Coisa boa desta semana

Semana pequenina - com trabalho apenas e só até quinta-feira à hora de almoço e depois cinco dias em casa. Em regime de teletrabalho, é certo, mas ainda assim em casa.
Antes disso, um saltinho ao Norte que está de volta a Páscoa e tratar urgentemente de lembranças de afilhado e padrinhos. Este ano a dobrar, que para além dos meus, tenho os padrinhos da minha filha.
Encher a barriga de amêndoas e a piolha de beijos e mimos e perceber que já estamos em Abril e o tempo voa!

O elefante no meio da sala

Esta é a quarta semana desde o regresso ao trabalho.
A primeira foi horrível.
Ficou ligeiramente menos difícil porque o que tem de ser tem muita força mas acho que nunca chega a passar. Continuo a desejar uma solução diferente. Não queria deixar de trabalhar mas estava apostada em ganhar o euromilhões e dedicar-me à pesca. Ou abrir um quiosque. Um quiosque com coisas giras, além das revistas e jornais, como blocos, canetas, bolsinhas, acessórios, tralha. O economato em geral é coisinha para me deixar para lá de feliz. Por isso uma solucção assim, à medida da felicidade, seria uma maravilha.
 
De resto, poder estar mais tempo com a piolha era tudo o que queria neste momento. Passo o dia a olhar para o relógio e juro que há dias em que o tempo não passa. A parte boa é que, porque ainda estou a amamentar, faço uns horários decentes. E almoço em casa. E ponho-me num sítio e no outro em dez minutos.
Não prevejo que o sentimento que tenha possa melhorar; lamento dizer que antes pelo contrário. Porque quanto mais tempo passa, mais apaixonada estou.
 
 

A tarte de lima e os doces em geral

Aqui há umas semanas fomos almoçar a casa de uns amigos, que nos pediram para levar a sobremesa. Erámos seis (mais as miúdas) e decidi fazer uma tarte de lima.
 
A tarte de lima é um doce de que o meu irmão se lembrou no verão do ano passado e que desde essa altura a minha mãe já repetiu várias vezes. É muito boa. Boa à medida de ser levada como sobremesa para um almoço de amigos.
 
Pequeno detalhe. Eu nunca a tinha feito.
Peço a receita à minha mãe, que não tem nada que saber e faço-a na véspera porque tem de solidificar umas horas.
Na manhã seguinte acho-a estranha. Achatada, com pouco creme, parece uma panqueca gigante. Não a vamos levar - que vergonha - e improvisamos uma solução.
 
Regressamos a casa ao final do dia, tenho os meus pais a jantar e na mesa ponho a dita da tarte de lima.
Que dizer?
Igual à de sempre. Boa - modéstia à parte - totalmente digna de qualquer almoço.
 
Não a ter levado é falta de confiança mas é sobretudo mal dos doces.
Em todo o processo de preparação uma pessoa vai provando a massa, o recheio, a cobertura mas sabe Deus como fica o resultado final.
Percebi finalmente porque não gosto de fazer doces.
Para além de ter necessariamente de seguir uma receita e de haver zero improviso, não consigo antever o que aí vem. E gosto pouco disso.
Doces portanto, só comê-los.
 
 

3 anos

Faz três anos que comecei o blog. À parte de nem acreditar como é que o tempo passa tão rápido, surpreendem-me também as mudanças.
Há três anos não havia ainda Lisboa. Estávamos a trezentos quilómetros e jurávamos que morríamos. Agora estamos a seis mil. Há coisas engraçadas.
Mudei de casa, de cidade e de distrito. Comecei a trabalhar num sítio totalmente diferente. Fiz amigos. Viajamos. Casei, tive uma filha. Há uma vida nova em três anos.
Escrevi menos do que gostaria mas escrevi sempre.
Continua a ser este o propósito - nunca abandones a escrita. 

Thank God it's friday!

Já me tinham dito que as sextas iam ser ainda mais especiais e o ponto alto da semana. Estavam certíssimas essas vozes. Não há nada melhor do que regressar a casa para dois dias de mimo com um amor maior.
 
 

Bicicletar

True story que não fui ao ginásio e nem fiz exercício nestes últimos cinco meses. Tinha tantos planos e ia ficar tão boa para o verão, que a ideia aniquilou a prática. Só pensar não basta mas... 

Isto para dizer que da inércia total passei para a bicicleta, como meu meio de transporte diário. Um hábito antigo, substituído na gravidez pela caminhada mas que agora está de volta.

Faço cerca de 12 km. por dia - e sim, até eu sei que não é nada mas talvez ligeiramente melhor que estar parada. E sim, mesmo não sendo nada tenho grandes expectativas num bom par de pernas.

