A minha filha está de férias! E obrigada à avó!

Quando era pequena passava dois ou três meses de férias em casa. Casa não deve ser lido enquanto sinónimo de paredes e tecto, que eu andava sempre na rua, mas no sentido "não escola". Sempre frequentamos escolas públicas, pelo que chegava o dia, a escola fechava, e as crianças iam ser crianças para outro sítio qualquer.
Os privados revertem um bocado esta coisa. Nas férias então, assumem ainda mais vincadamente a nota de "depósito" (e uma vez mais o meu abraço solidário aos pais que não têm alternativas!).

O ano passado, que foi o primeiro ano de escola da minha filha, no final do mês de Junho ela veio para casa. Claro que eu estava de licença de maternidade e foi tudo fácil (só regressei ao trabalho em setembro). Ainda que adoremos a escola, ficamos felizes que pudesse ter acontecido.

Este ano tinha-me já questionado sobre o rumo das férias. Em teoria eu gostava que ela pudesse ficar um período mais alargado em casa, porque acho que lhes faz bem parar, mas não tenho naturalmente dois ou três meses de férias.

A resposta veio de onde vem sempre, esse sim gigante e sempre pronto chamado vovó N. (até a pequenina já diz vovó!).

A minha santa mãe está nada mais nada menos do que a tomar-me conta das duas!
Eu saio de manhã para trabalhar e ficam as três, venho almoçar a casa, e regresso depois do trabalho às cinco. Pelo meio a minha mãe fez almoço e jantar e sobretudo, brincou o dia inteiro.
Tão brincou que a minha filha mais velha, que adora a escola e se podia até pensar que se divertia mais, nem se quer equaciona a possibilidade de ir lá um bocadinho à tarde brincar com os amigos. Tudo porque a avó é amigo, amiga, colega, da idade dela, mais pequena, uma animação total, cheia de imaginação, coisas maravilhosas, brincadeiras, desenhos, missões, invenções. Há um dom em saber lidar com a crianças e dom é o nome do meio da minha mãe. Não existe simplesmente agradecimento possível!




O que eu quero é festa!

Sou uma organizadora de eventos de trazer por casa - em sentido literal! As coisas que "organizo" são de facto em casa, para nós, nada disto é profissional ou semi: totalmente amadora destas andanças. Mas com um gosto enorme (que para estes efeitos vou considerar ser já alguma coisa).

Nisto subi um nível.
Continua a ser para nós - mas versão dois ponto zero. Às 30 pessoas que habitualmente recebo em casa nos aniversários, juntei mais 40 para um evento fora.

Começo todos os projectos pelo bolo, não sei bem explicar porquê. Neste caso deu-me as cores base.
Juntei um topper com a frase mote.
Que usei para a prenda, para a apresentação às mesas e para um detalhe com um café.
Fiz o desenho da mesa, alguns convites, várias encomendas.
Elaborei uma parte daquilo a que chamei "momentos lúdicos" (e já chorei com a outra).
E conto os dias para o dia.

Se durante o dia me apetece trabalhar ou sonhar com isto? Considero uma provocação e nem vou responder! Mas que estou in love com este mundo, definitivamente!


Mudar?

Julguei que com 32 anos já não se fizessem amigos, dos que são tão parecidos connosco, repetem frases ao mesmo tempo e parece que conhecemos desde sempre. Mas aconteceu. E num momento eu comentava que adorava dedicar-me a eventos e no seguinte estava a inscrever-me no curso que essa amiga me falou. Assim, tão fácil. Agora dizemos que vamos ser sócias na empresa que vamos criar e é tudo tão engraçado que podia ser real.
Foi assim que dei comigo numa formação de organização e gestão de eventos - que adorei! - e que me ocupou as últimas semanas.

No último dia estava com bastante vontade que continuasse por mais um mês (considero fazer o avançado!) e estou agora com muita curiosidade para ver a próxima página deste livro. Quem sabe..!

Entre uma coisa e outra lembrei-me do post esquizofrénico que aqui escrevi este ano em Fevereiro:

Uma entrevista em 2026


(Sorriso)
- Bem, é uma pergunta engraçada! Para ser sincera eu nunca achei que fosse algum dia estar aqui. Era um sonho que eu tinha há vários anos mas que sempre achei que fosse ficar na gaveta. Na verdade eu licenciei-me em direito, trabalhei uns anos como advogada e adorava. Depois passei para uma empresa, onde adorava muitas outras coisas mas onde o trabalho era mesmo de escritório. Documentos, papéis, reuniões, uma coisa totalmente tradicional. Mas depois um dia a oportunidade surgiu e eu pensei "olha, porque não? Só se vive uma vez!

