Outra vez a lista


Escrever um livro
Voltar a Nova Iorque
Comprar uma casa
Plantar uma árvore
Ir ao Rio de Janeiro
Voltar a correr
Passar um sábado em Paris
Trabalhar em turismo
Colaborar com uma revista
Voltar à Eurodisney
Visitar a livraria Lello
Fazer voluntariado

Não começamos pelas coisas mais importantes, mas não tinha propriamente ordem. São objectivos que não quero perder de vista. Nem se quer são as "dez coisas antes de morrer." Simplesmente coisas a fazer.

Desta vez, fizemos a compra da casa.
Não sei bem explicar porque é que isto é tão importante para mim.

Há a parte financeira, claro. Quando penso no dinheiro que já deixamos em arrendamento, percebo que teria dado para a entrada desta casa e isso dói-me um bocadinho.

Mas nem se quer é o mais importante.
Sinto que uma casa arrendada nunca é verdadeiramente a nossa casa (embora me tenha sempre sentido confortável nas casas por onde passei) e não é bem definitiva. Gosto dos para sempre. Numa casa nossa podemos fazer tudo aquilo que quisermos, incluindo pendurar quadros sem ter de a pintar quando de lá sairmos. Gosto de pensar que posso estender as minhas raízes de árvore e que não vão ser cortadas. E que esta casa é nossa e que um dia vai ser dos nossos filhos e que os nossos netos vão dizer que aquela é a casa dos avós
(se o meu homem estiver a ler isto, está prestes a ter um ataque de nervos).

Estou imensamente feliz com este passo. 
Sinto que é exactamente a coisa certa no momento certo - oxalá não estejamos errados. Como se tudo encaixasse. Sei também que é só uma casa. Mas é nossa casa e isso faz toda a diferença.

2 Coisas dos outros

  1. Por acaso tenho uma noção muito diferente de "comprar casa".
    Comprei casa quando a minha filha mais velha tinha poucos meses. Comprei a casa essencialmente porque a mensalidade ao banco era muito mais baixa do que o que eu pagava de renda. Cheguei a pagar 450 euros por casas bem velhinhas em zonas problemáticas de Ponta Delgada. Mudei de casa 5 vezes num ano e estava farta de pagar por casas que tinham sempre problemas e que nunca poderia decorar como me apetecesse. :)

    Comprámos um apartamento pequeno no centro da cidade. Podíamos, com o mesmo valor, ter comprado uma casa muito maior, com jardim, nos arredores da cidade mas, lá está, não queremos criar raízes. :P Quisemos uma casa que pudessemos vender rapidamente em caso de necessidade. Acho que tenho um espírito muito nómada, mesmo com duas filhas pequenas, e é difícil querer ganhar raízes em algum lado.
    Depois tenho o trauma de ter visto os meus pais a trabalharem uma vida toda para construir uma casa enorme que, hoje em dia, está quase vazia. Claro que isso não é a realidade da maior parte das pessoas, mas foi a minha e marcou-me muito. Nunca fizémos férias, eu nunca tive um desporto ou atividade fora da escola, poupava-se ao máximo para construir a casa e, depois de construída, não a podiamos usar para não sujar. Só usávamos uma das casas de banho, a cozinha e os quartos, tudo com muita parcimónia. Fiquei com um trauma tão grande que responsabilizo a casa por me ter roubado uma infância feliz (como se a culpa fosse da casa) e ainda hoje fico super mal e quase deprimida quando sei que vou lá de visita. :P

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    1. Caramba.. :(
      Que memórias.. Isso nem é bem uma vasa, é um museu!
      Se eu mudasse cinco vezes no mesmo ano dava-me uma coisinha má! Admiro esse desprendimento todo. Eu não sou nada assim..!

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