Um dia..!

Já aqui terei falado do desencanto da minha actual profissão. Apesar de me ter licenciado no que quis e de ter tido a sorte imensa de adorar tudo nos primeiros dois anos de profissão, a vida acabou por me obrigar a deixar o anterior trabalho e levou-me para um sítio totalmente diferente.
É um privilégio fazer o que se gosta ou gostar do que se faz. Infelizmentr talvez conte pelos dedos das mãos as pessoas que conheço que estão realizadas no trabalho. Algumas detestam mas as contas têm de ser pagas, outras toleram sem emoção. Poucos são os entusiastas. A maioria está acomodada com a situação que tem. É o meu caso.

Não odeio de morte o que faço, nem me faz absolutamente miserável mas não gosto e  não me deiza feliz. Foram-se os tempos em que vivia o domingo à tarde com naturalidade porque à segunda-feira era bom ir trabalhar. Não me interpretem mal. Eu gosto de trabalhar. Eu prefiro de longe trabalhar a não o fazer e por isso deixar o emprego não é se quer uma hipótese. Mas não sou de maneira alguma uma dessas pessoas privilegiadas que tem a sorte e o gosto de fazer o que gosta e de ainda levar dinheiro para casa.

Isto vem na verdade a propósito do entusiasmo que sinto em algumas pessoas quando falam das suas profissões. Em especial naquelas menos evidentes que saem dos estereótipos das nove às cinco (ou das oito às oito..). Escritores, jornalistas, organizadores de eventos, oradores, fornadores. Gente que faz coisas giras. Coisas diferentes. Acho que é o que me faz falta.

Apesar de me ter licenciado no que quis, optei por uma área clássica. E embora continue a gostar do ramo, não vejo como lhe introduzir notas de modernidade. Daí que ou abandono o que sei e deito fora anos de fornação ou conformo-me. Estou mais apostada nesta última, tendo em conta a minha maneira de ser. Mas no fundo, no fundo gostava de ter a coragem necessária para mandar tudo pelo ar e dedicar-me a um gosto em vez de a uma profissão.

Podia ser escrita, organização de eventos, decoração.
Mas para me fazerem mesmo, mesmo feliz era darem-me uma bandeirinha cor-de-rosa e porem-me a fazer de guia turística numa cidade qualquer. Ali é o castelo, aqui um museu, mais à frente um monumento a não perder. Juntava passeio com gente e era turismo o ano inteiro. 

Não estando em condições de deixar o meu trabalho para me atirar ao inceto, vamos levando com calma, que a vida é mesmo assim. Importante, importante é não perder a esperança de me vir a apaixonar pelo que faço ou de fazer algo que ne apaixone.

3 Coisas dos outros

  1. Percebo-te perfeitamente ! Trabalho actualmente numa coisa que detesto por falta de oportunidades melhores .

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  2. Já é bom ter trabalho mas, sonhamos sempre melhor e estar plenamente satisfeitos. Eu ainda luto para ter emprego e sentir-me novamente útil.

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