Vamos comprar um poeta
Para algo totalmente diferente da saga em que me encontro. Com um grande viva ao Afonso Cruz, que é um poeta! Gostei muito.
Umas férias de morrer
Desconhecidos num casamento
Finalmente uma pausa do loop em que caí das comédias românticas netflix em livro para algo totalmente diferente.
O The Times diz que é o melhor livro do ano até agora (mas saiu em novembro, já é significativo!) e eu assino em baixo. Que livro! Tão a vida real, tão autêntico mas ao mesmo tempo tão duro nos temas, tratados ainda assim com leveza e humor. Gostei mesmo! É daqueles que "quem me dera não ter lido para poder ler outra vez." Para o top do ano, sem dúvida!
Nas redes do amor
Parte do teu mundo
Estou encurralada numa espiral de romances foleiros da netflix. Que posso eu fazer?
A culpa não é minha!
Apenas amigos
Há livros que são romancinhos mas que depois nos deixam assim meio de luto no dia seguinte a termos acabado. Caso deste. Gostei muito.
Fala com o Ex
Véspera
Vinha com a expectativa mais ao menos ao nível do céu porque o Tudo é Rio, da mesma autora, foi um livro que amei profundamente. Por isso cheguei aqui à espera de um feito igual.
Mas aconteceram dois gémeos iguais, chamados um Abel e outro Abel mas que na verdade era Caim. E uma Veneza e uma Vedina e a meio eu já os confundia a todos. Já não sabia se a Veneza era casada com o Caim ou o Abel ou se era a Vedina ou quem fez o quê.
A premissa da história é incrível - uma mãe abandona o filho numa etsrada super movimentada, deixa-o lá e cinco minutos depois arrepende-se, volta atrás e ele já não está. Mas depois tudo o resto foi confuso para mim. Incluindo a parte final. Adoraria que alguém me contasse quem encontrou o filho. Fiquei perdida. E triste na verdade, porque esperava TANTO e não aconteceu..
Carta aberta. À minha filha que faz 10 anos
C.,
Hoje passamos o dia na Lego land em Billund. Foi uma viagem surpresa, ainda que seja o terceiro ano que fazemos este tipo de planos. Voamos para Copenhaga, que adoramos, e na véspera dos teus anos fizemos Copenhaga - Billund de comboio para começar o dia 7 no Parque da Lego. O meu desejo é que queiras sempre continuar a partilhar os teus aniversários connosco!
Entretanto, 10 anos. Deus meu.
Este ano entraste no quinto ano, mudaste de escola, tens uma turma nova (com três pessoas da antiga) e é todo um mundo novo que se abre. Mais responsabilidade, mais autonomia mas mais dificuldade também. Mais estudo, mais trabalhos de casa (que não adoras) mas tudo a fazer de ti mais crescida. Suponho que tenha de ser mesmo assim... em todo o caso, coisas que não mudam: és super "da família" e do colo e dos abraços e se puderes ficar enrolada em nós no sofá, espetacular. És super querida com as manas, a mais amiga, a mais protetora e temos mesmo imenso orgulho nisto. Preferes ambientes mais calmos a coisas mais confusas (mas isto é assim desde sempre) e este ano quiseste uma festa com 8 amigos em casa, mas depois acabas a estar só com uma ou duas, porque é tudo muito barulho, muito confuso e muito alto. É engraçado.
Continuas a fazer ginástica, de que ainda gostas. E entraste no teatro musical, que gostas menos. Natação, vais porque te obrigo mas já dispensavas. De resto, tempos livros, ler, ler, ler. Televisão, consola a brincar.
Passaste novamente o verão metida dentro da água, mar ou piscina (por isso devias gostar da natação, mas não...!).
