Bimby ou não Bimby, eis a questão

Fazemos parte dos 5% de população que não tem uma Bimby e seguramente do 1% dos nossos amigos que ainda não se rendeu. Costumo dizer que tenho tachos e braços, de onde posso perfeitamente cozinhar.

Até ao dia em que começamos a equacionar como serão feitas as sopas (sem sal, com legumes xpto, carne xpto ou peixe xpto) da I., quando formos de férias este ano. 

Podíamos levar congeladas?
Não, vamos para um hotel e não um apartamento e não nos responderam quando perguntamos se podiam guardar as caixas na cozinha deles.

Podíamos comprar uma máquina de fazer sopa e levar?
Podíamos mas é super cara e não faz mais nada.

Ao que o homem - que há anos que vem falando da Bimby - sugere aproveitar esta oportunidade que a vida nos deu e seguir finalmente com a aquisição.

Estou um pouco descrente em relação à compra mas dando o benefício da dúvida marco uma demonstração (já do novo modelo).

E meus amigos.. eu que tinha zero expectativas, fiquei totalmente rendida! Aquilo só não tira os pratos da mesa e arruma a cozinha; de resto, faz tudo! Viva a tecnologia. O toque de seguirmos as receitas pelo visor e irmos fazendo o que a máquina diz é absolutamente maravilhoso. Well done, senhores Bimby!

Claro que isto nos abriu um outro problema: a pequenina é cara que dói. E sendo cara que dói, o processo de decisão de a comprar está a ser demorado, com avanços e recuos. Um dia queremos e vamos lá fazer essa loucura, no outro dia se calhar não precisamos assim tanto dela.

Chegamos assim a uma lista de "a favores" e de "contras", que será tida em consideração na decisão final (vamos ter uma segunda demonstração, desta vez particular, de uma amiga que não vende mas tem e é fã).

Ora então:

A FAVOR
- Não é preciso estar o tempo todo da preparação à beira dela - posso usar esse tempo para outras coisas;
- Não queima a comida;
- Cozinha de forma saudável;
- Tem milhares (de milhões?) de receitas;
- Permite planear ementas mensais e enviar lista de compras para o telefone;
- As coisas não "saem mal"

CONTRA:
- O preço;
- Falta de personalidade da comida - as receitas são iguais para toda a gente;
- Continua a ser preciso descascar;
- Risco de não me habituar a ela e não usar;
- Risco de me habituar de mais e nunca mais conseguir cozinhar sem ela

Alguém quer acrescentar alguma coisa?


Há um ano atrás

Ora que exactamente há um ano atras, estávamos precisamente a lamentar o aproximar dos 30.

Lamento esse que não durou muito, em face da FANTÁSTICA, ESPETACULAR, MARAVILHOSA, festa surpresa que o meu homem me fez (para recordar aqui).

Hoje, estamos a dois dias dos 31 e está tudo bem.
Afinal, crescer é bom.

O que salvavas?

Altamente influenciada por "This is us", essa série que me dá cabo do coração, surgiu-me a dúvida do que salvaria caso a minha casa ardesse (Deus me livre) e só pudesse salvar uma coisa.

Estou obviamente a pensar em bens materiais, partindo do princípio de que todas as pessoas estavam salvas.

Se tudo se perdesse e só pudesse escolher uma coisa, o que salvava?


Comecei por pensar na minha caixa de anéis. Não pela questão do valor monetário, que não valem assim tanto, mas pelo imenso significado que têm na minha vida.

Depois pensei na máquina fotográfica, que é o meu maior luxo, o meu Ferrari (sem a parte das rodas).

Mas depois percebi que a única coisa que tinha realmente de salvar era o nosso disco externo, que é no fundo o álbum digital de todas as fotografias da nossa família. O meu arquivo fotográfico desde 2005. As imagens da nossa vida. Não importava mais nada, desde que tivéssemos as fotografias.

No fundo, não há nada como as memórias.


Uma pessoa não dorme mais de três horas seguidas e depois é isto...

Há uns dias atrás o meu homem perguntou-me se tinha visto a aliança dele; não tinha. Fiz um esforço para não hiperventilar naquele momento, afinal em regra ele "não perde, deslocaliza" e deixei passar uns dias.

Nada de aliança.
Ora, quando o homem "deslocaliza" alguma coisa, a dita da coisa costuma aparecer ao fim de pouco tempo. Estava mal guardada.
Mas desta vez, não aparecia.