- Sim, foi exactamente assim que comecei. Eu fazia algumas coisas por brincadeira, em casa mesmo. Começou com as festas das minhas filhas, um ou outro evento lá em casa, alguns Natais. Depois festas dos primos, alguns amigos. De repente tornou-se a minha vida. E nesse momento tudo fez sentido porque aquilo que sempre quis fazer foi "organização de coisas bonitas".

(Risos)
- O nome podia bem ser esse, podia! Mas não, foi uma coisa que a minha filha mais velha um dia disse quando estava a inventar nomes numa brincadeira, que escrevemos logo num caderno e que nunca mais me esqueci. Só voltei a ele cinco ou seis anos depois. E ainda gosto imenso, como no dia em que ela o disse!

- Sim, é verdade. Pelo nome talvez não se perceba bem. Por isso adicionamos a legenda: organizar coisas bonitas e fazer pessoas felizes. Fazemos festas acima de tudo. Muitos aniversários, muitas crianças. Mas qualquer jantar mais especial, qualquer evento. O limite é a imaginação.

- Tratamos de tudo na verdade. A organização em si, a parte do catering, a decoração, as mesas, convites se for o caso, animação. Tudo o que esteja ligado a organizar um evento, ou uma coisa bonita. E pode acontecer que a pessoa saiba exactamente aquilo que quer e nós damos forma mas temos muitos casos em que é tudo um livro em branco e vamos construindo em conjunto. Algumas pessoas querem surpresa total e é sempre muito giro ver a reacção! É um trabalho que adoro e que tem esta coisa maravilhosa de contribuir um bocadinho para a felicidade de alguém.

(Suspiro)
Isso foi assim um super extra! O que acontecia é que antes e durante as festas eu fazia sempre imensas fotografias das mesas, da comida, dos bolos, de todos os detalhes. E depois no final enviava naturalmente para as pessoas. E um dia surgiu o convite de fotografar a festa, os convidados, as pessoas. E eu que desde sempre estive completamente apaixonada por fotografia, senti que aquilo era o encaixar de um puzzle. Depois disso comecei a fazer também fotografia a par com os eventos, embora uma coisa possa existir sem a outra. São duas paixões!

- Sim, tem esse lado. Os fins-de-semana são geralmente as alturas mais ocupadas, mas em compensação consigo controlar mais ou menos as semanas. Dá para organizar as coisas com tempo, para estudar, pensar, recolher inspiração. Para depois passar o sábado todo a trabalhar, é verdade! Mas consigo conciliar com a família, as minhas filhas já vão dando uma ajuda. A mais velha tem imensas ideias e visão. É muito giro! Talvez isto nem tenha acontecido mais cedo porque elas eram pequeninas e claro que era difícil "perder" os fins-de-semana.

- Segredo? Acho que não há segredo. Tem de se gostar muito do que se faz e fazer tudo com amor. Acho que isso transparece para as pessoas e torna as coisas mais especiais. E no fundo é disto mesmo que se trata, fazer coisas bonitas e fazer pessoas felizes.


Resuminho

Decidi que era giro ir fazer um curso à noite.
Fui de fim-de-semana romântico com o homem.
Falta uma semana para as férias.
E estou a co-organizar uma festa para 70 pessoas!

Tudo coisas boas mas que me impedem de voltar mais a esta casa. Em compensação no entanto li um livro, comecei outro que está a meio e li metade de um terceiro (que não estou a conseguir terminar por ser demasiado aborrecido - Desculpe Saramago).

No intervalo das sete bolas no ar, quero ir aos saldos, às unhas e fazer uma ondulação, preciso de depilação pré-praia, há malas para fazer e antes de tudo, sobreviver a uma noite no campismo (sim, só novidades!)

Com este breve resumo quero contudo salientar o que de mais importante há:

Uma semana para as férias!
(e a organização de uma mega festa, vá!)

A ver se da próxima sai um post de resposta completa!

Que tenho a dizer do ginásio? Nada, pois claro!

Em Outubro do ano passado decidi retomar o ginásio e comecei a frequentar alegremente duas vezes por semana. Era uma coisa que me fazia um bem imenso, mais à cabeça do que ao resto, confesso, e que gostava genuinamente. Mas depois há sempre aquela semana em que a pessoa não pode ir e o comboio descarrila.
Posto isto, ao fim de dois meses a ir certinho, comecei as baldas, de que não me orgulho. Neste momento se for duas vezes por mês, talvez seja muito. Serve como tal o presente para me chicotear em público e assumir que não vou chegar ao verão com um corpaço. Buuuáááá!