Sofres um bocadinho por antecipação (por exemplo, antevisão de ir fazer uma vacina é um sofrimento) e as semanas entre o fim do quarto ano e a confirmação da matrícula na escola do quinto, também não foram incríveis. Acho isto engraçado, sem graça alguma claro, porque é mais ou menos como me ver ao espelho. És parecida comigo em imensas coisas, até fisicamente e isso é giro mas nestas da ansiedade, devias definitivamente ser mais pai.
Ainda não tens assim uma vontade enorme de ser isto ou aquilo quando cresceres, salvo pet sitter mas continuas com um jeito inacreditável para tudo que é de artes, desenho, pintura, trabalhos manuais. Mas quem sabe se não arranjas uma papelaria com cadernos, canetas, borrachinhas e todo esse mundo encantado de coisas de escrever. Quando me reformar vou para lá trabalhar. Mas óbvio que para isso ainda falta imenso, porque no fundo ainda és a minha pequenina! Parabéns a nós!
Vê se cresces, Eve Brown
Sentia que tinha de fechar este ciclo de três fases das irmãs Browne, mas foi o que gostei menos. É sexy e dispõe bem, mas a história em si, tenho dúvidas. Ficou no fim da lista manifestamente. E, agora sim, vamos para algo bom.
Prazer ou negócios
Não adorei, confesso. E senti mesmo necessidade de passar para uma coisa mais séria depois disso (por acaso não aconteceu logo, logo, mas acabou por acontecer).
Viagens
Estou sempre a pensar que a memória é uma coisa incrível e terrível, provavelmente em igual medida. Acho que há coisas das quais nunca, jamais, me poderei esquecer. Mas depois acontece a minha filha mais velha ter estado dez minutos a explicar-me em que restaurante tínhamos almoçado quando fomos a Madrid (que na verdade era em Salamanca, talvez por isso tenha demorado tanto a perceber o que me estava a dizer) e eu que achava que jamais me esqueceria de Madrid, de repente não sei onde comemos. Se é importante onde almoçamos? Não sei. Se é mais importante que globalmente haja uma boa memória e um quentinho no coração dessa viagem? Isto certamente. Alias, se não fosse assim nem viajaríamos com crianças, que certamente daqui a alguns anos não se vão lembrar. Mas de qualquer forma, gostava de me lembrar.
Claro que já percebi que não posso contar de todo com a minha memória mas devia ter isto tudo escrito, não devia? Quando fomos, por onde, como, onde comemos, que sítios vimos.. porque temos imensas fotografias mas não a descrição detalhada.
Da escavação arqueológica que fiz, a última viagem relatada por aqui foi aos Açores, o que aconteceu em março de 2022, estava eu grávida.
Depois disso,
- outubro de 2022: Disney Paris
- julho 2023: Palma de Maiorca
- outubro 2023: Madrid
- dezembro 2023: Geneve
- março 2024: Irlanda
- junho 2024: Paris
Mas será que foi isto?
Pode ter havido mais?
Fomos ao Algarve e a Punta Umbria, será que conta?
Nunca saberemos..!
Maio
Veja-se o atraso da pessoa!
- Foi dia da mãe e fizemos um brunch no Monumental na Baixa, um sítio incrível, onde me fizeram um "retrato escrito" que foi uma surpresa enorme.
- Houve pequeno-almoço partilhado na escola
- As miúdas tiveram festas de aniversário várias
- E comecei a planear a da L. (dois anos, Deus meu..)
- Num dos aniversário, o Pedro teve uma ideia totalmente maluca, com desenvolvimentos vários nos meses que se seguiram..
- Fizemos uma consulta com uma nutricionista e foi uma coisa importante cá em casa.
- Fomos no feriado para a nossa vila do coração
- (e o dia da criança para um hotel tão fixe, mas isso fica para junho!)
Amy e Isabelle
Há uns dois ou três anos criei uma pequena embirração com a Olive Kitteridge, da Elizabeth Strout, e achei que não gostava da autora. Mas já devia saber que a Alfaguara raramente me deixa mal (e juro que vou voltar à Olive). Este livro é mais um exemplo disso. A beleza da escrita é enorme, a vida tal e qual. Gostei muito, muito.
