Carta aberta. À minha filha que faz dois anos.

I.,

Escolheste o dia mais bonito do ano para nascer, o que não deixa ao mesmo tempo de ser engraçado. Já contamos a nossa história vezes sem conta e de todas elas eu recordo que dizia durante a gravidez que podia ser em qualquer dia, menos no Natal, e tu - como uma boa menina - jogaste para bingo. Reflectindo sobre isto acho que tem tudo a ver contigo, essa malandrice pegada de quem só gosta de contrariar todas as regras mas que no processo é tão, tão engraçada que ninguém se zanga e até nos rimos. 

Tens dois anos mas em criatividade, imaginação, invenção e inteligência estás a anos luz do teu tamanho. Não há dia que não nos surpreendas com novas conquistas e ideias e és um desafio à segurança (e ao meu coração!). Ao mesmo tempo, és tão querida, tão meiga e tão fofa que te perdoamos tudo. Estás sempre, sempre bem disposta e a rir, tens uma piada imensa e o desafio é muitas vezes ralhar quando nos queremos rir também. 

Desde o Verão até aqui começaste a falar imenso e dizes tudo. És muito observadora e relatas factos que estão a acontecer. Adoras cantar e dançar e imitas tudo o que faz a C. - maior ídolo da tua vida! Já brincas com os brinquedos da mana (a patrulha pata, a Frozen, os lápis e livros de pintar) mas tens o teu maior amigo, companheiro de todas as coisas e inseparável para tudo - o Panda. O grande, o "pinino", a almofada grande, a "pinina". E já dizes a toda a gente que vais fazer dois anos e o bolo é do panda. 

Adoras, adoras, adoras o banho e choras sempre para sair. Como adoras também comer a qualquer hora do dia. Saltitas no colo de todos ao pequeno-almoço para provar todas as opções e pedes sopa a meio da tarde. Falhamos miseravelmente no projecto anti-chocolate antes dos dois anos por isso se o vês a jeito, pumba. Pumba também com qualquer telemóvel que apanhes à vista na esperança de chegares ao youtube e fazeres play num qualquer vídeo do Panda, Masha, Mia, Frozen (o que geralmente consegues!)

Começamos em Setembro as aulas de música e é o dia preferido da semana. Mal acordas começas logo a pedir a S. (a professora) e danças e cantas toda a aula. É um momento muito feliz.

Sabes imensas coisas e estás sempre a descobrir coisas novas. Contas até onze e jogas às escondidas. Conheces os animais todos. Sabes as cores. Sabes que moras no Porto e onde moram os avós. Conheces toda a gente da família e chamas pelo nome (até ao avô, que deixou de ser o "senhor"). Chamas "mana" à C. mas dizes o nome dela de uma maneira muito engraçada. Distingues o toque do "telefone da mãe" do "telefone trabalho mãe" - o que é surpreendente! E acompanhas a cantar e com coreografia uma data de músicas - o que também me surpreende imenso. Também já dizes muito bem como te chamas e quantos anos tens e vais fazer.

És completamente independente e queres fazer tudo sozinha. Geralmente dizes "não ajuda" quando nos dispensas porque tu fazes. Dormes muito bem (à noite e a sesta) e adormeces sozinha. Já deixaste completamente as fraldas (há meses!), salvo de noite e queres comer sozinha grande parte das vezes. 

Estás tão crescida que nem sei explicar como isto aconteceu tão rápido.
Ainda assim continuas a ser o meu bebé pequeno mais fofo da sua mãe e eu sem saber como cabe tanto amor num coração só. Parabéns a nós!

FELIZ NATAL !


Aos que passam e voltam mas sobretudo aos que são de sempre,


UM DOCE, SANTO E FELIZ NATAL A TODOS

Já se sente, não já?

Já há oficialmente aquela energia boa do pré Natal, aquele burburinho do já só faltam quatro ou cinco dias e está mesmo, mesmo quase. A noite de Natal cheia de frio lá fora e quentinho cá dentro. O dia de Natal que começa bem cedo com uma árvore transformada em magia. E tanta coisa boa. Entre elas o meu irmão, que está de volta outra vez (e falta mesmo, mesmo pouco!) e que agora já não é só o meu irmão mas é o tio das minhas filhas e isto traz alegria extra. Estamos quase de férias para poder aproveitar tudo e viver dias bem devagar.

Entre eles, o segundo aniversário da minha filha, que quis que fosse precisamente no dia de Natal e uns parabéns misturados com pinheirinho, pinheirinho de ramos verdinhos (mas ainda agora, uma história gira para contar!). Há festa de Natal e há festa de anos três dias depois - com velas e bolo duas vezes. Cada vez mais a dar valor às coisas importantes da vida - com FAMÍLIA escrito em todos os poros. Pack de quatro - Christmas edition!

Vou mudar de vida e abrir um hotel






Era giro eu dizer agora que é este o hotel que vou abrir mas não corresponde.
Na verdade este é um sítio que há muito tempo tenho imensa curiosidade em visitar (viram bem a piscina?) mas que por uma razão ou outra tem ficado fora dos planos.
Na semana passada estava a dar banho à C. num dia qualquer e ela pediu os óculos de piscina para dar mergulhos na banheira - o que obviamente não foi muito fácil. E percebi que a minha filha está a precisar de ir nadar e matar saudades duma das coisas preferidas: água!

Decidimos aproveitar os meus anos - dentro de dois meses - para irmos passar uns dias fora mas foi com admiração profunda que de lá me disseram que noites ao fim-de-semana só tinham no final de Abril. Haja sucesso!

Naturalmente que não farei ideia o que estaremos a fazer no final de Abril mas pelo sim pelo não fiz a reserva. Daqui até lá talvez me esqueça, que a minha memória não é essas coisas, mas no caso de as três agendas desempenharem correctamente o seu papel e nos lembrarmos efectivamente, é aqui que estaremos três dias, dentro de (aproximadamente!) meio ano. Isso ou mudo de vida e abro um hotel! 


Ora então!

Aos dez de dezembro do ano da graça de 2019,

já terminamos as compras de Natal !!

Que dizer desta lista?
Acho que foi a maior de sempre. Tem umas quarenta entradas e quando digo isto às pessoas acham que o meu raciocínio mental já viu melhores dias. Mas devo dizer em minha defesa que adoro oferecer. Adoro! Por isso não só não me arrependo da absoluta loucura, como nem se quer vou fazer contas à vida. Sei que para cada coisa que comprei tive atenção ao valor e não cometi imoralidades, pelo que o valor final global é alto (que é), mas não por ter perdido a cabeça. Simplesmente porque o meu coração é grande. Venham daí as rabanadas, arroz doce, aletria, tardes à mesa, noites à mesa e quentinho no coração!

