Foi como ver tudo pela primeira vez
Em 2015 o meu marido ofereceu-me uma máquina fotográfica top of the world, juntamente com um curso de iniciação à fotografia de uma semana. Passei esse Verão a tirar montes e montes de fotografias mas com o tempo foi-se perdendo. Parte é culpa dos telemóveis, que são muito bons (mas não chegam aos pés da máquina!!); parte é porque tenho sempre imenso receio de a perder ou que me roubem quando pouso a carteira; parte também porque a falta de prática foi fazendo com que esquecesse o que aprendi e que não conseguisse fazer fotografias de que gostasse. Tudo combinado para ter usado a máquina meia dúzia de vezes nos últimos dois anos - o que é mesmo uma pena!
Há umas semanas atrás soube de um workshop via zoom com uma fotógrafa de quem gosto muito (retrato essencialmente e maravilhoso!) e inscrevi-me. Era um sábado de manhã e como faltava muito pareceu mesmo uma boa ideia.
No sábado passado quando o P. e as meninas saíram de casa para irem para o parque eu comecei a achar que não tinha sido tão boa ideia assim e quase me baldei! Mas bela luz que me iluminou à última da hora porque fiquei no curso e foi bem melhor do que imaginava!
Consegui rever todos os conceitos que já tinha mas com a vantagem de os ter recordado em modo três horas - ou seja, não deu para falar de tudo o que existe à volta de fotografia, deu para o necessário - e o necessário, consegui aplicar na prática, sem me esquecer de nada. Consegui combinar a abertura, velocidade e ISO para fazer fotografia como eu queria! Acho que nunca tinha acontecido. Perceber o que era preciso fazer para conseguir um determinado resultado foi como ver a máquina pela primeira vez!
Assim não é de estranhar que tenhamos passado a tarde inteira em testes! Fiz imensas fotografias em casa e aí pelas quatro fomos dar uma volta a pé que acabou por se transformar num passeio turístico na nossa própria cidade, tendo chegado a casa perto das oito da noite. Que maravilha! Andamos, andamos, andamos.. e no final, tínhamos feito 300 fotografias, eu e a C.! Passo grande parte do meu tempo a planear mas quando acontecem coisas inesperadas, sem planos (e correm bem!) adoro!
Com isto tudo quero dizer que espero manter viva a paixão e não me perder outra vez, ou seja, não esquecer os conceitos e manter a prática para fazer milhares de milhões de fotografias!
Há umas semanas atrás soube de um workshop via zoom com uma fotógrafa de quem gosto muito (retrato essencialmente e maravilhoso!) e inscrevi-me. Era um sábado de manhã e como faltava muito pareceu mesmo uma boa ideia.
No sábado passado quando o P. e as meninas saíram de casa para irem para o parque eu comecei a achar que não tinha sido tão boa ideia assim e quase me baldei! Mas bela luz que me iluminou à última da hora porque fiquei no curso e foi bem melhor do que imaginava!
Consegui rever todos os conceitos que já tinha mas com a vantagem de os ter recordado em modo três horas - ou seja, não deu para falar de tudo o que existe à volta de fotografia, deu para o necessário - e o necessário, consegui aplicar na prática, sem me esquecer de nada. Consegui combinar a abertura, velocidade e ISO para fazer fotografia como eu queria! Acho que nunca tinha acontecido. Perceber o que era preciso fazer para conseguir um determinado resultado foi como ver a máquina pela primeira vez!
Assim não é de estranhar que tenhamos passado a tarde inteira em testes! Fiz imensas fotografias em casa e aí pelas quatro fomos dar uma volta a pé que acabou por se transformar num passeio turístico na nossa própria cidade, tendo chegado a casa perto das oito da noite. Que maravilha! Andamos, andamos, andamos.. e no final, tínhamos feito 300 fotografias, eu e a C.! Passo grande parte do meu tempo a planear mas quando acontecem coisas inesperadas, sem planos (e correm bem!) adoro!
Com isto tudo quero dizer que espero manter viva a paixão e não me perder outra vez, ou seja, não esquecer os conceitos e manter a prática para fazer milhares de milhões de fotografias!
