Dramas da memória

Este ano o meu marido e eu fizemos catorze anos de namoro. Quase metade da minha vida!
Nesse fim-de-semana fomos passar dois dias a um sítio maravilhoso - de que hei-de falar em breve - e quando lá estávamos começamos a falar sobre sítios giros onde já tínhamos estado juntos e acabamos a tentar lembrar-nos de vinte hotéis onde já ficamos. Demorou um bom pedaço até fazermos a lista, sendo que tenho a certeza que ficaram imensos de fora de que pura e simplesmente já não nos lembramos. 

Alguns dias mais tarde, já de férias em casa, tivemos um casal de amigos a passar uma semana connosco, na nossa vida também há catorze anos.

Comentava eu, depois de algumas memórias partilhadas por ela que tem memória de que não há memória (desculpem!), que tenho imensa pena de ter tantas e tantas coisas que vivi, sítios onde fui, coisas que vi, momentos que passei, totalmente varridos. Há coisas que aconteceram que às vezes comentam comigo de que eu simplesmente não faço a mais pequena ideia. Que triste, não é? Ainda há dias estávamos a tentar lembrar os aniversários de casamento que tivemos até agora e alguns não faço a mais pálida ideia o que fizemos (e noutros vim ver ao blogue, juro!).

Isto para dizer que a minha memória é péssima. Vivo as coisas com intensidade, sou feliz no que faço, adoro momentos.. mas se deixo passar, já foi.

Exactamente por causa disto, gostava de criar listas de hotéis, restaurantes, parques, cafés, cidades, receitas da bimby. Mas nos dias que correm ainda não estou pró em organização. Vou por isso deixar hoje um que não quero que passe - e quem sabe uma dica (mas fica prometido o destino dos catorze anos).

Comecemos por uma foto (ou várias):





Agora que já ficou a curiosidade, vamos às apresentações:

Em Setembro de 2018 marquei um fim-de-semana pelos anos do P. (que costuma ser de resto o fim-de-semana que "fecha as férias") mas cometi o erro de apenas confirmar a distância ao Porto já depois de reservado. Quando vi que eram três horas e meia - e eu tinha um bebé de nove meses - perdi a coragem. Na altura já não foi possível cancelar e portanto adiei. Precisamente um ano. Foi assim para festejarmos os anos do pai que fomos dois dias para este paraíso, em Setembro de 2019.

A Terra do Sempre fica no fim do mundo. Fizemos uma imensidade de km. e os últimos três a 10 à hora porque o piso é terra e imensamente irregular. Mas depois de lá estarmos, desligamos do resto. O espaço é todo paz, calma, ar, pessoas genuinamente carinhosas, atenções e mimos. O alpendre onde servem os pequenos-almoços e jantares de sábado é simplesmente perfeito, com todos os detalhes a encaixar como um puzzle. A sala de estar, a cozinha, o quarto. Não há nada que não seja maravilhoso. Com o plus de ser virado para os miúdos e portanto de ter almoços pensados só para eles, actividades só para eles (como a sessão de cinema ao sábado à noite ou o passeio para alimentar os animais ao domingo) e imensos espaços de brincadeira (além da piscina, claro).

Tive algumas dúvidas em ir, confesso, sobretudo pela distância que é imensa, mas valeu mesmo, mesmo a pena. Portanto deixo para não me esquecer (mas neste caso, duvido) e como sugestão. É simplesmente perfeito!


1 Coisas dos outros

  1. Por acaso tenho boa memória, o que não é assim tão bom, pois por vezes recordo-me de coisas que mais valia esquecer de vez, mas também guardo os bons momentos e isso é o mais importante.
    Este espaço parece simplesmente divinal.

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