um único dia ao ginásio e curiosamente isto chateia-me não pelo sentimento de falhar um dever mas por perder na verdade um prazer (estou a gostar muito!). E não sei bem como nem porquê, perdeu-se igualmente a escrita (outro prazer).
Tenho meia dúzia de tópicos a fazer knock knock na minha cabeça constantemente que me dizem "fala de mim!, fala de mim!" mas eu vou adiando. Esta semana houve uma noite que estive sentada no computador duas horas mas em vez da escrita, estive da imagem. Por causa disso, os álbuns de 2018 das miúdas estão ready to go - venha 2019! - e os quadros das fotos do mês estão renovados e pendurados (power by P.) Vou tentar no entanto dar resposta ao bater na cabeça e dar por fim forma de palavras:

- Ao mundo dos óleos essenciais;
- À minha casa;
- Ao ano de 2018;
- Às duas (ou três) resoluções para 2019

(Assim voltem as rotinas).