Isto se não me desgraçar antes.
Voo a alta velocidade no casa-trabalho / trabalho-casa, para um lado porque já morro de saudades da pequenina, para o outro porque estou atrasada e talvez, talvez, venha a cair um destes dias. Ou a bater em alguém - não prometo nada. Desejem-me sorte!

Or-ga-ni-za-ção

Dizer bem devagarinho para reter cada sílaba. Organização. É tudo o que preciso para retomar algumas das coisas que fazia durante a licença e que, desde que voltei a trabalhar, ainda não consegui fazer. Como escrever. Como bloggar.

A verdade é que estou convencida de que podemos fazer de tudo com os dias, ainda que o tempo não estique. Mas basta organizar-mo-nos. Ainda não alcancei esse nível de superioridade. Ando aos poucos, a encaixar coisas uma de cada vez. A escrita e a leitura ficaram para último mas antevejo um bocadinho de tempo à noite. Desisti definitivamente da televisão.

Passaram duas semanas, acho que posso estar ainda em caos organizacional. 
A parte boa é que mantenho a minha prioridade como absolutanentrle prioritária - passo a redundância - e que os horários são mais de gente. Só falta organizar a agenda. 

"E quando ele por fim chegou / Trazia as flores que apanhou / E um brinquedo para o menino"

No domingo passado ficou cá em casa a jantar uma prima nossa que o P. levou a casa à noite. Eles sairam e eu fiquei a tratar da pequenina - "banhos, mamas e cama" - perdoem-me a expressão.

Mais de uma hora depois, nada de P.
Ligo-lhe e o telefone toca no meio do sofá. Bonito..!
Ligo à minha prima que me diz que ele já a tinha deixado em casa há quase uma hora. 
Cisca panicadora começa a funcionar.

Estou a pensar de que forma me posso meter num táxi e ir procurá-lo, entra-me o homem em casa.
Mas não entra sozinho.
É dia da mulher e recebemos as duas mimos, que ele foi comprar e por isso se demorou.

Se não casei com o homem perfeito, então não sei mais nada.

(Título: Deolinda - Clandestino)

Podia falar do recomeço do trabalho, de como passei a olhar o relógio a cada três minutos, de como isto é tão difícil.
Podia também falar do melhor marido do mundo e universo e do Dia da Mulher - sobre isto falarei certamente.
Ou podia ainda falar do exercício físico que voltou e das escolhas de looks do dia.

Mas antes disso, dizer só que - graças a Deus!! - amanhã é sexta-feira!

Dores existenciais no Dia da Mulher

O ano passado o dia 8 de Março foi um sábado. Fizemos um jantar cá em casa e calhou ser Dia da Mulher. A meio da tarde o P. saiu para fazer algo que não disse e voltou com umas caixinhas de bombons para pôr nos lugares das meninas à mesa. A mim deu-me um colar.

Foi nesse jantar que contamos aos nossos amigos que iamos ter um bebé.

Passou exactamente um ano e o dia 8 de Março de hoje é infinitamente pior do que o do ano passado. Estou na véspera de regressar ao trabalho.

Tem de ser porque sou mulher.
Mas custa horrores porque sou mãe.

A melhor prenda de sempre!

Sou pelo papel.
O desafio número um deste blog foi precisamente substituir (ainda que parcialmente) o papel.
Por isso sempre tive este sonho de ter o blog todo em papel, bonitinho, fofinho, para pegar nele e mexer. 
No início ainda ia copiando as publicações para um documento word, que eventualmente imprimiria, mas pouco depois deixei-me disso. Agora, com quase três anos, era uma tarefa inimaginável.

Este aniversário recebi por isso o presente perfeito.
O homem imprimiu-me o blog!
Mas não foi imprimir, assim, sem mais. Foi fazer a coisa mais maravilhosa que se podia fazer. Publicou-mo em livro.
Perfeito! Maravilhoso! Como o meu homem, de resto.








Coisas estúpidas de que estupidamente me orgulho um bocadinho

Não vou ao Mc Donalds há mais de um ano.

Confesso que para isto contribuiu o movimento do Jamie Oliver. A páginas tantas dei por mim a ler um artigo bastante elucidativo sobre a forma como fazem a "comida", coisa que envolvia uma pasta de ossos, bicos e sangue (gross!!). Desde então não voltei a pôr lá os pés.
Se bem que, agora falando nisso, já marchava um double cheese natura.

Outra coisa estúpida de que estupidamente me orgulho um bocadinho (e não, não vou transformar isto numa rúbrica) é que, à excepção de um programinha (e de filmes em geral, vá), deixei de ver televisão. O programinha em causa ganhou um Emmy, por isso posso.

