O elefante no meio da sala

Esta é a quarta semana desde o regresso ao trabalho.
A primeira foi horrível.
Ficou ligeiramente menos difícil porque o que tem de ser tem muita força mas acho que nunca chega a passar. Continuo a desejar uma solução diferente. Não queria deixar de trabalhar mas estava apostada em ganhar o euromilhões e dedicar-me à pesca. Ou abrir um quiosque. Um quiosque com coisas giras, além das revistas e jornais, como blocos, canetas, bolsinhas, acessórios, tralha. O economato em geral é coisinha para me deixar para lá de feliz. Por isso uma solucção assim, à medida da felicidade, seria uma maravilha.
 
De resto, poder estar mais tempo com a piolha era tudo o que queria neste momento. Passo o dia a olhar para o relógio e juro que há dias em que o tempo não passa. A parte boa é que, porque ainda estou a amamentar, faço uns horários decentes. E almoço em casa. E ponho-me num sítio e no outro em dez minutos.
Não prevejo que o sentimento que tenha possa melhorar; lamento dizer que antes pelo contrário. Porque quanto mais tempo passa, mais apaixonada estou.
 
 

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