Lamechices (crónicas de um sábado passado)


O P. está finalmente de volta. Acordei às 04.40 h. da manhã para ir ao encontro de um voo que aterrou às 05.48 h. 
Adoro terminais de chegadas! Mesmo às seis da manhã. As pessoas são poucas e a emoção mais contida mas vejo este casal à espera do filho e aquela senhora com o pequenino pela mão que entre muito sono e uma chupeta ainda tem tempo para avisar que vai dar um abraço muito apertado ao pai.
Gosto destes reencontros, do rever das pessoas, dos abraços sentidos, da alegria imensa. Quando era pequena e a minha mãe ia em viagens de trabalho, dizia-lhe que o bom de estar longe era poder matar saudades no regresso. Continuo assim, uma criança pequena que sente as ausências mas vibra com as chegadas.
Abraçar o P., no alto do seu colo de 1,97 mt., faz crer que não nos vemos há meses. Foram só cinco dias mas sinto-o como uma pequena eternidade de todas as vezes que entro num aeroporto. Voltar a vê-lo é encontrar todas as peças que se foram desintegrando neste puzzle que sou. Gosto de o encontrar assim, nos terminais de chegada, onde os motivos de felicidade se mostram em cada sorriso que vejo e onde a expectativa do reencontro é tão forte. De lá saímos mais inteiros e completos, agora que a outra metade voltou.

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