Sei que algures nos próximos anos o meu marido me vai imprimir o blog (próximo volume) e que, outros tantos anos mais tarde eu vou querer ler isto
A escola da minha filha abriu para os pequeninos e quinze dias mais tarde abriu para os maiores. Entre o dia da abertura e o dia em que decidimos que ela poderia ir passou mais de um mês, com tudo a correr bem. Foi uma decisão muito (muito!) pensada e debatida mas quando foi, tínhamos (apesar de tudo) confiança.
Dois dias depois de ter recomeçado, disse que lhe doía a garganta. Não foi uma queixa significativa, apenas se referiu ao facto uma vez no espaço de um dia, mas da escola ligaram-me para a ir buscar. Cinco minutos depois já a tinha em casa, ela não se voltou a queixar de dores mas, não obstante, ficou em casa o resto da semana.
Dois dias depois tinha um quadro de constipação. Nariz muito entupido e a pingar, espirros, alguma tosse (mas muito pouca). Um quadro a que, noutra altura qualquer, eu não teria dado grande importância, por me parecer "normal" mas cometi - ainda assim - o grande erro de ter comentado com uma colega que tinha a miúda constipada.
A resposta dela deixou-me, como acho que é evidente mas se calhar sou só eu, a pensar.
De repente, diz-me ela: "e se tem corona vírus?"
Eu não achei honestamente que a minha filha pudesse ter corona vírus, mas claro que aquilo não me saiu da cabeça.
Então pensei: ok, vou ligar aos especialistas, para confirmarem a minha suspeita de quadro constipativo normal.
Liguei à saúde 24 e a resposta foi altamente surpreendente. Não só me mandaram ao hospital, como me mandaram ao hospital imediatamente, ao mais próximo de onde estivesse e já. Fiquei muito, muito admirada. Muito! Mesmo sabendo que a orientação é nesta fase de testar, testar, testar. Os sintomas dela eram básicos.
Voltas e voltas, acabamos no dia seguinte a fazer o teste, uma operação muito bem sucedida por acaso, porque o posto é móvel (instalado no queimódromo) e funciona muito, muito rápido e super eficaz. Recebemos o resultado menos de 24 horas depois, por e-mail. Foi, graças a Deus, negativo.
Conhecendo a minha filha, ter realizado o teste foi claramente excesso de zelo. Ela constipa-se volta e meia. Mas ainda assim, olhando para trás, ficamos mais descansados (eu fiquei mais descansada, vá) por isso nada a apontar.
A minha grande dúvida está nos espirros, tosses e narizes a pingar do próximo inverno. A cada sintoma mais acentuado ou entramos em pânico ou testamos a torto e a direito. Ou então ficamos quinze dias em casa, just in case, sem confirmar diagnóstico mas sem risco de contágio. Confesso que não faço ideia do que aí vem... mas em rigor, ninguém faz ideia de nada neste momento. Haja saúde!
Dois dias depois tinha um quadro de constipação. Nariz muito entupido e a pingar, espirros, alguma tosse (mas muito pouca). Um quadro a que, noutra altura qualquer, eu não teria dado grande importância, por me parecer "normal" mas cometi - ainda assim - o grande erro de ter comentado com uma colega que tinha a miúda constipada.
A resposta dela deixou-me, como acho que é evidente mas se calhar sou só eu, a pensar.
De repente, diz-me ela: "e se tem corona vírus?"
Eu não achei honestamente que a minha filha pudesse ter corona vírus, mas claro que aquilo não me saiu da cabeça.
Então pensei: ok, vou ligar aos especialistas, para confirmarem a minha suspeita de quadro constipativo normal.
Liguei à saúde 24 e a resposta foi altamente surpreendente. Não só me mandaram ao hospital, como me mandaram ao hospital imediatamente, ao mais próximo de onde estivesse e já. Fiquei muito, muito admirada. Muito! Mesmo sabendo que a orientação é nesta fase de testar, testar, testar. Os sintomas dela eram básicos.
Voltas e voltas, acabamos no dia seguinte a fazer o teste, uma operação muito bem sucedida por acaso, porque o posto é móvel (instalado no queimódromo) e funciona muito, muito rápido e super eficaz. Recebemos o resultado menos de 24 horas depois, por e-mail. Foi, graças a Deus, negativo.
Conhecendo a minha filha, ter realizado o teste foi claramente excesso de zelo. Ela constipa-se volta e meia. Mas ainda assim, olhando para trás, ficamos mais descansados (eu fiquei mais descansada, vá) por isso nada a apontar.
