A.D.I.D.A.S.

Longe de mim fazer publicidade, não venham ao engano. Estou em modo A.D.I.D.A.S. sem que nada tenha a ver com desporto, campo em que aliás, já que me dão a deixa, a coisa vai de mal a pior.
Trata-se sim de um modo a puxar para o Japão, em pequenos pedaços fofinhos que só visto, bons que benz'a Deus e que descobri recentemente. É já antiga a luta que mister husband vinha tendo comigo para que me juntasse a ele neste prazer da vida. Mas eu, descrente nessa coisa de "comer até aprender a gostar (ou é bom ou não vai ser), fazia ar de quem "isto não é nada comigo" e pouco insistia. Para ser absolutamente justa, estava até convencida que já muito forçava eu para quem já tinha percebido que aquela não era a minha praia. Pois que estava enganada!
Sexta-feira passada combinou-se a ida para segunda. Foi uma coisa que me deu, essa de repente de, a 200 km. do sítio me ter lembrado dele. Ficou marcado sem plano B e ainda bem. Fui sem fé. Mas finalmente percebi essa loucura que as pessoas têm pela coisa, que não se aguentam uma semana sem comer. Eu própria vim de lá louca, já com planos de voltar todos os dias. E agora pertenço ao mundo. Ando oficialmente all day dreaming about sushi!
 
 

O meu afilhado faz a primeira comunhão dentro de dias e eu tenho para mim que um dia vou ser tia dele. A nossa diferença de idades está a crescer e não tarda vai ser meu sobrinho, mesmo não sendo filho do meu irmão. Eu estou cada vez mais velha e ele, que para mim ainda é um bebé pequenino a quem vou buscar ao berço depois do sono da tarde, não sai da mesma idade. Por isso a nossa distância vai aumentando na proporção em que eu cresço e ele se mantém. Quando essa diferença for enorme e quem sabe eu tiver entretanto filhos da idade dele,  a nossa relação vai passar a ser tia-sobrinho, porque nunca se viram uns primos em que um é adulto e o outro criança.

A tradição ainda é o que era


À D., que casa hoje

"É melhor dois do que um só: tirarão melhor proveito do seu esforço.
Se caírem, um ergue o seu companheiro. Mas ai do solitário que cai: não tem o outro para o levantar!
E se dormirem dois juntos, dormem quentes; mas se alguém está só, como se há-de aquecer?
Se um só é oprimido, dois já conseguem resistir a isso;
O cordel dobrado em três não se parte facilmente."

Leitura do Livro de Eclesiastes

Ai!

A J., que já era vendora Oriflame, tornou-se recentemente, e em simultâneo, vendedora Yves Rocher.

Os catálogos estão a caminho.

Estão a ver o drama e o horror, não estão?..


So what?

Uma das manifestações mais evidentes do meu provincianismo dá de si nos aviões. Não vamos voltar à temática "pânico a bordo", o que só por si já é bem reveladora da coisa, mas foquemos antes na aterragem, aquele breve momento em que as rodas do avião atingem o solo e podemos  todos respirar de alívio outra vez. Atentemos também naquele breve instante em que, na dúvida, as pessoas batem palmas. Uma grande salva de palmas, uma enorme ovação. E eu sou uma dessas pessoas, pronto já disse.

Sei que neste momentos há olhares, mas é mais forte que eu. A felicidade que sinto por o piloto me ter levado de um ponto ao outro em condições de segurança e de não se ter despenhado céu afora, é algo que, honestamente, nem as palmas exprimem. Depois perguntam-me se quando faço o meu trabalho também recebo palmas. Mas, caramba, não está bom de ver que o meu trabalho não tem nada a ver com transportar pessoas de forma sã e salva? Que o meu trabalho não é voar? Seres que levam os aviões nas mãos, esses sim, merecem todo o meu reconhecimento, agradecimento e todas as palminhas do mundo, se com isso poderei continuar a garantir que vão fazendo a coisa como deve ser.

De notar ainda que as ovações são tão mais entusiasmadas quanto mais atribulado é o voo. De tal forma que, quando aterramos no México, depois de quase dez horas do voo em que se ouviu dezenas de vezes "daqui é o vosso comandante, vamos atravessar uma zona de turbulência, queiram por favor regressar aos vossos lugares e apertar os cintos de segurança", por minha vontade teria feito ali mesmo uma estátua ao santo homem que conduziu a ave nuvens e ventos fora, com direito a faixas, banda de música e discurso de agradecimento. Por isso, e na impossibilidade, bato palmas. Bato palmas, sim senhor, e digam o que disserem, que é provinciano, pequeno, trengo, que eu não quero saber. Continuarei sempre a mostrar o meu enorme apreço por quem me faz atravessar o mundo em duas asas.


Ah! Então era isso!

Percebi finalmente o princípio base "não digas nada no blogue que não dissesses aos teus pais" quando,

Eu: Mãe, nem sabes a cena que vi outro dia no autocarro.