Feliz Natal !!

A volta ao mundo em nossa casa

Esta aqui compramos no Lx Factory a um senhor que faz peças maravilhosas a partir de componentes de automóveis;
Esta trouxe o P. da Índia. Dizem que dá sorte.
Os boomerangs vieram da Austrália, foi o P. que trouxe das primeiras vezes que lá foi.
E este camelo? Do Dubai.
O elefante também é da Índia, talvez da segunda vez.
O jarro em papel compramos em Londres.
A placa em madeira que está pendurada veio da China.
O galo de Barcelos Fernando Pessoa compramos em Lisboa há imensos anos.
Este galo sino foi no Porto.
Aqueles quadros dizem de onde são: trouxe o P. de Nova Iorque quando lá vivia perto.

Acho que a nossa coleção é viagens.


A máquina do se

Acho que há uma razão pela qual a série This is us faz (ou fez) tanto sucesso. Conseguir ver num único momento o presente e o futuro, é saber a todo o tempo o que aí vem. A pessoa vê o bebé que acabou de nascer cego, mas na cena seguinte ele é adulto e encheu um estádio com pessoas que o foram ouvir cantar por isso sabemos que teve um final feliz. Ou vê um casal desesperado por engravidar e na cena seguinte dá-se um salto ao futuro e sabemos que um bebé vai acabar por nascer. Ou aquela que parece ser uma história com um futuro maravilhoso está a passar uma crise no momento presente, mas vira a imagem e eles já estão felizes para sempre. Por isso nem se sofre, nem se antecipa, já se sabe o que aí vem. E se esta capacidade era terrível na vida real, também era um super poder gigantesco. As preocupações do dia-a-dia, mais simples ou complexas, eram simplesmente resolvidas só por olharmos pelo buraco da fechadura que nos deixava espreitar o futuro. Não tinha tanta graça, é certo. Era mais ou menos como ler o fim do livro antes de conhecer a história, o que ao nível do spoilerismo é um enorme alerta vermelho. Mas por outro lado, até podia poupar algumas dores de cabeça (ou piorar outras tantas sempre que o futuro não fosse o que desejávamos) Bom, tudo pesado talvez fosse pior do que melhor, mas adiante. 

Não vendo como isto possa ser possível, tinha outra sugestão, que já agora proponho. Em vez de a pessoa espreitar e ver o futuro na cena seguinte, tinha em casa uma máquina do se. A máquina do se servia exactamente para ver o que acontecia se eu decidisse assim, ou se decidisse assado. Ali, as opções todas em aberto, o futuro de uma maneira ou de outra, que só dependia da escolha que eu fazia naquele momento. 

Para testar a invenção dou-me já como cobaia, só porque sou muita amiga, e queria muito saber como será se na primária deixarmos a C. na escola em que está e como será se a mudarmos para outra escola. É que queria muito conseguir decidir mas sem máquina do se está muito difícil! Pode ser, vamos lá?

É a minha vez? Obrigada

No último resumo destes encontros percebi pela descrição que a participação que tive foi totalmente vazia de conteúdo. Como se isso já não fosse mau, o que disse nem se quer transmitiu a minha verdadeira opinião sobre o tema. Sim, claro que há ali uma pancada. Mas isso não significa nada. Olhando para ali gostava de ter dito mais alguma coisa. Também por isso, hoje antes da minha intervenção vou contar uma pequena história. 
Quando eu era pequena falava de mais. Não no sentido de dizer o que não devia, mas no excesso. Não conseguia estar calada. O facto era tão evidente que nas viagens de sete ou oito horas que às vezes fazíamos nas férias com vários amigos, os meus pais negociavam a minha passagem para outros carros a ver se havia sossego só um bocadinho enquanto eu ia à boleia com outros.
Era um traço da minha personalidade que a vida fez questão de resolver quando, no início do quinto ano, me deu um murro na auto-estima. Nessa altura percebi que talvez eu não fosse tão maravilhosa quando aquilo que achei até aos dez anos e se calhar devia passar mais despercebida. Nessa altura comecei a falar menos, mas muito, muito depressa, com a consciência de que assim reduziria o tempo que os outros estavam expostos a mim e os aborrecia menos. Ainda hoje acontece, se estiver a falar para públicos maiores por exemplo. Comecei também a achar que a minha opinião por princípio, não sendo especialmente importante, podia ser facilmente dispensada. E por isso ainda hoje acontece estar em círculos de conversa onde não falo, porque não acho que tenha alguma coisa importante para dizer, nem acho que os outros tenham grande interesse em ouvir. No fundo sei que isto tem um efeito secundário um pouco negativo, mas foi um traço que ficou (e a psicologia de certeza que explica) e uma forma de me proteger da crítica (ou do gozo). Mas neste contexto o efeito foi bastante visível e traduziu-se num resumo com rosto e forma, com uma opinião desinteressante, sem conteúdo - o tal efeito secundário. Por isso para futuro não digo que sou uma pessoa cheia de interesse ou fascínio, mas certamente melhor que "ela tinha uma pancada" e vou fazer um esforço para contrariar a tendência natural do silêncio e dar opiniões mais robustas. No entretanto, espero que aguentem!

Uma nova vida no projecto das fotografias

Ainda preciso de fazer totalmente as pazes com a ideia, mas o projecto de fotografia as we know it chegou ao fim. Dito desta forma parece triste e deprimente e o fim de uma era; mas por outro lado vai dar origem a um outro pelo que a fotografia não morre.

Como já aqui disse um milhão e trezentas mil vezes, o projecto fotografia do mês consiste em tirar todas as fotografias que se quiser durante um determinado mês; organizar tudo no último dia; selecionar as preferidas; imprimir; e colar no álbum. Está associado a um mês porque começou quando a C. nasceu, em que fazíamos a "foto do mês" com um quadro das conquistas, peso e altura e que resultou numa moldura com doze fotografias maravilhosas. Depois do primeiro ano continuei sempre a guardar e arquivar as fotografias dela por mês - até aos três anos. Desde os três tento que o arquivo não passe muito além dos três meses, caso contrário fica um caos esta organização. Por isso a C. tem até aos três anos fotografias arquivadas por mês e ano (todas nos respectivos álbuns) e a partir dos três fotos arquivadas por trimestre e ano. A I., que tem quase dois, teve até esta altura todas as fotografias guardadas e arquivadas por mês e ano mas o processo tem sido mais difícil. Não por ela ser a segunda filha (que eu sei que em algumas coisas facilitamos), mas porque toda a ideia das fotografias do mês era ter imagens delas, a fazer as coisas delas, individualmente consideradas no mundo como os seres maravilhosos que são; e com a I. isso é muito difícil porque geralmente a C. está em todas as fotos- Portanto aquilo que é o álbum da I., é na verdade o album da I. e da C. Esta constatação fez-me perceber que não vale a pena continuar a arrumar fotografias em pastas que se chamam pelos nomes delas, porque o que temos agora 95% do tempo são na verdade, não fotos da C. ou da I., mas fotos de família. E por isso, vou acabar aqui com os álbuns delas e inaugurar oficialmente, a 1 de Janeiro de 2020, o álbum da família. 

