Sei que algures nos próximos anos o meu marido me vai imprimir o blog (próximo volume) e que, outros tantos anos mais tarde eu vou querer ler isto

A escola da minha filha abriu para os pequeninos e quinze dias mais tarde abriu para os maiores. Entre o dia da abertura e o dia em que decidimos que ela poderia ir passou mais de um mês, com tudo a correr bem. Foi uma decisão muito (muito!) pensada e debatida mas quando foi, tínhamos (apesar de tudo) confiança.
Dois dias depois de ter recomeçado, disse que lhe doía a garganta. Não foi uma queixa significativa, apenas se referiu ao facto uma vez no espaço de um dia, mas da escola ligaram-me para a ir buscar. Cinco minutos depois já a tinha em casa, ela não se voltou a queixar de dores mas, não obstante, ficou em casa o resto da semana.
Dois dias depois tinha um quadro de constipação. Nariz muito entupido e a pingar, espirros, alguma tosse (mas muito pouca). Um quadro a que, noutra altura qualquer, eu não teria dado grande importância, por me parecer "normal" mas cometi - ainda assim - o grande erro de ter comentado com uma colega que tinha a miúda constipada.
A resposta dela deixou-me, como acho que é evidente mas se calhar sou só eu, a pensar.
De repente, diz-me ela: "e se tem corona vírus?"

Eu não achei honestamente que a minha filha pudesse ter corona vírus, mas claro que aquilo não me saiu da cabeça.
Então pensei: ok, vou ligar aos especialistas, para confirmarem a minha suspeita de quadro constipativo normal.

Liguei à saúde 24 e a resposta foi altamente surpreendente. Não só me mandaram ao hospital, como me mandaram ao hospital imediatamente, ao mais próximo de onde estivesse e já. Fiquei muito, muito admirada. Muito! Mesmo sabendo que a orientação é nesta fase de testar, testar, testar. Os sintomas dela eram básicos.

Voltas e voltas, acabamos no dia seguinte a fazer o teste, uma operação muito bem sucedida por acaso, porque o posto é móvel (instalado no queimódromo) e funciona muito, muito rápido e super eficaz. Recebemos o resultado menos de 24 horas depois, por e-mail. Foi, graças a Deus, negativo.

Conhecendo a minha filha, ter realizado o teste foi claramente excesso de zelo. Ela constipa-se volta e meia. Mas ainda assim, olhando para trás, ficamos mais descansados (eu fiquei mais descansada, vá) por isso nada a apontar.

A minha grande dúvida está nos espirros, tosses e narizes a pingar do próximo inverno. A cada sintoma mais acentuado ou entramos em pânico ou testamos a torto e a direito. Ou então ficamos quinze dias em casa, just in case, sem confirmar diagnóstico mas sem risco de contágio. Confesso que não faço ideia do que aí vem... mas em rigor, ninguém faz ideia de nada neste momento. Haja saúde!

1 Coisas dos outros

  1. Neste momento uma coisa tao simples como uma constipação e logo uma suspeita. Por um lado e bom fazerem logo os testes, por outro toda a gente pensa logo no pior.

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