Nós somos bichos de casas

Há um hobby que se apoderou da nossa família há alguns anos que é o de ver casas. Voyeurismo imobiliário. Para além de recebermos newsletters de diversas imobiliárias, temos o gosto (em especial o P.) de visitar sites, ver montras, analisar panfletos. Foi nesta onda que ainda recentemente nos aconteceu esse problema que acontece a gente como nós, de nos apaixonarmos por uma casa de novecentos e oitenta mil euros (!). Até dá vontade de rir (ou chorar, nem sei).

Há muito neste passatempo que é curiosidade mas há uma parte de atenção ao mercado e uma outra, eu diria que a ganhar cada vez mais peso, de busca pela mudança. Quero com isto dizer que em seis anos de casamento estamos na nossa quarta casa e possivelmente não ficará por aqui.

Quando deixamos Lisboa para vir para o Porto em 2016, saímos de uma zona que éramos nós em forma de terra. Um sítio tranquilo, com todos os serviços, parques verdes, o rio mesmo ali, esplanadas, o nosso trabalho a dez minutos de bicicleta. Vivíamos em Lisboa sem ser Lisboa; não usávamos carro, não tínhamos o stress do trânsito. Estava tudo à porta de casa e pequenas distâncias a pé.

Vir para o Porto foi uma decisão de família, pela família. Se nos primeiros oito meses ficamos numa zona de que gostava imenso (tanto quanto Lisboa em vários aspectos), a verdade é que tínhamos lá bastantes problemas (não só a vizinha doida que nos obrigou a mudar de casa, como um trânsito infernal - de demorar por vezes uma hora a chegar a qualquer lado). Por isso mudamos. Mudamos para um sítio que não tem vizinhos loucos nem trânsito infernal, onde tem todos os serviços, onde a escola da C, é a cem metros, onde há vários acessos. Mas onde falta o verde e a calma. Onde cheira a poluição, onde não há esplanadas ao fim-de-semana nem parques. E isso tem na verdade um grande peso para nós. Mais que a escola? Estamos a decidir.

A cidade onde vimos a casa de um milhão (que jamais em tempo algum consideraremos se quer!) tem calma e tem paz. Tem parques e verde. Tem esplanadas e mar. Não tem a escola mas poderá ter outras escolas. Sim, andamos a pensar. Há duas cidades onde gostava de ir morar e nenhuma delas é o Porto. Em três anos percebemos que afinal o Porto não é a nossa cidade - por muitas coisas boas que tenha. O P. diz muitas vezes que mesmo que tivesse recursos ilimitados, não conseguia escolher uma zona aqui para morar porque nenhuma é "the one" (ainda mais difícil com recursos limitados). E na verdade acho que ele tem razão (ou nós é que somos mesmo esquisitos).

Há muita, muita coisa a considerar numa mudança de casa, ainda mais de cidade (ou distrito). Temos aqui o nosso trabalho e a C. a escola (que adoramos! Ela nem quer ouvir falar em mudar). Mas é um pensamento que está a ganhar forma, quem sabe para ter substância em 2020 (ano que a C. entra na primária e a I. - se tudo correr bem e não tiver de ser antes - no infantário). Por isso vamos continuar atentos em 2019 e quem sabe se não haverá novidades.

2 Coisas dos outros

  1. É difícil encontrar a área perfeita a todos os níveis. Nós precisamos (a médio prazo) de mudar para um apartamento maior mas não me imagino a sair da área onde vivemos, que é perfeita para mim a todos os níveis excepto... os preços. É uma área muito cara e talvez cheguemos ao ponto em que teremos de considerar mudar para uma área mais acessível.

    Quanto ao Porto, é uma cidade muito viva e bonita mas acho que entendo essa dificuldade em encontrar a zona ideal. Talvez a Foz, pertinho do Passeio Alegre, mas essa praticamente requer recursos ilimitados... ;)

    Boa sorte com a busca! Espero que em breve encontrem um cantinho perfeito.

    Beijinhos

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  2. Quando vivemos num local que não gostamos nunca é fácil, por isso boa sorte e espero que encontrem o vosso lugar o quanto antes :)

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