A festa de Natal da escola da minha filha

Houve um momento este ano em que eu achei mesmo que a escola não ia acontecer. O processo de adaptação foi bastante difícil - como falei aqui - e só melhorou quando fizemos algumas alterações
Desde essa altura até ao momento, as coisas têm corrido bem e atrevo-me a dizer que a C. gosta mesmo da escola. Ainda bem que não desistimos.

Da nossa parte, nós estamos igualmente fãs. O ambiente, as pessoas, o sítio. Estamos muito felizes com a nossa escolha e oxalá corra sempre tudo bem.

A primeira demonstração pública de que esta escola é maravilhosa foi precisamente na festa de Natal.

A festa de Natal da escola da C. foi assim como um abraço apertado. Cheia de sentimentos e quentinho no coração. Escusado será dizer que esta mãe chorou o tempo todo, não só nas intervenções da filha, como de todos os outros miúdos. Uma vergonha (só explicada pelas hormonas extra).

O primeiro momento foi precisamente com a turma de ballet da C. Uma recreação dos ratinhos a costurar o vestido para o baile da Cinderela, toda ela em meninas pequeninas de rosa bebé. Um amor!

Seguiram-se várias apresentações (incluindo os bebés sentados nos colos das educadoras, coisas mais fofas!) e a ternura e o carinho com que toda a gente trata as crianças é mesmo comovente. Adoro o ambiente familiar!

A turma da C. subiu ao palco mais duas vezes, uma para recriar a aula de música, outra com um teatrinho - que (sendo eu suspeita) foi a coisa mais gira da festa, em que ela fez de duende. Tão, tão giro (e pais com gravações manhosas na máquina de filmar, que revimos em casa e que dizem mesmo que somos uma família!). 

Houve espaço para todas as salas, todas as actividades, música, inglês, actividades extra curriculares (tenham muitos ou poucos alunos) e a festa acabou com todos no palco a cantar o hino da escola.

A C., apesar de ter choramingado no início pelo desconforto do desconhecido, pediu em casa para ver os vídeos vezes sem conta e brinca várias vezes "à festa de Natal" em que simula palcos e actuações. Acho que gostou. Eu achei perfeita!     

Actualização do tema licença

Admito: falhei redondamente!

A parte boa é que ninguém se lembra já da promessa do ano passado:

500 posts para 2017
(aqui)

Devo dizer que falhei miseravelmente.

Se não vejamos:

▼  2017 (250)


Não obstante, o que aprendi?
Não faças promessas que não possas cumprir!
Lado positivo em todas as coisas!


Além disso, breve explicação para os factos:

- Março: mês dos meus anos, andei certamente ocupada.
- Julho: férias!
- Setembro: adaptação à escola e período difícil.


Para o ano há mais. Haja saúde!

As frases do nosso quarto (no Natal e todos os dias)

.


Tempo de agradecer #5 – Saúde

Podia ter começado por aqui mas na verdade vem mesmo a tempo de desejar, no dia de hoje e em todos os dias, o nosso bem maior. Não há sorte, felicidade ou bênção comparável com a saúde e que nos perdoem todos os desabafos parvos de “estar gorda, estar magra, ter espinhas, estar feia” porque no fundo não sabemos o que dizemos.

Que hoje e sempre haja saúde na nossa vida.

E um santo e feliz Natal.

Tempo de agradecer #4 – Os meus amigos

Já por várias vezes tenho concordado publicamente com a ideia de que os amigos são a família que escolhemos. Eu não podia estar mais satisfeita com a minha e acho que nisso estou, com eles, de acordo.

Num destes últimos fins-de-semana marcamos entre (quase) todos um almoço de Natal e alguém desmarcou um outro compromisso para estar presente porque – disse ele – a família vem exactamente em primeiro lugar.

É isto que sinto. Que são como a nossa família e estão também eles em primeiro lugar. Os nossos amigos, onde estão necessariamente as minhas meninas.

Falar dos amigos sem um parêntesis às meninas não seria justo. As minhas Amigas, aquelas que elas sabem quem são (embora desconheçam em absoluto a existência deste blog e por isso não se possam aqui acusar) são como irmãs. Já aqui tenho falado várias vezes delas e todos os elogios não serão de mais. Mudaram totalmente a minha vida numa altura menos simpática e estarei eternamente grata, tal como há doze anos atrás. Mantemos ainda o sonho de um dia morarmos todas no mesmo prédio ou bairro e alternar levar e buscar crianças à escola, jantares semanais e cafés todos os dias. Quem sabe.

