Já estou em Lisboa há anos suficientes para saber que Baixa e carro não combinam.
Ainda assim, com um bebé a tiracolo, pareceu-me a melhor opcção quando comparada com outras (transportes, designadamente).
Não foi. Nem de carro nem de outra coisa qualquer.

Demorei quarenta minutos a chegar e trinta a encontrar lugar no parque de estacionamento da Praça da Figueira;
No Rossio estava um evento qualquer com uma pequena multidão e atravessá-lo foi uma aventura;
Nesta altura apercebi-me que tinha deixado o carro aberto;
Quando cheguei ao sítio combinado, como já tinha passado uma eternidade desde que tinha saído de casa, já estava praticamente na hora de dar de mamar outra vez;
Pedi dois sabores de gelado e um deles era mau;
Estive quinze minutos no Santini;
A C. começou a chorar no caminho para o carro;
Meia hora depois ainda estava a caminho e ela já berrava;
A pessoa que estava comigo e que ia ficar na Baixa às compras acabou por me acompanhar perante o pranto;
Metemo-nos no elevador que julguei fosse dar ao parque e acabamos na plataforma do metro;
Dei à volta à Praça toda à procura da entrada do parque que, juro, levou sumiço. Acabei por entrar pelo acesso dos carros;
Tudo isto demorou e a miúda sempre a chorar;
Raspei o carro num poste do parque;
Paguei uma fortuna pelo tempo que lá estive;
Apanhei todos os semáforos da Almirante Reis vermelhos;
Não tive tempo de chegar a casa e parei no Areeiro para dar de mamar, com a pessoa com quem tinha ido lanchar ainda dentro do carro, possivelmente a dizer mal da vida dela;
Dei de mamar a correr para não demorar mais a pessoa e ir para casa sossegar;
Não satisfeita, a pequenina chorou pelo caminho até casa;
Adormeceu na entrada da garagem;
Quando cheguei percebi que tinha perdido uma babete.

Baixa? Nunca mais!

 

1 Coisas dos outros

  1. Eu até tive estranhos,na rua,que me ofereceram ajuda. Que desorientada que eu devia parecer. (Tenho gémeos)

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