O P. e eu vivemos e estudamos cinco anos em Coimbra (nesses belos anos de 2005-2010) e é por isso uma cidade que nos diz muito, pela qual temos um carinho enorme.
Para assinalar os nossos seis anos de casamento, quis fazer um programa de "Coimbra re-visitada: o nosso tempo e os dias de hoje, incluindo planos para crianças". Para isso pensei e elaborei um programa completo de festas.
Vou começar por dizer que na verdade esse foi o meu erro número um.
Dediquei tanto tempo e esforço (que na verdade foi um prazer, mas percebem a ideia) a planear um fim-de-semana completo para nós que, quando as coisas não correram exactamente como pensei, fiquei um pouco desiludida. E desta vez nem foi pelas crianças (eu que digo sempre que não se pode fazer planos com crianças). Elas portaram-se lindamente, alinharam em tudo. O que não ajudou mesmo nada foi o tempo: choveu SEMPRE. Por causa disso não fizemos metade do que eu gostaria, mas deixo o itinerário, caso alguém tenha a sorte de apanhar sol.
Chegamos a Coimbra por volta das 15:00 h., para nos instalarmos no hotel. Escolhi o
Oslo, que fica mesmo num sítio privilegiado da Baixa e que permitia fazer tudo o que planei a pé. O hotel é bastante simples, embora com alguns detalhes de decoração engraçados, mas não tem quaisquer luxos (para isso, sugiro o Vila Galé). É o tipo de hotel que serve o propósito de nos dar descanso depois de um dia inteiro a andar muito a pé: a cama é confortável, o quarto é limpo. O pequeno-almoço razoável. Tem um plus, na verdade (que nem aproveitamos): o terraço do sexto andar permite uma vista linda da cidade. E as pessoas são imensamente simpáticas.
Depois do check in, atravessamos a pé a ponta de Santa Clara para uma ida ao outro lado.
Primeira paragem, um clássico:
Galeria. É um café super simpático, com bom ambiente e coisas óptimas. Para matar saudades, o bolo de chocolate (muuuuito bom!). Os scones também valem a pena e o café (meu querido Nicola) sabe sempre bem.
Depois do lanche, primeiro plano para crianças, o incontornável
Portugal dos Pequenitos.
Os bilhetes são um pouco caros, ainda que tivéssemos levado vales de desconto dados pelo hotel e não sei se por isso, se por ser sexta-feira, estivemos praticamente sozinhos.
Não é a primeira vez que visitamos e de continuo a achar que o espaço está altamente desaproveitado. São só casas pequenas mas que têm imenso potencial. Podiam ter coisas dentro, por exemplo. Podia ter actividades. É só um espaço grande com muitas casas (ainda que queridas, vá) mas um pouco perdido. Ao fundo, tem um parque infantil que faz parte da escolinha que lá existe dentro (super querida) e foi na verdade o que a C. mais gostou. Resumindo, pagamos vinte e cinco euros para andar de baloiço e escorrega.
Nisto era final da tarde e regressamos ao hotel para banhos e coisas e daí seguimos para jantar.
Escolhi um "something new" para este dia de coisas novas e coisas antigas e fomos petiscar (muito bem) ao
Dux Petiscos e Vinhos. Comemos bem mas demasiado! Mas vale a pena.
Terminamos os nossos serviços e regressamos ao hotel.
Dia 2: Sábado
Exemplo perfeito de como ter planos furados. O propósito era no entanto o seguinte:
Saímos do hotel depois do pequeno-almoço, por volta das 11:00 h. com direcção à paragem de autocarros que fica a 50 metros. Apanhamos o autocarro número 103, com destino à Universidade.
A ideia era começar com um café no
Instituto Justiça e Paz, que tem uma vista linda (e um super clássico, dado que eu morava ao lado, com igual vista mas uns andares acima).
Contudo, não aconteceu.
Depois disso (no nosso caso foi "sem isso"), seguimos para a
Faculdade de Direito, para a visita da praxe. A Faculdade é a coisa mais bonita da cidade (sendo eu obviamente altamente suspeita). E a minha ideia era fazer fotografias com as minhas filhas e marido no pátio, oito anos depois. Não aconteceu.