Rio de pessoas como eu

Deixei de por açúcar no café ainda era uma jovem universitária.
Depois de no primeiro ano ter engordado um milhão e meio de quilos, no segundo entrei numa dieta séria. Como já na altura bebia quatro / cinco cafés por dia, dei comigo a reduzir no café para reduzir no açúcar. Como não resultou, e se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé, cortei o açúcar e ponto final.
 
Os primeiros cafés light foram estranhos. Mas como tudo, é uma questão de hábito. Actualmente sou completamente incapaz de beber um café com açúcar. Sabe-me muito mal. Continuo fã de café (a melhor bebida do mundo, depois da água) mas sempre, sempre sem açúcar.
 
Ora, porque me rio de pessoas como eu?
Aqui há dias fui tomar café a uma esplanada cheia de sol e pedi, para além do dito cujo, um muffin de red velvet (sim, culpada!). Pior que o red velvet, o pequenino vem cheio de chocolate branco por dentro. Estão a ver o pecado? Quatrocentas e setenta e nove mil calorias e meia. Quão ridículo é, para quem vê e não sabe que prefiro café sem mais nada, deixar o açúcar e enfardar um super bolo? É que foi justamente para não engordar que passei ao café light. Acrescentar-lhe um muffin só pode ser piada!
 
 

A tal da bucket list

Estou um ano mais velha e por isso nada melhor do que o dia de hoje para esboçar os primeiros traços da minha bucket list.

De forma absolutamente aleatória, e sem qualquer tipo de prioridades, a minha lista a 3 de Março de 2015:

Escrever um livro
Voltar a Nova Iorque
Comprar uma casa
Plantar uma árvore
Ir ao Rio de Janeiro
Voltar a correr
Passar um sábado em Paris
Trabalhar em turismo
Colaborar com uma revista
Voltar à Eurodisney
Visitar a livraria Lello
Fazer voluntariado


Ao Fevereiro e ao rapaz perdoa tudo quanto faz

Fui visitar uma colega e fiquei a saber que devemos todos andar atentos ao mercado. Percebi que não ia prolongar a licença. Passei uma manhã na Câmara e outra na Segurança Social. O P. voltou dos Estados Unidos para doze dias. A nossa filha fez quatro meses. A minha D. está grávida e vou ser tia em Setembro. Voltamos a Coimbra. Traçamos um plano a regra e esquadro para o ano de 2015. Não sei bem o que pensar de planos traçados a regra e esquadro. Fizemos um home made brunch maravilhoso. Vimos filmes com pipocas. O P. voltou aos Estados Unidos. Fez um ano que tivemos positivo no teste de gravidez e que fizemos a primeira consulta. Desiludi-me com pessoas de quem já não devia esperar nada. Pesquisei casas para arrendar a 400 km. da nossa casa. Gastei quarenta euros em aquecedores. Tirei 278 fotografias e cumpri o projecto fotos do mês. Tive uma surpresa agradável com uma enfermeira. Recebi um comtacto com uma proposta de emprego que não aceitei. Li o "Era uma vez um rapaz" do Nick Hornby. O P. voltou outra vez a Portugal, só para me dar os parabéns.

Obrigada

Fazíamos em Coimbra com alguma frequência aquilo a que por lá chamavam Super Programa, uma combinação de jantar mais cinema a um preço simpático - aquilo a que vulgarmente se chama menu cinema e que se vê em todo o lado.
 
A parte que melhor recordo dos nossos super programas era a forma como eles apareciam.
Abria o congelador para tirar alguma coisa para jantarmos e ali estavam eles, os talões destacáveis para o cinema e o jantar.
Às vezes tocavas à campainha e quando ia abrir, debaixo da porta tinhas metido os mesmos talões.
Também aconteceu irmos no carro e me dizeres para abrir o porta luvas só porque sim para ali encontrar o plano para essa noite.
 
Como estes exemplos podia dar outros.
 
Ainda assim. aquilo que queria mesmo dizer é que vou sempre lembrar o primeiro aniversário que passei em Coimbra, um dia vulgar de aulas em que todos os colegas me deixaram sozinha. Nesse dia, deixaste tudo o que estavas a fazer e foste ter comigo só para me levar a almoçar fora a outra cidade qualquer.
 
Passaram dez anos.
Os meus aniversários continuam a só fazer sentido contigo ao lado mas hoje tinha-me mentalizado que o ia passar sem ti.
 
Por isso, e por tudo o resto que não cabe em agradecimento nenhum, nunca vou esquecer que este ano atravessaste o oceano só para me vir dar os parabéns.