O senão desta decisão é que olhando para a colecção, tenho 3 álbuns chamados C. (Outubro 2014 a Outubro 2015; Outubro 2015 a Outubro 2016; Outubro 2016 a Dezembro 2017) e tenho dois chamados I. (Dezembro 2017 a Dezembro 2018 e Dezembro 2018 a Dezembro 2019). E isto não mata mas moí aqui qualquer coisinha. Sendo no entanto realista, não faz sentido fazer um terceiro álbum I. a fazer de conta que é dela, quando o que temos é todo um conjunto de fotografias de família. 

Para suportar em grande esta nova etapa das fotos, comprei um álbum de 500 fotografias, que certamente servirá Janeiro 2020 a Dezembro 2021 (o que foi também bom porque a Tuc Tuc - marca de todos os outros - já não tem nova coleção e eu já os tenho a todos).

Três testamentos por isso para justificar a minha decisão de dar menos um álbum à minha filha mais nova do que à mais velha - com o apoio do pai que lembrou que no tempo da C., era só ela. E agora somos um pack de quatro. Está tudo bem!


Agora sim!

Digo às vezes por brincadeira que desde que viemos viver para o Porto, me apetece mais vezes francesinha do que sushi. A verdade é que era algo que só comíamos uma ou duas vezes por Verão e agora que aqui estamos, quer aqui, quer na praia, comemos com muito mais frequência. O que é péssimo porque aquilo é mau; mas óptimo, porque é muito bom!

Numa destas últimas semanas, uns amigos de Lisboa disseram que vinham jantar no dia seguinte, juntou-se mais um casal (e nós) e decidimos fazer em casa precisamente francesinha! 100% caseira, do molho às batatas. 
Pese embora toda a gente tenha limpo o prato, não foi obviamente a melhor que já comemos, mas a boa notícia é que também não foi a pior. Numa avaliação justa, é seguro dizer que estava razoável. 

Mas a parte mais de salientar é que conseguimos fazer em casa francesinha. Estou super orgulhosa! Primeiro foi a feijoada, o arroz de pato, o pão; depois as compotas e marmelada. E agora faço francesinhas (sendo que ficou já em pré reserva um jantar a seguir ao Natal). Não fosse o caso de não adorarmos o Porto, quase que já podia dizer que era tripeira!


E muita fome depois desta foto!

Bitch!

Aviso à navegação!

Depois de ter marcado as férias para o ano inteiro algures em Abril ou Maio, apercebi-me há dias que, nem sabendo bem como, estou off a partir do dia 19 de Dezembro de 2019 (inclusive) até ao dia 6 de Janeiro de 2020!
Yeah!!



Porquê mesmo?

Em Outubro de 2016 publiquei aqui um texto onde relatava alguns episódios da minha infância que me marcaram muito negativamente e que se relacionavam com o excesso de peso. Tratava-se basicamente do resumo de três histórias verídicas (e dramáticas) que me aconteceram por volta dos dez anos de idade.

Uma dessas histórias dizia assim,

Há um outro dia em que duas amigas estão a andar de patins no espaço atrás de casa. Vejo-as da janela, queria que me convidassem para ir andar com elas. Secretamente vou calçar os meus patins e deixo-me estar na janela, flectindo os joelhos para não parecer tão alta (os patins dão alguma altura) e não descobrirem que eu já estou ali prontinha, só à espera que me chamem. Digo-lhes se calhar adeus, tento chamar a atenção. Quero muito, muito ser amiga delas, como elas são entre elas. Ao fim de algum tempo chamam-me. Vou feliz, radiante. Mudei de escola nesse ano, não tenho ainda muitos amigos, depois de a escola primária ter sido um tempo particularmente bom. Quero integrar-me, fazer parte. E elas chamaram-me, vamos ser amigas. Desci para descobrir que as crianças se sentem melhor se tiverem um alvo comum de gozo e que eu era exactamente esse alvo. "Achas que nós queremos ser amigas de uma gorda?"


Isto posto, é com um grande ponto de interrogação que constato que hoje à noite, essas mesmas amigas vêm jantar a nossa casa. 
Para já não tenho mais nada a acrescentar, salvo que a psicologia certamente explica.




Ainda no campo das reflexões fiquei um bocado assustada com isto

Estendo a roupa enquanto faço o jantar;
Faço o lanche da C. enquanto preparo o pequeno almoço;
Como enquanto dou de comer à I.;
Vejo actualizações do telemóvel enquanto espero pelo trânsito e pelos elevadores;
Faço algumas chamadas enquanto conduzo;
Penso na vida enquanto tomo banho;
Envio e-mails enquanto almoço;
Organizo a semana enquanto tomo café;
Trato da cada enquanto brinco com as minhas filhas;
...

Mas não tenho a certeza se o constante dois-em-um é bom ou mau.


Andava em reflexões da minha vida, naqueles quinze minutos casa-trabalho e percebi com alguma admiração que,

- Não faço qualquer tipo de exercício físico, praticamente já nem a caminhada a pé para ir comprar pão;
- Deixei quase de comer fruta;
- Legumes e sopa são uma raridade;
- Durmo uma média de 6 horas por dia;
- Praticamente nunca almoço;
- ...

O único positivo é a água, que lá vou bebendo um litro e meio ou dois, mas bem se sabe que H2O é bom mas não faz milagres. 
Com este quadro não é de admirar uma série de coisas. E foi assim que concluí as reflexões. Pensando no entanto que se começasse com um dia (um só, vejam que fácil) a ir a pé para o trabalho por exemplo, já seria uma melhoria imensa. Melhor ainda, ir a pé enquanto como uma maça. 

Que óptima ideia!

Ora actualizando a agenda

Adoro o Natal por todas as razões mas o juntar amigos para almoços e jantares demorados será sem dúvida uma delas. Por isso de Novembro já levamos datas marcadas, o que juntamos a jantares ainda em Novembro, a festas de anos várias de amigos da minha filha, festa de Natal da escola, circo, Panda and so on. Uma agenda cheia, como eu gosto!

