Madalenas

Eis algo que nunca aqui ponho: receitas.
Mas esta vale mesmo a pena, porque é fácil, rápida e óptima!
Vem a ser: Madalenas!

Bom, vou começar pelo disclaimer: não é uma receita saudável. Tem açúcar e manteiga, o que eu gostaria de evitar mas sem perder o sabor (impossível, eu sei). Em todo o caso, fiz algumas adaptações à receita original (encontrada na net), reduzindo quantidades dos ingredientes menos amigos e acreditem que resultou mesmo muito bem.

Espero que gostem!

Madalenas


Ingredientes:

3 ovos
100 gr. de açúcar
100 gr. de farinha
1 colher de chá fermento
90 gr. de manteiga
Raspa de uma laranja


Preparação:

Pré-aquecer o forno a 170º
Bater muito bem os 3 ovos com o açúcar.
Juntar aos poucos a farinha misturada com o fermento e mexer muito bem.
Juntar a manteiga, previamente amolecida.
Por fim, juntar a raspa da laranja.
Mexer a massa até formar bolhas de ar (ou doer o braço!)
Colocar em forminhas de papel e levar ao forno (170º) por cerca de 15 minutos (testar antes com o palito).
Rendeu 12 unidades.

Resultado final: uma família feliz!


Adeus gel!

Se se recordam, este ano em Janeiro converti-me ao maravilhoso mundo do gel. Até então estive resistente mas admito que as minhas unhas nunca andaram tão bonitas como desde essa altura.
As características das minhas unhas permitiam que o gel aguentasse perfeitamente entre quatro a seis semanas e eu vivi contentinha todos estes meses.
Até ao Verão.

Antes de ir de férias fui como habitualmente fazer manutenção e algo em mim fez com que tivesse decidido que aquela seria a última vez. Foi, de facto. Desde Agosto que não aplico gel (o que redunda numas unhas tipo Halloween) e tenho mãos mais feias.

Na decisão pesou sobretudo aquela desconfiança que sinto em relação ao processo em si, e que na verdade foi aquilo que me fez nunca querer aplicar gel em todos estes anos. Agravado agora pelo facto de estar grávida e achar que algum maleficio pode existir para mim mas também para o bebé. Naturalmente que isto nada tem de cientifico, é só a minha convicção pessoal.


Talvez possa rever esta posição depois de ela nascer mas até lá vou manter-me sem gel e luzes nas mãos porque me parece uma opção mais saudável (ainda que infinitamente menos estética) por isso adeus gel, gostei muito deste bocadinho!


Sessão de fotos

Não fizemos sessão de fotos no nosso casamento. Nem de solteiros, trash the dress ou lua de mel.
Não fizemos sessão de fotos quando estava grávida, nem de recém-nascido, três, seis ou nove meses.
Nunca fizemos uma sessão de fotos de Natal em família. Nem de Verão ou Páscoa.

Adoro, absolutamente, fotografia, mas "sessões de fotografia" têm uma carga não natural com a qual não me identifico.

Esta semana comecei no entanto a pensar que era giro ter umas fotografias da gravidez e da C.
Quando estava grávida da primeira vez ia tirando algumas fotos da barriga e fazendo esse registo. Desta vez, nem uma única, salvo aquelas que às vezes as amigas me pedem para enviar para irem acompanhando a "sobrinha."

Achei no entanto que uma ida ao parque nos tons de Outono, mãe e filha vestidas de tons parecidos, podia resultar uma coisa querida e meti uma cunha ao meu marido.

É assim que hoje espero acabar este fim-de-semana tão bom: nós os três com relva, folhas e árvores e a nossa máquina na mão do pai, para recordar um momento especial.



Bom domingo!

Registo de despesas

O meu querido homem fez-me um ultimato, com início a 1 de Novembro.
Vem a ser: tenho de passar a registar todas as despesas que faço. Pronto.

Ora, isto é um problema porque pese embora eu saiba (de cabeça) onde gasto (mais ou menos) o dinheiro, a verdade é que não tenho o hábito de registar. O que significa que terei certamente desagradáveis surpresas ao verificar que gasto mais do que imagino. Mesmo comprando apenas o necessário, mesmo não cedendo a (muitas) tentações, mesmo não gastando mal gasto. Mas faz parte (digo eu). Um miminho, uma prendinha, alguma peça de roupa (e note-se que deixei de comprar para mim, mas tenho uma filha e outra a caminho e as coisas de criança são demasiado giras).

