Fazer com o que temos

Estava na dúvida entre o "viver" com o que temos ou o fazer, mas dizer viver até parece que fazemos o esforço e é ao contrário; temos tanta coisa e é tão fácil comprar, comprar, comprar que por vezes nos esquecemos de tudo o que temos e o que podemos fazer com isso.

Desde que comecei a saga das compras quinzenais, há coisas que é preciso adaptar porque não vou todos os dias ao supermercado. E, mesmo fazendo planeamento de refeições e listas de compras, por vezes há coisas que falham, sejam porque me esqueço, seja porque na entrega alguma coisa fica por entregar (bastante frequente, infelizmente). Mas é também isto que permite esticar a imaginação e ter criatividade, obtendo até, quem sabe, resultados mais positivos. Como ter feito frango de cerveja sem a sopa de cebola de compra, fazendo antes uma sopa de cebola caseira, usando a cebola para o "molho" e a água da sopa para cozer o arroz. Um super aproveitamento, infinitamente mais saudável que uma saqueta Knorr. O mesmo para as compotas, que continuo a produzir aos quilos, em grande parte porque recebo abóboras com imensa frequência (e não usamos na cozinha), em outra parte porque recebo ainda mais quilos de laranjas e tangerinas, que merecem melhor fim do que apodrecer no cesto da fruta. E se me apetece uma coisa que não tenho a meio da semana, tenho de inventar, não vou comprar a correr. Que vantagens tem o confinamento, estão a ver? De resto, nem se quer me lembro da última vez que fui a um supermercado (e a última entrega foi precisamente há uma semana).

Por outro lado, não estou a gastar menos dinheiro mas este método pode ter esse potencial. Ainda estamos na fase de avaliação das despesas, antes de entrar na poupança mais acentuada, mas fazer menos compras, em princípio, deveria redundar numa melhor gestão de fundos (embora, quinzenalmente, seja com cada conta fofa...!) Ainda assim, é um tema em cima da mesa, no meu radar. Poupar em compras o suficiente para uma viagem aos Açores, não era maravilhoso?

(Mais maravilhoso ainda, só poder viajar efectivamente!)

Conclusões básicas da primeira semana de confinamento escolar (e coisas boas!)

Já o ano passado dizia que, manifestamente, o confinamento se divide entre quem tem filhos e quem não tem. Trabalhar em casa com as crianças na escola, é uma coisa; trabalhar com elas em casa é o extremo oposto. Daí que, sim, estamos em confinamento há imenso tempo, mas não, a última semana não é minimamente parecida com as anteriores.

Infelizmente já levamos experiência disto e vamos na segunda volta. Tudo igual, um ano depois (como é possível?) por isso por esta altura já percebemos que,


- Podemos escrever regras na parede de ardósia da cozinha mas provavelmente não as conseguimos cumprir todas;

- Vai haver mais televisão do que eu gostaria;

- Vou enervar-me uma data de vezes MAS

- Tudo corre tão melhor quando não grito e quando tenho paciência;

- Cada dia é um dia de cada vez;

- Vai haver algumas refeições de douradinhos e não faz mal;

- Há coisas que vão falhar (só tenho duas mãos);

- É sempre necessário respirar fundo.

- Há sempre um lado positivo em tudo.


Especialmente positivo:

- O nosso sofá da sala tem lugar para seis pessoas e as minhas filhas sentam-se nos mesmos cinquenta centímetros;

- Se o pai berra com uma, a outra salta em sua defesa;

(- Mais engraçado ainda, se a C. não quer comer sopa, a I. tira-lhe a malga da frente)

- As brincadeiras são a duas;

- A cumplicidade é gigantesca;

- Uma diz: "estás feliz?" e a outra responde "amigas para sempre!"

E não há nada mais bonito no mundo.

Objectivo primeiro: Não gritar

Na quinta-feira de manhã soubemos que as escolas iam fechar. Na verdade, há algumas semanas que desejava que isso acontecesse, pelo medo bastante acentuado que sinto com toda esta situação; no entanto, verdade também que nos sai do corpo. Volta à ultra mega organização de trabalhar, ser professora, tomar conta de crianças, ser empregada doméstica, cozinheira, brincar e manter a sanidade.
Apesar de querer que fechassem, foi um dia de stress, embora eu tivesse achado que não; sei-o porque quando as fui deitar berrei imenso com elas. Porque se levantam, porque só falam, porque cantam, porque não dormem. Às tantas estava aos gritos com as duas, totalmente exagerada e parva.