A minha grande dúvida está nos espirros, tosses e narizes a pingar do próximo inverno. A cada sintoma mais acentuado ou entramos em pânico ou testamos a torto e a direito. Ou então ficamos quinze dias em casa, just in case, sem confirmar diagnóstico mas sem risco de contágio. Confesso que não faço ideia do que aí vem... mas em rigor, ninguém faz ideia de nada neste momento. Haja saúde!
This is me
Quem me vir terei uma mochila, um caderno e um lápis. Talvez um livro. Gosto de ler e escrever acima dos outros hobbies. Poderei também estar a fotografar mas com o telemóvel, apesar de ter uma máquina fotográfica profissional. Adoro fotografia, não sou grande fotógrafa (mas espero trabalhar nisso).
Quem me vir verá sobretudo uma mãe. Tenho os bolsos com brinquedos, elásticos de cabelos, restos de comida e lenços assoados. Trago sempre bolachas e água na mochila. Toalhitas também. Provavelmente não estarei tão bem arranjada quanto gostaria de me ver. Tenho creme na cara mas a maquilhagem ficou em casa. Aposto um jantar em como o meu cabelo estará apanhado num rabo de cavalo e de certeza que calço sapatilhas. Em princípio a roupa estará limpa (eu, de certeza) mas se alguém comeu chocolate ou melancia, talvez haja uma ou outra nódoa.
É possível que chame pelas minhas filhas mais do que outros pais. Não sou assim tão descontraída. Tenho no entanto duas tatuagens e dois piercings.
De certeza que se as minhas filhas não tiverem os casacos vestidos, eu os terei na mão à espera que os vistam. Saibam já que encaixo perfeitamente na definição do "casaco é o que a criança veste quando a mãe tem frio."
Com 95% de probabilidade estarei a rir. Claro que também posso estar ansiosa e nervosa e nesse caso tenho muita má cara mas a aposta maior vai no sorriso. Na cabeça hei-de ter listas, planos eventos, festas, organização. A correr em plano de fundo, estou sempre grata.
Ao pescoço trago meia dúzia de fios, nos pulsos algumas pulseiras, relógio sempre, anéis vários e a minha aliança, maior orgulho tantos anos depois. É muito possível que ao meu lado esteja um gato de dois metros que dá pelo nome de meu marido.
A correr, aos saltos, aos gritos, a rir, a minha vida toda dividida em duas pessoas. De certeza que se me virem, estarei onde elas estão.
Em casa temos dois ou três quadros que compramos em galerias de artes, de autores conceituados e reconhecidos e dos quais poderíamos dizer, em sentido técnico, serem "obras de arte."
Na casa da praia encomendei de um site de posters, uma série de desenhos que emolduramos e colocámos na paredes e dos quais podemos dizer que são quadros, é um facto, mas não arte propriamente.
Os primeiros seguem princípios estéticos estudados ao longo dos anos, técnicas desenvolvidas por grandes mestres, professores, doutorados. Seguem regras e leis da arte.
Os segundos são giros, bonitos à vista, agradáveis, mas não traduzem teorias de escolas de arte.
Gostar mais de uns ou outros não é a questão. Na verdade até podemos gostar mais dos posters do que da arte; o gosto não se discute.
Mas em termos de qualidade técnica, precisão de estilo, desenvolvimento de técnicas, aplicação de princípios, cumprimento de regras, a arte está a anos luz dos desenhos. Mesmo que, repito, se possa gostar imenso do desenho. Um bom apreciador, dirá da arte muito mais.
Encontrei esta distinção para explicar a analogia com a escrita e o que faço.
Vim de cinco semanas de um concurso de escrita, onde tive críticas muito positivas, para entrar num curso de escrita onde levei uma abada que ninguém faz ideia. Fiz cinco exercícios, todos com notas bastante altas e comentários que me deixaram super feliz, para ter feito o primeiro exercício do curso e ter falhado miseravelmente!
De onde percebo que os textos que escrevo são como os posters dos sites da net: alguns até podem ser engracadinhos, simpáticos à vista mas não são nunca na vida "escrita". São desenhos que não são obras de arte. Da mesma forma, não é uma questão de gosto; às vezes posso gostar mais de ler o que escrevo do que um clássico da literatura (pouco provável..) mas na realidade, se quero ir a algum lado, tenho muito feijão para comer!