Isto posto, adquiri uma app para registo de despesas e vou treinar durante Outubro para em Novembro estar apta a executar em condições a tarefa que senhor meu marido me deu: registo completo de cada cêntimo que saia desta carteira.

O meu objectivo a curto prazo é reduzir custos e saber com rigor para onde vai o dinheiro, potenciando eventualmente as poupanças. A boa notícia é que (dizem) o ser humano só precisa de vinte e um dias para adquirir um novo hábito, pelo que ainda há esperança para esta alma que tem zero prática de organização de gastos. No final de Novembro falamos! 



Eu era essa pessoa

Lembro-me de ter passado grande parte da minha vida a meter-com uma tia por jantarem antes das oito. Na verdade o que eles faziam é que, ainda antes de começar o telejornal, já tinham jantado e arrumado a cozinha. Eu achava aquilo coisa de terceira idade. Parecia-me até que confundiam lanche com jantar.

Ontem jantamos às sete e meia!
Sete e meia!

Não me reconheço bem neste horário, embora admita as suas vantagens, mas confirmo mais uma vez que não podemos cuspir para o ar porque nos cai definitivamente em cima.

Em regra, nas nossas rotinas o jantar acontece pelas oito (oito menos cinco, oito, oito e cinco, por aí) mas porque havia uma criança em casa a cair de sono com a falta da sesta, acabamos a jantar mais cedo, para ela ir dormir também mais cedo.

Jantar às sete e meia; ou melhor, jantar às oito tem inúmeras vantagens. Desde logo estamos despachados cedo para brincar um bocadinho antes de ir para a cama e conseguimos deitar a C. antes das nove e meia. Tem-lhe rendido onze horas, às vezes onze horas e meia de sono por noite, o que me parece óptimo. Quanto a nós, dá tempo para sentar no sofá, conversar, tratar de coisas da casa quando é preciso, adiantar para o dia seguinte e dormir um número simpático de horas também.

Acho que se impõe um pedido de desculpas formal à minha tia com quem gozei tantos anos porque de facto ela sabia mais do que eu. Viva os jantares das oito horas!



P.S Naturalmente que as regras só valem a pena pelas excepções e os fins-de-semana são as alturas para excepcionar. Prova disso é que um destes últimos sábados fomos jantar à Foz às dez da noite, miúda incluída!

Então e a gravidez?

Ora então que por aqui andamos, grandes e pesadas, com uma bola a fazer de barriga e um bebé a crescer.

Entrei oficialmente no terceiro trimestre e curiosamente já começo a sentir os seus efeitos mas o segundo foi tranquilo e maravilhoso. Sem dúvida, o meu preferido. Zero enjoos, zero sono extra, zero cansaço. Energia para dar e vender (e falamos um bocadinho sobre isso aqui)

Nas últimas semanas a barriga deu um salto significativo e começo a entrar naquela fase em que tenho de ser criativa para ter posição para dormir e em que sinto efectivamente que me canso mais.

Dizer isto, eu que acho que sou super mulher e posso fazer tudo, é admitir uma fraqueza que gostava que ficasse reservada mais para as trinta e oito semanas. Mas a verdade é que há dias em que sinto mesmo bastante cansaço e em que juro que vou abrandar o ritmo.

Até abrandar efectivamente, continuo a fazer tudo, incluindo colos e banhos da C. mas sinto que para já ainda consigo. Acho que o importante é saber ouvir o nosso corpo e parar quando ele manda parar.

Quanto à bebé, mexe imenso, curiosamente bastante à noite o que só pode querer dizer que está a aproveitar ao máximo as noitadas que ainda lhe restam já que a partir do nascimento será um sossego (certo filha?) e já conseguimos ver uns saltinhos na barriga.

Contamos entretanto à C. que vem aí uma irmã e tem sido giro ver algumas reacções dela, como o pai fazer uma festinha e ela dizer preocupada "cuidado com a minha irmãzinha!" ou eu sair de casa e ela ficar e vir dar-me um beijinho a mim e outra à barriga. Um doce! 

