Trabalho a tempo parcial, quatro meses depois

Tenho-me apercebido em diversos momentos que este blog é um diário parcial da vida adulta e por isso serve diversos fins, sendo um deles fazer-me recordar coisas passadas. Sei por isso que algures no futuro poderei querer reflectir sobre esta nova realidade do tempo parcial, de que já não me lembrarei, e que terei aqui ajuda.


Estou muito perto dos cinco meses de trabalho a tempo parcial - que termina a 31 de Agosto - e vou começar pelo fim: na minha cabeça já decidi que vou pedir que se mantenha mais um ano, depois de o ano passado ter dito que não aconteceria. Significa por isso que os prós suplantam os contras.

E quais são os contras?
Pare começar, o óbvio: tive uma redução de vencimento de 40%, o que é bastante significativo. Em termos práticos conseguia sempre poupar algum dinheiro todos os meses e agora deixei de o conseguir fazer. Reduzi no entanto as horas da senhora que nos vem cá casa, deixei o ginásio e o seguro de saúde também reduziu o valor (porque é uma percentagem do vencimento). Tudo somado a diferença líquida não é absurda mas tem algum impacto.

O segundo contra são os e-mails.
Às quinta e sextas o trabalho continua a cair como se eu estivesse a trabalhar e se não vou vendo os e-mails as segundas-feiras são francamente difíceis. 

Claro que isto é assim porque quando me propus a este modelo sugeri (eu própria) que a organização do trabalho se mantivesse igual (falei sobre isto aqui), o que de facto não foi de génio mas as coisas são como têm de ser. Portanto mantenho a generalidade do trabalho que tinha, menos dois dias e este será necessariamente o maior contra - mas, note-se, com o qual eu estou a favor porque não podia ser de outra maneira.

Quando não preciso de trabalhar à quinta e sexta (ou consigo não o fazer, mais propriamente), os prós são claramente em maioria.
Consigo passar dois inteiros com a minha filha e tratar de todas as coisas mais simples, como dar-lhe de comer, brincar com ela, passear. Sinto mesmo que há tempo de qualidade, que é uma expressão de que não gosto particularmente mas que aqui tem cabimento. Estamos as duas, eu estou com ela, vamos juntas buscar a C., tudo é mais calmo do que o ritmo dos outros dias.
Quando ela dorme a sesta eu consigo tratar de outras coisas, como ter o jantar feito para não estar a tratar disso já ao final do dia quando estão as duas em casa e querem atenção, ou roupas orientadas ou qualquer outra tarefa das lides de casa, até compras (long live online shoping!).

Portanto sim, muito feliz com este modelo e a desejar que dure para além da data limite, com um pequeno ajuste que precisa de aceitação - havemos de lá ir, com tempo - mas com esperança, que o meu chefe é muito boa pessoa (e esse é se calhar o maior pró).

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