Gostámos de uma casa que não quisemos comprar
O meu homem tem como hobby habitual ver casas. Visita vários sites de imobiliárias, vê anúncios, interessa-se, está sempre atento. Metade é voyeurismo imobiliário. outra metade desejo de encontar A casa perfeita, que encaixe nos nossos sonhos (se é que existe...).
Nisto, até eu que por princípio prefiro não mudar, me entusiasmo a ver e aceitaria a mudança, se fosse para melhor.
Aqui reside o tema, que não é tema, apenas uma constatação engraçada.
De todas as casas que vemos, e dentro obviamente de um limite de preço que consideramos aceitável, não há nenhuma que nos pareça melhor do que a nossa. Isto pode abonar a favor da nossa ou desabonar das outras, a questão não é essa. A questão é que a nossa casa está feita para nós e é difícil mudar isso.
Sim, verdade que não tem uma sala toda envidraçada virada para um jardim com relva e deck de madeira, mas tem uma sala enorme. E mais outra no andar de baixo. Verdade que não tem quartos gigantes, mas tem um espaço a separar os quartos do resto da casa, que os isola, e isso é maravilhoso. E tem um canto de brinquedos que cabe na sala sem a comprometer. E um escritório longe dos quartos que permite reuniões a más horas. E tem tudo ao lado, está tudo perto, vamos a pé para a escola e de bicicleta para o trabalho.
Claro que existem milhares de casas melhores do que a nossa, mais bonitas, mais novas, melhor decoradas, com materiais de qualidade superior, sem defeitos que se vejam. Mas a nossa casa tem a particularidade de ser nossa, no sentido de estar à nossa medida, e isso, ao ver-mos outras casas, não é tão fácil de arranjar.
De modos que vimos um apartamento espetacular. Com jardim de inverno e terraço do tamanho de dois apartamentos, com uma piscina a sério e baloiço de madeira. Com quatro quartos. Num sítio com jardim e relva. E um preço que se podia pagar. E ainda assim não a quisemos. Pode dizer muito sobre essa casa, mas na verdade diz ainda mais da nossa. Só para não esquecer!
Claro que existem milhares de casas melhores do que a nossa, mais bonitas, mais novas, melhor decoradas, com materiais de qualidade superior, sem defeitos que se vejam. Mas a nossa casa tem a particularidade de ser nossa, no sentido de estar à nossa medida, e isso, ao ver-mos outras casas, não é tão fácil de arranjar.
De modos que vimos um apartamento espetacular. Com jardim de inverno e terraço do tamanho de dois apartamentos, com uma piscina a sério e baloiço de madeira. Com quatro quartos. Num sítio com jardim e relva. E um preço que se podia pagar. E ainda assim não a quisemos. Pode dizer muito sobre essa casa, mas na verdade diz ainda mais da nossa. Só para não esquecer!
Encontrei este post nos rascunhos e achei giro
"Em 2012 tivemos quatro casamentos e eu achava que nos anos a seguir haveríamos de ter um - máximo dois - por ano. Mas nos anos seguintes (a à excepção de um) houve sempre dois ou três. Na verdade não me queixo porque adoro casamentos mas reconheço que é uma festa que representa algum rombo orçamental e logístico.
Para compor o ramalhete, este ano temos outra vez três, mas sui generis!
O primeiro é duas ruas abaixo de casa. O segundo nos Açores. O terceiro na Irlanda. Pim, pam, pum.
E quando aquilo em que se gasta mais dinheiro não é a prenda, percebes que vai ter impacto e neste caso são quatro voos (bom, em rigor são seis porque fica numa ilha para onde não há viagem directa) e várias noites de hotel.
Como é que a pessoa não se zanga com isto? Pequeno guia:
- primeiro, casas pessoas de que gostes verdadeiramente, como a família ou amigos-família (é o caso do casamento da Irlanda);
- segundo, se não fores casar pessoas família ou amigos-família, aproveitas a desculpa para ir de férias! (caso do casamento dos Açores). Verdade que são amigos mas não são OS melhores amigos ou aqueles super mega amigos que até podiam casar num iglu no Pólo Norte, que lá estaríamos. Portanto quando penso nos Açores, nem penso que temos um casamento, mas que vamos de férias - uma escapadinha em família que por acaso tem um "sim, aceito" pelo meio."
