Fins-de-semana de encher o coração

Em pleno alerta de furacão Leslie decidimos (bom, em rigor já estava decidido há alguns meses) que havíamos de ir passar o fim-de-semana a Coimbra. É uma tradição anual que me enche o coração: juntam-se as meninas (nós!), maridos e prole e vamos. Três dias a matar saudades desta amizade tão, tão boa. 

Ficamos este ano numa casa, onde fazemos churrascos e jantares demorados, onde estamos todos juntos todo o tempo, onde é confortável. Mas na noite de sábado para domingo, pouco depois das onze da noite (mas a meio da sobremesa!), foi-se a luz e a água. Doze horas depois estávamos a fazer check out e não havia voltado.

Foi em versão acampamento que nos instalamos na sala. Telemóveis em modo lanterna e muito perto de campismo. Muito, muito vento, chuva imensa, e nós no meio do furacão. O facto de ninguém do hotel ter feito uma ronda pelas casas a perceber o estado da nação, foi algo que só dias depois nos ocorreu. Na verdade podia ter corrido mal (havia inclusivamente crianças em casa) mas na altura ninguém se lembrou disso. Éramos só nós às escuras na sala, sem net, sem luz, sem nada. O básico do básico, mas com aquilo que é realmente importante: as nossas pessoas.

Por causa da falta de atenção do hotel, acabamos por receber vouchers de uma noite para repetir a experiência (desta vez sem Leslie, por favor) e voltaremos em breve. Por isso o próximo ano será não de um, mas de dois fins-de-semana destes (segundo em local ainda a definir), prova de que tudo na vida tem um lado positivo. 


1 Coisas dos outros