Na parte logística, não tratei do quarto nem das malas mas como será um processo fácil, qualquer destes dias poderei fazê-lo. Vamos montar o berço que era da C. (e já foi meu!) no nosso quarto e criar se possível um espaço para muda fraldas. De resto, há algumas comprinhas a fazer, como os produtos de higiene e fraldas, mas ainda não é uma urgência. Roupas, mantas, lençóis estamos devidamente abastecidos e a loucura que queria fazer já a fiz: comprei um marsúpio apto desde o nascimento (o nosso é a partir dos 6 meses) e imagino a minha vida vestida com a pequenina a ir buscar a mais crescida.


Em termos de tempo, o fim da gravidez está tão próximo como o final do ano (sensivelmente) o que significa que será tudo a voar (como de resto até aqui) por isso haja saúde!

Licença para ser mãe

Já aqui contei a experiência laboral da minha primeira gravidez. Não correu bem, não foi maravilhosa. Na verdade, e em resumo, a minha chefe à data mandou-me esconder o máximo de tempo possível e embora sinta que não tenha ficado com nenhum trauma profundo desse tempo, é uma coisa que não esqueci. O peso na consciência que me fizeram sentir por ter engravidado, fez com que me tivesse disponibilizado para trabalhar ao fim de três meses e que não tenha se quer equacionado a possibilidade de alargar a licença.

Com esta segunda gravidez decidi desde o primeiro dia que ninguém no mundo me faria sentir culpada por ter engravidado. Contei ao meu chefe e a toda a gente sem medo e sem culpa. Ninguém tem o direito de nos fazer acreditar que não deve ser assim. Continuei e espero continuar a trabalhar até muito próximo do parto (da C. foi até ás 23:00 h. da véspera – em minha defesa, eu não sabia que ela ia nascer naquele dia) mas tenho planos diferentes para a licença.

Digo isto em voz alta para me mentalizar: vou fazer nove meses de licença de maternidade.
(pronto, já disse!).

Vamos por partes.

Primeiro:
Em rigor cientifico, não são nove meses de licença; são oito. Na prática, em correndo conforme o planeado, estarei fora nove meses, porque entre o fim do quinto e o início do sétimo mês, terei um período de férias (sexto mês, que coincide com a licença do pai). Quer isto dizer, contas redondas e – reforço – em correndo como o planeado, que entre Janeiro e Outubro do próximo ano vou estar dedicada à coisa que considero mais importante do mundo: um filho (filha, neste caso).

Segundo:
Se tenho isto totalmente decidido na minha cabeça? Não tenho mas quero muito.

Ando a repeti-lo vezes sem conta numa tentativa de auto convencimento mas reconheço todos os contras, em especial um: Nove meses afastada de uma empresa são nove meses afastada de uma empresa e só faz falta quem está - ou outras pérolas de conhecimento.

Reconheço que dar a notícia a um chefe (coisa que ainda não fiz) de que estarei fora nove meses não será fácil de digerir e nem vale a pena tentar convencer-me de que ele terá de resolver esse problema porque eu percebo a fragilidade do meu argumento. Tem impacto. Faz diferença.

Claro que quem tem gravidez de risco e vai para casa aos dois ou três meses, acaba por estar afastada tanto ou mais tempo e ninguém “pensa menos” dessas pessoas. A grande diferença está no entanto na opção de escolha: eu posso escolher tirar três, cinco ou nove meses e se eu escolher nove (eu vou escolher nove!), sou eu que deliberadamente me quero afastar esse tempo todo.

Não conheço casos de pessoas próximas que, em instituições privadas, tenham feito licenças prolongadas. Apenas uma ou outra pessoa a quem ouvi comentar mas sem conhecer o processo. Portanto sinto-me totalmente nova nisto, sem grande apoio na verdade, sem exemplos a quem recorrer para defender o meu argumento (o outro lado diz: mas qual argumento? Não tens de defender nada! És mãe, queres fazer nove meses, fazes, end of story)

Isto posto, dá para perceber a dicotomia, certo?
Mãe que quer muito estar nove meses a lamber a cria versus profissional que reconhece as implicações de estar nove meses longe do trabalho.


Quero muito estar em paz com esta decisão porque a minha prioridade é a minha família mas no fundo sinto que ainda correrá alguma água debaixo desta ponte. 