16 Novembro - anos K,
21 Novembro - jantar de amigos cá em casa
23 Novembro - Frozen II (cinema com as amigas)
30 Novembro (manhã) - anos R.
30 Novembro (tarde) - anos G.
1 Dezembro - Casa Natal!
8 Dezembro - anos G.
14 Dezembro - Festa Natal
14 Dezembro - jantar de amigos cá em casa
15 Dezembro - Festa da Música
21 Dezembro - Circo
21 Dezembro - Musical Panda

E isto do que me lembro...!
Pelo meio vamos tentar encaixar dois dias a dois numa qualquer capital europeia, que bem pode ser a capital de Portugal, para passeio e compras de Natal nas ruas. Não me chegam três agendas mas ADORO!






outra vez arroz?

Nota prévia: adoro esta expressão! Neste caso não se refere a bens alimentares mas a livros e sim, este é mesmo o terceiro post seguido sobre livros (mas prometo os dez seguintes sem este tópico).  Este é no entanto um risotto, no sentido de que é arroz (são livros) mas é ligeiramente diferente do habitual - são dicas de prendas de Natal para crianças. 

E porquê?
A minha filha C. lê religiosamente uma história antes de ir dormir, lendo-se aqui “ler” como nós lemos porque ela tem cinco anos e é fortíssima ao nível das letras mas ainda não sabe ler. 
Neste ritual pré cama temos os nossos preferidos, que estão sempre na mesinha de cabeceira e que vão alternando. Por isso lembrei-me de partilhar alguns que têm um lugar mais especial no nosso coração, aproveitando a época festiva que aívem e quem sabe inspirando prendinhas de Natal.



 Tristana Múu
Encontramos este livro na feira do livro, li-o ali em pé junto ao stand e comprei três exemplares, dois para dar e um para nós. Foi das coisas mais maravilhosas e doces que vieram parar cá a casa nos últimos tempos. É lindo, lindo, lindo e ainda por cima tem piada. Uma história sobre a importância gigante da amizade e dos amigos na nossa vida. Se não comprarem mais nenhum, comprem este!




O dia em que o Senhor Bonifácio ficou em casa doente
Não é a primeira vez que falo deste livro aqui mas justifica-se. É um abraço apertado em forma de letras, frases e ilustrações perfeitas que fala também da amizade. É sem dúvida um dos meus preferidos desde há algum tempo e que, dois ou três anos depois de a C. o ter recebido ainda continua na mesa de cabceira para ser lido muitas vezes.




Histórias viradas do avesso
Comprei-o há um mês e sensivelmente dentro desses trinta dias, vinte e cinco foram para este livro. São cerca de cinquenta histórias muito pequeninas (que se podem ler num minuto, principio que serviu de base à rubrica do instagram que deu depois origem ao livro) e temos adorado. Quase todos os dias é o livro pedido e lemos entre três a quatro histórias. As ilustrações estão também muito giras e de certeza encantarão filhos e pais. Vai altamente recomendado.








Mog e...
Na verdade não é só um livro mas uma coleção. São histórias amorosas sobre uma família e a sua gata Mog que fazem também muito sucesso e que temos há imenso tempo e continuam a ser pedidas




Bicas e Azul
Deixei para último (à semelhança do primeiro) um que tem um lugar um bocadinho mais especial no coração. Uma história sobre ser diferente, que é afinal igual, de luta contra o preconceito. Especial pela mensagem, pela simplicidade e pela pessoa que nos ofereceu, que é uma daquelas pessoas da nossa vida. Não deixem de ler.

O desejo de encontrar pérolas

A leitura está cada vez mais a voltar à minha vida e nem consigo dizer bem como isso me deixa imensamente feliz. Passei de uma adolescência onde lia, lia, lia; para tempos da faculdade em que todos os livros eram técnicos; para uma vida adulta em que conseguia ler um ou dois livros por ano e nas férias. Agora estou a ler religiosamente todos os dias antes de dormir e tenho sempre livros (neste momento quatro) em fila de espera. Terminei esta semana mais um (e já comecei o seguinte, havemos de lá ir) que veio da esperança de ser uma pérola (e não era péssimo, mas também não era bem).
Tenho aquela ideia romântica de que posso encontrar livros perdidos em feiras ou lojas, que são tesouros escondidos que ninguém leu mas verdadeiras obras primas dignas de Pulitzers. Por isso este ano na Feira do Livro do Porto (onde estive umas quatro felizes horas) encontrei este livro que me chamou a atenção pela capa (embora tenha lido a sinopse) e decidi trazê-lo pensando que podia ser essa pérola. É na verdade um livro que podia ser um gráfico, ora está tudo bem, depois piora; melhora, piora e andamos ali ao sabor da vida de quatro personagens principais que se encontram na pequena loja de Blosson Street e se tornam amigas. Um romance levezinho e simpático, sem grandes ambições de obra prima parece-me mas que se lê com gosto. Daqui passamos para o Nobel da Literatura (e com bastante curiosidade para o que aí vem), quase, quase convencidos de que valerá a pena re-abrir a categoria "Livros de 2019". Coisa boa!


Sobre a Eliete

Há duas grandes forças que me ficaram do Eliete (para além de - em bom português - a senhora ter uma panca gigante).

A primeira resulta do próprio texto e diz assim:

"Somos a nossa memória. A memória determina o que sentimos, o que sabemos, o que imaginamos, o que intuímos, somos a nossa memória e quando lhe perdemos o acesso, mergulhamos num vazio inimaginável, sem acesso à memória não poderemos saber dos valores morais que nos guiam, dos amores e dos medos, das ambições, dos erros e fracassos."

Esta ideia não se relaciona em praticamente nada com a história, é só um à parte, um detalhe, nem se quer diz respeito à personagem principal (embora por vezes ela também pareça que se esqueceu dos valores morais). Mas ficou-me porque me diz imenso. Na verdade grande parte de nos é memória, não exactamente do passado mas sobretudo do que somos, onde estamos, o que fazemos, quem conhecemos. Pensar que um dia podia acordar e não me lembrar da minha vida é algo verdadeiramente assustador. Por isso sim, acho que somos a nossa memória e o nosso passado e presente são infinitamente mais importantes do que o resto (embora andemos sempre preocupados com o futuro).

A outra força deste livro foi perceber que a Eliete é o estereótipo do insatisfeito sem causa. E neste caso talvez ela tivesse as suas razões (que nunca chegamos a saber) mas o que vemos é uma mulher casada, com filhos, emprego, casa, amigos e que em tudo apenas encontra defeitos. O marido é péssimo, o trabalho não presta, a relação com as filhas, do pior, os amigos cheios de coisas más. E não, não quer dizer que todos tenham de se satisfazer com o mesmo padrão de vida, mas há um segredo, que temos no nosso quarto em forma de mantra, que é perceber muitas vezes que já temos tudo o que precisamos, só é preciso dar-lhe valor. Por isso há um quadro na nossa vida que diz que o segredo de ter tudo, é saber que já se tem tudo. Ou saber dar valor. Claramente esta senhora não estudou essa parte da matéria (ou talvez eu estivesse menos insatisfeita se fosse explicada a razão) mas quanto a mim continuarei a repetir a máxima. Cada vez mais convencida que ser agradecida, estar grata, é uma bênção.