Mãe: já sei, li no teu blogue.

Restaurant Week

A coisa de que toda a gente fala por estes dias, começou a Lisboa Restaurant Week, iniciativa que reúne uma série de restaurantes que nas restantes semanas do ano ninguém no seu estado normal quer visitar, os quais muito gentilmente cobram um preço fixo por pessoa por um menu mais ou menos completo. Um quase luxo low cost.

Confesso que não sou uma enorme fã destes eventos. Desde que estou em Lisboa já aconteceram dois ou três (Portugal, Lisboa, Mundo, quem sabe..) e tenho falhado. Há qualquer coisa de estranho nisto. Um pouco como os saldos, aliás. 
Concretizemos.

Quando a altura dos saldos / promoções / reduções arranca oficialmente, é frequente ouvirem-me dizer que tenho de ir ver as lojas. A isto invariavelmente o meu irmão responde com um "se te podem vender as coisas agora por metade ou menos de metade do preço, andaram-te a enganar o ano inteiro." Claro que percebo o conceito de escoar stocks em excesso, de substituir artigos da colecção anterior pelos da seguinte e de o fazer a qualquer custo, mas verdade que não deixa de ser algo desconfortável comprar uma peça por 10 e no dia seguinte, a exacta mesma peça, custar afinal 5. Isto posto, está bom de ver o que aí vem.

Se as refeições preparadas por esses restaurantes custam o ano inteiro preços que não vou nem mencionar, o que é que acontece nesta semana? Nada! Acontece sim que que nas outras 50 semanas, andamos a brincar! Mas isto sou eu a ser má, não esquecer. E forreta, sobretudo.

Ainda assim, note-se, desta vez lá vamos. Mas são condições de alta importância, quase extremas, que o determinaram. Vamos voltar ao sítio de onde saí de anel no dedo. E isso só pode ser motivo para festejar, Com ou sem restaurant week.




Gutten Morgen!


Apetecia-me uma imagem cheia de sol, de verão, de praia mas é o tempo que temos. Ainda assim, é sexta-feira e isso é que é verdadeiramente importante. Cheira a fim-de-semana, especialmente domingo, dia de regresso, benz'a Deus! Saltitarei alegremente da cama antes das sete da manhã, só para ir a correr ao aeroporto arrancar o homem do avião, só para mim! Isto assim não se aguenta! 

Boa sexta-feira!

Bicicletar ou coisas que aprendi hoje, nem sempre da melhor maneira

Por muito quentinho que seja o colete de pelo que trazes por cima da túnica, se não tem mangas compridas, de nada te adianta;

Andar de bicicleta só é giro se não estiver a chover;

O vento é o meu pior amigo depois da chuva.


De resto, estamos contentinhos!

"Ela sai de saia, de bicicletinha!"


Péssima escolha de repertório musical, para começar, mas foi a primeira coisa de que lembrei quando sai de casa. Novo meio de transporte diário, apresento-vos maria biclina. Reduz o tempo de deslocações a metade, alimenta-se de ar, não paga estacionamento, é ecológica e pelo meio ainda me reduz o tamanho das coxas. Claro que, contrariamente à música, não mais poderei voltar a usar saias mas honestamente, como ainda estamos no inverno (!), who cares?

De todos os fusos horários, o pior é aquele em que estou a dizer bom dia ao P. quando ele está a dizer boa noite...



Enfim...!

Bom, é certo que os autocarros da Carris têm uns lugares reservados a deficientes físicos, grávidas e acompanhantes de crianças de colo, situados junto da porta, com mais espaço entre os lugares e, apercebi-me hoje, de tecido diferente dos restantes. Pode dizer-se que estão efectivamente bem identificados e que, por isso, quem não preencher os requisitos e ainda assim ali se sentar, estará consciente de que ocupa um lugar que não lhe pertence. Aceite para não mais ser retirado.

Ponto completamente diferente é a cena deplorável que presenciei hoje num desses autocarros quando entrou um senhor dos seus 70 anos com uma bengala e se sentou num desses lugares, onde estavam duas senhoras que, aparentemente, não se enquadravam no âmbito "deficiente físico, grávida ou acompanhante de criança de colo". Perante esta situação, o senhor pôs as garras de fora e ó má educação para que te quero! Num volume consideravelmente alto (isto é, aos berros para toda a gente ouvir), o dito senhor começou num monólogo, dirigido às duas senhoras, mas dito para  o ar (entenda-se, para a plateia).

- Não há educação nenhuma, não há respeito! Estas duas aqui sentadas! Não sabem ler?? Lugares reservados! Reservados! Está escrito, a vermelho! Mal educadas! Se tivesse aqui uma coima de mil euros ninguém se sentava! Agora assim! Se não houvesse lugar para mim, de certeza que o autocarro não andava enquanto não me sentasse aqui! Olha agora, com este senhor! Até quero ver se se levantam, as mal educadas! "Sente-se aqui, sente-se aqui!" Isto não há respeito! E não se levantam!! Não percebem?! Reservado!! Não estão a ver que os lugares são vermelhos?? São diferentes dos outros?? Não são para vocês! São reservados! Devem ser burras!