Perguntei às pessoas que habitualmente se movimentam em nossa casa se não a tinha visto. Ninguém viu. Comecei a hiperventilar. Entretanto, desabafei com as minhas amigas as opções que estava a considerar para o caso de a aliança não aparecer: i) pedir divórcio; ii) ficar muito zangada; iii) deixar lá, paciência (forte incidência na primeira opção!)

Passaram-se mais uns dias, até que decidi abordar o tema, já convencida de que se tinha perdido para todo o sempre.
Como é que ele podia ter perdido a "prova do meu amor e da minha fidelidade" assim?

Obviamente que não estava nada preocupado, sempre convencido de que apareceria, eu em stress, como é que ele conseguiu perder uma coisa tão importante. Até que me diz,

- Deve estar em qualquer lado. Com as obras dos armários, de certeza que a pus noutro sítio. Amanhã procuro.

Obras. Armários. Por noutro sítio.
De repente o meu tico e teco encontraram-se e.. espera aí!

A aliança do meu homem estava na caixa dos meus anéis, onde EU a tinha posto no dia em que começaram as obras, para não ficar em cima da cómoda a solta.

É grave, eu sei.

Pergunto-me se seremos todas assim...

Metemo-nos numa empreitada em casa que consistiu em remover totalmente dois armários embutidos de dois quartos, substituí-los por outros e colocar ainda, em três outras divisões, outros três armários.
Parecendo que não, foi obra para dois dias inteiros, toneladas de pó e tralha por todo o lado (para dar uma ideia, dormimos na sala duas noites).
Só passado uma semana do fim da obra consegui ter tudo organizado e arrumado em condições e, como tal, respirar de alívio.

Reconheço no entanto que obras de monta têm algumas vantagens (além da óbvia de ficarmos com coisas novas) e uma delas é sem dúvida passar em revista todas as coisas que temos guardadas e tivemos de tirar dos sítios. Permite i) encontrar coisas que não víamos há muito tempo e gostamos; ii) dar o que já não queremos; iii) deitar fora o que não presta. No fundo, destralhar, que é coisa de que gosto muito (e nem sempre pratico, shame on me).

O departamento mais afectado desta vez foi o das minhas carteiras. Consegui arrumar em grande escala e fiquei feliz com o resultado final. Ao vê-las em monte, antes de as arrumar devidamente no armário, pareceram-me ainda assim centenas. Mas ao arrumar, tive a alegre surpresa de verificar que são afinal 17. Tenho exactamente 17 carteiras, eu que sou a pessoa que se me perguntassem quantas carteiras tinha, diria que possivelmente umas 30.

17 carteiras parece-me um bom número: 
- São 2 shopers XL
- 4 mochilas
- 4 ou 5 carteirinhas (do tempo em que não tinha filhos)
- E meia dúzia de outras normais, do dia a dia.

O verdadeiro problema desta questão reside no entanto no facto de ter 17 carteiras e usar sempre a mesma!
Também acontece por aí?
Passam-se meses que não mudo, por nenhuma outra razão que não seja a preguiça. E eu nem carrego tanta tralha ao ponto de demorar horas a fazer a mudança. Simplesmente, tenho preguiça. Ou esqueço-me, pronto. Ou então vai-se a ver e aquilo que precisava mesmo era de um armário que as guardasse em condições de as ver todos os dias e me inspirar às trocas!


Entretanto estive a pensar..

Sabem aquela tradição de oferecer uma prendinha ao bebé quando acabou de nascer e o vamos visitar?
Ora muito bem, estou de acordo sim senhor, faço igual (e para o irmào mais velho se o houver, também).

Vendo isto da óptica de quem recebe, tenho a dizer que bem, bem, era juntar à lembrança para o bebé, uma utilidade para a mãe. E qual vem a ser? Pois que nada mais nada menos do que uma refeição pronta a aquecer! Tchanan!

Simples não é? Vamos por passos:

1. Vão a casa da recém mamã e bebé.
2. Levam prendinha lembrança para o bebé
3. Confecionam antes de sairem uma refeição rica e saborosa para a família a visitar (em sendo muito fofinhos, juntem uma sopinha)
4. Acomodam tudo direitinho e levam!

Melhor forma de fazer uma mãe feliz!


Best cross selling ever!

Nunca comprei gomas à minha filha mas a semana passada fomos a uma festa de anos em que a prendinha que o aniversariante deu aos convidados foi um saquinho cheio de coisas do demo, entre elas precisamente um mini pacote de gomas.