O lado bom de passar a ferro

Há coisas das lides de casa que não me importo de fazer, outras de que até gosto. E depois há passar a ferro, que é simplesmente a pior tarefa da história das tarefas domésticas. Uma hora a pé em frente a uma tábua e montanhas de roupa é coisa que não me alegra nem um bocadinho. Mas como o que tem de ser tem muita força, lá vou tendo encontros marcados com tábua e ferro, duas a três vezes por semana e a vida é mesmo assim.

Ora, nas várias investidas que tenho tido nesta arte, apercebi-me de que há afinal um lado positivo de passar a ferro. Sendo nosso dever ver o copo meio cheio de todas as coisas, eis o meu: passar a ferro dá-me tempo para pensar.

Não sei que tipo de esforço faz o nosso corpo na execução desta tarefa, mas a verdade é que dou por mim uma hora ou uma hora e meia super concentrada em algum tema, como não acontece com nenhuma outra actividade de casa. Suspeito que tenha a ver com o facto de a) ser prolongado no tempo; b) não implicar deslocações pela casa; c) ser constante e sem interrupções; d) ser repetitivo.

A combinação destes factores, e de outros possivelmente, resulta para mim num período de grande concentração e foco em pensamentos, que de outro modo não teria. Encontrei por isso uma coisa boa em passar a ferro. Cheira-me até que sempre que precisar de concentração ou relaxamento cerebral, me agarro à tábua e não se fala mais nisso.

Foi precisamente numa destas noites que durante o tempo em que estive a passar, revi mentalmente a história de como o P. e eu chegamos ao sítio em que estamos. Como nos conhecemos, quando, onde, em que circunstâncias, o que aconteceu depois e a seguir, em que momentos, com quem. Foi tão real e detalhado que quase lamentei o fim do cesto da roupa e o desligar do ferro.

É precisamente essa história que quero contar, agora que recordei com tanto detalhe e o que me proponho a fazer nos próximos tempos. Uma história de amor como as histórias de amor devem ser: feliz para sempre.


(Aguardem) 

30 ou a versão 3.0

Tenho a sensação de ter passado uma parte dos 20’s com receio dos 30 mas ter feito 30 não foi uma experiência traumática (antes pelo contrário! Basta recordar a festa surpresa que o meu marido me fez!)

Além dos meus 30, este ano as minhas três amigas mais próximas fizeram também elas 30 anos, tendo sido a última esta semana. Somos oficialmente todas trintonas o que deu mote a uma conversa sobre sermos agora a nossa melhor versão – a versão 3.0.

Começa por termos agora aos trinta, coisas que não tínhamos aos vintes, como os filhos. Mas também por termos mais calma, mais paciência, mais experiência, maior tolerância, mais foco no que é importante e mais abstracção ao que não importa. Aceitamos melhor e criticamos menos. E sobretudo, fazemos muito mais.

Na segunda-feira de manhã estávamos exactamente a partilhar o começo do dia e concluí, com algum orgulho confesso, que

Aos trinta, acordei às 7:30 h. da manhã, tomei banho, vesti-me, maquilhei-me, arrumei o quarto, arrumei a roupa que tinha passado a ferro na véspera, vesti a C., dei-lhe o pequeno almoço, preparei a lancheira com o lanche dela e a minha com o meu almoço, lavei a loiça do pequeno-almoço, levei-a à escola, fiz um bolo que deixei no forno e saí para trabalhar antes das 09:30 h. Se tivesse 20, ao meio dia ainda estaria a dormir.


Crescer melhorou-me a capacidade de multi-tasking e se não fosse por mais nada, os trinta já teriam valido a pena. Não acho que esteja mais velha nem pior. Estou em versão 3.0 e gosto da minha vida!


Comprei o livro mais querido

Chama-se “Um amor de irmã” e é de Astrid Desbordes e Pauline Martine.

Começa assim,

“Um dia, os meus pais disseram-me que eu ia ter uma irmã pequenina.
Não me lembro de a ter pedido.
Ainda assim, fiquei contente.”


Todo o livro gira à volta desta ideia: o irmão mais velho teve uma irmã mais nova e há toda uma evolução à volta disso. Mas tão carinhosa, tão doce. Um amor, mesmo. 
Vamos começar a lê-lo à C. a preparar terreno para a I., porque toda a ajuda não será de mais!




