"Hei, Henrique!, esta é a parte mais fixe!"



Pois é, voamos com um grupo de cinco mil e duzentas crianças loucas, histéricas, barulhentas e socorro!, com destino a um jogo de futebol no Funchal. Até aqui, vá, tudo bem. A parte difícil foi ter os miúdos aos berros "vamos cair!!", "viva a turbulência!!", aos gritos desenfreados de alegria quando a coisa levantou.

Eu, sendo uma menina crescida em montes de coisas, sou um pequeno ratinho nestas andanças da aviação. Então é ver-me em modo desespero (ainda que normal), agravado em potência pela excitação generalizada com a possível iminência de queda do avião. Ninguém merece!

Por outro lado, fez-me lembrar os tempos áureos em que, também criança, me alegrava a perspectiva de viajar nestes bichos de asas brancas. E as viagens faziam-se na maior das calmas e tranquilidades, entretida com bonecos, cadernos e lápis, toda eu feliz da vida, sem imaginar tão pouco que a ausência de asas humanas poderia determinar o meu despiste no solo. Bons tempos esses, em que me portava lindamente e não dava trabalho nenhum. 

Agora, tenho noção que me tornei absolutamente insuportável para as minhas companhias de voo. Mas que se há de fazer, quando o que queremos é mundo!


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