Concordei que comesse as gomas com algumas regras (não todas de uma vez) e quando o pacote acabou e o fui deitar fora, reparei neste detalhe absolutamente delicioso.

Na parte de cima do verso há a seguinte mensagem:

"Não te esqueças de lavar os dentes depois de te deliciares com estes doces!"

Seguido da uma segunda mensagem na parte inferior:

"Conhece toda a gama de higiene oral do Continente!"

Não é poético?


Dia P. De Parto

Era uma vez uma linda menina (cof cof cof!) que escolheu para desposar um engenheiro. Confiando que o dito engenheiro saberia fazer contas e tabelas de excel, confiou-lhe a programação da data de nascimento do seu segundo filho. Foi com isto em mente que em casa da bela menina e do senhor engenheiro no início do também ele belo ano de 2017, se calculou a partir de certa altura que sim senhor já se poderia engravidar pela graça de Nosso Senhor, pois a criança já não nasceria no Natal.

Sucedeu no entanto que o feliz casal engravidou e mal se viu grávido percebeu que o risco de nascer no Natal  ou Passagem de Ano era real. Engenheiro a falhar contas desde 1983 e menina capaz de pôr em causa a sua habilidade matemática.

Em teoria a coisa poderia até correr bem, isto é, o termo da gravidez (por termo entendam-se as 40 semanas) era no início de Janeiro, pelo que a nascer com 39 como a irmã mais velha, calharia pelo dia 29 ou 30 de Dezembro. Podíamos viver com isso.

A mãe, eu própria, suspeitava desde o início que a coisa se daria ali entre o Natal e Passagem de Ano e o tempo foi passando.

Quando chegamos a meados de Dezembro, comecei a ter alguns cuidados extra pensando que se a bebé nascesse depois de dia 21, já não passava o Natal em casa. Ora, tendo eu uma filha mais velha e adorando a época, dias 24 e 25 eram dias importantes para estar em casa.

Na consulta das 37 semanas perguntei ao meu médico se chegaria às 40. Ele, com o seu sentido de humor habitual, diz-me que com a saúde que tinha de certeza que chegava aos 80 (anos). Ah Ah Ah.

Decidimos entretanto que, n\ao obstante, melhor seria não fazer a consoada em casa nem o almoço de dia de Natal (ambos estiveram em cima da mesa como opções) porque por esta altura talvez eu devesse descansar e estar sossegada. Certo, menina bonita a cumprir tudo direitinho.

No dia 24 por volta do meio dia estava em casa com a C. porque o homem tinha ido buscar um bolo para levarmos para casa dos meus pais, a preparar-nos para um brunch com uns amigos quando a minha filha mais nova, aqui ainda na barriga, decidiu que queria vir ver o mundo, que isto do Natal é mais bonito cá fora e lá dentro não tem piadinha nenhuma. 

Ligo ao P. a pedir que venha para casa. Ligo aos meus pais para me virem buscar a C. (moram a uns 40 Km de nós). Cancelo o brunch. E às quatro horas do dia 24 de Dezembro estamos a entrar no Hospital via urgências para ver que tal está a coisa.

Por esta altura já estava em trabalho de parto mas dizem-me, porque são imensamente queridos, que como é Natal podia ir para casa e estar quietinha que talvez ainda aguentasse a consoada em família. Muito bem. Vamos para nossa casa, sento-me no sofá, ainda tentamos ver um filme, mas a ideia de ter a C. em casa dos meus pais sem os próprios pais na véspera de Natal cá-me cabo do coração. 

Ora o que fazem duas pessoas normais? Deixam-se estar mesmo assim, coração apertado e tudo, quietinhas? Não! Metem-se no carro para andar 40 Km (notar que da primeira gravidez foram 300, estamos a melhorar) e ver a filha.

No caminho estava já com imensas contrações com cerca de dez minutos de intervalo. Mesmo assim, entrei em casa dos meus pais, dando ainda à minha mãe a esperança de que tínhamos ido para a consoada, apenas para dar um abraço gigante à C. e informar a família que a miúda ia nascer. Mixed feelings de todos.

Ficamos meia hora com a C., o suficiente para as contrações passaram para intervalos de cinco minutos e metemo-nos no carro em direção ao hospital - mais 40 Km.

Demos entrada novamente no dia 24 de Dezembro pelas oito da noite, desta vez para ficar. Instalaram-nos na sala de partos à espera que o trabalho se fizesse, não sem antes oferecerem rabanadas e bacalhau ao P., e nos ligarem o rádio com playlists natalícias. Ali ficamos,  os dois, entre o "oh meu Deus como é que isto aconteceu no Natal?" e o "oh meu Deus a nossa filha vai nascer!"