Finalmente, a escola

Post escrito em 11-10-2017

O processo de escolha da escola da nossa filha não foi difícil. Não porque não fosse importante (era extremamente importante!), mas porque adoramos a que acabamos por escolher. Visitamos quatro, falamos com amigos sobre várias e escolhemos a primeira.

A escola da minha filha fica a 200 metros de nossa casa, no mesmo passeio. Vamos e vimos a pé. É prático, cómodo, fácil – embora este não tenha sido o argumento principal a pesar na decisão.

A escola da minha filha fica numa casa linda, com jardim, relva, árvores, brinquedos de exterior. A sala dela fica virada para o jardim com uma parede toda em vidro e uma porta também em vidro com um degrau pequenino de acesso.

Na sala dela há diversos espaços, de leitura, de brincadeira, de “trabalho”. Há desenhos feitos pelos meninos e paredes decoradas com fotografias deles.

Na escola da minha filha há música clássica sempre a tocar baixinho.

Na escola da minha filha todas as pessoas que lá trabalham são imensamente simpáticas, queridas, disponíveis. Tratam-nos por “papás” e nós tratamo-las pelo nome. Tratam todas as crianças pelo nome, independentemente da sala e conhecem-nas.

A escola da minha filha é familiar e pequenina. Tem um ambiente de casa, calmo, tranquilo. Há sol e tranquilidade. O ambiente é de paz.

Na escola da minha filha falam em inglês e em português (e ela já conta até “ten”). Têm um dia do conto, um dia da música, um dia da ginástica, um das experiências. Há variedade nas actividades e muito tempo livre de brincadeira.

Na escola da minha filha há comidas saudáveis e bolinho de iogurte se alguém faz anos.

Na escola da minha filha há a educadora dela, que é um amor. Que a trata com carinho e a recebe ao colo. Que durante o dia nos manda às vezes um e-mail com uma fotografia a dizer que a C. está bem.


Nós sabemos no entanto que a C. não está bem.

A minha filha acorda de manhã e a primeira coisa que pergunta é se vai para a escola. Se a resposta for sim, começa a chorar. Às vezes ainda não sabe a resposta e já chora.

A minha filha está em casa entre trinta minutos a uma hora antes de sair, entre vestir, tomar o pequeno-almoço e arranjar e chora o tempo todo. Pode distrair-se às vezes por meio minuto, com os nossos esforços sobre-humanos de mudar o foco, mas volta ao mesmo.

A minha filha fala na perfeição e diz, cinquenta, cem, duzentas vezes que não quer ir para a escola.

A minha filha chora em casa, chora no caminho, chora à porta, chora quando entra, chora na sala e fica a chorar.

(Eu também choro. Choro quando fecho a porta da escola e no caminho e até ao trabalho).

A minha filha chora em escala e quanto mais perto da escola está mais chora.

A minha filha chora à segunda-feira, mas a todos os outros dias da semana também.

A minha filha foge-nos em casa e esconde-se atrás dos móveis enquanto chora e diz que não quer ir.

A minha filha recusa-se a entrar na escola e tenta fugir.

A minha filha tem de ser levada ao colo para que entre e é em choro que passa para o colo da professora.


Passou um mês e meio (com uma semana de interrupção por motivo de doença) e continua tudo exactamente igual ao dia em que se apercebeu que a escola era para todos os dias.

Levamos a C. à escola todos os dias e todos os dias eu me sinto um bocadinho pior.

Todos os dias me sinto má mãe.

Todos os dias sinto que estou a fazer mal à minha filha.

Todos os dias desejo com todas as minhas forças que seja sábado.

Todos os dias me faço de forte à frente dela para rebentar em lágrimas mal a deixo.

Todos os dias da minha vida me irei lembrar dos olhos dela quando está a chorar desesperada no colo da professora e eu viro costas e fecho a porta

(porque alegadamente os pais não devem prolongar o processo de os deixar, que só piora o sofrimento)

Todos os dias me sinto culpada.

Todos os dias sou uma péssima mãe.

Todos os dias passo o dia em angústia à espera do momento em que posso sair para a ir buscar (e Deus sabe que o tenho feito sempre uma hora antes do que devia).

Todos os dias são difíceis.

