Se eu tivesse mais tempo
Não me posso de forma alguma queixar. Sou uma privilegiada, daquelas com P maiúsculo, sublinhado e a negrito. Raras são as vezes que chego a casa no fim do trabalho depois das cinco da tarde. Isto não existe (embora nesta fase o que "ajude" seja a amamentação e o horário para esse efeito). Sei bem a sorte que tenho.
Mas somos insatisfeitos e reivindicativos, reclamamos e queremos sempre mais e eu não sou diferente. Raras são as vezes em que depois do almoço não deseje não ter de regressar ao trabalho.
Chegar a casa às cinco da tarde é uma benção. Tenho tempo para brincar, fazer o jantar, dar banho às duas, jantar, brincar e deitá-las e ainda não são dez da noite. Mas isto é rotina. Não encontro espaço para fazer uma coisa diferente, fora uns lanches ou passeios ou compras de vez em quando. Espaço para me dedicar, por exemplo, a actividades com a mais pequena, como música. Espaço para ir a horas do conto. Espaço para os concertos infantis. Na rotina dos dias (não sei porquê) não cabe o extra (e por isso eu nem imagino como seria chegar por rotina às oito a casa - quando me acontece parece um caos).
Por isso na verdade estou convencida que devia haver mais espaço para se ser outra coisa além de trabalhador a tempo inteiro, quando há essa vontade. Eu gostava de ser mãe a tempo mais completo. Porque de facto este cenário em que temos os filhos para não passarmos tempo com eles não é para mim (e repare-se que até tenho a "consciência tranquila"). As minhas filhas, a minha vida pessoal, são a minha prioridade mas o meu dia-a-dia acaba a priorizar outras coisas, sem que tenha controlo sobre isso. No fundo, temos vidas estúpidas, é o que é (e mudá-lo seria uma boa coisa para 2019).
2 Coisas dos outros
Infelizmente não estamos numa sociedade virada para a família, eu sou sortuda porque tenho os fins de semana para aproveitar melhor o filhote e têm que nem isso possa ter!! Agora eu chego a casa sempre perto das oito e muitas das coisas ficam para trás tristemente...
ResponderEliminarTens toda a razão, acabamos por não ter o tempo desejado para quem realmente importa.
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