Carta aberta. À minha filha que faz quatro anos.

C.,

Espero que um dia me possas perguntar como eras com esta idade, quando eras pequena. Espero que faças muitas perguntas e queiras saber todos os detalhes. Espero que tenhas tanto gosto em ouvir como eu terei a contar. Porque a verdade é que com quatro anos és, sem falsas modéstias, a miúda mais incrível que alguma vez conheci. A nossa sorte é gigante, como tu. Tens as saídas mais inteligentes, um enorme sentido de oportunidade. Agora começas a falar umas coisas em inglês e ficou ainda mais engraçado. És totalmente dona do teu nariz e sabes muito bem o que queres (às vezes até de mais). Não fazes birras e nem te atiras para o chão (mas às vezes fazes das tuas, claro) e em geral continuas a aceitar tudo super bem. És curiosa e queres saber tudo mas és tão, tão medricas. Maria medricas, mesmo! Todo o desconhecido é um bicho, daqueles feios e assustadores. E tanto pode ser um escorrega que faça duas curvas como um dia sem saber o que vai acontecer. Gostas das rotinas e de saber o que vem a seguir. Tal e qual a mãe. E gostas mais do sossego e calma do que da confusão. Tal e qual o pai. Não obstante, agora a escola - finalmente - é amiga.
É maravilhoso ver-te crescer e formar personalidade. Estamos a criar uma pessoa e a ver isso em tempo real. Não há fenómeno mais fantástico (salvo talvez o fazer crescer pessoas na barriga mas eu tive o privilégio, sorte, bênção de viver ambos!). Estou imensamente grata por ser tua mãe. E infinitamente feliz pela pessoa que és. Parabéns a nós!


1 Coisas dos outros