Vou começar pelo lado bom e dizer que estou convencida que fiz um bom percurso até aqui. A minha filha tem dois anos e eu evoluí como mãe. Coisas que eu achava que não conseguiria fazer, estão hoje muito melhores. Estou mais descontraída, mais descomplicada e totalmente convencida que descomplicar é essencial nisto da maternidade.
Assim, se em tempos me parecia impossível sair de casa sem levar sopa, comida e sobremesa para o almoço, hoje já consigo sair sem nada. Isto é um passo gigantesco visto que ainda tenho algum stress com comida.
No entanto, é também uma das coisas a melhorar.
Sair de casa sem levar almoço / jantar, ultrapassado; não me preocupar com o que ela vai almoçar / jantar até estar efectivamente a comer e estar tudo bem, menos ultrapassado. Ainda me stressa um bocadinho, confesso, apesar de ela comer de tudo e não ser nada esquisita. Sem dúvida, um ponto a trabalhar.
Outro ponto em que dei largos passos (modéstia à parte) foi no grau de insistência com o que tem de comer. Quando agora me diz que não quer mais (mesmo que até só tenha comido metade, por exemplo), insisto mais uma ou duas vezes e se continuar a não querer, não forço. Pode parecer que a montanha pariu um rato quanto a este ponto, mas a verdade é que era a mãe que ficava meia hora a insistir com a C. até ela comer tudo o que eu achava que devia comer, por isso isto é uma enorme evolução. Percebi que se não quiser comer é provavelmente porque não lhe apetece e de resto nenhuma criança fica com fome quando tem comida à frente. O facto de ela já falar e dizer o que quer ajudou muito nesta parte porque agora diz "quero mais" ou "não quero mais, estou cheia." Sou fã do desenvolvimento da linguagem!
Horas de dormir.
Este foi o ponto em que fui sempre muito rígida, em especial no primeiro ano.
Às 21:00 h. iniciávamos a ida para cama (banho, pijama, mamar quando era bebé) e nem que chovessem meteoritos voltava a sair do quarto. Muito rigor mesmo, sou sincera. Não quer dizer que uma vez ou outra (em algumas festas, Natal, etc.) não tivesse havido uma excepção mas foram casos muito isolados.
Não sei se fruto desta disciplina ou de outra coisa qualquer, a C. dorme a noite toda seguida desde os três meses (antes disso acordava às vezes para mamar).
Hoje em dia temos rituais diferentes - xixi, dentes e pijama porque o banho é antes do jantar - mas ela mantém os hábitos: dorme a noite toda.
Aligeiramos o rigor das horas de dormir e pode agora acontecer só irmos deitá-la pelas dez, por isso talvez tenha havido uma evolução. Contudo quanto a este aspecto continuo a achar importante manter o foco nas 21:30 h. como hora limite para dormir.
Outra coisa, a roupa.
Sabem aquela célebre máxima "casaco é o que o filho veste quando a mãe tem frio"? Encaixa em mim na perfeição. Definitivamente um ponto a trabalhar. Acho sempre que tem mais frio do que o que possivelmente tem e não saímos de casa sem casaco. Lembrei-me deste ponto quando lhe estava a vestir o pijama e percebi que, à excepção da semana em Espanha, dormiu o ano inteiro com body por baixo, mudando só os pijamas, ora mais finos, ora mais grossos. Ora, isto diz tudo e aqui não evoluí nada. Shame on me.
Last but not least
Deixá-la se queremos ir jantar os dois fora.
Durante muitos, muitos meses isto era um cenário que nem me passava pela cabeça. Aconteceu jantarmos fora os dois algumas vezes (fomos até um fim-de-semana a Praga quando ela tinha pouco mais de um ano) mas custava-me imenso. Agora já consigo ir sem ligar seis vezes e mandar dez mensagens. Ligo só uma. Yeah me!
O passo a seguir, de irmos de férias sem ela, está ainda completamente fora de questão. Conseguimos ir dois dias quando ela tinha um ano (custou um bocadinho) e outros dois dias no início deste Verão e é honestamente o melhor que consigo fazer; mais do que isso, mesmo que seja uma coisa a melhorar, só lá para o ano de 2032