"Amo-te até ao céu de todas as ruas"

Há palavras vazias de conteúdo. Palavras que são simplesmente palavras, enquanto conjunto ordenado de letras correctamente dispostas umas ao lado das outras, que fazem sentido mas não são sentidas. Depois há as palavras cheias, que encerram em si uma mensagem, uma ideia, um sentimento. Têm conteúdo e razão de ser. Dizem mais do que a soma das letras. 

Não penso só em "saudade", em "família" ou "casa". Penso essencialmente em amor.

Quando era miúda achava que a palavra "amo-te" era rídicula, quase constrangedora. Jamais no meu perfeito juízo a iria pronunciar e talvez nem soubesse bem para que existia, esta expressão tão vazia de significado. Não dizia nada.

Hoje tenho a certeza que a inventaram para nós. E que mais palavras seria necessário inventar para reproduzir o conteúdo do que somos. Encontrei o sentido de uma expressão que nunca fez sentido e sei agora que as palavras com alma só se entendem quando tiver de ser.

Foi quando tudo isto começou que o amor teve de ser. Inevitável e avassalador, gigante, como o amor deve ser. Como somos.

Hoje tenho a certeza que inventaram o amor para nós e que não existem palavras rídiculas. Tudo isto faz sentido e é exactamente como devia ser, como adivinhamos que podia ser quando há quinze anos tudo começou. Vem de sempre na verdade. E é para sempre. Mesmo que a nossa vida mude, mesmo que façamos escolhas difíceis. O que temos, mundo nenhum mudará porque o amor se inventou para nós e nós inventaremos um novo mundo em qualquer oportunidade.

6 Coisas dos outros