Vivam os cocós! E as festas
O meu homem andou aí em périplo pelo mundo a propósito de coisas giras que a empresa dele anda a fazer. Num desses dias em que estava em Nova Iorque, esteve algum tempo a contar alguns detalhes, visivelmente entusiasmado com aquilo (e quem não ficaria? Eles são simplesmente os maiores!) e depois perguntou como é que eu estava, como tinha sido o dia, as miúdas, etc. Deu-me imensa vontade de rir e recuperei mentalmente o "Vivam os cocós" - enquanto ele estava a mudar o mundo, eu estava a planear em que dia da semana seguinte ia fazer a tarde de lima e a mousse de chocolate para a festa da C., quando ia fazer as compras e qual seria a melhor hora para prender os balões no jardim!
Ao nível da felicidade, não haja dúvida que qualquer festa me faz muito mais feliz do que qualquer trabalho (salvo se o trabalho fosse a organização de festas, claro está!). Mas ali no campo da importância absoluta, faz-me rir!
Post escrito em Setembro de 2016,
Ainda sobre não gostar do meu trabalho, vivam os cocós!
Ainda sobre não gostar do meu trabalho, vivam os cocós..
Vou tentar não me focar muito no facto de detestar o meu trabalho e ver só os pontos bons. Ser positiva em relação a isto do género, "boas energias atraem boas energias."
Mas antes de lá irmos, e ainda no campo das energias muito más, tenho de partilhar esta reflexão.
Tenho como dado adquirido que gostava de ser uma stay at home mum. Até posso estar enganada e se tivesse essa oportunidade ser um valente balde de água fria. Mas no campo das hipóteses, e já agora dos sonhos, tenho essa convicção e essa vontade. Se pudesse - e com isto quero dizer, se o Estado levasse a maternidade a sério e as mães que o quisessem pudessem ficar em casa com licença alargada de 3 anos e paga - deixava de trabalhar e tomava conta dos meus filhos (hoje é só um mas um dia seremos muitos!) e da minha casa. Era o sonho.
Este sonho no entanto tem em si uma preocupação.
Ás vezes acho que se a minha vida fosse tomar conta de filhos e casa, ia tornar-me uma pessoa (ainda mais) aborrecida. Digo isto muitas vezes ao P; ele chegava a casa depois de um dia de trabalho espectacular, em que falou com Nova York, S. Francisco, Sydney e ainda deu uma perninha à India e eu falava-lhe de cocó. Estão a ver?
P: Hoje tive um dia caótico! Não desliguei o telefone um minuto, caíram trezentos e vinte e sete e-mails, tive seis reuniões e meia, fiz um negócio de topo entre aterrar e apanhar o voo seguinte e para a semana tenho de ir a Marte.
Eu: Interessante (humm..) Boa (humm..) Pois (humm..) O Joãozinho fez um cocó até às costas e tive meia hora a esfregar o body com sabão Clarin.
Isto por um lado.
Mas por outro, pensando bem, bem a fundo na questão, não deve haver muita diferença entre uma pessoa aborrecida que fala de bebés e uma pessoa aborrecida que só fala do trabalho para dizer que não o suporta. Antes os cocós do que as queixas (e ultimamente - antes da decisão das energias positivas - queixo-me bastante).
Portanto, na expectativa de que o meu homem esteja de acordo com isto, vou manter on hold o sonho de deixar o meu trabalho e falar-lhe todos os dias de lides domésticas ao invés de relatórios, controlos e leis. Vivam os cocós!
1 Coisas dos outros
É tudo uma questão de perspetiva.
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