A parte menos feliz desta história é que estamos longe de quase todos os nossos Amigos. Dos que importam à séria. A parte melhor é que as tecnologias encurtam todas as distâncias e por isso falamos / escrevemos / fazemos vídeos e áudios todos os dias. Não sinto que nos acompanhemos menos por causa dos quilómetros que nos separam, embora fosse obviamente melhor que estivéssemos apenas afastados por minutos. Temos no entanto origens comuns o que significa que há sempre alturas certas em que nos vemos (bem como todas as outras, só porque sim). E de resto, fazemos questão de estar sempre presentes, como eles fazem também.

Estou grata pelos meus amigos no Natal e em todos os dias por todos estes anos de proximidade, união e sentimentos tão fortes que só a amizade verdadeira explica. Não seria totalmente eu se não fosse também por vocês.


Obrigada.

Tempo de agradecer #3 – A minha família

Quando penso na minha família, penso numa confusão de vinte pessoas a fazer muito barulho, a rir muito e a ser maravilhoso mesmo assim. Não mudava uma vírgula.

São uma parte essencial de todas as memórias de infância e tornaram sempre mais ricos todos os Natais, Páscoas, Dias Santos, Dias do Pai, Mãe, Avós e dia nenhum. Não me consigo imaginar sem eles e nem a minha vida teria sido a mesma.

A começar desde logo pelo meu avô, esse homem de que já não há modelo igual, exemplo máximo da família. O meu avô. De quem tenho saudades todos os dias. De quem me lembro todos os dias. De quem guardo tanto. (E a quem sinto que falhei quando não podia e ainda hoje me arrependo.)


Estou grata pela minha família no Natal e todos os dias e espero conseguir passar às minhas filhas a importância e o valor da família. Espero que sintam sempre orgulho, amor, reconhecimento, admiração e saibam reconhecer a importância de quem somos e de onde vimos. Como eu sinto.

Obrigada.

Tempo de agradecer #2 – Os meus pais e o meu irmão

A minha ideia e conceito de casamento vêm exactamente dos meus pais. Foram eles que me mostraram e ensinaram que o juntos para sempre na alegria e na tristeza, na saúde e na doença e o felizes para sempre podem mesmo ser verdade. Casamos no mesmo dia que eles, trinta anos depois.

Esta não foi no entanto a coisa mais importante que me ensinaram.

Os meus pais são um exemplo de como educar, ensinar, acompanhar, apoiar.
Ensinaram-me quase todas as coisas que sei sobre a vida, a família, os amigos, o certo e o errado. Mostraram-me sempre o caminho mais correcto. Continuam a fazê-lo.

Ensinaram-me também dois dos princípios base da minha vida: “nunca te arrependas de fazer o bem” e “ põe-te sempre no lugar do outro.” Procuro nunca me esquecer mas se acontece, eles continuam a lembrar-me.

Isto deve ser um lugar comum mas para mim os meus pais são um modelo, uma inspiração. Temos aplicado na nossa vida vários aspectos que aprendemos da deles e muitas vezes em nossa casa se diz que foi assim que sempre fizeram e resultou. Tem resultado.

De todas as coisas que os meus pais são, e eu não sei bem destacar a maior ou mais importante, há uma gigante, que será pelas que estou mais grata: os meus pais foram toda a minha vida e continuam a ser hoje, a minha rede. Uma rede de segurança, de apoio, de confiança, de conforto, de colo. Uma rede certa e sempre presente. Uma rede que nunca me faltou. Uma rede que está sempre à distância de uma chamada. Uma rede de ajuda imensa, uma mão de tamanho incomensurável. Como as pegadas na areia, sempre ao colo.

Estou grata pelos meus pais não só no Natal mas em todos os dias da minha vida e sei exactamente a sorte que tenho. Sei que não se pode medir.

A esta sorte juntamos o meu irmão.

O meu irmão e eu somos o exemplo de que não é a distância que mede o afastamento, mas muitas vezes ao contrário. Todos os dias da nossa vida até ao que ele saiu de casa nos zangamos um com o outro. Todos os dias depois desse fomos os melhores amigos. Foi meu padrinho de casamento e é padrinho da minha filha. Emigrou e tenho saudades dele. Crescer fez-nos um bem imenso porque ficamos mais próximos, apesar da distância. Não deixa de ser curioso.

O meu irmão tem o sentido de humor mais especial e, apesar do ar de insensível / não quero saber, um sentido de protecção gigante. Tem sempre ideias diferentes, vê coisas diferentes e recusa as manadas. Os primeiros desenhos animados que mostrou à C., com dois anos, foram os Marretas. Depois os Simpsons (que ela agora adora ver com o pai). Criou com ela uma tradição que adoramos (o livro da Páscoa) e eu sei que a nossa escolha não podia estar mais certa. Jamais o diria ao crescer porque o meu irmão e eu na verdade fomos uma surpresa. Daquelas maravilhosas.


Obrigada.