Torto Arado
De vez em quando há um sorte imensa na nossa vida e chega-nos às mãos um Torto Arado. Que livro! Cada vez mais fã de autores brasileiros. Este segue para o top do ano!
Um café em Copenhaga
Mais um de verão. Não sei bem que sequência tem sido esta porque me faltam mesmo os bons livros. Estes são fofinhos e amorosos para a praia mas não são aqueles mega livros que adoro. Ainda assim, foi um amoroso este.
Noivos à força
O cenário é piscina e praia. o livro vai bem. Mas fora desse contexto, talvez menos.
2024 está a ser fraquinho em livros uau. Temos de melhorar isso, urgente. Mas depois das férias, naturalmente!
Só mais uma história de amor
É verão e estamos na praia e está calor e é silly season. Acho que pode fazer sentido neste contexto. Mas não o leiam em novembro, dezembro ou janeiro. Apenas aceitável para julho e agosto. Não têm de quê!
Tudo o que sei sobre o amor
Não foi, de todo, "a minha cena." E como diriam as pessoas do Clube do Livo, isto é claramente um 2.. Venha o próximo!
O meu pai voava
Um longo caminho para casa
Não tenho imenso orgulho nisto mas it is what it is.
Li o Magnolia Parks (livro 1, coisa que descobri entretanto) em dois ou três dias porque me colei imenso na história (embora não adore as histórias dos vinte's, como disse). E depois disso andava a navegar no Kobo à procura de uma coisa qualquer, quando vi que "Magnolia Parks regressou de Nova Iorque". Claro que precisei de saber o que aconteceu e como acabava a história. Mas depois disso percebi que existem 5 livros da saga (não todos Magnolia, acho, mas com personagens comuns).
Adiante, abri no kobo e tem 1200 páginas (acho que nunca li um livro tão grande no kobo) e achei que duraria semanas mas foi num fim-de-semana. Eis o facto de que não me orgulho, isto não é propriamente literatura ao mais alto nível. É só um bando de adolescentes ultra milionários, com roupas caras, aviões, casas de milhões, em saídas à noite e viagens fabulosas. Com este detalhe do Bj e da Magnolia, que têm uma história de amor que atropela o conceito de literatura. E fica impossível não querer saber se acabam ou não juntos, a coisa mais básica da história. É isto, não é um segredo monumental nem o mais guardado da história, é uma conta de resultado simples. Mas está escrito com um arrebatamento, uma urgência, um sufoco mesmo. No dia seguinte ainda estou meia deprimida com ter acabado. É estranho. E agora sei que há mais um, portanto vou sofrer tudo outra vez. Raisparta!
Escola Culinária de Paris
Simpaticozinho mas nada, nada de especial. Assim uma coisa leve de praia, de férias - tudo cenários em que não me encontro mas não falta tudo!
Abril
Eis o que aconteceu em Abril:
Fomos à Irlanda passar a Páscoa
Mas isso nem foi o mais importante; fomos conhecer o novo membro da família, nossa sobrinha, que é um bebé maravilhoso! E passamos 4 dias mesmo bons.
Continuamos com reuniões com escolas
Tivemos almoços e jantares com amigos, sobretudo um almoço num hotel em Gaia que adoramos.
O P. fartou-se de viajar em trabalho.
Passamos um sábado em Serralves, onde fomos de bicicleta, para passear, almoçar e ver a exposição da Yayoi Kusama (que gostei muito).
Li alguns livros
Fiz uma coisa que me deixou triste - esta. Mas it is what it is
Magnolia Parks
Acontece-me já não ter assim tanta paciência para os vinte's, embora tenha um interesse mais significativo nos Trinta's. Ainda assim, muito bem escrito. Valeu por isso.
Carta aberta. À minha filha que faz 2 anos
L.
