Aqui há umas semanas fomos almoçar a casa de uns amigos, que nos pediram para levar a sobremesa. Erámos seis (mais as miúdas) e decidi fazer uma tarte de lima.
A tarte de lima é um doce de que o meu irmão se lembrou no verão do ano passado e que desde essa altura a minha mãe já repetiu várias vezes. É muito boa. Boa à medida de ser levada como sobremesa para um almoço de amigos.
Pequeno detalhe. Eu nunca a tinha feito.
Peço a receita à minha mãe, que não tem nada que saber e faço-a na véspera porque tem de solidificar umas horas.
Na manhã seguinte acho-a estranha. Achatada, com pouco creme, parece uma panqueca gigante. Não a vamos levar - que vergonha - e improvisamos uma solução.
Regressamos a casa ao final do dia, tenho os meus pais a jantar e na mesa ponho a dita da tarte de lima.
Que dizer?
Igual à de sempre. Boa - modéstia à parte - totalmente digna de qualquer almoço.
Não a ter levado é falta de confiança mas é sobretudo mal dos doces.
Em todo o processo de preparação uma pessoa vai provando a massa, o recheio, a cobertura mas sabe Deus como fica o resultado final.
Percebi finalmente porque não gosto de fazer doces.
Para além de ter necessariamente de seguir uma receita e de haver zero improviso, não consigo antever o que aí vem. E gosto pouco disso.
Doces portanto, só comê-los.