As páginas amarelos VS o GDPR

Há 40 ou 50% do meu trabalho que é passado de volta do GDPR. Os temas da proteção de dados nunca estiveram tão em voga (não obstante a lei anterior ter mais de vinte anos - bem sei que não com as mesmas multas, mas ainda assim) e eu estou bastante dedicada a eles. Confesso no entanto a minha total descrença na proteção dos dados - o que não me fica bem dizer, eu sei. Mas na verdade eles andam aí, qualquer pessoa os consegue obter e este histerismo todo de proteger o improtegível parece-me só despropositado. Mais valia aceitar os factos.

Em todo o caso, os temas da proteção, do acesso, da privacidade, etc. andam com muita frequência a girar os meus e-mails, telefonemas, reuniões e sei os princípios de cor. Por isso deu-me muita vontade de rir a conclusão de que passamos de ler livros gigantes com páginas e páginas onde cabiam nome, morada e número telefone e que eram distribuídos pelas casas, quem sabe deixados à porta e agora estamos na necessidade de consentimento e na coima pela falta dele. Não é incrível? O que me faz no fundo achar que daqui a vinte anos estaremos novamente despreocupados e felizes com a livre circulação de pessoas, bens e dados e o GDPR será como as antigas páginas amarelas, uma memória gira.

O dom da ubiquidade

Como está bom de ver, eis dom que não me assiste mas tenho imensa pena. Dava muito jeito em muitos contextos e esta semana em especial. Precisamente na quinta-feira às 19.00 horas tenho dois eventos em pontos opostos da cidade, um que me dá um prazer enorme, outro que igual prazer me dá. Como é que a pessoa decide? Eu respondo: com a ubiquidade. A pessoa estava nos dois sítios ao mesmo tempo, qual deus das grandes coisas, e não se falava mais nisso. Não dava jeito? Se dava!

Não sendo assim, confesso, não faço ideia. O desempatador que uso em grande parte das dúvidas neste caso não se aplica. Geralmente em face de dois iguais pergunto: qual o mais barato? E escolho esse. Sendo os dois gratuitos, podia pensar em qual fica mais longe e escolher o mais perto mas ne verdade se fosse ver possivelmente concluía que são sensivelmente os mesmos quilómetros. Qual me dá mais jeito? Qual gosto mais? Qual me deixa mais feliz? Os dois! 

Creio que me resta tirar à sorte (ou ganhar super poderes em dois dias).

A melhor da minha filha!

Por alguma razão que não sei bem explicar, a minha filha C. chama o meu pai pelo nome e não "avô".
Creio que isto vem do tempo em que ela começou a falar e ouvi-a a minha mãe chamar por ele. Seguiu o exemplo e chama-o L. Ao ponto de dizer que, por exemplo, vai a casa da "vovó N. e do L." e de as pessoas acharem que a vovó N. se divorciou e arranjou um namorado (ahahah!).
Bom, nisto todos nós nos referimos a ele da mesma forma quando estamos a falar com ela e neste contexto a minha filha I. foi ouvindo a conversa e habituou-se também ao L. em vez de avô. Detalhe, ela não consegue ainda dizer L.

Ora, estava ela em casa dos meus pais e pediu à minha mãe para pôr um Panda a dar. A minha mãe disse-lhe que fosse pedir ao L. para ele pôr a música a dar na coluna. E disse-lhe assim mesmo, "pede ao L." (porque nunca dizemos avô!).

A minha filha põe então pernas ao caminho, aproxima-se do L. e diz-lhe:

- Ó xinhoí, um panda!

Portanto uma neta que chama "senhor" ao avó!
(Adoro!!)

Fim de semana de 3 dias

O meu voto é para que todos os fins-de-semana sejam de três dias. Porque na verdade quando a pessoa sabe que no dia a seguir ao sábado não tem de trabalhar, a coisa rende muito mais!
Por isso no primeiro sábado do fim-de-semana, que é como quem diz na sexta-feira, fomos ao Sea Life e almoçamos na Foz; E no segundo sábado, que é como quem diz sábado propriamente dito, fomos à praia (sentido figurado, naturalmente) e fizemos um jantar a dois, com o alto patrocínio dos avós onde gentilmente deixamos as crianças. Domingo, foi dia de descanso, como todos os fins-de-semana devem ser em parte. Três dias maravilhosos. Quase umas mini-férias. E que fácil seria se fossem todas as semanas assim. A parte menos boa é a segunda-feira, que parece que ainda custa mais e com chuva então... Mas bom, faltam quatro dias para tudo outra vez (e um mês e meio para o Natal!) por isso olhem, vamos na fé! Boa semana!

Sim, eu sei que estou muito adiantada!

Já fiz a lista de Natal! Isto é, elenco de pessoas fofas a quem dou um miminho nesta época - e que mais uma vez vai para lá das trinta.
Apesar de me sair do bolso, literalmente, vejo isto como altamente positivo. Há tanta família e amigos na nossa vida, em especial crianças que já são quase mais que nós, que sabe mesmo a Natal! Só falta fazer a árvore. 

Já podemos?


Brunch by Bimby

Tenho de confessar que passei demasiados anos a dizer que não precisava de Bimby e nem queria porque tenho mãos e tachos, mas esses foram - vejo agora - anos em que estive totalmente enganadinha da minha vida. Que totó! Graças a Deus o meu homem sabe melhor e quando me ofereceu, mesmo sem saber, deu-me este grande amor (não ele próprio, mas a própria da Bimby). Minha melhor amiga!
Nem é porque eu não saiba ou não consiga fazer as coisas nos moldes tradicionais; é mesmo porque é tão mais fácil, prático e rápido e arrisco em tantas coisas que de outra forma não faria, que só por isso já vale mesmo (mesmo!) a pena.

Num destes fins-de-semana convidamos os primos e fizemos um sunday brunch, totalmente powered by Bimby. Claro que eu adoraria colocar aqui todas as fotografias mas - como se sabe - eles não deixam. Assim sendo, deixo só o elenco e a baba a cair.

