O meu homem chegou a casa na segunda ou terça feira da semana passada a dizer que íamos a Roma passar o fim-de-semana.
Há bastante tempo que queríamos ir a Itália mas andávamos a adiar por achar que deveríamos ir com o tempo suficiente para conhecer várias cidade. Foi sendo adiado. Desta vez, aproveitamos uma reunião de trabalho e pusemos pés ao caminho.
Pôr pés ao caminho é obviamente uma maneira de falar.
Apanhamos o voo em Lisboa (por acaso estávamos os dois em Lisboa nesse dia) com destino a Roma - Fiumicino. Uma viagem de duas horas e meia, powered by TAP. Aterramos já depois das onze e foi um táxi que nos levou ao hotel, perto da Piazza Barberini. Os táxis têm os preços regulamentados (pelo menos para os aeroportos), indicados inclusivamente na portas e foi o que pagamos (cerca de € 50,00 - duas pessoas e malas).
Tivemos em todos os dias uma grande sorte com o tempo, com sol e calor (à excepção de uma pequena chuvinha sábado à hora de almoço) por isso deu para andar sempre a pé e aproveitar algumas esplanadas.
Compramos o guia de Roma que chegou um dia antes e como tal não tínhamos tido oportunidade de o ver em condições. Assim, passei uma grande parte da minha manhã (ao mesmo tempo que fazia horas para o homem terminar a reunião) dedicada à nobre tarefa de namorar o guia, assinalar, dobrar cantos de páginas, fazer rodinhas e cruzes e perceber enfim todos os aspectos a não perder.
Estava precisamente sentada numa esplanada com um cappuccino há uma boa meia hora, quando leio no guia que o Gran Caffe Roma é excelente para tal bebida. Exactamente onde estou - e o sangue de turismo a correr-me nas veias.
O homem chegou à hora de almoço. Almoçamos pizza e ravioli num restaurante chamado La Scala, na via Veneto. Entradas, vinho e sobremesa para ambos e um preço total de € 56,00.
Daí seguimos a pé para a Via Sistina em direcção à Piaza di Spagna e à escadaria da Trinità dei Monti. Estão ambas cheias de turistas e de um sol maravilhoso, que convida a sentar nos degraus. Seguimos através da Via de Croce, onde há uma papelaria linda de morrer, e entramos na Via del Corso, a avenida mais comercial. As lojas são, como sempre, as mesmas que temos em Portugal mas perco-me, também como sempre, na GAP kids (que tinha ainda por cima 30% de desconto em tudo).
A via del Corso tem cerca de um quilómetro e meio e une a Pizza del Popolo e a Pizza Venezia. É para a primeira que nos dirigimos, como passagem para a cidade do Vaticano. Há uma manifestação na Praça e não chegamos a entrar na Igreja de Santa Maria del Popolo. Atravessamos em direcção à Via Cola di Rienzo, também com bastante comércio, lojas e restaurantes e estacionamos na Piazza del Rissorgmento para um sumo natural e um gelado. A ideia pré-concebida com que cheguei ali, de que em todas as gelatarias os gelados são bons (e em todas as pizzarias, as pizzas boas) é posta aqui em causa. Provo dois sabores e ficam ambos no copo. Como é a nossa vida, Roma?
Daí ao Vaticano são cinco minutos a pé e começamos pela Basílica de S. Pedro. Em retrospectiva, teria sido mais inteligente começar pela Capela Sistina, porque vimos a saber depois que está fechada à hora que saímos. A culpa é em parte da fila de quarenta ou cinquenta minutos que temos na Basílica. Há várias empresas e pessoas a vender entradas skip the line - a que vimos custava 150,00 € por pessoa (eles são malucos, sim!) mas a entrada é efectivamente gratuita - e não confirmei que pagar este valor permitia de facto entrada sem filas. Esperamos como gente grande.
Tenho sempre mixed feelings em relação ao turismo em igrejas e locais de culto porque há o interesse turístico do espaço, misturado com centenas de pessoas que lá estão com o mesmo fim por um lado, mas o sentimento de respeito e silêncio que devia imperar, por outro. Nunca sei bem se devo visitar com fim turístico estes locais - mas em todo o caso, não ir ver a Basílica e a Praça, é como ir a Roma e não ver o papa (era uma piada, deu para perceber, certo?)
A Capela Sistina era um grande objectivo nosso mas quando saímos da Basílica e pedimos indicações para lá, fomos informados que já tinha fechado. Será motivo para regressar a Roma, numa próxima ida a Itália - digo eu.
Avançamos daí pela rua Borgo Pio, que tem imensos restaurantes e bares. Cometemos o erro de parar logo num dos primeiros (pior casa de banho da história) mas ao longo da via há opções muito melhores. Fica a dica.
Percorrendo a rua, acabamos por ir ter ao Castel Sant'Angelo, com jardins a toda a volta e percorremos a marginal toda ao lado do rio, onde há barraquinhas de souveniers e livros antigos. Atravessamos para o outro lado na Ponte Cavour e num instante estamos outra vez na Pizza di Spagna e logo depois no hotel (ficava junto à Pizza Berberini).
Jantamos - o melhor jantar do fim-de-semana - num restaurante chamado Ciau Bella na Via Veneto. Spagheti bolognese e lasagna mas antes disso um vinho doce divinal e uma entrada de queijo grelhado com presunto. Fechamos sem sobremesa porque temos planos e é a pé, para digestão do jantar, que vamos à Giolitti que tem, segundo dizem, os melhores gelados de Roma. À confiança, podem experimentar chocolate branco, chocolate foundant, banana e morango (obviamente se percebe que eu sou a pessoa dos chocolates e o meu homem a das frutas!)
Engordei pelo menos 3 quilos mas foi só pelo interesse gastronómico de experimentar os pratos típicos da região. Afinal, isso também é turismo!