Este não é um post sobre as coisas boas, mas sobre as más

Como já tenho referido por aqui, ando em processo de mudança de casa (de cidade e distrito, já disse, não já?). Vai no sentido contrário ao último movimento do género que fiz, em que regressei a casa e talvez por isso ande envolto em mais receios. As coisas vão acontecendo aos poucos, têm vindo a acontecer desde Abril sensivelmente, embora este processo se tenha iniciado ainda no final de 2011. De qualquer forma, sendo uma experiência fantástica sob vários pontos de vista (finalmente a nossa casa, as compras, a decoração, colocar tudo nos sítios, ir experimentando, trocar da sala para o quarto e depois para o escritório, as soluções que são perfeitas, a construção...), é também de difícil digestão visto de outros. 

Para começar vou deixar a minha casa, que é minha desde o dia em que nasci, já lá vão uns anos, e que mesmo nos tempos em que estive ausente, foi sempre o meu lugar; Depois, vou deixar uma grande parte das minhas pessoas (embora fique também mais perto de outras, é certo), daquelas que custa mesmo deixar, como a família. Bem sei que a nova casa é ali ao lado.. -  quem é que eu quero enganar? São 400 Km! - mas não é a mesma coisa; Além disso, vou deixar também a minha cidade, que amo de paixão, onde me sinto absolutamente em casa, onde todas as ruas são familiares, onde conheço toda a gente, nem que seja só de vista, onde ando à vontade, não há receios, conheço os caminhos e nunca me perco. É a minha cidade, com tudo o que isso implica, e por isso é tão difícil. A cada temporada (de dois, três dias) que passo na cidade nova, ao regressar penso sempre que aqui é que me sinto em casa. Mas talvez venha a sentir isso no novo destino. Esperemos que sim.

Claro que nem tudo é mau como parece que estou a pintar (embora tenha avisado que este post não era sobre coisas boas - a seu tempo virá). Há imensas vantagens, a começar pelo Mr. P. (A vantagem) Há ofertas profissionais melhores, mais cultura, mais novidades, uma série de amigos, uma casa nossa. Mas acho que isso vem com o tempo. Nesta fase pré-mudança, penso mais no que fica do que no que vou encontrar. Vou indo, no entanto, em frente, ainda que em modo baby-steps; talvez não tarde nada e estarei aqui a relatar como é fantástica e maravilhosa a nova cidade que me vai acolher.

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