Amor nos tempos de cólera


Há livros, que não sei dizer porquê, aparecem na minha vida anos mais tarde do que aquilo que seria suposto. Há livros que já devia ter lido há anos atrás, em vez de outros, mas que se adiam. Não sei explicar isto mas "O amor nos tempos de cólera" é um exemplo perfeito desta coisa estranha de não ler os clássicos no tempo devido.

Tivemos um início um bocadinho atribulado, no entanto. Quando leio em ambientes barulhentos (como foi o começo deste - numa viagem de comboio) e não estou ainda totalmente dentro do espírito do livro e desligada do resto do mundo, há distracções, desatenções e às tantas já não sei quem é a Fermina Daza e como distinguir o Florentino Ariza do Juvenal Urbino. Em todo o caso, a desconfiança das primeiras linhas durou só algumas páginas e quando voltei a pegar no livro (na viagem da volta) já éramos todos amigos de longa data. Daí até ao fim foram cinco minutos, o que só mostra o grande exemplar da literatura que este livro é e quão estranha me sinto por nunca lhe ter dado a devida atenção.

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