Todos os dias desejo que seja diferente.


E sim, há problemas muito mais graves e fossem estes todos os males do mundo porque isto se irá resolver (plano B ou solução natural) mas dói e custa e eu não estou a saber lidar com isto. Não a conseguir ajudar corroí-me todos os dias um bocadinho e sinto que estamos a chegar a um ponto em que outras soluções terão de ser adoptadas.

E não me digam que as crianças têm de aprender, que sofrer faz parte, que a vida não é fácil porque ela tem três anos e a vida toda para aprender.

Não me digam que estes níveis de ansiedade e stress podem contribuir positivamente para o desenvolvimento de uma criança porque eu acredito exactamente no oposto.

Não me digam que a escola faz bem porque claramente neste momento está a fazer-lhe mal.

Vou esperar até ao limite do que definimos como razoável. E se nada melhorar (e nós estamos a tentar tudo) então só haverá uma coisa a fazer

Pequeno resumo do que foi e aí vem em Outubro

7 de Outubro: anos da C.
15 de Outubro: jantar de inauguração da casa da N. e S.
16 de Outubro: anos da minha cunhada
22 de Outubro: anos do meu sogro
28 de Outubro: anos da F. em Lisboa
29 de Outubro: anos da minha mãe

Ao que acresce:

2 a 4 de Outubro: P. em Londres
10 a 13 de Outubro: P. nos Estados Unidos

Bem como:

11 de Outubro: consulta da C.
16 de Outubro: consulta no centro de saúde
17 de Outubro: consulta médica
18 de Outubro: consulta dentista
23 de Outubro: consulta pediatra
30 de Outubro: consulta médica

Valha-nos um super calendário semanal no meio da cozinha!



Cisca – Serviços matrimoniais, Lda.

Casei dois amigos!

Quer dizer, não foi bem, bem casar porque por cá ainda não temos o famoso “by the powers vested in me by the State of ... i now pronounce you husband and wife” mas anda lá muito perto!

Julgo ter dito algures por aqui que tinha apresentado dois meus amigos de longuíssima data que não se conheciam entre si (como é possível?) e que ele tinha voado para Inglaterra para a visitar.

Ora eis se não quando estes dois bons e antigos amigos se apaixonam perdidamente um pelo outro e temos amor no ar que é lindo de se ver.

Sim, só passaram meia dúzia de meses; sim, tem margem para não ser um conto de fadas mas, caramba!, o amor é lindo! Andam os dois tontinhos, tontinhos, quais adolescentes irreverentes no primeiro amor. E eu feliz da vida, não só porque os juntei, mas porque os vejo mesmo bem – perfeitos um para o outro! São aliás um desses exemplos de perfect match – iguais no café com gelo, nas claras de ovos, nas omoletes, no abacate e na proteína.

Como é que em décadas de amizade comum nunca nos tínhamos lembrado que poderiam ser almas gémeas? Ora isso, é favor perguntar ao meu homem, já que foi ele que se lembrou que os dois “tinham tudo a ver.” Aliás, isto foi um caso sério de trabalho de equipa, em que o P. pensou e eu executei e em que por isso seremos – com orgulho imenso – os padrinhos (quando / se casarem, naturalmente e eu a pôr o carro à frente dos bois!).


Pronto, estou feliz por eles, no fundo é isso e acredito no amor por isso sei que isto só pode correr bem e – se este blog lá chegar – ainda cá voltarei para contar que vou ser tia! Palminhas!

Workshops Lanches Saudáveis By Na Cadeira da Papa

Nem por acaso, há dias pedia conselhos de lanches / blogs / sites de alimentação saudável para as crianças – onde confessei que um dos meus preferidos é o Na Cadeira da Papa – e agora descubro que vão haver dois workshops:



São os dois no Porto (viva!!) e no dia 25 de Novembro (sábado) por isso deixo a sugestão. 

Foi bonita a festa!

São Pedro deu-nos chuva no primeiro aniversário da C. mas aos três anos compensou em dobro: que dia de Verão! Foi perfeito porque pudemos criar dois espaços autónomos e ter na verdade duas festas diferentes.