A ementa era:

- Bôla de carne
- Bolinhas de chourição
- Pão de pesto
- Quiche de alho frances e camarão
- Limonada
- Arroz doce

(E extra Bimby, já agora, ovos mexidos com farinheira e salgadinhos)

As três primeiras precisavam de repousar a massa por isso comecei com a bola de carne, que repousa uma hora, segui para as bolinhas de chourição, que repousam 45 e depois o pão de pesto, 30. Quando terminei a última massa fiz a quiche e estava na hora de terminar as outras coisas, recheando a bôla, picando o chourição e tratando do pesto. Entraram no forno à vez enquanto fazia a limonada e quando nos sentamos à mesa começou o arroz doce, que comemos quentinho - e perfeito!

Se tinha feito isto tudo sem Bimby. Claramente.
Se o faria? Não.
O facto de ter tempos contados dá à coisa uma organização inacreditável. E enquanto alguma coisa cozinha por cinco ou dez minutos, sei exactamente qual o tempo que tenho para outra coisa qualquer, como roupas, crianças ou casa em geral. Há lá maior conforto? Gosto muito!

Há sempre um dia no ano em que gosto de fazer isto. Hoje é o dia



Os números dentro dos parêntesis representam o número de posts escritos aqui por ano, sendo que o ano 1 apenas começou em Março. Depois disso foi sempre a cair! Não sei se chore se bata se ofenda. Ou se fique só feliz por manter um hobby há tantos anos. Se fosse um ginásio, estava boa com'ó milho!

Coisas incompreensíveis para mim que sou esquisita

Para o aniversário da C. convidamos todos os meninos da sala dela (27 alminhas).
Como não tenho o contacto de todos (e também porque gostamos de detalhes), fizemos convites individuais que a C. deixou nas lancheiras de todos os amigos, com indicação às professoras para entregarem aos pais, e enviamos também um e-mail para todos os pais, onde reencaminhávamos o convite.

Das 27 pessoas, aí umas 8 não responderam.
Zero.
Nem obrigada não posso, nem obrigada posso, nem obrigada só. Simplesmente ignoraram. E sim, eu posso pensar que não viram o convite, não viram o e-mail ou não vivem no planeta terra mas a educação é bonita e por acaso gosto muito. Quão mal educado é a pessoa ignorar simplesmente um convite? Seria incapaz de uma coisa dessas, acho uma tremenda falta de educação. Sim, problemas de primeiro mundo. Mas custa assim tanto? A pessoa já está sempre ligada e já, não é assim tão difícil aproveitar o embalo e dizer "não, obrigada".

Cá em casa, não querendo ser exemplo, quando nos convidam vamos; e se por algum motivo não pudermos ir, ligamos a agradecer e pedir desculpa e mandamos presente no dia seguinte (o que aliás aconteceu com um convidado, palminhas aos pais). Quem não diz nada, honestamente não sei. Totalmente incompreensível para mim. Mas sou esquisita, já se sabe.

Vou contar um segredo muito baixinho para ninguém ouvir

Cá em casa damos início oficial às festividades no dia 1 de Dezembro. Mas este ano, não sei se de estar já frio, se de chover há dias, está-me a apetecer imenso Natal assim já, para ontem. Será que se for buscar as caixas e decorar a casa toda, quando abrir os olhos Natalou?

Uma dica: Peewee books

Este ano demos à C. uma prenda que achei um doce (modéstia à parte): um livro que conta a história dela. É totalmente personalizado com a personagem, história, imagens - mas em vez de se partir totalmente do zero, parte-se de uma base criada por eles depois de preenchermos um pequeno conjunto de perguntas. Depois o livro escreve-se todo à nossa frente e podemos fazer todas as alterações que quisermos. É perfeito, perfeito, perfeito! Como lemos todos os dias antes de ir dormir, esta é uma maneira maravilhosa de acabar o dia e ter aquela pausa mesmo antes do sono. Deixo a sugestão, com alguns detalhes abaixo:


Um Livro Mesmo Único!

Mais ninguém no mundo vai ter um livro igual ao teu. A sério. Neste livro extraordinário a única história que interessa é a tua, só mesmo a tua! Nele, vais querer falar sobre os teus amigos, a comida de que mais gostas, os teus brinquedos preferidos, os teus dias na escola... Aqui tens três razões para gostares muito dos livros PEEWEE:

São uma verdadeira biografia

”Biografia”, uma palavra difícil só para dizer que podes escrever um livro sobre ti, este vai ser o teu primeiro livro de memórias!

São totalmente personalizados

Tu dás-nos algumas informações sobre ti e nós, com uma pitada de magia, montamos um livro só teu, construído à tua imagem.

São pedagógicos

Ao escreveres o teu livro estás a usar a tua criatividade, a ganhar jeito para a escrita e, quem sabe, a aumentar também o teu gosto por livros.



Como Funciona?

Fazer um livro PEEWEE é muito rápido. s 3 passos:
1

Preencher o Questionário

Para te conhecermos melhor responde às perguntas e escolhe os desenhos que mais têm a ver contigo.
2

Mudar o Livro Como Se Quiser

Chegou o momento de fazer magia: abracadabra, e em poucos segundos aparece um livro personalizado! Se o quiseres melhorar podes trocar desenhos, escrever outros textos ou, até, contar uma história totalmente diferente. Tudo o que é escrito é completamente editável!
3

Finalizar a Encomenda

Pronto, o teu livro pode ser impresso. Agora, é escolher o modo de pagamento e fornecer os dados de envio para o receberes em casa! Simples, não é?

F de FESTAS !

Fim-de-semana passado, conforme anunciado, foi festa a dobrar: 20 crianças para lanche de tarde, seguido de 25 adultos para jantar à noite; duas áreas, dois temas, duas mesas (uma mãe!)

O tema da festa da tarde era Lady Bug e fizemos do pátio um parque infantil. Primeiro colocamos imensos balões ao longo de todo o espaço (orgulhosamente cheios pelo meu homem, que os meus pulmões, blé), e depois pusemos todos os brinquedos de grande porte dispostos em quatro ou cinco espaços diferentes (que os miúdos aproveitaram imenso!) Tínhamos uma área de cozinha e comidinhas; escorrega; quadro de giz e secretárias de desenho; tapete com almofadas; e dispersos vários triciclos, bicicleta, bolas, etc. Num dos cantos, a mesa do lanche, com imensos balões para dar um ar mais fofinho. Quando vi o resultado final fiquei muito orgulhosa do nosso trabalho: estava uma festa! Correu tudo bastante melhor do que pensava, contando que tinha receios que me fugissem crianças pelo portão (que estava fechado obviamente mas...), que alguém se magoasse a sério ou que houvesse imenso choro e gritos. Nadinha. Só mini pessoas a correr e a saltar por todo o lado, imenso barulho e muita alegria. Se não desse tanto trabalho, próximo sábado fazíamos tudo outra vez!

