O problema foi ensinarem-nos que temos sonhos

Com mais frequência do que gostaria, ouço muitas vezes na cabeça a minha conversa de despedimento com o meu chefe. O dia em que lhe vou dizer que o problema não é ele, mas eu. Que me ensinaram que podemos ser tudo o que quisermos. Que é bom ter sonhos e que se podem tornar realidade. Que o trabalho para a vida não existe e nem eu o quero. Que estou cansada do certo e me apetece perder a cabeça. Que sei que posso fazer um trabalho útil e importante, que posso ajudar efectivamente alguém, resolver algum problema, produzir coisas necessárias. Que a grande parte do tempo não faço a mais pequena ideia o que estou ali a fazer. Não sei o meu lugar mas sinto-me desconfortável com o que ocupo. Que não há futuro. Não vou a lado nenhum e perdi a esperança. Sim, há muita coisa que eu gosto, há imenso por que estou imensamente grata. Mas o meu dia custa a passar porque o tempo todo estou a fazer coisas em que não acredito, onde não vejo valor, que são o oposto daquilo que eu sou, que não resolvem mas complicam, que não ajudam mas dificultam. E sei, eu sei, que há tanto potencial nesta função. Estou cansada. Cansada de estar zangada. Cansada de não consegui apenas aceitar e estar constantemente em negação. A acreditar que as coisas podem mudar um dia. Constante reclamação. Passou tempo suficiente para saber que nada vai ser diferente daqui em diante. E embora me falte a coragem (ou me pese o sentido de responsabilidade) eu sei que tenho sonhos e o problema é acreditar que eles se podem realizar. 

2 Coisas dos outros

  1. Isso é um problema? Não vejo nisso problema nenhum.
    O problema está em não estares a acreditar com todas as tuas forças e dares o passo que sentes que precisas e que queres dar!

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  2. Eu acho que mesmo com o risco, quando queremos mesmo uma coisa devemos ir atrás.

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