Ainda dizem que a Uber não sei quê...!

A última vez que fomos a Lisboa apanhamos um táxi em Benfica com direcção ao Parque das Nações.
Não escolhemos; foi o táxi que nos calhou na nossa vez na fila.

O carro tinha pelo menos 155 anos. O ponteiro do combustível abanava sozinho. Um carro tão velho, tão podre, em tão más condições que não sei se quer como é que ainda anda e ainda por cima é usado para transporte de passageiros.

O condutor é um senhor de 90 anos, tão magro e com um aspecto tão desleixado, cabelo sujo colado à cabeça, roupa muito velha, que até se confunde com o estofo totalmente gasto do carro. Ouve muito mal e tivemos de repetir o destino sete vezes. Depois, explicar em detalhe.

A data altura começou a lamentar a vida dele. Tive alguma pena pela história, não vou dizer que não; mas se olhar de forma fria, pagamos dez euros por um serviço que foi prestado por um carro a cair aos pedaços e acompanhado de todo um lamento. Parece que o cliente é que está a fazer um favor ao prestador.

Quando parou para nos deixar e estávamos a pagar, um casal chinês aproximou-se. A senhora trazia o telemóvel na mão e preparava-se para o mostrar ao taxista - imagino que no ecrã tivesse a morada para onde queriam ir.
Estamos vinte minutos atrasadas para uma reunião e não temos tempo para ajudar; despachamo-nos o mais rapidamente possível mas ao longo olho para trás e vejo a senhora a abeirar-se do carro e a mostrar o telefone. Continuamos a andar e a última vez que olho, o táxi arrancou e o casal ficou plantado na rua.

Pode ter sido por vários motivos, claro, mas eu fico a pensar que não se entenderam e o transporte não foi possível. 

Perante isto, não sei bem que dizer. Apenas que desejo todo o sucesso à Uber porque parece que todos se esqueceram que o que está aqui em casa é um serviço, pelo qual o Cliente paga, e que como tal espera que corresponda às expectativas. Não é caridade aos taxistas. Por favor, não nos transportem de qualquer maneira.




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