Uma ida ao oftalmologista

Quando era pequena - mesmo pequena - dizia que as imagens da televisão me pareciam desfocadas. Certamente não usava esta expressão, mas provavelmente um termo que indicasse que o que via era pouco nítido.
Na consulta com o médico de família, antes de entrar para a escola primária, fiz um check up geral e, estando já a caminho da saída, pediu-me que voltasse para trás para fazermos só, "já agora" o exame de visão.
 
Foi assim que aos seis anos descobrimos que era míope, mas míope. Cortesia dos genes do meu pai, thank you very much. No dia seguinte estava no oculista para me tornar oficialmente uma caixa de óculos, estatuto que mantive por mais sete anos. Felizmente, aos doze / treze caiu sobre mim o milagre das lentes de contacto e somos fieis amigas desde então. Melhor invenção de sempre desde a roda.
 
Dada esta condição, durante toda a minha vida fui presença assídua em oftalmologistas.  
Se quando era pequena adorava as consultas, agora parecem-me uma oral da faculdade.
Graças aos avanços do mundo, e à proliferação das ópticas, nos últimos anos limito-me a renovar a prescrição das lentes e as visitas ao médico foram francamente reduzidas. Tão reduzidas que voltei lá hoje, depois da última consulta ter sido em 2012. Mas deu para ver que se mantém tudo na mesma: um exame oral em que me parece que erro todas as perguntas. " Vê melhor ou assim ou assim?", "é melhor com esta ou com esta?" Ora bem, se me dão lentes absolutamente similares, como posso eu saber qual prefiro? Chumbo directo neste exame, sem direito a recurso.
 
Pelo caminho, uma receita para mudar a graduação das lentes e acrescentar 0,25. Toma lá que a idade não perdoa.
 


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