Tempo de agradecer #1 – O meu marido e as minhas filhas

O P. é a minha sorte grande, o bilhete premiado da lotaria, o primeiro prémio do euromilhões. Ainda hoje – dezanove anos depois de o conhecer e doze depois de começarmos a namorar – me consegue surpreender como se me estivesse a conquistar. É atencioso, preocupado, estraga-me com mimos, quer sempre agradar. Faz-me rir todos os dias, dá-me os melhores conselhos, conhece-me como a palma da mão. E é o meu melhor amigo (depois de ser meu marido e namorado – mas quanto a isto ainda não chegamos a acordo!).

A nossa história é um conto de fadas real, que às vezes ainda nem sei se aconteceu mesmo ou se só sonhei. É o exemplo perfeito do que é ter a certeza, do que tinha mesmo de acontecer, do que só podia ter sido assim. Encontramo-nos por um acaso tão grande que só podia ser magia. E é.

Magia a que juntamos um casamento imensamente feliz. E uma filha. E outra quase a nascer. Tudo numa combinação perfeita, pela qual estou perdidamente apaixonada.

A nossa filha mais velha veio fazer de nós uma família e encaixamos todos num puzzle. Tenho a certeza que a mais nova continuará este caminho e seremos um pack de quatro, inseparável, indissociável, indiscutível. E feliz para sempre.

Estou e sou grata todos os dias pelo meu marido e pelas minhas filhas, com a certeza de que uma coisa não teria acontecido sem a outra e com a paz constante e boa de “estar tudo bem.”

O meu marido e as minhas filhas fazem-me feliz no Natal e todos os dias. São as minhas raízes mais fortes e a maior parte de mim. Ele é a minha história e elas o melhor que já fiz. Todos, a minha vida.

Obrigada.

Daqui até ao Natal é tempo de agradecer

São muitas as coisas que para mim representam o Natal: tempo em família. Lembrar os outros. Quentinho no coração. E estar grata.

Seremos todos certamente melhores se pudermos manter o espírito de Natal o ano todo e tê-lo sempre presente.


Para que me lembre, vou aproveitar esta época do ano e daqui até ao Natal agradecer por tudo o que é verdadeiramente importante. Um agradecimento por dia. Todos os dias. Até dia 25.

Outras injustiças desta vida

Por esta altura do campeonato já toda a gente percebeu a minha revolta (para não dizer outra coisa) com esta realidade de ter crianças saudáveis na escola uma semana - crianças doentes em casa duas, seguido de crianças saudáveis na escola outra vez e crianças doentes novamente. É uma coisa que me mexe cá nas entranhas, tendo em conta essencialmente que o nosso recorde foram três semanas na escola sem adoecer. Três! É a loucura.. (not!)

Revolta-me, irrita-me, gostava de conseguir mudar esta triste realidade com outra solução que não fosse suspender de vez a escola (as coisas estão a correr melhor - fora bichos). Mas infelizmente não sei que posso fazer. Alguém tendo ideias, grite muito alto.

Anyway;
Na verdade, por muito revoltante que isto seja só por si, tem ainda um efeito secundário: a avó é chamada ao papel de enfermeira e o tempo que passa com a criança é a tratar dela. Não está certo!

No nosso caso em particular, a minha filha ficou com a avó até aos três anos, amigas inseparáveis, companheiras de brincadeiras, super cúmplices e próximas. Desde que foi para a escola, a minha mãe continua a vir pelo menos um dia por semana para a ir buscar (mais cedo) a brincar mas, para além disso, é quem nos continua a salvar quando é preciso.

- Mãe, a C. está doente, podes ficar com ela?
- Mãe, a C. tem gastroenterite, podes vir? 
- Mãe, é febre.. Importas-te?

Sendo que isto tem obviamente algum reflexo nela, que se vai um pouco abaixo, anda mais irritada, menos paciente, às vezes sem apetite. E a avó de suporte à uma criança que em vez de andar feliz e contente da vidinha dela a recordar o tempo em que estava com essa mesma avó em casa, está é chateada e aborrecida por estar doente. Logo, também uma avó que em vez de passar dias com a neta, feliz e contente também na vidinha dela, passa esses mesmos dias mas no papel de cuidadora.

Isto para dizer no fundo que doenças na escola deviam ser proibidas por lei e decreto e regulamento e que todo o mundo devia andar saudável
Pronto, era isto.

Isto, Aquilo e um Bebé #3

"Em tempos achei que conseguia manter dois blogs em simultâneo (que ilusão..!) e criei o irmão Isto Aquilo e um Bebé. Durou seis meses e cinquenta posts. Depois faleceu, paz à sua alma.