Vou começar como sempre começo estas cartas: custa-me a crer que já tenhas, mesmo, dois anos. Primeiro porque o tempo voou; segundo porque és tão despachada, que podias muito bem já ter três ou quatro (mas ainda bem que não).
Aos dois anos dizes absolutamente tudo, todas as palavras mas sobretudo todos os raciocínios, os mais incríveis e que nos deixam boquiabertos.
Há dias ia lavar-te o rabinho e disseste: não precisa lavar o rabinho, já lavei ontem.
E quando pediste batata e te disseram que era preciso perguntar à mãe, respondeste que "não vale a pena", porque sabes que eu ia dizer que não.
Vês as pessoas arranjadas e dizes que estão bonitas.
E abres a porta, sais de casa e dizes: vou à rua, venho já. Ou que queres ir "dar uma voltinha" ou comprar alguma coisa no supermercado.
Não há dia nenhum que não nos surpreendas com pedaços de sabedoria dos dois anos - e é mesmo uma idade maravilhosa.
Adoras chupeta, mas tem de ser sempre duas - uma na mão e uma na boca. E gostas de leitinho de manhã. E adoras comer, fruta e iogurtes sobretudo. Comida, tem dias. Mas sopa pode ser sempre. Gostas de tudo o que seja porcarias, gelado, chocolate, batatas fritas (e sim, nós somos maus pais!)
Tens toda uma coisa enorme com as manas e é engraçado porque tens de confirmar sempre que estão as duas. Se por acaso só vem uma da escola ou uma não está, perguntas mil vezes pela outra. Acho que para ti, são um pack de três.
Na semana passada fizeste uma aula de ginástica pela primeira vez e foste uma bully com as crianças, o que eu suponho que seja a necessidade de te impores face a duas irmãs mais velhas, mas para ti era sempre a tua vez. Vamos trabalhar nesta coisa da partilha, prometo!
Dormes muito bem de noite, acordas cedo, ainda usas fralde de dia e de noite (outra coisa a trabalhar) e és uma pessoa da rua, do jardim, do pátio, do escorrega, do baloiço, do mundo no fundo porque o que queres é sair - principalmente se for a pé, que é muito mais fixe do que carrinho.
És mesmo, mesmo bem disposta e alegre e feliz e é uma felicidade ver-te crescer.
Comes muito bem sozinha, tudo com a esquerda (comer, fazer desenhos, pintar). Gostas de bebés. Adoras ver Cocomelon, mas até há pouco tempo era panda. Gostas muito da piscina, mas só nas escadas. Boia nem pensar. Areia da praia também não (mas dá-lhe tempo).
Perguntas constantemente "como se chama isto" ou "quem é este" para coisas ou pessoas que não conheces e és super curiosa. Depois decoras tudo o que ensinamos.
Dizes patépeté para colher; jibau para chocolate; e bjibji para iogurte. Mas dizes igualmente bem colher, chocolate ou iogurte. E dizes que couscous é massa, que é só amoroso.
Contas até 5, às vezes até 10. Conheces os animais todos. E sabes o nome de toda a gente da nossa família. E onde vivem as avós e tu e a Sofia, que é na Irlanda e é muito longe e temos de ir de avião.
Podia ficar até aos três a falar de todas as coisas que sabes, porque é fascinante. Toda a gente se admira, tão pequenina e sabe tudo. E mesmo para nós que estamos aqui todos os dias a ver, é mesmo maravilhoso.
Fazes parte desde sempre, fomos sempre um pack de cinco.
Gosto muito de ti, minha Inha.
Parabéns a nós.
Um incidente chamado Rachel
Li-o em condições particularmente favoráveis - um fim-de-semana no Douro e em quase silêncio absoluto, só interrompido pelo piar dos pássaros e bater da água do rio - por isso era difícil não gostar. Mas, mesmo sem isso, teria gostado muito. Despachado, engraçado, uma história de vida, com um tema duro atrás mas tão bem escrito. Well done!