Por isso decidi logo para o dia seguinte, e até escrevi na agenda (juro!) que o objectivo número um do novo confinamento com crianças em casa era: não gritar. Não vou gritar com elas, por mais zangada que esteja Vou-me controlar. Venci o primeiro dia, não gritei nada! E senti-me mais feliz por isso. É mesmo um exercício para se fazer continuamente, por isso será o objectivo primeiro, segundo, terceiro e constante de toda esta fase. 

Além desse objectivo, que é um modo de vida!, o outro grande objectivo é conseguir manter o foco "num dia de cada vez." Não vale a pena olhar muito para a frente, vamos vendo, um dia de cada vez, quase uma manhã e depois uma tarde, com calma, a respirar fundo, que vai correr tudo bem, se Deus quiser.

Sistema de organização semanal e calendário das lides de casa

 Ora então, resumo:

- Em Março de 2020 a senhora que nos vinha cá a casa deixou de vir e não regressou. Dado o prolongar da situação, acabei por dispensá-la em setembro, depois de ter estado de março a setembro a pagar-lhe sem ter vindo cá a casa nenhuma vez, o que acordei com ela. Foi a forma possível de compensar o despedimento, que não é bem um despedimento porque era um serviço à hora, mas temos de ser uns pelos outros;

- Precisamente em Março de 2020, coloquei em prática um calendário de lides domésticas (limpezas) totalmente absurdo, que me tirou anos de vida (e quilos de cima), que não se conseguia manter eternamente (basicamente limpava a casa toda quatro vezes por semana, a par com o trabalho normal, crianças em casa, almoços, jantares - vários posts sobre o tema ali em Março, Abril)

- Depois disso tentei um modelo diferente, de limpeza a fundo ao fim-de-semana. Por um lado, temos mais tempo; por outro, o fim-de-semana é todo o tempo que temos e perdíamos um dia com isto. Manhã toda para aspirar, limpar, pó, casas de banho. E tarde ou noite para ferro. Era eficaz, no sentido que ficava limpa, mas não era prática para o nosso estilo de vida.

- Este cenário trouxe-nos ao actual: em setembro fiz uma revisão do modelo de organização cá de casa e revi o calendário das limpezas, que passou a integrar a minha agenda, em modo post it, como outras tarefas semanais. 

O que acontece agora (modelo revisto) é que divido as tarefas de limpeza pelos cinco dias úteis da semana, faço uma cada dia e tenho o fim-de-semana livre.

A grande desvantagem (começo já por aí, para arrumar) é que não há dias de descanso à semana. Significa que trabalho o dia todo e tenho de encaixar ainda uma tarefa doméstica (aspirar, limpar as casas de banho, limpar o pó, etc; escolho uma, máximo duas!).

No entanto, por outro lado, estou menos tempo seguido a tratar do assunto e sobretudo ganho os fins-de-semana (salvo passar a ferro, que geralmente se mantém ao domingo à noite, depois de deitar crianças). Tento normalmente fazer as coisas na hora de almoço, enquanto por exemplo vai adiantando o jantar e sim, não descanso, mas estamos a falar de dias úteis, não é suposto descansar!

Assim, ao domingo olho para a agenda, olho para os post-its e colo cada tarefa num dia, conforme for a semana, não havendo obviamente uma enorme variação, porque se aspirei a casa numa segunda, de certeza que na segunda seguinte está a precisar muito de voltar a ser aspirada, por isso não o vou fazer na quinta ou sexta (sendo que aspirar nem é o melhor exemplo, porque a cozinha e sala é todos os dias, graças a duas crianças fofas que comem nas duas divisões). Se, por exemplo, limpar as casas de banho a uma terça, voltarei a fazê-lo na terça ou quarta (máximo) seguinte, mas no meio, dou um jeitinho. Para isso comprei umas toalhitas de limpeza, que passo nas casas de banho, não fica tão bem como a esponja, líxivia, cif, etc., mas aguenta a coisa no intervalo.

