Pausa!

Desde que tivemos filhas, contam-se pelos dedos das mãos as vezes que fomos os dois sozinhos a algum lado. A primeira vez foi quando a C. tinha 14 meses - três dias em Praga (e custou-me muito!); Depois fomos dois dias a Londres, tinha ela um ano e meio; três dias em Roma quando tinha dois anos e meio e mais dois dias no Douro quando fizemos doze anos de namoro e ela tinha quase três. 

Foi precisamente esse fim-de-semana no Douro, em Julho de 2017, a última vez que fomos sozinhos a algum lado que implicasse dormidas fora. Em parte porque depois disso estive muito grávida, em parte porque depois nasceu um bebé e por um lado deixou de ser possível (amamentação) e por outro na verdade eu não as queria deixar. Até ao fim-de-semana passado!

Passou exactamente um ano e sete meses desde a última vez que fomos os dois a algum lado fora, mas no fim-de-semana passado eu decidi perder a cabeça e encher-me de coragem para deixar as duas uma noite em casa dos meus pais enquanto nós íamos apenas descansar e namorar. Se fizer bem as contas foram pouco mais de 24 horas, mas com efeito de pelo menos 72!

Primeiro tivemos uma sorte imensa com o tempo. Escolhemos um sítio super perto (Braga) para não perder horas dentro do carro e aproveitar ao máximo. Assim, aterramos numa esplanada no centro de Braga onde almoçamos, demos um passeio pelas ruas que eu já não visitava há uns dez anos (e que giro está o centro!) e fomos depois para o Hotel - porque verdade verdadinha eu queria ir à piscina e ficar deitada numa espreguiçadeira sem fazer absolutamente nada.

A piscina interior era um bocadinho pequena para o número de hóspedes e devo ser sincera e dizer que quando estamos sem (as nossas) crianças, o barulho das (outras) crianças é bastante alto. Quer dizer que se repara nele, por oposição a nem dar por ele quando as nossas também contribuem para a sinfonia. Não que elas chorassem. Estavam só felizes na água e fazem barulho. Muito barulho para quem deixou os seus (e eu a pensar logo ali que as devia ter levado, coitadinhas das minhas filhas que iam adorar estar na água também!).

Da água, ficamos deitados na espreguiçadeira a ler um livro (livro esse que terminei nesse dia à noite, vejam o nível de tempo livre que tinha!) e depois disso fomos comer qualquer coisa. Ao final da tarde, em vez de pensar nos banhos e jantares, enchi a banheira do quarto de água e espuma e tomei um banho imenso, coisa que não fazia há quinze anos talvez. O P. aproveitou para um salto ao ginásio. O dia foi longo o suficiente para uma visita ao spa, onde fiz uma esfoliação. A sério, menos cinco anos de idade para mim. Relax total. 

Já passava das nove quando fomos jantar e já nem me lembrava de que também se janta a essa hora, não tem de ser a hora em que já está a cozinha toda arrumada e as miúdas a preparar para dormir.

Depois, o momento mais esperado do dia! Aquele em que dormi oito horas seguidas, sem ninguém chamar e sem ninguém acordar (salvo eu, uma ou duas vezes, do hábito, mas nem contou porque não me levantei). Isto sim é uma verdadeira terapia. Acordar para um pequeno-almoço de hotel foi simplesmente a cereja do topo do bolo, que eu quase dispensava tal o meu nível de felicidade após uma noite de sono efectivo - estou a brincar naturalmente; mas alguém no seu juízo dispensa pequenos almoços de hotel? Por favor!

Ainda conseguimos aproveitar um bocadinho a manhã, com um saltinho à piscina e no fim de almoço estávamos de volta às pequeninas. O que quer dizer que foi mesmo uma escapadinha de vinte e poucas horas mas que soube a férias de dias. Um boost gigante nos níveis de energia e uma mãe (eu) a dizer à sua mãe (a minha) que se calhar fazíamos isto todos os meses!

1 Coisas dos outros

  1. Por muito que se goste dos filhos, acho que faz todo o sentido fazer este tipo de planos, de vez em quando.

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