O que ajudou?
Não ter chovido!
Conseguimos fazer a festa toda fora e só se entrava em casa para wc (que fica logo na primeira divisão, portanto a confusão não alastrou ao resto da casa (coisa com que estava algo preocupada porque já tinha na sala o adianto da mesa da festa da noite).

E ter uns seis adultos na festa. Ajuda MUITO! Quase todos os pais deixaram os filhos e foram embora, mas alguns (que só entraram na sala esta ano ou estavam mais tímidos ou são nossos amigos) ficaram também e deram imensa ajuda porque de facto nós não parávamos.

Os miúdos foram saindo todos por volta das seis e até às oito tivemos duas equipas em suporte: pai e homem a limpar tudo do pátio e arrumar TUDO. Mãe e eu em casa a montar a mesa e terminar as coisas para o jantar, que já estava obviamente em fase muito, muito avançada (ou não tivesse acordado às sete da manhã e deitado no dia anterior às duas).

Resultado final: mãe feliz, criança feliz e dezenas de mensagens dos pais a agradecer, que os filhos tinham adorado. Fiquei de coração cheio. E daí mais uma vez o mote da minha empresa to be a fazer todo o sentido: coisas bonitas e pessoas felizes. A-MO!

As minhas filhas são a Masha e o Urso



Fosse o urso uma criança e estavam escolhidas as figuras: as minhas filhas são exactamente como a Masha e o Urso, sendo o Urso a C. (salvo seja) e a Masha a I.

Os episódios começam todos da mesma maneira, o urso C. está sossegado em sua casa a pintar, desenhar, escrever e a maluquinha Masha I. salta-lhe em cima, trepa para a secretária, arranca-lhe os marcadores, lápis e canetas, rabisca tudo o que vê. O urso C. sacode os seus braços para afugentar a pobre criança, mas é tão adorável que nem percebe. Noutro episódio também muito frequente, o urso C: está a comer e a fofinha Masha I. rouba-lhe toda a sua comida, ao que o urso C. responde com o seu habitual "és chata de mais!!", atirando-lhe com um pedaço e comida que pequena Masha I. devora. Pode também acontecer querido urso C. estar a ver televisão e amorosa Masha I. roubar o comando e carregar em todos os botões, qual zaping frenético, impedindo que urso C. prossiga a sua actividade ou se veja obrigado a esconder o comando com um "pára!!" pronunciado bem alto, que cutchi-cutchi Masha I. nem ouve.

Mas depois...

No meio das lutas entre Masha e Urso, há sempre um deles, ou geralmente os dois, que abraça e beija e faz mimos e todo um mel fraterno se dá. Urso C. acha afinal que Masha I. é um amor, coisa mais adorada de toda a sua vida e Masha I. nem precisa de dizer nada porque toda ela é baba pelo urso. E conseguem pintar as duas, têm as duas exactamente a mesma posição no pouf para verem bonecos e quase sempre a I. pede comida para ela e pede também "outra [para a] mana". O amor é a coisa mais bonita do mundo!

A part time job that is a full time job

Na nossa equipa somos três pessoas e a estrutura organizacional da empresa assenta precisamente em três realidades diferentes. Por esse motivo decidiu-se internamente que cada uma das três pessoas ficaria responsável, no que à sua actividade diz respeito, por cada uma dessas três áreas. Como se produzíssemos água, vinho e azeite e alguém só olhava para água, alguém só para o vinho e alguém só para o azeite.

Com esta organização, a pessoa 1 olha para o tema A, a pessoa 2 para o tema B e a pessoa 3 para o tema C.
Eu sou a pessoa 3, responsável pelo tema C.

Naturalmente que este modelo tem algumas falhas, mas tem pelo menos essa grande vantagem de cada um saber (na grande maioria das vezes) o que é da sua responsabilidade ou área de actuação. Claro que todos devem ter umas luzes dos demais temas, para cobrir ausências, férias ou picos, mas no BAU dos dias, o funcionamento interno está assim assente.

Quando me decidi pelo trabalho a tempo parcial, tive a brilhante ideia (também chamada único argumento abonatório, sem ser a própria da lei) de propor que toda a organização se mantivesse igual. Melhor ainda, que toda a distribuição de trabalho se mantivesse igual. Assim, todos os temas da área C continuaram a ficar comigo e eu asseguraria, tal e qual como em full time. Acrescentei ainda, em golpe de génio, que eu própria me organizaria no sentido de efectuar o trabalho, nem que para isso fosse necessário trabalhar noites, fora de horas, fins-de-semana.

Pausa neste momento para uma ovação em pé à minha pessoa, porque de facto toda eu estava inspiradíssima nesse dia (not!).

Bom, com esta coisa esplêndida que saiu assim desta rica cabeça que vos escreve, o meu trabalho transformou-se num absoluto caos (como está fácil de ver) com o detalhe delicioso (a verdadeira cereja no topo do bolo) que é receber menos 40%. Estou por isso muito feliz, a fazer caridade para uma empresa rica, e a sentir-me culpada sempre que a uma quinta ou sexta estou efectivamente dedicada à causa de fundo, a minha vida. Isto depois de ter estado ontem a trabalhar até às três e meia da manhã. De modos que é isto. Agradecida e bem haja.

Carta aberta. À minha filha que faz cinco anos

Aqui há dias ouvia alguém a dizer que os filhos só são dos pais nos primeiros anos, que depois são do mundo e nós só ficamos atrás a ver. Podia responder com aquele clássico de educação muito duvidosa (são do mundo o...) mas estamos em família e eu sou uma pessoa educada. 
Quando olho para ti acho que nunca vou querer que sejas do mundo. Vais ser sempre a minha filha, que eu podia enrolar numa peça de sushi e colocar de novo na barriga. A minha filha que me diz a todas as horas que me adora ou me ama, que nos diz a todos que adora e ama a família, que prefere o tempo que está connosco a qualquer outra coisa. Custa-me a crer que um dia vais ter vergonha se te quiser dar um beijo à porta da escola ou se te chamar pingú à frente de amigos. Mas estarei certamente em negação. 
Fazeres cinco anos assusta-me um bocadinho, porque não tarda estás na primária, no ciclo, no secundário e as pessoas dizem que os filhos crescem e deixam de ser dos pais.
Aos cinco anos eu continuo a querer que sejas minha todos os dias, da mesma maneira que quando tinhas um dia, um mês ou um ano. Como tu própria poderias dizer de ti mesma, és "amorosa" ou "um amor" e eu subscrevo com assinatura reconhecida. Continuas exactamente a mesma menina meiga, querida, bem comportada, sensível, educada. Não quer dizer que não te dê os cinco minutos de quando em vez mas a tua capacidade de pedir desculpa e reconhecer o erro é gigante. A tua inteligência emocional é ela toda enorme e cresce todos os dias. Tu também. Já chegas a casa a falar de oxigénio que é essencial à vida e há dias dizias que temos um osso chamado rádio - o que achaste muito engraçado. Mostras imenso entusiasmo por aprender coisas novas, continuas preguiçosa para tomar o pequeno-almoço, se te derem lápis e papel não precisas de mais nada e há umas semanas que não largas o diário.  Melhor do que isso só se houver praia e piscina, que quem te der água, dá-te o céu. É giro também ver como algumas coisas não mudam, e embora sejas agora muito mais sociável com crianças que não conheces (no parque perguntas "querer ser minha amiga?"), continuas a preferir ambientes mais calmos e menos confusão. Mas conversas com toda a gente, como gente grande. Acho que é porque estás, efectivamente, muito grande. Gostava de te dar o céu, o sol, o mundo, todos os planetas, astros e cometas, tudo o que existe e vemos e aquilo que nunca ninguém viu porque mereces o que ainda está por inventar. És a minha C. mais perfeita deste mundo e dos outros e embora nunca vás entender isto na sua real dimensão, eu vou passar o resto da vida a tentar. Com tudo o que aqui cabe, Gosto de Ti. Parabéns a nós.