Até ver o sistema tem resultado e de todos (versão 0 de Março com limpezas a fundo três ou quatro vezes; versão 1 de Junho, com limpeza a fundo ao fim-de-semana) é o mais adequado à nossa realidade - mas se, e quando, for preciso rever, será revisto!

As refeições, não há grande volta. Mantenho a planificação a quinze dias, que ajuda sobretudo nas compras, como já falei algures, e também a variar e tem funcionado, às vezes com mais imaginação, outras vezes com menos. Um destes dias fiz lasanha, que não comíamos desde Maio! Realmente, só é preciso é ter ideias, fazer nem custa!

Tento ver páginas e inspiração de organização, mas cada vez mais me convenço que temos de ir testando e vendo o que resulta. Para quem souber de organizadores profissionais com as melhores dicas, fico desde já agradecida! Tudo o que ajudar, ajuda!

Deitei a pepé ao lixo!

Este é um post que tenho algum receio de fazer, não vá aguairar! Mas já passaram mais de duas semanas (os tais vinte e um dias) por isso vamos arriscar tudo!

Rufem os tambores!!

A minha filha I. deitou a sua chupeta ao lixo!

Whaaat?

Companheira mais do que inseparável, das noites e dos bocados de dias em que a encontrava por aí, aquela super amiga! Um dia fomos deitá-las, chegou ao quarto e disse: vou deitar a pepé ao lixo! Como assim?! "Amanhã deitas, I." Não. não, vou deitar agora. E lá foi ela..! O pai atrás, para salvar a desgraçada da chupeta para poder regressar à dona, que certamente se arrependeria. E sabem que mais? Não voltou a usar chupeta!! No dia seguinte pediu, eu expliquei que tinha deitado ao lixo, ela disse que então queria comprar uma nova, da Elsa, eu disse que estava bem, vsmos lá à chupeta Frozen, mas não falou mais do tema (e não existem mesmo chupetas Elsa, pois não?) e por isso o MEU BEBÉ é um bebé desachupetado! E eu nem posso crer! Vai dormir todos os dias sem a pepé, como é possível? (De resto, história exactamente igual à da irmã, com a diferença de que a C deitou ao lixo num sábado de manhã, quando acordou - "ah! já me esquecia de deitar a pepé ao lixo" - e a I. foi mesmo antes de ir dormir). Alma parva, a minha. À segunda criança ainda me custa a crer que eles consigam mesmo fazer isto e sigam a sua vidinha bem. Que mavarilha é ver crianças crescer!




A pessoa não sai de casa..

Desde há um ano que o nosso tempo é passado, em média, 90% em casa (desde setembro, 99,9%, excepciona-se as idas e vindas da escola) e como tal a pessoa não sai de casa! Por não sair de casa, a pessoa não descobre coisas novas, não sabe das novidades e nem verifica com os seus próprios olhos que a 100 metros de sua casa abriu a mercearia mais fofa, com frescos e biscoitos e compotas, queijos e vinho. Assim, um mimo!

No domingo de manhã demos a volta ao quarteirão em bicicleta (deram, as miúdas) e passamos lá à porta, onde entrei para curgetes e cenouras, uma manteiga e uns biscoitos, na coisa mais querida de sempre!

Claro que não resolve totalmente o facto de não ir a supermercados (mas para isso temos o continente e o pingo doce online - já agora, grande serviço o do pingo doce, com as entregas em duas horas e muitas vezes taxa gratuita, estou fã!). Mas resolve o tema dos frescos, que não duram os quinze dias que medeiam entre compras e tem ainda a enorme vantagem de ser comércio totalmente local e à porta de casa!

Estão abertos há um mês e eu, totó, só descobri agora. Mas é como digo.. a pessoa não sai de casa!




Tatuagem terapia

 Há alguns anos que acompanho o trabalho de uma tatuadora brasileira, que até há bem pouco tempo estava no Brasil, e que recentemente se mudou, primeiro para o Porto e depois para perto da casa-praia. Achei que isto, obviamente, só poderia ser um sinal para uma terceira tatuagem e na semana passada entrei em contacto com ela para começar a pensar no caso.

O processo de orçamento e agendamento, passa por responder a um pequeno questionário, a partir do qual será criado o desenho (e, já agora, se eu não quisesse manter as coisas pequenas e ariscasse tudo com um super desenhão, acreditem que ela é simplesmente a maior!!), o que fiz na semana passada.

