Uma cidade por mês - Março em S. Miguel, Açores


 

Sim, certo que ainda estamos no início do mês mas ninguém me manda fazer anos ao primeiro dia, certo? Mais ainda, ninguém manda o meu homem ser O MAIS QUERIDO DO MUNDO e me ter feito uma MEGA SURPRESA com nada mais nada menos do que uma VIAGEM AOS AÇORES como prenda de aniversário! (A exagerar nas maiúsculas, eu sei, já paro, deem-me só mais um bocadinho).

Já falo nos Açores há séculos, achava um destino mesmo MUST conhecer e falava disso várias vezes. Mas o P. achava-o de reforma, de pessoas de idade, muito paradão e fomos adiando. O que concluímos com esta viagem? Que eu estou sempre certa? Boa tentativa, podia ser, de facto! Mas não; concluímos que eu, cheia de elevadas expectativas, fui altamente surpreendida e que o P., com muito baixas expectativas, se surpreendeu ainda mais.

Bem, que SÍ-TIO ES-PE-TA-CU-LAR!

Ficamos três dias, e vou deixar roteiro completo nos próximos posts, mas como comentário geral, ficamos fascinados, encantados, apaixonados, maravilhados, deslumbrados. Quero mesmo voltar para a ilha!

O sanatório

Eis algo que nunca me sentia com coragem para ler, não fosse o bookgang de Fevereiro me ter trazido este livro. Crime, mistério, medo. A contra capa diz exactamente 2para entrar por sua conta e risco" e é um conselho muito acertado.

Primeiro não o podia ler à noite, as vezes que o fiz foi um erro, com pesadelos e coisas assim. Mas lendo à luz do dia, sem efeitos secundários. A leitura é viciante, a história agarra imenso, está muito bem escrito, transmite o medo e o terror de forma muito real mas também o trauma em que vive a personagem principal, fruto de acontecimentos passados. Foi aliás essa a razão pela qual o li, para uma versão de stress pós traumático.

Claro que também tem coisas de que não gostei tanto, por exemplo, a personagem estar sempre a chegar a conclusões e essas conclusões estarem sempre erradas. Ela errar o livro inteiro, às tantas já não é credível, deviam ter-lhe dado uma ou outra hipótese de acertar. Não é a questão de o leitor ser levado a acreditar num ou outro caminho e depois perceber sozinho que estava enganado; é a personagem que faz o seu caminho, conclui algo e está errado; depois faz outro caminho, conclui afinal outra coisa e continua errada. E assim sucessivamente até ao final do livro, até não haver condições para tirar porque só sobra uma pessoa e tem de ser ela. Não adorei, confesso; mas teria adorado que tivesse ser a tirar essas conclusões e a estar errada o tempo todo - algo que só acontece uma vez.

Ainda assim, gostei de sair da zona de conforto e ler algo totalmente diferente, é provável que fique na memória mais do que as outras histórias simples que tendo a ler, por isso é um bom livro para a minha lista.