Como o título indica, o tema central eram bebés. Começou quando ainda estava grávida e na última publicação a C. tinha sensivelmente quatro meses. Hoje lembrei-me dele e tiro do baú precisamente:


Para guardar para sempre 
(Post escrito em Outubro de 2014)

Havemos ainda de falar do terceiro trimestre e das últimas semanas que pareceram durar mais do que toda a gravidez. Quem sabe não falamos também dos pés e mãos inchados, da pouca azia e da locomoção de caracol. Falaremos ainda certamente das maravilhas desta gravidez. Mas antes disso, o dia.

Começar por dizer que fiz a gravidez toda a 300 km. do meu médico e do local do nascimento. No início tivemos algumas dúvidas sobre a loucura desta decisão mas o tempo foi passando, as coisas a correr bem e nem deu para re-pensar a escolha. Fizemos todas as consultas, exames e análises e fomos acompanhados de perto pelo melhor médico de sempre. Hoje já podemos dizer que foi a melhor opção.

Por precaução, e depois de uma ida ao hospital com suspeitas de grandes contrações, decidimos mudar-nos para mais perto do local do acontecimento cerca de duas semanas antes do fim do termo. Just in case. Desde essa altura, as contrações reduziram brutalmente e nas consultas o médico ia dizendo que ainda não estava tão imediato assim.

No dia 6, com 39 semanas, o médico achou que estava tudo a postos, miúda pronta, tudo no sítio, e por isso sugeriu que nos apresentássemos ao serviço - diga-se no hospital - no dia 8 às dez da manhã, para pôr a coisa a andar.

Ora tudo muito bem.
O que fazem duas pessoas sensatas e normais? Vão descansar, sossegadas da vida.
O que fazemos nós? Metemo-nos no carro e toca a dar um saltinho a casa - a, repita-se, 300 km. de distância - para regressar no dia seguinte à tarde.

Em teoria o plano era bom: terça de manhã o P. tinha uma reunião, eu tinha de passar na empresa para fechar uns assuntos pendentes - naquele que seria o último dia de trabalho antes da bebé nascer - e por isso nada mais lógico de que atravessar meio país ao final do dia.

Chegamos a casa pelas oito. Fomos jantar a um restaurante de sempre, perto para não andar muito, namoramos o nosso sofá e a nossa casa e tudo a correr bem.

Até às sete da manhã.
Para pessoas como eu que se questionavam qual a diferença entre as contrações de treino e as de trabalho de parto e que ouviam de toda a gente "quando for a sério vais saber", é absolutamente verdade. Não há qualquer dúvida entre uma coisa e outra. De maneira que foi assim que acordei, com contrações à séria, com vinte minutos de intervalo. Toca de ligar ao médico, que naturalmente me manda de imediato Portugal a acima para ir ter com ele às 13:00 h. ao hospital. Voamos de casa em vinte minutos, depois de banhos, arrumos e carro carregado, A1 fora.

O que dizer?
Foi uma viagem super gira.
Contrações cada vez mais fortes, P. a cronometrar os intervalos e duração, aqueles cada vez mais curtos, esta cada vez mais demorada. Respira, respira, respira. Momento para pensar que talvez não chegue a tempo e ela nasça algures em Fátima, Leiria ou Coimbra, num hospital qualquer ou mesmo no carro, sem o meu médico querido do coração, talvez à mão de um bombeiro ou do pai. Capas de jornais do dia seguinte: casal de ideias estranhas tem filho em plena auto-estrada.

Calma. Respirar fundo.
O P. é o melhor condutor do mundo e leva-nos sãs e salvas. A meio do caminho tinha a certeza que chegaríamos a tempo.
Parar então para o pequeno-almoço numa área de serviço da A1. Comer metade de um pão com queijo entre duas contrações e seguir viagem. Mais tarde iria arrepender-me de não ter comido mais.

A 10 km. do destino, contrações com 6 minutos de intervalo e bastante tempo antes da hora combinada com o médico, diz-me que é melhor ir ter com ele ao hospital onde está. Não é este o meu hospital. Receio ficar já ali. Vem buscar-me ao parque de estacionamento para me levar para exame. Chama a anestesista e manda-nos aos três - nós as duas e o P. para o nosso hospital fofinho onde a miúda ia nascer.

Dar entrada por volta do meio dia.
Ligar finalmente aos pais para dizer que "afinal não estou na empresa como te disse há 150 km. atrás mas acabo de dar entrada no hospital. Por favor traz a minha mala e a da bebé. Nasce hoje."

Encaminharam-me para o quarto, conheci a parteira - pessoa mais anjo da guarda de sempre - instalei-me confortavelmente, contrações cada vez mais fortes, dores à mistura até chegar a tão bem dita da epidural e se ter feito sol na minha vida. Zero dor a partir daí. Resto de manhã / início de tarde confortável, com direito a soninho e tudo. Uma paz. Uma calma. O melhor hospital de sempre, com as melhores pessoas, tão queridas, tão prestáveis, tão atenciosas.