A espera fez-se bem, entre fotos da família e amigos a partilharem as suas ceias de Natal, a videos do meu irmão com a C. a divertir-se. Ao fundo ouvíamos a consoada dos médicos e enfermeiros, com vários brindes à mistura e eu a desejar que não bebessem em excesso porque alguém tinha de me tirar a criança de dentro.

Estamos entretanto já muito perto da meia noite e as coisas avançam de repente. Começo a sentir a pressão de um bebé que quer vir viver o Natal e entre parteira e enfermeiras a entrarem e saírem, sei que vai acontecer muito em breve. Preparam-se as coisas, a cama onde estou, a sala, luzes (câmara, acção) e a parteira manda-me fazer força. Tenho alguma esperança que seja tão rápido e indolor como da C. mas sinto que estou ali bem mais tempo e com algum esforço adicional. Ouço-a ainda a chamar a obstetra ("Queres fazer o parto? Então anda depressa que está quase a nascer!) A médica chega efectivamente, eu continuo a fazer força mas há alturas em que sinto que não vou conseguir. Há alguns gritos, confesso, há um morder da mão do P. (sorry babe!), há algum desconforto, não exactamente dor, mas mais do que estava à espera dada a experiência anterior. Sei que não estivemos ali mais do que quinze minutos mas parece-me muito tempo até que...

Pôr uma criança no mundo será sempre um milagre. O meu acaba de me nascer e passam quinze minutos da meia noite. È dia de Natal e a nossa prenda é real. Ouvir o choro dela é respirar de alívio e graças a Deus pela saúde. Tenho mais um coração a bater fora do meio e a prova de que o amor de mãe só multiplica. Fizemos mal as contas e nasceu mesmo dia 25 de Dezembro mas já não importa. Somos uma família de quatro a viver feliz no Natal e para sempre.












Dermatite periorificial

Em Abril de 2016 foi-me diagnosticada uma "coisa parva" na cara (falei sobre ela aqui, utilizando precisamente este termo técnico) que me pôs a antibiótico nada mais nada menos do que nove meses.

Engravidei no ano seguinte e no último mês de gravidez, os sintomas que tinha tido anteriormente, estavam a repetir-se.

Confesso que deixei passar algum tempo mas quando me dignei a consultar um médico, estava já totalmente certa do diagnóstico. Desta vez tem um nome mais pomposo mas está de volta em todo o seu esplendor. Obrigadinha, pele da cara.

Estando eu a amamentar uma criança de um mês, a opção antibiótico estava totalmente fora de questão, pelo que me foram receitadas coisas várias para pôr na cara e entregue uma lista de alimentos que não posso comer porque irritam a pele.

É com grande tristeza, revolta e pesar que (tenho esta mer#&! de volta e) não posso comer chocolate. Sim, eu própria, cujo alimento preferido é chocolate, que precisa dele como de pão para a boca, que tem um vício assumido. Acabou-se. E que coisa mai' linda para o dia dos namorados, digam lá!

(Já agora, namorem muito! Mas não comam chocolates, faz mal aos dentes)

Tenho esta dúvida que me assola

Porque é que já pari há um mês e meio e ainda não falei aqui do parto?

(Parêntesis para perguntar se não acham que há qualquer coisa de maravilhoso na expressão "parir" quando aplicada ao nascimento de uma criança?)

Havemos de falar disso, prometo (a mim própria em especial!)

Coisas boas

Estou totalmente maravilhada com o funcionamento do serviço nacional de saúde no que à saúde materna e infantil diz respeito (tenho de falar sobre isso mais em detalhe).

A última grande revelação - e que me fez pensar que os meus impostos andam a ser bem empregues - foi o contacto que recebi do centro de saúde e que consistiu no seguinte:

- Fala a Cisca?
- Fala sim.
- Olhe, daqui é do seu centro de saúde. Queria informá-la que vamos abrir na próxima semana uma turma de aulas de recuperação pós parto e técnicas de massagem de bebé e gostávamos de saber se quer frequentar. As aulas são às quartas-feiras e têm a duração de uma hora.
- Inscreva-me duas vezes!

E foi assim, salvo a parte das duas vezes, que comecei aulas de recuperação pós-parto que me deixam contentinha, conteninha (embora sejam MUITO leves e não vá tirar qualquer emagrecimento dali). Impostos a serem bem empregues porque as aulas são gratuitas e dadas por uma enfermeira que, além do resto, ainda ajuda com dúvidas e dá dicas sobre criar bebés felizes. Obrigada SNS!

