Não melhora com o tempo

Várias vezes nos últimos anos me tem calhado em sorte (ou, mais rigorosamente, em azar), a análise do orçamento de estado (impactos, alterações..). É um trabalho imensamente chato, que ocupa uma quantidade inacreditável de tempo e que me dá sempre a sensação de não avançar. Tão forte é essa sensação, que já foi publicado o ano passado e eu ainda aqui ando a ler as trezentas e noventa e oito mil páginas de que ele é feito, para concluir a final que estamos cada vez pior e que as grandes coisas novas são em sementes de chia, próteses dentárias e interprofissionalismo agroalimentar. 

Como já levo uns anos disto, por esta altura devia fazer o trabalho de olhos fechados; melhor ainda, devia bater três palminhas e o meu computador apresentava o trabalhinho todo feito e impecável. Para meu azar, não, não é uma coisa que melhore com o tempo, nem em que fico melhor de forma a que seja mais fácil. É sempre igual, sempre longo, demorado e exigente.

Isto para explicar, no fundo, algum desaparecimento generalizado deste pequeno estaminé à beira mar plantado. A culpa é, resumindo, da Assembleia da República, que aprova coisas que não lembram a ninguém e depois a malta não faz mais nadinha da vida. 

E pronto, era isso, vemo-nos em 2019 quando isto estiver acabado.         


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