Por volta das três da tarde, a parteira que me foi examinando diz que vai reunir a equipa para irmos para a sala de partos. Então? Já? Passa o meu médico para ver o estado de alma, dá-me um até já e de imediato preparamos tudo para descer.

Neste instante o P., que até à data não ia assistir, decide ir também. Uma surpresa mais do que especial. Já disse que tenho o melhor marido do mundo e que o grande feito da minha vida foi ter casado com ele?

Depois de descermos até ao destino, consegui manter a calma até ver a luz gigante e redonda da sala de partos. Nesse momento comecei a tremer um bocadinho. Estava bem e sem dores mas algo tremelicante.

Ajudou no entanto o ambiente descontraído do bloco. Médicos e enfermeiras em modo piadas, tudo na maior descontração, tipo esplanada de praia. No meio disto alguém diz para fazer força. A parte famosa dos partos. Foram duas ou três forças e de repente um bebé a chorar. São 15:52 do dia 7 de Outubro de 2014 e a nossa vida mudou para sempre.

Cinco segundos de mundo parado.
O P. corta o cordão e dão-nos no colo a nossa filha. A nossa filha. Alguém acredita nisto? 

O meu corpo cria de imediato um segundo coração para abarcar o amor gigante que se sente pela nossa nova pessoa. Somos três e eu tenho dois corações para os meus amores maiores.

Saio da sala de parto com a bebé ao colo, que já vai a mamar.
Os exames mostram que está tudo bem e eu agradeço  a Deus pela saúde, que é o nosso maior bem.

Vamos os três para o quarto e a nossa vida re-começa agora.
Daqui para frente só podemos ser felizes para sempre.

Sítios giros só porque sou amiga: Food edition – Miss Pavlova

Se estiverem na Baixa e entrarem na Almada 13 (uma loja maravilhosa!), vão encontrar ao fundo um pecado alimentar. A nem mais nem menos



Paramos lá no meio de uma manhã de compras, para um café e uma desgraça. O espaço é encantador, a mostrar-nos como o antigo, fabril, rude até, se pode transformar num espaço tão doce e mágico.

As opções de pavlova são imensas, todas com um aspecto divinal, e a nossa opção – chocolate floresta negra – foi perfeita. Fresquíssima e de imensa qualidade, acompanhada por um café.


Para além de provar na loja, é possível encomendar para levar uma inteirinha para casa (fiquei tentada!) por isso para fãs de pavlovas (ou de coisas boas em geral), espreitem e digam coisas.

Cozinhar

Aprendi uma coisa fantástica nestes últimos meses: Cozinhar requer tempo.

Não sei como nunca me tinha apercebido disto mas um jantar feito numa hora fica imensamente melhor do que aquele feito em trinta minutos. Acho aliás que o conceito de boas refeições feitas em quinze ou trinta minutos  não existe (apesar dos inúmeros livros a querer provar o contrário). Há todo um leque de sabores que só se desenvolvem com a cozedura lenta em lume brando. Percebi isto e acho que cozinho melhor desde aí.

Percebo também que, ao escrever isto, parece mesmo que a seguir vou fazer publicidade a algum utensílio de cozinha fantástico e que resolve todos os nossos problemas culinários. Mas não é o caso. Na verdade não ia a lugar nenhum com esta reflexão, estava só a pensar alto.

Imagino no entanto que isto seja na verdade porque ainda me atormenta um pouco o jantar de passagem de ano que fiz o ano passado. Quem diria, um ano depois…!

Tive a brilhante ideia de experimentar um prato que nunca tinha feito num dia em que tínhamos visitas para jantar. Péssima ideia. Tão péssima que por várias vezes em jantares em casa o homem me sugeriu experimentar coisas novas e sempre recusei com o argumento de que testar com terceiros pode correr mal. Não sei bem o que me passou pela cabeça, ainda para mais no dia 31 de Dezembro. Terá sido do açúcar do Natal.

Experimentei uma receita que nunca tinha feito, pese embora a sua imensa simplicidade, e correu mal. Não ficou bom. Não ficou nada como imaginei. Zero! Lembro-me imensas vezes dessa refeição, como um tremendo falhanço. E julgo que inconscientemente fui procurando em mim uma justificação para o desastre.


Parece-me que cheguei agora a essa razão: tempo. A comida precisa de muito tempo porque cozinha melhor se devagar. E eu não lhe dei tempo, não porque não o tinha no dia mas porque não sabia que isso era importante. É a diferença entre fazer de comer ou fazer uma refeição. Comer, comemos qualquer coisa. Mas boas refeições.. já aprendi a lição.


