As crianças são surpreendentes

A minha filha nunca gostou de chupeta até à noite em que, perto de ter um ano, estava tão aflita dos dentes que só a chupeta a salvou. Foi um impulso ter-lha dado naquele momento, depois de coisas frias, bálsamos, etc. e ela que estava a chorar com dores há séculos, sossegou e adormeceu nesse segundo.

Desde esse dia que a chupeta é usada para dormir todos os dias. Não sai no entanto do quarto e não é coisa que peça durante o dia. Só mesmo para dormir.

Ora, pouco depois de ela ter feito dois anos, começamos a introduzir o tema "deixar a chupeta". Antes do Verão falamos com ela sobre como seria giro dá-la aos peixes e quando fossemos de férias atirá-la ao mar. Estava entusiasmada com essa ideia mas quando chegaram de facto as férias, mudou de ideias. Dizia que dava aos peixes a chupeta roxa mas que ficava com a azul (notar que ela só usava a azul).

Depois disso pensamos nos três anos dela como data para largar a chupeta e começamos a implantar essa ideia, que giro que era deixar no dia em que fazes três anos. Sim senhora, mais uma vez alinhou mas obviamente no dia de anos não quís.

Respeitamos a opinião dela e não quisemos forçar.
Começamos em todo o caso a falar do Natal e a dizer que o Pai Natal ia gostar tanto de receber a chupeta dela e que a podia deixar na sala para quando ele trouxesse uma prendinha levar algo em troca. Dizia por esta altura que ia dar a amarela e ficava com a cor de rosa (notar que agora só usava a cor de rosa).

Como a irmã estava quase a nascer, embora falassemos do assunto de vez em quando, não forçamos que deixasse mesmo a chupeta. Achavamos que a irmã poderia usar e que isso não fosse uma boa abordagem ao processo de adaptação. O tema vinha à baila de vez em quando mas sem pressão.

Um sábado de manhã no entanto, acordou e disse (sem nnguém falar do assunto):

- É verdade! Esqueci-me de deitar a pepé ao lixo!

Levantou-se da cama, pegou nas duas chupetas (rosa e amarela), foi à cozinha e deitou ao lixo.

Assim, sem mais nem menos.
(Just in case fui buscá-las e fervi-as antes de guardar longe da vista dela)

Nesse dia na sesta da tarde e à noite pediu a chupeta e eu disse-lhe que ela a tinha deitado fora mas que se não conseguisse dormir no dia seguinte iamos comprar uma nova.

Desde então - passaram dois meses - nunca mais pediu, não se lembra mais do assumto, e dorme perfeitamente
(Excepção feita ao dia em que a madrasta - essa alminha iluminada - lhe perguntou pela chupeta, dia em que pediu quando foi dormir).

Isto posto, ter sempre presente que as crianças nos surpreendem todos os dias, quando menos esperamos e que tudo - tudo! - tem o seu tempo.

3 Coisas dos outros

  1. É mesmo, tudo a seu tempo!
    https://jusajublog.blogspot.pt/

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  2. Realmente, na maioria das vezes, mais vale respeitar os seus ritmos, os seus tempos... e eles lá acabam por encetar a mudança que desejávamos!

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