Uma das perguntas (A pergunta, na verdade) é: fala um pouco sobre ti (base para a tatuagem).

Tinha uma ideia daquilo que gostaria de fazer nesta fase e acho que se poderia definir como tatuagem terapia. Em vez de consultar um psicólogo / terapeuta que me ajude com questões de ansiedade que ocorrem ocasionalmente, vou fazer uma tatuagem, que faça a voz de psicólogo e me diga, quando estou a panicar, "tem calma."

Ainda não sei exactamente qual será o desenho final, mas possivelmente vou nas palavras outra vez, que não há nada mais bonito do que palavra, numa coisa discreta, provavelmente nos pulsos (tudo igual, portanto!)


E a data?

Ponderei o fim de Março, com esperança que as coisas tivessem recuperado alguma da sua forma normal, mas vou apontar antes para o Verão, que o cenário é negro. Contentinha? Yeah!

Baunilha e Chocolate

Voltei à adolescência, foi a sensação que tive. Não me lembro de ler um livro deste género, romance de novela, com um triângulo amoroso, ela, eles, ciúmes, facas e alguidares! A grande vantagem é que é uma leitura super leve, super fácil, despreocupada, mas que ao mesmo tempo prende pela curiosidade do que vem a seguir (a cusquice, portanto!). Não é um livro "uau!", é uma historinha que se lê e se passa, mas que pela simplicidade me deu coragem para passar a seguir para um duelo mais sério. Como se tivesse a ouvir uma balada e a música seguinte fosse heavy metal do mais feio! Já cá volto com novidades! 




Espero lembrar-me disto o ano todo!

Se a vida te der limões, faz limonada; mas se ter abóboras, faz compota. E junta-lhe pinhões porque pode acontecer que te tenham sobrado de outra coisa qualquer e não vão estragar-se! Três frascos de compota depois, tenho a dizer que a abóbora que estava no frigorífico há séculos,  porque não comemos, ia ontem ser congelada (já estava no saco e tudo) quando baixou em mim a deusa do aproveitamento. No congelador, nunca a vais usar - foi o que ela me disse - junta açúcar e faz compota! Et voila! Modéstia à parte, bem boa! 

Continuo surpreendida com a capacidade de aproveitar que vem de tantas coisas que temos em casa. Hoje por exemplo tinha cinco bocados de maças meias comidas das minhas filhas, que junto com duas tangerinas deram um belo sumo! Não é maravilhoso? Nada se perde!




Gráfico 2020

Nos últimos dias de 2020, recebi de uma amiga um template para olhar para o ano sob diversas perspectivas: relações, finanças, trabalho, pessoal, saúde, casa, etc. A ideia era que, numa folha A4 dividida em tantos espaços quantas as categorias a pensar, se reflectisse um bocadinho sobre cada uma das coisas. Foi o que fiz; foi, na verdade, o que fizemos entre amigas num encontro virtual de 3 horas nos primeiros dias de Janeiro.

Por esta altura já nem se consegue ouvir dizer que "2020 foi um ano blá blá blá", já todos sabemos; foi, sem dúvida, atípico. Mas, no mundinho que é a nossa vida cá em casa, a diferença para os anteriores, na verdade vê-se sobretudo na escola em casa três meses, na ausência de viagens e nos contactos com a família e amigos. De resto, trabalhar em casa foi (é) normal; restrições de circulação foram (são) sem problema; idas ao shoping não aconteceram? Não vejo qualquer problema. Não fomos a concertos nem festivais? E então? O impacto gigantesco mundialmente sentido, na nossa casa não se fez sentir. Pareceu um ano normal. Sobretudo a esta distância, em que a escola online já vai tão longe e em que o teletrabalho continua a ser tão bom. Sendo sincera aquilo que sinto mesmo mais falta é de ver os sorrisos das pessoas e dos abraços. Tivemos dois amigos com quem fizemos o caminho do ano passado e com quem jantamos, cá em casa, nos dias antes do Natal e o momento de trocarmos prendas foi tão estranho, que aí sim se viu que estávamos em 2020; as pessoas emocionam-se, choram ou estão felizes e celebram... e não nos podemos abraçar. Custa-me. E custa-me também que as minhas filhas não vejam os sorrisos das professoras com quem passam tantas horas por dia. A minha filha mais nova, que entrou em setembro na escola pela primeira vez, simplesmente nunca viu o sorriso da professora. Acho triste. No mundinho pequenino que é a nossa casa, é isso que me custa mais e acho que será sempre isso que mais vou lamentar de 2020.