Algures no início deste ano fazia reflexões sobre o que nos esperavam os próximos meses. E entretanto, a meio da coisa, o que aconteceu?
- O casamento duas ruas abaixo foi adiado;
- O casamento dos Açores foi adiado e não vamos;
- O casamento da Irlanda está on hold, a ver.
Sempre que penso nisto só me consigo lembrar que efectivamente, não vale a pena fazer planos!
Algures no início deste ano fazia reflexões sobre o que nos esperavam os próximos meses. E entretanto, a meio da coisa, o que aconteceu?
- O casamento duas ruas abaixo foi adiado;
- O casamento dos Açores foi adiado e não vamos;
- O casamento da Irlanda está on hold, a ver.
Sempre que penso nisto só me consigo lembrar que efectivamente, não vale a pena fazer planos!
Tenho de aplaudir de pé a escola
Deixamos de ir à escola na quinta-feira antes de encerrarem. Era dia 12 de Março. A escola fechou no dia seguinte ou perto e na segunda-feira, 16, estava tudo online.
O que aconteceu nesses dois ou três dias deve ter sido trabalho muito intenso e pressão no máximo. O que é certo é que na segunda-feira os meninos tinham aulas online, primeiro apenas algumas, depois imensa coisa e nos últimos tempos 11 ou 12 horas por semana, com quatro professoras diferentes e actividades da mais diversa espécie.
Acompanhei todas as aulas e na última quase me emocionei a agradecer o empenho, dedicação, carinho, paciência e amor imenso destas pessoas. A nossa escola é a melhor que existe! Certamente não nos iremos esquecer tão cedo disto mas ainda me custa a crer que tivemos tantas semanas de aulas à distância e que tudo se fez.
Os professores tiveram totalmente expostos ao julgamento dos pais, e na nossa opinião passaram com distinção. Na verdade também ninguém os preparou para isto e eles tinham vinte e tal miúdos de quatro, cinco e seis anos do outro lado de um computador. Dose!
As aulas online acabaram entretanto com a abertura da escola para aulas presenciais (pré-escolar) mas vamo-nos sempre lembrar disto e de como estivemos a cuidar uns dos outros.
Obrigada!
Aquele clássico: é tão fácil fazê-los felizes!
Ainda em Maio, que confesso já me parece ter sido há séculos mas foi só o mês passado - e lembro-me porque foi no fim-de-semana do dia da mãe - o meu homem teve esta brilhante ideia de comprar uma piscina cá para casa. Eu estava um pouco reticente, já tínhamos tido uma em tempos que não usamos, mas ele vinha com ideia novas e frescas e eu embarquei.
Que dizer?
Foi a melhor compra do verão e ainda nem chegamos ao Verão!
Colocamo-la no pátio, onde há sol o dia todo (entre as onze e as cinco, directamente em cima da água) e foi a melhor coisa que poderíamos ter feito. As miúdas não querem mais nada. Em especial naquelas semanas de muito calor. Até a pequenina está feita peixe, com as suas braçadeiras e bóia. E já todos ganhamos uma corzinha de sol ainda as férias não começaram. Quase (quase) me faz esquecer que vamos todos os anos para hotéis com piscina e este ano, nada! Beijinhos ao homem!
update
Demiti-me da escrita.
Tenho as coisas na cabeça mas deixei de as passar para o papel. Da mesma forma que tenho trabalho para fazer e tenho em mente a demissão.
Escrever traz-me organização. Nessa medida há coisas que continuo a escrever: a lista das compras, as refeições da semana, o conteúdo das malas. Com isto, lembrei-me que fomos de férias uma semana, de uma casa para outra casa, mas ambas nossas, o que é uma sorte e um descanso porque reduz a preocupação da desinfecção constante. Estivemos nove dias na praia e foi mesmo, mesmo bom, ainda que a praia em si não estivesses essas coisas (salvo o último dia). Mas, mesmo com vento, mudar de ares é um luxo enorme.
Falando em mudar, estamos nas mudanças de decoração na praia. Há quadros novos e outros a caminho, o nosso quarto está renovadíssimo e até já conseguimos um mini-escritório, com improviso. Haja imaginação e faz-se do muito antigo, algo novo!
Também novo e para voltar ao início: vou iniciar um curso de três meses de escrita, no modelo exercícios semanais. Depois do concurso de cinco semanas estou muito feliz com este regresso, presente do meu marido.