Deixei tudo por ela, deixei, deixei

Disclaimer: o título não tem absolutamente nada a ver com o conteúdo do post, pelo que quem espera Zé Cabra no seu melhor, peço desculpa.

É no entanto uma história de ela's e de deixar, mas não fui eu quem deixou ninguém, foi a senhora que nos vem cá a casa há três anos ajudar em lides domésticas que me deixou a mim (a ao resto da família, vá, que isto não é nada pessoal). Assim, uma semana antes de partir. Gostou muito deste bocadinho mas de facto tem mais que fazer, nós que até somos amorosos e fofos.

E portanto esta bela família que está mais pobre (não financeiramente, vejam o lado positivo por favor) e que lava máquinas de roupa dia sim, dia sim, e que faz migalhas por todo o lado, e que usa três casas de banho e que produz caos, vê-se a braços com as tarefas todas porque, como está bom de ver, em sete dias não arranjou ninguém alternativo. 

Se morro?
Obviamente que não.
Mas na verdade sempre achamos que este dinheiro era infinitamente bem gasto de forma a evitar que o tempo que podemos passar juntos, seja passado junto com esfregonas, tábuas, aspiradores. Mas assim foi o nosso domingo, na verdade. Limpezas de manhã até ao final do dia e mais um bocadinho depois de deitar as crianças (e o meu homem também contribui e passou a ferro! Coisa mai linda!)

O que vejo de bom nisto?
Primeiro vou poupar dinheiro, é sempre uma coisa boa;
Depois, é tempo que me estou a mexer;
E em que não estou a comer.
A casa fica mais limpa porque ninguém limpa tão bem como nós
E a médio prazo vou perceber que não precisava coisa nenhuma de empregada e que isto é melhor que terapia. Mas grátis.

(ou então não!)

Para já, sentei-me às 23:58 pela primeira vez no dia de ontem. Mas é quanto poupo em sofás!

Um sítio conhecido que virou dois novos

Era totalmente incapaz de morar na Baixa do Porto. Digo isto por total oposição a variadíssimas pessoas, nomeadamente uma com a qual passo oito horas por dia e que vem a ser minha colega de secretária (e amiga) - que é a maior fã. 
No sábado fomos fazer um brunch a um sítio já conhecido e o tempo todo que passamos na rua é no meio de absoluta multidão, caos, confusão - e todas as línguas menos português. Desde o carro até ao destino e desde aí para onde fomos a seguir, eu sou A louca que agarra as filhas pela mão e não larga nem por meio segundo, quase a partir-lhes os ossos. Era incapaz de viver ali. Não que seja, acho eu, inseguro (ou mais inseguro que qualquer praça central europeia) mas há mais gente que pessoas e isso é coisa para me deixar em estado de alerta.

No meio da confusão no entanto, viemos a descobrir dois sítios novos nota dez!

A começar pelo princípio, fomos repetir o brunch do Grande Hotel do Porto, em plena rua de Santa Catarina. Já aqui tinha deixado primeiras impressões e embora não varie muito, achei desta vez menos completo. As opções quentes eram menos e a sopa não serviu as minhas crianças (creme de cogumelos em vez de legumes não lembra a ninguém). Engraçado também como a Baixa em Fevereiro era um lugar feliz e chega Julho e ai de quem acuda.

Depois do brunch fomos conhecer um oásis, literalmente, no meio da confusão. Uma portinha numa rua que atravessando o longo corredor vai dar a um jardim-esplanada do, possivelmente super famoso, Pretinho do Japão. Incluiu crianças a jogarem à bola (as nossas) e manta no chão para brincarem. Uma calma e um silêncio. Espero que os turistas não descubram o espaço!

Não contentes com boas surpresas, fomos lanchar a outro espaço até então desconhecido mas que já vai recomendado: Negra Café. Voto com palminhas nas panquecas (delicia!) e nas bowls de fruta - de que de resto pedimos umas três ou quatro para alimentar quatro crianças que amam fruta. A esplanada é outro oásis, mas sem jardim, e apetece mesmo estar. Só saímos aliás porque os senhores nos pediram, já agora, se não nos importávamos, gostavam de fechar!

Já nem me lembrava da última vez que conheci coisas novas no Porto (temos mesmo de retomar os sítios giros só porque sou amiga!) mas esta valeu por quatro ou cinco.