Sushi a dobrar!

O fim-de-semana passado foi de grande actividade social para esta que vos escreve. Sexta-feira fui jantar com umas amigas e sábado recebemos para jantar três casais de amigos e respectiva prole.

Tudo isto estaria muito bem (e esteve, de facto) e não seria nada de especial não fosse dar-se o caso, como se deu, de ter jantado em ambos os dias (agora apetecia-me dizer am ambos os dois! Ahahah!) nada mais nada menos do que... sushi !

Somos fãs da iguaria, somos sim senhor.
Não comemos durante nove meses, também verdade sim senhor.
Se era preciso comer dois dias seguidos? Certamente que não.

Foi uma pequena coincidência que nos levou a dois barrigões de sushi, um jantar tradição que fazemos rotativamente pelas casas de três amigos e este fim-de-semana calhou aqui e uma amiga que veio de Lisboa passar o fim-de-semana e que vinha com ganas de sushi (porque não francesinha? não sabemos).

Com isto, estamos contentinhos, contentinhos por haver bons restaurantes de sushi no Porto (eu que morro de saudades do Sushi Time no Parque das Nações) e assim sendo deixo a recomendação:

Eu gosto do dos Pinhais da Foz mas há na Baixa e em Matosinhos

I'm a 30 year old woman with two piercings and one tattoo

(Calma. O título é só para enganar)


Foi uma coisa de impulso, vi e apeteceu-me, mas mantenho-o até hoje (o brinco com que furei).

Entretanto, comecei a pensar no ano passado que giro, giro, era um furo por filho.

È com isto em mente que este ano, dia 17 de Agosto, me deslocarei ao mesmo sítio para fazer na mesma orelha o segundo furo. Pelo sítio em que está o que tenho e estará o que vou fazer, parecem-se mais a piercings do que aos tradicionais brincos (no lóbulo da orelha) - e isto explica metade do título.

Entretanto, quando fiz trinta anos os meus amigos deram-me de prenda a coisa mais maravilhosa: uma tatuagem!
Sabiam que era uma coisa que há muito queria fazer e por isso juntaram-se todos a um estúdio de confiança e o resultado foi um voucher. Teria feito a tatuagem no mês seguinte mas descobri que estava grávida. Por esse motivo pedi prorrogação do prazo e até Março de 2019 (consoante dure o tempo de amamentação), terei a minha primeira tatuagem - isto explica a outra metade do título.

A parte que aqui não está tão correcta é a dos trinta anos porque em rigor o segundo furo será aos trinta e um e a tatuagem possivelmente aos trinta e dois. Pergunta: estarei já demasiado velha?

O problema de ter sonhos

Quando desejamos conseguir fazer algo durante muito tempo, começa a formar-se a ideia de sonho. Não tem de ser a coisa mais ambiciosa de que há memória, basta que seja algo que queiramos realmente.

Eu queria realmente fazer boas fotografias. Sonhava em ser uma boa fotógrafa para captar a essência e a beleza das pessoas. Gosto de retrato. Adoraria fazer retratos, em especial das meninas. Fotografias lindas que pudesse guardar para sempre em albúns e molduras.

Eu achava que me faltava tempo para praticar e que era por isso que as minhas fotografias não ficavam francamente boas (salvo uma ou duas excepções). Mas que assim que começasse a praticar muito, melhoraria a técnica e o resultado seria muito melhor.

Bom, eu estava enganada.
Não pratiquei nada de especial, verdade, mas as tentativas que fiz deixaram-me com aquele sentimento de frustração. Aquela sensação de "eu queria mesmo isto mas se calhar não tenho jeito."

O problema de ter sonhos e de os tentar alcançar, é que por vezes a desilusão é enorme. Eu sonhava com grandes fotografias e percebo que talvez não venha a ser uma grande fotógrafa. Talvez não tenha mesmo o dom que é necessário. Continuarei no entanto a tentar.

Igual conclusão vale para outras coisas, como a ideia que tenho que seria tão feliz a viver do turismo, papelaria ou organização de eventos (da óptica do prestador de serviços ou vendedor) e que talvez se a pusesse em prática seria uma desilusão. Quando digo isto ao meu homem ele acha que o medo da queda não pode ser razão para não tentar. Eu sei que ele tem razão mas enquanto são sonhos, há sempre esperança e quando não se realizam, são só frustrações.