Dos planos
A nossa vida ensinou-nos uma lição muito importante; aliás, neste campo, duas na verdade. A primeira é que não devemos fazer planos e a segunda é que o lema tem de ser: zero stress.
Tem-nos acontecido com uma grande frequência planearmos coisas que não chegam a acontecer, sejam jantares, fins-de-semana, dias em geral. Acontece não porque somos instáveis mas porque a nossa vida é feita de bastante imprevisibilidade. Quer isto dizer que não temos total controlo sobre o que fazemos com o nosso tempo nem com os nossos dias e podemos estar convencidos de que hoje estamos por aqui e até podemos decidir ir a algum lado, fazer diligências nesse sentido, marcar nos calendários e depois por algum motivo, na véspera ou no dia, não acontecer. Acho que internamente estamos em paz com isto. Internamente significa nós os três. Os outros, não sei bem. Sinto que com mais frequência do que gostaria, acabo por dizer aos outros que "afinal...", "bem vistas as coisas..", "sabes que.." e isto não me deixa tão confortável assim. Porquê? Porque em geral estou convencida de que os outros têm pouca tolerância à mudança de planos. Ou então estou a ser injusta e simplesmente os outros não gostam que lhes falhe (eu também não gosto). Vou usar um exemplo muito concreto: fomos convidados para um jantar de anos com alguma antecedência. Por nos conhecerem, disseram-nos que deveríamos desde logo marcar na agenda; foi o que fizemos. "Afinal" não vamos poder estar presente porque apareceu outra coisa que não estava nos planos. Sinto que o destinatário da minha mensagem não a aceitou da melhor forma. Contudo, não há nada que possa fazer.
O meu ponto no meio disto é que apesar de sabermos sempre o que queremos, nem sempre o podemos fazer e por isso, ainda que possa parecer que mudamos de ideias como quem muda de roupa interior, a verdade é que nos vemos forçados a fazê-lo. Não gostava que fossemos dessas pessoas com quem não se pode contar porque não são certas Nós somos certos, mas nem sempre o conseguimos mostrar.
Tentamos em geral não fazer muitos planos para evitar ter de os mudar. Mas mesmo quando o fazemos, o princípio que nos orienta é de zero stress. Quer isto dizer que não nos devemos chatear com aquilo que não podemos controlar e que devemos aceitar as coisas como elas são. É isso que fazemos. Aceitamos. E estamos em paz.
Isto tudo para dizer no fundo que fomos três dias a Roma, um plano que estava totalmente fora dos planos até ao dia de irmos. E que falaremos da viagem durante os próximos dias.
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