Marido esse com quem fiz oito anos de casado há alguns dias, ainda em "oito anos a querer todos os dias casar tudo outra vez."
Dia da Criança
Fez precisamente um ano dia 1 de Junho, estávamos nós na Irlanda, num fim-de-semana tão, tão bom que juntou a família e os amigos, numa casa maravilhosa, com prados verdejantes e cavalos campeões. Este ano estivemos naturalmente por casa e dentro das nossas capacidades de gerir trabalho com família, tomamos o pequeno-almoço juntos, numa mesa decorada com balões, tínhamos em cima da mesa dois livros para cada uma delas (lindos, by the way!) e ao jantar fizemos pizza de família (toda a gente ajuda!), seguido de sessão de cinema com pipocas. Um dia simples mas um bocadinho diferente e duas crianças felizes (ajudou o patrocínio da avó que brincou o dia todo!)
Com isto estava a pensar como tinham sido os anos anteriores, e sobretudo as prendas (eu tenho esta coisa de saber o que demos em cada aniversário, cada dia da criança, sabe-se lá porquê) e percebi que,
- 2015 - Estávamos em Lisboa e demos um comando de TV da Fisher Price que ainda hoje se usa (e dura, dura, dura);
- 2016 - Estávamos no Porto e demos um piano da Imaginarium que também ainda se usa
- 2017 - Porto novamente e demos uma cozinha linda da madeira (que o pai esteve a montar até às tantas), que ainda hoje está na sala e tem imenso uso.
- 2018 - Não faço a mais pequena ideia! E enerva-me, confesso. Mas creio que tivemos um casamento..
- 2019 - Estávamos na Irlanda e fomos a uma super loja de brinquedos (até eu queria coisas para mim) e elas escolheram o que quiseram. C. uma barbie e I. um cão de peluche.
- 2020 - Casa com livros, pizza e cinema.
(só porque gosto de listas!)
Eu que falava em relativizar...
Estou sempre a agradecer pela sorte que temos, pelas minhas filhas, o meu marido, a nossa família, pela bolha de sorte e bênção em que vivemos. Sempre, sempre, sempre. Tenho isso na cabeça todos os dias. Estou grata, sei a sorte que tenho. Este é o meu lado consciente e racional.
Nem sempre este lado ganha aos macacos do sótão.
Às vezes os nós cerebrais ganham.
Há coisas sem nenhuma importância racional que me deixam à beira da loucura neurótica, ao lado de crises nervosas, coisas que nem sei explicar. São coisas psíquicas mas que me afectam fisicamente (palpitações, suores, vómitos, dores de barriga, o resto não conto). E quando isto acontece penso, és tão estúpida que nem há explicação para ti. Olha para bem para as tuas filhas, olha para a tua família, vê a tua vida. Será que isso é alguma preocupação de jeito? A nossa cabeça tem destas coisas (e há dias dizia que ia procurar terapia para desfazer os nós). Coisas tão estúpidas. Como aquela tarde em que cheguei ao andar de baixo que tem metros de armários embutidos e a nossa mala grande das férias estava totalmente coberta em bolor. Se isto é importante? Não é. É só uma mala, um pedaço de tecido, tem mais de dez anos (embora uso bi-anual). Que importância tem? Consegues limpar? Recupera-se? Deita-se ao lixo? Que importa o bolor dos tecidos quando temos saúde? Digo isto para me convencer, no outro lado do cérebro fiquei KO. E naquelas primeiras horas pós facto, nem se quer consigo relativizar o que quer que seja, é só um pânico generalizado por uma coisa que não tem importância alguma mas que por momentos parece ser a única coisa de que a minha vida é feita. Como se ultrapassa isto? Medito? Faço terapia? Penduro quadros na parede que digam "isso não é importante, limpa o sótão, não sejas estúpida, agradece" ? Eu sou grata. De tudo o que é loucura na minha cabeça (e às vezes é muita), é muito real o estar grata. A nossa vida é maravilhosa. Obrigada às minhas filhas. Obrigada à minha família. Obrigada ao meu marido a quem não digo vezes suficientes o quanto me equilibra, me põe no sítio, me torna evidente o felizes que somos e quão parva eu sou - neste mês em que fazemos oito anos de casados e em todos os dias do ano - que era de mim sem ele?
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