Vivam os cocós! E as festas

O meu homem andou aí em périplo pelo mundo a propósito de coisas giras que a empresa dele anda a fazer. Num desses dias em que estava em Nova Iorque, esteve algum tempo a contar alguns detalhes, visivelmente entusiasmado com aquilo (e quem não ficaria? Eles são simplesmente os maiores!) e depois perguntou como é que eu estava, como tinha sido o dia, as miúdas, etc. Deu-me imensa vontade de rir e recuperei mentalmente o "Vivam os cocós" - enquanto ele estava a mudar o mundo, eu estava a planear em que dia da semana seguinte ia fazer a tarde de lima e a mousse de chocolate para a festa da C., quando ia fazer as compras e qual seria a melhor hora para prender os balões no jardim!

Ao nível da felicidade, não haja dúvida que qualquer festa me faz muito mais feliz do que qualquer trabalho (salvo se o trabalho fosse a organização de festas, claro está!). Mas ali no campo da importância absoluta, faz-me rir!



Post escrito em Setembro de 2016,

Ainda sobre não gostar do meu trabalho, vivam os cocós!

Ainda sobre não gostar do meu trabalho, vivam os cocós..

Vou tentar não me focar muito no facto de detestar o meu trabalho e ver só os pontos bons. Ser positiva em relação a isto do género, "boas energias atraem boas energias."

Mas antes de lá irmos, e ainda no campo das energias muito más, tenho de partilhar esta reflexão.

Tenho como dado adquirido que gostava de ser uma stay at home mum. Até posso estar enganada e se tivesse essa oportunidade ser um valente balde de água fria. Mas no campo das hipóteses, e já agora dos sonhos, tenho essa convicção e essa vontade. Se pudesse - e com isto quero dizer, se o Estado levasse a maternidade a sério e as mães que o quisessem pudessem ficar em casa com licença alargada de 3 anos e paga - deixava de trabalhar e tomava conta dos meus filhos (hoje é só um mas um dia seremos muitos!) e da minha casa. Era o sonho.

Este sonho no entanto tem em si uma preocupação.
Ás vezes acho que se a minha vida fosse tomar conta de filhos e casa, ia tornar-me uma pessoa (ainda mais) aborrecida. Digo isto muitas vezes ao P; ele chegava a casa depois de um dia de trabalho espectacular, em que falou com Nova York, S. Francisco, Sydney e ainda deu uma perninha à India e eu falava-lhe de cocó. Estão a ver?

P: Hoje tive um dia caótico! Não desliguei o telefone um minuto, caíram trezentos e vinte e sete e-mails, tive seis reuniões e meia, fiz um negócio de topo entre aterrar e apanhar o voo seguinte e para a semana tenho de ir a Marte.

Eu: Interessante (humm..) Boa (humm..) Pois (humm..) O Joãozinho fez um cocó até às costas e tive meia hora a esfregar o body com sabão Clarin.

Isto por um lado.

Mas por outro, pensando bem, bem a fundo na questão, não deve haver muita diferença entre uma pessoa aborrecida que fala de bebés e uma pessoa aborrecida que só fala do trabalho para dizer que não o suporta. Antes os cocós do que as queixas (e ultimamente - antes da decisão das energias positivas - queixo-me bastante). 

Portanto, na expectativa de que o meu homem esteja de acordo com isto, vou manter on hold o sonho de deixar o meu trabalho e falar-lhe todos os dias de lides domésticas ao invés de relatórios, controlos e leis. Vivam os cocós!

Quando fico zangada com o meu trabalho, penso no do meu homem

Na óptica da equipa, par, casal, esta frase é absolutamente horrível. Notar por isso que eu enquanto outra metade da equipa, par, casal, estou altamente solidária com o meu homem e vai daqui um abracinho.

Não obstante, sempre que estou em vias de ficar frustrada com o meu trabalho, penso no dele.
No último mês esta história repetiu-se duas vezes e é absolutamente verídica.


Homem: Amanhã vou a Lisboa, saio no comboio das seis da manhã. Volto às nove.

No dia seguinte,
Homem: Tenho uma boa e uma má notícia. A boa é que somos uma família feliz. A má é que em vez de regressar no comboio das 6, vou apanhar agora um voo para S. Francisco e volto dentro de três dias.


Passado um mês, num domingo à tarde
Homem: Vou amanhã a Londres. Volto quarta.

No dia seguinte,
Homem: Tenho uma boa e uma má notícia.
Eu: Para que país do mundo vais agora?
Homem: A boa é que somos uma família feliz. A má é que vou hoje para S. Francisco, fico até meio da próxima semana e quarta vou para Nova Iorque. Regresso sábado (duas semanas depois).


De modos que é isto. Quando tenho de ir a Lisboa e acordar às quatro da manhã para isso, vou começar a resmungar mas calo-me logo. Um exercício excelente de relativização. Pena imensa que a expensas do meu marido.

(Parte boa, hoje é sábado!)

Como assim?

Estive bastante atenta a observar e sei por fonte segura que ainda ontem era Agosto e estávamos de férias ao sol. Isto posto não estou a processar na sua totalidade a circunstância de já ser Outubro. Como assim?

Ainda mais maravilhoso, mas igualmente sem explicação, são os cinco anos da minha filha C. (cinco!!) dentro de três dias. Co-mo A-ssim?

Vai-se a ver e depois de amanhã é Natal.