Na sala pus a mesa do bolo e doces, mais arranjadinha e photo friendly; No pátio pus a mesa do lanche, mais infantil e abonecada. Arranjei para ambas alguns apontamentos de decoração e – confesso – gostei do resultado final! Não tão profissional como empresas de organização de eventos, mas fofinha para uma amadora como eu. 

Passamos o dia lá fora, onde pusemos também um escorrega, uma manta grande com brinquedos, carrinhos, triciclos e onde os miúdos puderam brincar. E jantamos em casa, com um acréscimo de vinte pessoas. Houve alguns momentos em que me parecia haver “mais gente que pessoas” mas fomos conseguindo gerir.

A C. gostou imenso da festa. Amigos, prendas, doces não tem como correr mal! Estava numa excitação tão grande que não dormiu a sesta e quando já não se aguentava de olhos abertos e a fui deitar, aterrou em trinta segundos. Um dia cheio e feliz.

Das prendinhas que recebeu, eu que sou mãe vou destacar a roupa (linda!) mas ela certamente daria destaque à torre de controlo e aos carros e cães da Patrulha Pata, que fizeram (estão a fazer) em absoluto a delícia desta miúda. Acorda e dorme a pensar na torre e brinca horas sem fim. Há brinquedos desperdiçados porque as crianças afinal só gostam de telemóveis e tablets e depois há a minha filha que sim, claro que gosta de ver desenhos na televisão, mas que brinca, brinca, brinca, à moda antiga. Com histórias que inventa, sons, vozes diferentes. Um doce de se ver.


No geral correu tudo bem, tivemos amigos e família presentes (amigos até que disseram que não podiam ir e apareceram de surpresa! Obrigada N. e J.) e por mim podia ser festas todos os dias que eu andaria feliz da vida a organizá-las. 


Carta aberta. À minha filha, que faz três anos


C.

Fazes três anos hoje e embora eu tenha andado a tentar arduamente, a verdade é que ainda não consigo explicar como é que já passaram três anos. Há três anos atrás passei os últimos dias em paz, como em toda a gravidez, e foi porque nos lembramos na véspera que era boa ideia fazermos em doze horas 800 km entre Norte e Sul que provavelmente nasceste no teu dia. Quando souberes ler já te devemos ter contado esta história dezenas de vezes e eu vou concluir sempre dizendo que foi exactamente da maneira que devia ter sido. 

De resto, aliás, como tu.

Há muitas coisas que podia dizer sobre ti, que do alto dos teus três anos às vezes me fazes esquecer que ainda és um bebé, mas o que gostava que soubesses é que és exactamente como devias ser e eu não mudaria uma vírgula mesmo que pudesse. A sorte, a felicidade, a bênção que és na nossa vida é algo que possivelmente nunca te conseguirei explicar mas está certa que és o meu amor maior e eu sou imensamente grata.

Grata por nos fazeres ser pequenos outra vez mas com os olhos mais atentos, mais focados em pormenores e a saber aproveitar.

Grata pela redescoberta constante do mundo, com mais piada, com mais gargalhadas, com um amor multiplicado.

Grata sobretudo por estares da nossa vida, seres a nossa vida e nos mostrares o que é sermos pais.

Grata pela nossa família, que começamos a criar contigo e é o nosso maior bem.

Grata em especial por me deixares ser a tua mãe.
Ninguém me disse que ser mãe era ser isto mas eu descobri que foi a melhor coisa que alguma vez fiz.




“Os bebés não têm manhas, isso são coisas dos adultos”

Um artigo muito interessante e vai daqui uma compradora do livro (depois partilho):

“Os bebés não têm manhas, isso são coisas dos adultos”


"O afeto e o amor é a base para o desenvolvimento cerebral. Ou seja, não há estimulação neuronal sem a base afetiva pelo meio, não é possível uma coisa sem a outra." 


Preparativos da festa!

A minha filha está a uma semana e poucos dias de fazer três anos.
Os preparativos para a festa estão a andar e eu a desejar poder despedir-me e dedicar-me à organização de eventos sempre.