Bravo!


Recomendo mesmo que vejam.

Eu sugeri, depois de o ver, um cesto à entrada de casa onde todos pudéssemos deixar os telefones. Para não nos esquecermos do que é importante.

Perfeitamente actual e eu com dúvidas outra vez

Post escrito em Novembro de 2016

O Mundo e as estrelas e os sóis e as luas


Estou no meio da ponte, como o burro.

Quero que a minha filha saiba que o Natal não é só prendas, dar e receber, embrulhos e laços.
Que o mais importante é reunir a família, ter um tempo de paz que se possa prolongar o ano inteiro. Que os sentimentos, as memórias, as vivências são o que temos de maior e os presentes apenas dão mais cor sem serem o essencial. São uma parte significativa também, não vou ser fundamentalista. Principalmente para as crianças. O que para mim importa, agora que ela tem dois anos, é que possa construir memórias que sejam muito mais completas do que o desembrulhar prendas. Mas que ganhe também gosto por dar. O Natal também são as prendas mas não é só sobre as prendas.

Com isto em mente, compramos-lhe o que ela pediu: um panda enormeeeee (é como ela diz) e um livro mas (ainda) não lhe compramos mais nada. Aqui entra a ponte e o burro, que sou eu. Compro-lhe mais alguma(s) coisa(s) e encho o Natal dela com mais prendas? Ou dou-lhe só o que ela pediu e debaixo da árvore encontra só um presente para desembrulhar?

Que ninguém venha com o politicamente correcto e me diga que parte do encanto não é, também, ter muitos embrulhos para abrir. Claro que é. Tenho as melhores memórias do Natal - ainda hoje é a festa de que mais gosto - muitas delas nada têm a ver com prendas, mas com pessoas, cheiros, sabores, tradições - mas há uma recordação maravilhosa da manhã do dia 25 em casa, com os nossos sapatinhos cheios de prendas. Gostava que a minha filha construísse memórias felizes. Sei que não são os bens materiais que nos dão mais felicidade mas ela é pequena e vai ter tempo para crescer, Apetece-me dar-lhe o mundo e as estrelas e todos os planetas e cometas e astros e sóis e luas e dar-lhe (só) um Panda, parece-me tão pouco. 

Natal também é tempo de agradecer. Estamos tão, tão gratos por ela que a queria encher de prendas como forma de lhe agradecer. Ela sim é um verdadeiro Natal na nossa vida, todos os dias. Gostava que soubesse disso. E há uma parte de mim que acha que ela poderia perceber melhor se tivesse trezentos embrulhos para abrir. E outra parte que me diz que não, que ela já sabe.

Claro que vão haver outras prendas, dos avós, dos tios, dos amigos. A nossa família é enorme e dia 25 estaremos todos juntos, de certeza que com vários embrulhos à volta. Mas na nossa casa, nós os três, será que juntamos mais alguma coisa ao Panda?

E a 13 de Dezembro..!!

Já fizemos TODAS as compras de Natal!

Palminhas, palminhas!!

Era uma lista de trinta e tal pessoas e precisamente ontem compramos o último presente em falta e tenho toda a lista riscada com um "check!"

Quanto dinheiro gastamos?
Tenho forma de saber, dado que registo agora todos os cêntimos gastos na minha fantástica aplicação, mas não vou somar para não deprimir. Terá sido mais dinheiro do que era suposto (mas não pedi emprestado e o ordenado de Dezembro sem subsídio foi suficiente e sobrou bastante) mas isso agora não é importante.

Se estou feliz com o resultado final?
Muito!
Em especial, ADORO o que compramos à C. e estou muito feliz com as lembrancinhas das educadoras.

Oficialmente em countdown para os dias mais mágicos do ano!


Eu vou ser a pessoa que vai dizer...

Ao fim de cinco anos de casados, começo aos poucos a habituar-me ao conceito de “meu marido” quando me refiro ao P. "O meu marido". Tem um peso gigante! E que orgulho!

Quando me refiro à C. a pessoas que não conhecem, uso naturalmente o termo “minha filha”. Para todos os outros casos, é a C.

Dou comigo no entanto a pensar como me referirei às duas e acho que vou ser essa pessoa que diz “as minhas ricas filhas.”

Parece bem, não parece?

Ai as minhas ricas filhas!

Sítios giros só porque sou amiga: Food edition - Zenith Brunch and cocktail bar

Talvez há mais de um mês que andávamos com um novo espaço (novo para nós, claro) debaixo de olho, exactamente o


Ainda não tínhamos ido lá porque, apesar do "brunch" no nome, não me parecia o lugar mais kids frindly do mundo e não achei a melhor opção para a C. 
Posto isto, foi só quando tivemos um sábado sem crianças que conseguimos ir experimentar. 

