As páginas amarelos VS o GDPR

Há 40 ou 50% do meu trabalho que é passado de volta do GDPR. Os temas da proteção de dados nunca estiveram tão em voga (não obstante a lei anterior ter mais de vinte anos - bem sei que não com as mesmas multas, mas ainda assim) e eu estou bastante dedicada a eles. Confesso no entanto a minha total descrença na proteção dos dados - o que não me fica bem dizer, eu sei. Mas na verdade eles andam aí, qualquer pessoa os consegue obter e este histerismo todo de proteger o improtegível parece-me só despropositado. Mais valia aceitar os factos.

Em todo o caso, os temas da proteção, do acesso, da privacidade, etc. andam com muita frequência a girar os meus e-mails, telefonemas, reuniões e sei os princípios de cor. Por isso deu-me muita vontade de rir a conclusão de que passamos de ler livros gigantes com páginas e páginas onde cabiam nome, morada e número telefone e que eram distribuídos pelas casas, quem sabe deixados à porta e agora estamos na necessidade de consentimento e na coima pela falta dele. Não é incrível? O que me faz no fundo achar que daqui a vinte anos estaremos novamente despreocupados e felizes com a livre circulação de pessoas, bens e dados e o GDPR será como as antigas páginas amarelas, uma memória gira.

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