No entanto, não era sincera se não dissesse que o ano teve coisas muito boas.

Para começar, o P. e eu estivemos 24 horas por dia juntos e nunca arrancamos cabelos; pelo contrário, continuamos a querer estar juntos. As minhas filhas tiveram os pais sempre e sobrevivemos todos com sanidade mental e proximidade imensa. Tivemos amigos maravilhosos que nos deram tantos mimos e nos fizeram felizes, a mostrar (concluíamos todos no natal) que ainda se fazem amizades depois de velho. As minhas tias e mãe fizeram uma surpresa nos 70 anos do meu tio que envolveu balões e cantar da rua para a varanda. Uma coisa tão bonita, que só este ano nos podia ter trazido. O meu irmão veio a casa, o que eu já não esperava que viesse a acontecer, e por causa disso tivemos Natal a sério. Claro que não foi o Natal de habitualmente, e claro também que pelo meio ele adiou o casamento, mas pelo menos houve Natal e ele casará este ano. Nenhum de nós ficou doente, não pode haver bênção maior. Mesmo que tivesse sido tudo mau, caramba!, estivemos todos saudáveis, não podemos pedir mais nada.

Tive coisas boas a nível pessoal, sobretudo a escrita, fiz dois concursos e um curso, que foram óptimos. Não tratei mais de mim nem me arranjei mais, mas em 2019 também não tinha acontecido. Tomei banho todos os dias e usei sempre roupa lavada, daquela que podia levar à rua (ou seja, abaixo fatos de treinos ou "roupa de casa"). Só pode ser positivo, certo? Também continuamos sempre a passar a ferro todas as roupas, mesmo quando nos achavam malucos porque ninguém via os vincos! Nisto, a nossa casa ficou nas nossas mãos, com elaborados esquemas de limpeza e organização que foram sendo revistos, mas em perspectiva com o template 2020, percebi que tínhamos poupado cerca de 1000 euros com isso! Uau, não é? Tivemos novidades nas casas (qualquer dias falamos), os nossos trabalhos mantiveram-se nas mesmas condições (olhem a sorte!) e no global... de que é que nos podemos queixar? De nada! Só temos a agradecer.

No primeiro dia de 2021 fizemos os nossos habituais desejos para o ano, que colamos no frigorífico. A I. pediu uma festa. E, mais uma vez (o ano passado era música) acho que ela tem mesmo razão. Fazer disto tudo uma festa só depende de nós. Acreditar, pensar positivo e sobretudo agradecer. Não precisamos mesmo de mais nada. Venha daí o novo ano! Estamos prontos!

Chapada na cara!

Disclaimer número um: na escola das minhas filhas está a decorrer uma recolha de brinquedos para entrega numa instituição;

Disclaimer número dois: na escola das minhas filhas foi pedido aos pais que evitassem enviar as tradicionais "lembranças de aniversário", dado o contexto actual.

Isto posto.

Terça-feira vou buscar as miúdas e diz-me a C.:

- Trouxe uma prenda para mim e para a I. que o ZM deu.

Eu: O ZM deu-vos uma prenda? Mas porquê?

C: É um brinquedo! Deu a todos os meninos.

Eu: O ZM deu um brinquedo a todos os meninos da tua sala e ainda à I? Como assim?

(ar admirado! E prolongamento da conversa até casa).

Em casa tirou os brinquedos das mochila e era um boneco do mc Donalds e um boneco de propaganda médica, os dois usados.

Eu: C., explica lá essa história. O ZM na sala, com a professora lá, distribuiu brinquedos por todos os amigos?

(eu a achar que os brinquedos eram para a recolha em curso..)

C: Sim, ele deu os brinquedos a todos.

Eu: E não perguntaste porquê? O que era aquilo? Dar assim brinquedos a todos sem mais? Mas porquê? Não perguntaste porquê, C.?

C: Eu só disse obrigada.


E tau..! Chapada na cara da mãe.