Note-se que as duas senhoras estavam sentadas respectivamente ao lado e em frente a ele. Nisto diz uma delas, desesperada:

- Eu tenho um problema de coluna, já fui operada muitas vezes.

- Tem um problema de coluna?? E onde está o comprovativo?? Onde está, diga lá! Problema de coluna..! Tem é problemas de cabeça!

- Tenho sim, já fui operada à coluna!!

- Mostre, mostre lá então o comprovativo!

Ao que a senhora se põe em pé no autocarro em pleno andamento, caindo praticamente em cima do senhor, levanta a saia que era comprida até aos pés e mostra-lhe o fundo das costas, roupa interior incluída. Risota geral, como se está a ver. Mas espanto, sobretudo.

- Tape lá isso, que cheira mal!! - diz o senhor. 

Eu, chocada! Havia uma agressividade tão grande nele que, se no início me pareceu colher a aprovação dos presentes tendo em conta a causa que defendia, a certo ponto começou a ser tão constrangedor, que ninguém sabia o que fazer. Até que enveredou pelo racismo. "E vá mas é para o seu país, e há portugueses de primeira e de segunda, e eu sou é pouco racista, devia ser mais, e vocês são todos uns burros, e nós devíamos era ter-vos roubado tudo, e deviam ser expulsos daqui e vá morrer longe..." 

Há gente tão ignorante, tão mal formada, tão sem a mínima noção que eu fico no meu lugar na dúvida entre nada fazer e dar-lhe com um pau nas costas. Foram vinte minutos de viagem com disparates do princípio ao fim e repare-se que eu saí antes dele, embora não ser antes de ter a felicidade de ver um senhor mais velho a sair em defesa da senhora com o alegado problema de couluna.  Alguém ao meu lado comentou entre dentes que a crise estava a deixar as pessoas numa frustração assustadora. Mas gente assim só pode ter muito mau fundo, independentemente das condições externas. Nota mental: não voltar a andar de autocarro tão cedo!

Um ano é uma grande quantidade de tempo


A decisão de mudança de casa foi pacífica e muito desejada. A concretização nem tanto. Nas vésperas, o P. fotografava tudo o que via, cada canto, cada parede, as janelas, as portas. Queremos guardar esta memória na partida para novas mas será sempre a primeira. Não me deixa tristeza ou mágoa mas se pensar bem..
Foi para aquela casa que fomos depois do casamento, foi onde recebi uma surpresa cor de rosa em duas rodas, onde tirei um curso de espanhol, onde encontrei trabalho, onde fizemos o primeiro jantar do primeiro sábado de cada mês e recebemos amigos, a casa onde a Alzira foi morar, onde o Martins morou, a casa que tinha um moquifo com que ninguém concordou mas cujo nome veio para ficar, a casa onde soube que a agregação estava feita, onde partimos para Palma, para a Dinamarca, para a Madeira e para o México e onde quisemos regressar, de onde saímos para dias importantes, onde fizemos a primeira casa Natal e tivemos a nossa casa.

Fim-de-semana de meninas!


A nossa D. está em vias do dia e nós com o modo despedida de solteira ON! Temos sol, temos um fim-de-semana de primavera - verão e temo-nos juntas outra vez! Just like old good times.

Comprei uma camisa de ganga


E talvez o pedido de divórcio me bata à porta entretanto!

Um sítio chamado verão

A minha professora da espanhol dizia que nós, as pessoas que vivem na cidade, entre prédios arranha céus, no meio urbano, fora do campo, nós, estas pessoas do mundo, temos horizontes visuais limitados. Os nossos olhos batem nas paredes e não vão lá longe, onde a vista não alcança, onde o fim se perde, onde não se chega. Vivemos entre portas. Visualmente falando.

Não vou dizer que é preciso atravessar o oceano atlântico para ver o mar. Mas ajuda. É de perder a vista, é fora dos horizontes, é para além do que se alcança. E é azul, sobretudo de um azul turquesa com brilho de sol. E lindo de morrer!

Achei o México em tudo diferente do que estava à espera e nada do que me disseram. Encontrei praia, mar, sol e água. Nada de confusão e caos e gente, apesar das muitas pessoas. Sossego, na verdade e calma e descanso. Uma viagem à medida das nossas necessidades, que eram azuis e não sabíamos.





De volta nas nem tanto

Dizem que o melhor de viajar é regressar a casa. Nós regressamos na verdade para mudar de casa, coisa bem diferente. Aterramos terça de manhã, tivemos direito a meia hora de sono no sofá à espera da reunião com a casa nova e iniciamos o processo mudanças. Quatro dias sem parar que mudar é dose e nem se imagina o mundo que se acumula. Havemos de trazer fotografias. A má notícia é que ainda não habemus internet e como tal...