Para este ano decidimos fazer a festa em casa, como aliás vem sendo hábito, e dividi-la por dois momentos: um lanche para os amigos e um jantar para a família (mais os amigos sobreviventes ao lanche). Isto correspondia a uma lista de cerca de 55 pessoas, que entretanto se reduziu ligeiramente, com faltistas e desistentes (ninguém nos manda ter amigos em Lisboa com filhos pequenos que não apreciam por aí além viagens de 350 km; nós também não apreciamos).
Isto posto, teremos um lanche com cerca de 15 pessoas e um jantar a que se vão juntar mais 25, contas redondas. Isto implica um menu de lanche e um menu de jantar, mais uma mesa de bolo e doces e o apoio maravilhoso, fantástico, espectacular da minha querida mãe! 

Fiz um esboço da mesa do bolo, que queria que fosse fofinha, estilo pinterest, e vou ter comidas-decoração, como os cake pops, as bolachinhas, macarronsEssas coisas giras que dá pena comer. No papel, ficou giro; na realidade, falharei miseravelmente mas o que conta é a intenção (não é bem assim, eu sei). Darei o meu melhor para que fique bonito e delicioso e sobretudo para que a minha filha adore! O tema, já falamos, patrulha pata versão clean rosa / verde / roxo / branco. 

Tenho alguns apontamentos, como balões, um topper muito querido, uns frascos de vidro e um coração cheio de boas intenções. O conteúdo mais comestível do lanche está a ser pensado com amor e carinho mas ainda a zero no que à execução (ou encomenda) diz respeito! Se a festa se fizesse no entanto de listas e apontamentos, estaria tudo feito e refeito, dada toda a literatura que tenho produzido sobre o tema, incluindo esquemas e esboços!

O jantar conta com o alto patrocínio da minha mãe, que foi voluntária à força na confecção e que me assegurará essa parte. Obrigada mãe! Sobremesas, entradas, petiscos, assegurarei em casa.

O bolo, sendo o cake design necessário, mandei fazer com base numa imagem de que gostamos (filha e mãe), juntamente com meia dúzia de bolachinhas mais chic coiso

As lembrancinhas também já chegaram – e são lindas ! – tendo ainda de pensar na apresentação que lhes vou dar no dia (um cesto? Um tabuleiro?)

No geral sinto que tudo está a andar e que tenho controlado na medida do possível mas que ainda falta fazer a grande parte. Ou seja, muito trabalho bom pela frente. 

Já disse que me queria despedir e organizar eventos, não já? Se ainda não disse, saibam que gostava mesmo de me dedicar à organização de eventos! Quem sabe um dia…!


Plano B

Tenho uma característica muito vincada e que é grande parte de mim: quando sinto que alguma coisa pode não correr bem, preciso de ter pensado um plano B.

Isto acontece nas coisas simples, como nos tempos da faculdade em que eu sabia que se chumbasse no exame, tinha hipótese de recurso (plano B) mas acontece também nas maiores, como quando fazemos uma poupança que nos permita viver se formos despedidos (Plano B).

Não precisam de ser planos traçados a régua e esquadro. Basta eu saber que há um caminho alternativo por onde possa seguir se me esbarrar no principal. Geralmente são soluções piores, mas com as quais posso viver ou remediar, melhor ou pior, até encontrar o caminho certo outra vez. Sempre que sinto que alguma coisa pode correr menos bem, eu preciso de uma alternativa, de saber pelo menos que ela existe. Caso contrário, fico sem chão.

Para o processo “escola da C.”, já tenho o plano B.
Isto quer dizer por um lado que as coisas não têm de ser como são porque encontramos alternativa se necessário, mas quer dizer também por outro que o projecto inicial não está a correr como o esperado. Se eu não souber que há algo que possa fazer em relação a isto que mude em tudo o curso das coisas, falta-me o chão. E o ar. Perceber que, embora não seja a opção perfeita, há uma opção caso isto não melhore, dá-me algum conforto. Este é o lado positivo.

O outro lado é que as coisas não estão a correr bem e foi isso que me trouxe até ao ponto em que precisei de pensar num plano alternativo. Se as coisas não melhorarem, a minha filha vai sair da escola e eu vou passar a licença de maternidade com duas crianças em casa. Com tudo o que isso implica, mas sabendo pelo menos que poderá respirar de alívio e esquecer a ansiedade gigante em que está.

Ainda acredito que possa correr bem. Ainda acredito que possa melhorar. Para já está muito pior do que o esperado mas as crianças são surpreendentes a todos os níveis e a minha obrigação é acreditar que vai passar.
Se assim não for, eu tenho um plano B.