A primeira nota é que, de facto, é um sítio pouco adequado a miúdos. Começa por estar totalmente cheio de gente (ao ponto de termos ficado na esplanada, com 5 graus de temperatura - tem aquecedores no entanto) e de não ter muito espaço livre. Se conseguirem no entanto deixar crianças em casa, super recomendado.

Tinha em visto as "smoothie bowls" que têm um aspecto maravilhoso e sabem tão bem como parecem e as panquecas. Os ovos benedict que também pedimos foram um extra e, opinião do meu homem, uma boa aposta. 

Estes três pratos (smoothie bowl de iogurte de cacau com banana, morango, granola e cocô ralado; panquecas de nutela e ovos benedict com tosta) foram no entanto um exagero para duas pessoas e um pequeno-almoço e sobrou bastante. Mas tudo o que aterrou na mesa era mesmo muito bom. Serviço muito rápido, apesar da imensa fila de espera para sentar e de o espaço estar totalmente lotado. Mas não admira, fica precisamente em Carlos Alberto e vem de certeza em todos os guias turísticos porque 95% da população era estrangeira. 

Perfeito para um brunch ou brinner - palavra que eu inventei e que traduz o conceito de lanche ajantarado (brunch dinner) - e certamente que lá voltaremos.

Olá eu sou a Cisca e sou viciada em gomas

Olá Cisca.



Confesso este meu problema: sou viciada em gomas. De todos os tipos, feitios, cores, sabores (menos coca-cola), com açúcar em cima, sem açúcar em cima. Todo o género, a qualquer altura, todos os dias. É mau, faz mal, engorda, não tem qualquer benefício que não seja prazer imediato (cerca de 5 segundos), nem se quer tem associado aquele mito de que o chocolate beneficia, de fazer bem ao coração. Só desvantagens. Nada a favor. E no entanto, se vejo uma montra de gomas, o meu coração dispara e vou directa enfardar. Toda aquela magia de abrir as caixinhas e por no saco, pagar, fechar o saco para não parecer um alarve, virar costas, abrir e pensar "vou comer só uma" mas só parar quando chegam ao fim.

Porquê, meu Deus? Porque não me viciei antes em brócolos?

Sítios giros só porque sou amiga: Food edition: Pizzaria Luzzo

Na sexta-feira à noite, fomos (homem e eu) jantar a um sítio que já era nosso conhecido de outras cidades e que abriu recentemente no Porto. Falo da maravilhosa


Se abriram o site já babaram certamente pela pizza, que é exactamente como parece: massa fina e estaladiça e deliciosa!

O restaurante, que abriu muito recentemente na Avenida da Boavista, tem um ambiente super simpático e uma particularidade: o pedido é feito através de um tablet posto em cima da mesa (embora tenha também "versão tradicional"). O serviço funciona muito bem e rápido. Pedimos pizza para os dois e a minha bebida foi algo totalmente exótico: um cocktail de sumos de fruta e marshmallows di-vi-nal ! Não comemos sobremesa porque as entradinhas (pão e paté) e as pizzas deixaram-nos empanturrados mas no fim do café a conta foi de trinta euros.

Estou cada vez mais convencida que o género alimentar que mais aprecio é comida italiana (embora o sushi tenha um lugar muito, muito especial no meu coração) e é sobretudo aquilo de que nunca enjoo e posso comer sempre. Por isso - já terá ficado claro - pizzarias é do que mais falamos por aqui. Não me canso de pizzas. Não me canso essencialmente de boas pizzas e esta foi honetamente uma das melhores dos últimos tempos. Selo de qualidade e altamente recomendado! Bom apetite!

Um plano a dois e sítios giros

Na semana passada tínhamos combinado – marido e eu – que dedicaríamos um dia às compras de Natal na Baixa, como é aliás nossa prática desde há dez anos (vai mudando a cidade). Para esse efeito, a C. ficou em casa dos avós a dormir de sexta para sábado e sábado de manhã lá fomos. Antes disso, jantar a dois na Luzzo, essa pizzaria maravilhosa que abriu na Avenida da Boavista há meia dúzia de dias (ou um  pouco mais..) e de que falaremos em breve.

Bom, dizer em primeiro lugar que chegar, ir dormir e acordar sem ela em casa é uma coisa muito estranha. A sensação que tenho é que falta ali qualquer coisa (e falta mesmo) e que há muito espaço vazio. É estranho como uma pessoa tão pequena enche tanto uma casa.

Posto isto, acordamos (sem despertador!) às oito e pouco da manhã – vida de adulto! E saímos pouco depois com destino à Baixa.

Primeira paragem: Zenith – Brunch and Cocktails. Vamos também falar sobre isso num outro post mas adiantar apenas que é tudo aquilo que estávamos à espera e mais. Delicioso!