Também gostaria de ter visitado novamente a
Biblioteca Joanina, a
Sala dos Capelos e qualquer uma das
salas de aula, incluindo o
Auditório, mas tudo furado. Há sítios a que não se acede por serem de utilização exclusiva da Comunidade Académica e não deixa de ser engraçado que um dia eu tenha sido essa Comunidade e que agora não possa passar das portas.
Depois da não visita, paragem para um café no Bar da faculdade (mesmo só para matar saudades) e seguimos para almoçar naquele sítio de todos os dias. Não sei se a comida piorou ou os nossos gostos ficaram mais esquisitos, mas o
Couraça já não é a mesma coisa. O sítio, no entanto, ainda faz o nosso coração bater.
No fim do almoço estava a chover torrencialmente e foi numa pseudo aberta que nos aventuramos Couraça de Lisboa (rua em paralelos) abaixo, com as miúdas nos carrinhos com capas de chuva. Paramos a meio para a chuva passar e aproveitamos para um café e pastel de natas (muito bom) no
Passaporte, situado no edifício do antigo Governo Civil. Simpático.
O programa das festas seguia com uma ida às Docas, para um gelado e parque infantil.
Como se percebe, não aconteceu.
Da mesma maneira, também não aconteceu o momento seguinte: Passeio no rio no
Basófias.
De todas as coisas, foi a que tive mais pena de não fazer mas de facto chovia imenso por esta altura.
No fim do passeio que gostava que tivéssemos feito, também me tinha sabido bem o lanche que planei acontecer na
Briosa. Havia uns bolos ótimos chamados Nevadas de que gostaria de ter matado saudades mas infelizmente também não aconteceu.
Depois disso, fizemos efectivamente a Baixa a pé (a minha ideia era de passeio, mas foi na verdade de fuga à chuva) e vimos de raspão as montras. Há muitas lojas de artesanato muito, muito giro, mas fica para uma próxima.
Acabamos por regressar ao hotel onde passamos o resto da tarde, com uma pausa para lanche num sítio que conhecemos de outros carnavais (mais concretamente, Tentúgal) mas que foi uma surpresa encontrar em Coimbra, o
Afonso (melhores queijadas do mundo e arredores!)
Jantamos também num clássico (what else? para o dia em que fazíamos seis anos de casados), que mudou de nome e gerência, mas onde fomos muito felizes enquanto estudantes e que ficava a cem metros do hotel. Em tempos foi o Giuseppe e Joaquim, hoje em dia é o
Solar do Bacalhau. Fechamos aqui o dia.
Dia 3: Domingo
Depois de sexta ter sido o dia das coisas novas e das antigas e de sábado ter sido dedicado só ás antigas, domingo estava reservado para as novidades. Ou seja, visitar / conhecer sítios nunca antes visitados.
Antes disso, programei para depois do pequeno-almoço e check out, um passeio de carro numa espécie de sightseeing tour, com paragem para café no
Cartola ou
Teatro Académico Gil Vicente. Não aconteceu bem assim.
Chovia imenso e decidimos antecipar para a manhã um dos planos que tinha para a tarde. Fomos conhecer o
Exploratório - Centro de Ciência Viva de Coimbra. A C. é muito pequena ainda mas a exposição do Corpo Humano que está lá de momento é muito gira (com destaque para a parte da alimentação em que tem uma mesa para montar um plano alimentar em que os alimentos são passados num scan - tipo caixa do supermercado - e que foi o delírio).
Depois disso, fomos conhecer o
brunch do Vila Galé.
O espaço é giro e tem bastante variedade, embora o ponto alto sejam as gomas. Gomas, senhores!
Para a tarde tinha duas opções, que achei íamos escolher na altura conforme disposição e tempo: Quinta das Lágrimas para sol e piscina ou Spa do Vila Galé em caso de chuva. E qualquer um dos casos, lanche na
Vénus que é com grande probabilidade a melhor pastelaria de Coimbra e vale sempre a visita (que na verdade não fizemos).
O que acabou por acontecer é que no fim do brunch fomos directos para casa e assim se acabou um fim-de-semana. Que teve imenso planeamento da minha parte e tinha - creio - algum potencial mas que acabou por ser uma coisa muito diferente.
Para futuro, planear menos.