Casa #3


Chegamos ao Porto depois de dezenas de casas vistas e viemos parar a um sítio que, agora, adoramos. À primeira vista pareceu-nos ser completamente isolado, mas rapidamente percebemos que é um parque no meio de uma cidade, com todos os bens e serviços que precisamos. Bem vindos aos Pinhais da Foz.

Para mim que achava que não ia encontrar o Parque das Nações em nenhum lugar do mundo, dobro a língua. Hoje em dia, prefiro viver aqui do que na Expo. Há relva que nunca mais acaba, espaço que não tem fim, as ruas são sem saída, só para moradores e temos a dois minutos a pé cafés, pastelarias, supermercado, banco, farmácia e lojas de comércio tradicional super fofas, onde me desgraço não poucas vezes.

Para além disso, as pessoas são imensamente simpáticas, já toda a gente conhece a C., que brinca aqui à volta como se estivesse no parque. Estamos a quinze minutos a pé ou de bicicleta da Foz; o parque da cidade é já ao virar da esquina, mais à frente temos Serralves. Adoro, mesmo, o sítio onde viemos parar e que foi só por sorte. 

Esta casa é mais pequena do que a anterior e portanto uma pequena parte da mobília ficou "à porta". Há menos espaço, sobretudo na sala, que entretanto também foi sendo cada vez mais invadida pelos brinquedos da C., mas conseguimos criar um espaço que é muito confortável.

Adoro a cozinha, pela disposição, e o sol é a melhor coisa do mundo. A orientação solar é perfeita e temos um sol que invade os quartos de manhã e se prolonga na sala e cozinha a tarde toda até se por no mar, que vemos lá ao fundo. 

Gosto muito, muito desta casa e ainda mais do sítio onde está. A procura foi demorada mas há uma grande parte de sorte, porque nunca quisemos especificamente vir para aqui; aliás, ao contrário do Parque das Nações, nem se quer sabíamos para onde queríamos ir porque mal conhecíamos o Porto. Mas foi uma sorte e uma felicidade.

Menos sorte, no entanto, e sobretudo muito menos felicidade foram os vizinhos que nos calharam na rifa. Temos tido bastantes problemas com eles, que infelizmente não se resolveram e creio não resolverão porque quando o mal é de fundo, dificilmente se concerta. Pau que nasce torto nunca se endireita, acho que é mais ou menos isso, e a vizinha de cima é sem dúvida muito torta. Estamos numa fase em que só falta chamar a polícia e já estivemos mais longe.

Estamos há pouco tempo nesta casa, sete, oito meses sensivelmente, não fizemos eventos por aí além porque nem houve tempo, mas recebemos os amigos todos nos 33 anos do P. e a família toda no segundo aniversário da C. Todas as pessoas que são importantes já cá vieram almoçar, jantar, lanchar, algumas dormir. Foi aqui que a C. aprendeu a dizer que "mora no Porto" e é para esta casa que pede para vir quando já está cansada de algum sítio. Foi aqui que montamos o baloiço dela, onde passa horas e horas a pedir para empurrarmos mais alto, e onde aprendeu praticamente todas as palavras que diz (que são todas!) Estamos confortáveis e felizes.

Porque tínhamos (eu tinha?) um grande desejo de comprar a nossa casa, não vamos ficar aqui muito mais tempo. Na verdade, pelos problemas causados pelos vizinhos, começamos a ver alternativas pouco tempo depois de chegarmos. 

A parte mais simbólica desta temporada no Porto é que no ano de 2016 vimos quarenta e duas casas com vista ao arrendamento ou à compra e compramos exactamente a quadragésima segunda.

A 3 de Novembro de 2016, às 11.00 h., publicava aqui o post da nossa primeira casa e entrávamos para o cartório para escriturar a compra da última. Felizes, porque tudo faz sentido. 

O que aí vem vai ser uma aventura, de obras e mudanças, mas o sentimento geral é de calma e tranquilidade. Não me lembro, para além da decisão de termos filhos, de um passo tão importante e significativo. Sinto que estamos a começar uma página nova onde tudo pode acontecer e isso é maravilhoso. 

O felizes para sempre continua, mas vai ter nova morada. Bem vinda, casa nova.

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