A Filha única
Doce triunfo
Ora bem, a descrição deste amigo era algo como "autora best seller", "exímia contadora de histórias" e algo por aí.
E o que aconteceu?
Não me lembro de ter detestado tanto um livro. A história é mesmo, mesmo fraca, que desilusão enorme!.. Venha depressa o próximo!
Uma boa história
Emily Henry é um sábado à tarde no sofá a ver uma comédia romântica que nos deixa com um sorriso quando termina. E durante. Várias vezes. Acho que esta história em particular e ainda mal tinha saído e já a tinha lido (literalmente, dois dias). E gostei muito. Já há dois livros que não gostava tanto de um livro dos dela por isso foram umas boas 48 horas (e nunca sei bem o que ler depois de livros destes... mas amos tentar!)
Amanhã a esta hora
Gostei muito. As coisas mais importantes da vida são muito evidentes, mesmo quando podemos andar para a frente e para trás no tempo, como uma espécie de super poder. Fez-me lembrar a Biblioteca da meia noite, de alguma forma, porque é também muito sobre escolhas.
Março
Março é um mês bom porque faço anos. Este ano por acaso estive doente, dormi uma grande parte da tarde, estava a antibióticos e anti inflamatórios - mas nada de grave (mais tarde a médica viria a dizer-me que precisava de ser operada ao nariz mas isso fica para abril!)
Assim sendo,
Estivemos no Vidago Palace que é só maravilhoso. Lindo de morrer, quartos enormes, jardim privado, um espaço exterior incrível, piscina tão, tão boa, boa comida. Foi mesmo muito bom.
E quando saímos tínhamos um almoço de aniversário surpresa em casa dos pais, onde mais uma vez precisei de me deitar de tarde porque me faltou um dos medicamentos e fiquei ko again.
A escola pela qual optamos fechou (depois voltou a abrir, em abril, mas fechou e mudou tudo).
Tivemos fins-de-semana com jantares, almoços e jantares, tudo em 36 horas. Mas bons.
Foi dia do Pai
E Páscoa.
E no final do mês viajamos para a Irlanda, que é todo um outro post.
Fevereiro
Voltei a Lisboa a trabalho, para ver espaços e para organizar um evento.
Continuo a adorar organizar eventos.
Saímos de casa um sábado à tarde para encontrar por acaso uma feira na Foz
Continuamos a ter reuniões em escolas
Fomos passar um fim-de-semana em amigos a uma casa com piscina interior maravilhosa!
Demos um saltinho à praia
E ao Zoo de Santo Inácio.
Acabamos o mês no sítio onde passamos o meu aniversário
Mas isso fira para Março!
Diu de dói
Ocasionalmente a minha filha I. diz "eu di" quando queria dizer "eu dei". O português é mesmo difícil, nós percebemos.
Sendo igualmente difícil, acredito que Diu se podia chamar Dói e continuava a fazer sentido - não enquanto sigla, mas enquanto dor.
Quando era pequena, 11, 12 anos, estava na rua a caminho de casa e um jornaleco qualquer de terra andava a entrevistar pessoas sobre grandes desejos. Talvez o totoloto tivesse um grande prémio nessa semana. Os meus colegas diziam "ser rico". Eu disse que era casar e ter filhos. Podíamos pensar que quem nasce lagartixa não chega a jacaré (se calhar não chega). Ou então, e eu prefiro esta, estou focada deste pequenina no que realmente importa.
Seja qual for a versão oficial desta interpretação dos factos, ter filhos foi uma coisa que quis sempre. Já a manifestava aos 12 anos, mas ao longo da vida foi igual. Por aqui já devo ter falado cem vezes disso (lembro-me desta - quando ainda só tinha um: Já expressei publicamente por diversas vezes o meu desejo de ter quatro filhos. Pode não chegar a acontecer mas no futuro, quando for muito velhinha, poderei variar o meu discurso entre "ter tido exactamente os filhos que sempre quis" ou "se pudesse tinha tido mais x filhos (a saber, 1, 2 ou 3).")