Daí seguimos pelas ruas e ruelas da Baixa. Lojas maravilhosas: Embaixada do Porto, Porto In, a Vida Portuguesa, Almada 13, Mercadinho das Galerias de Paris (onde compramos uma coisa linda para a C.), Tiger (papel de embrulho check!) e quase todas, porta sim, porta não.

Muitas, muitas pausas pelo caminho, que o barrigão já não tem três meses, e aproveitar para conhecer coisas novas, como a Miss Pavlova, que também recomendo (e deu para perceber que teremos vários “sítios giros só porque sou amiga” nos próximos dias, certo?)

A parte menos gira do dia é que não avançamos praticamente nada nos presentes de Natal; a parte boa é que passeamos muito os dois e que resolvemos não só a prenda de Natal da C., como a prenda que a irmã lhe vai trazer quando nascer (e que estava a ser um bico de obra!). Portanto tudo somado, saldo positivo.

As restantes lembrancinhas?

Bom, já só faltam as difíceis, o que não é bom, mas lá iremos certamente.

Disse-lhe que era mais ou menos como aquelas máquinas de bolinhas em que pomos uma moeda e não sabemos bem o que nos vai sair


Andamos há alguns meses a “preparar” a C. (se é que há preparação possível) para o nascimento da irmã. Vamos dizendo várias coisas para ela se habituar ao conceito e não ser uma surpresa em absoluto. É com isto em mente que lhe temos dito que a irmã:

- Vem depois do Natal;
- Vai ser muito pequenina;
- Não vai saber falar nem andar (mas vai aprender);
- Não vai comer comida da nossa;
- Vai beber leitinho;
- Usar fralda;
- Chorar um bocadinho.

E que em todo o processo vamos precisar da ajuda da C. para o banho, dar a chupeta, embalar o berço e que vai ser ela a ensinar-lhe todas as coisas, falar, andar, onde estão os brinquedos, etc., etc.

Sentimos bastante entusiasmo em relação à irmã e diz às pessoas com algum orgulho, parece, que vai ter uma irmãzinha “uns minutinhos a seguir ao Natal” e que ela vai ser muito pequenina – aqui mostra o polegar e o indicador separados por dois ou três centímetros para ilustrar o tamanho. Tudo pode ser diferente quando ela nascer mas para já estamos a progredir bem.

Aqui há dias perguntou no entanto se a irmã quando nascer vai ter cabelo. Eu disse-lhe que não sabia, só quando a víssemos, e perante o ar confuso dela (como assim, não sabes isso?) a explicação que me ocorreu foi:

- É mais ou menos como as máquinas de bolinhas que tu gostas em que pomos uma moeda e não sabemos bem, bem o que vai sair de lá.

Estou bastante orgulhosa da minha explicação, confesso. Acho que um bebé é muito parecido com isto. Não sei bem se terá cabelo, se se vai portar bem, chorar muito, dormir pouco. Mais ou menos como os brinquedos das bolinhas, em que às vezes sai um mesmo especial. Também podia ter ido pela explicação ovo kinder mas ela ainda não come chocolates.


Se acho que ajudou a que tivesse percebido o conceito? Nem por isso. Mas acho que foi uma imagem querida. Depois disso pediu para ir com a mãe e o pai ao hospital ver o médico tirar a mana da barriga da mãe e perguntou se ia doer. O meu bebé.

Sítios giros só porque sou amiga: Food edition - Crowne Plaza

Estava na dúvida se já tinha falado do brunch do Crowne Plaza mas creio que ainda não - grande erro - por isso vamos começar pelo fim.

Marquem todos para o próximo domingo o brunch do Crowne Plaza!

Já marcaram?

Óptimo, vamos continuar.

Fomos pela primeira vez em Janeiro, na altura ficava numa sala no andar de entrada e adoramos. Repetimos a dose no fim-de-semana passado e a sala que o albergava foi substituída por outra no terceiro andar que o melhorou em dobro. Uma sala grande, com um dos lados todo em vidro, cheia de sol e luz. Um ambiente maravilhoso.

O brunch é muito completo, com várias entradas frias e muitos pratos quentes. As sobremesas são muito variadas e todas óptimas (mini tarteles de chocolate cinco estrelas!). Há bebidas frias (como limonadas várias, sumos naturais) e quentes (chás, cafés). Comemos muito bem (e de mais) e a C. adorou tudo (comeu possivelmente mais do que nós). Opção muito boa também para um "almoço" de Natal diferente, num desses próximos domingos de sol (espero que os haja).

O preço: 22,00 € por adulto (crianças, pelo menos as de 3 anos, não pagam).
Vai altamente recomendado! Espero que gostem.