Este post tem oito anos. Aconteceram imensas coisas em oito anos, nomeadamente, tive mais duas filhas. Continuo a querer ter quatro mas hoje sei que não vai acontecer.
No nosso quarto está uma frase que diz que o segredo de termos tudo é saber que já temos tudo. E é verdade. Acredito profundamente nela, é sobre gratidão, é uma forma de viver a vida. Eu estou imensamente grata. E gostava de não acrescentar aqui um "mas"... Mas.. a verdade é que queria muito ter quatro filhos. Adoro de amor as minhas três mas isso nem é argumento. Porque adorava de amor a primeira e tive outra; e adorava de amor as duas quando tivemos a terceira. Não é essa a questão. A questão é a vida que imaginas, o que idealizas, os sonhos que tens, os projectos que fazes, as visões que projectas, o futuro que imaginas, todas as imagens que te passam pela cabeça, o que queres mesmo. E eu queria mesmo ter quatro filhos. E sim, o Diu não é uma laqueação de trompas mas esse nem é o ponto. O ponto é que o Diu é só a manifestação prática da decisão que foi tomada de não ir além dos três. Por isso sim, dói e nem é físico e estou triste e tenho direito, mesmo que passe a seguir, mesmo que seja o racionalmente mais lógico, mesmo que não sei o quê. Não importa. Hoje não foi um dia bom.
Janeiro
Isto posto (por "isto" entenda-se o post anterior), em Janeiro não se passou nada digno de enorme registo, salvo o facto de ter sido um mês de 479 dias.
Ainda assim...
A I. começou a usar óculos (e eu senti culpa de mãe por não me ter apercebido disto mais cedo)
Fomos ver o Aladdin no gelo (que de todos os gelos que vimos nos últimos anos, foi o mais giro)
Tivemos reuniões em escolas várias para a C.
Fizemos almoço de reis com amigos
Escolhemos coisas em casa da avó
Fui a Lisboa duas ou três vezes em trabalho
Fiz um workshop de kintsugi que foi muito giro
E foi isto? Má memória, eu disse!
Olá, Mundo
Boite Zuleika tinha uma música muito má chamada precisamente Cão muito mau (a letra era terrível, embora se colasse bastante na nossa cabeça) e durante muito tempo uma amiga minha tinha como toque de telemóvel essa música mas na versão ao vivo; música essa que começava por,
"Olá Mundo, não é olá Lisboa, é olá Mundo, através da rdp, para todo o mundo, todo o mundo, aquela bola redonda"
Como é que ainda me lembro disto? É uma excelente pergunta. Na verdade já não sabia exactamente de cor, apenas uma ideia, e tive de ir procurar a um outro mundo, que era este blog em 2012 - aqui. Coisas giras que aconteciam.
E sim, é verdade que houve um tempo em que o blog respirava a bons pulmões, tinha vida e vitalidade, depois foi esmorecendo, perdendo a força, até se tornar num ser ligado às máquinas, sem qualquer esperança de retorno. Nem em própria acho que isso irá algum dia acontecer - mas dizem que a esperança é a última a morrer.
O que sempre mais gostei neste espaço é que sendo um diário da vida adulta, era muito útil enquanto recordatório de memória. Quantas vezes já não me lembrava bem quando tinha feito o quê; ou em que local; e vim cá ver. Era também uma excelente forma de rever em traços largos os anos. Olhando hoje parece que 2021, 2022, 2023 nem se quer aconteceram. Mesmo antes disso... e é pena porque a minha memória é péssima, troco as coisas, não me lembro de hotéis, restaurantes, festas, atividades, planos, projetos.. só dos livros, realmente, que é para o que serve hoje em dias, saber quantos e quais livros li.
Eis portanto tudo o que perdi, a possibilidade de me lembrar de tudo o que fizemos nos últimos anos. A última viagem que aqui está foi à Disney e depois disso já estivemos em Madrid, na Suíça, na Irlanda e em vários sítios de Portugal (gostava de me lembrar de todos de cabeça).
No início de 2024 convenci-me de que voltaria a um registo mais frequente, uma vez por mês, estilo resumo, mas às tantas o ano já leva quatro meses e nada de registos. Shame on me. Com a agravante ainda de não praticar essa bela atividade que é escrever, e que eu amo! Nem se quer sei se falamos aqui de um livro que eu publiquei em 2023? Pouco provável - mas aconteceu! E o outro, que estava / está a ser escrito, acaba altamente influenciado por esta falta de prática. Continuo a achar que é tudo uma falta de organização e não de tempo (ainda que o meu não sobre) e que por isso conseguia fazer tudo o que quisesse. Mas ainda não me organizei o suficiente. Vamos ter fé de que vai acontecer? Afinal, a esperança... vocês sabem!
O livro partilhado
O que dizer sobre isto?
É um Os sete maridos de Evelyn Hugo mas em bastante pior. Mas a premissa é tão a mesma, a história tão a mesma mas os detalhes tão abaixo, que fiquei bastante desiludida, confesso.
Escritores & Amores
Algures na crítica diz-se que toda a gente que quer ser escritor devia ler este livro; não tenho a certeza se é bem assim, mas li-o bem, é interessante, reflete o sofrimento do escritor, tem humor à mistura. Não foi para já o preferido ao ano mas é um bom livro, que curiosamente estava para ler há meses e só calhou agora. Tenho sempre gosto em livros sobre escritores e este foi um bom exemplar.
Vemo-nos em Agosto
Ora aqui está um abraço apertado, curtinho, que começou, foi bom e já passou. Meia dúzia de páginas maravilhosas, em obra póstuma, que devorei num dia.
Percebe a dica, Dani Brown
Já tinha lido o outro livro das irmãos Brown, pelo que já sabia ao que ia; não foi propriamente uma surpresa. São livros que se leem num instante e que fazem companhia mas que passados uns dias já nem nos lembramos deles. São boas pontes para livros melhores!
Comédia Romântica
De vez em quando é muito preciso um livro destes, especialmente se depois do Shuggie Bain, que é pesadão. Este é leve e amoroso, com a vantagem de ser sobre uma escritora, coisa que gosto muito, ler sobre escritores. Claro que depois tem muito covid-19, coisa que já não gosto tanto. Mas pesando tudo, foi um bom amigo durante dois ou três dias!
Margarida Espantada
Nunca tinha lido Rodrigo Guedes de Carvalho e foi uma boa surpresa. Gostei imenso do livro, que foi em dois ou três dias. A história prende imenso, gostava muito que tivesse mais 20 páginas mas acabou onde tinha de acabar. Foi uma boa leitura, lembrando que adoro ler em português original, sem traduções, faz uma diferença enorme na experiência. Uma língua maravilhosa, a nossa.
Shuggie Bain
Tenho o Shuggie Bain na mesinha de cabeceira há dois anos, não sei porque esperei tanto. Esta é uma história sobre o privilégio e de nem fazermos a mais pequena ideia da sorte que temos. Imperdível, mesmo.
Meu pé de laranja lima
Então foi assim, comecei a chorar na primeira página e acabei de chorar depois de fechar o livro. Meu Deus do Céu...! Li em três horas, nu Porto-Lisboa de comboio, que foi uma vergonha, em choradeira do princípio ao fim.
Misericórdia
Foi o livro que abriu o ano e que bela abertura. Duro mas tão necessário. Teve depois aquele pequeno problema que ainda tem para mim e que foi acabar em covid. Ainda não tenho distanciamento para conseguir ler mas ainda assim, um livrão
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