Num update de conversas difíceis

Está a fazer um mês que retomei um artigo do código do trabalho que não lia há algum tempo (falei dele aqui).

Sei-o de cor e queria-o para mim.
Está a fazer um mês que decidi na minha cabeça que o que fazia sentido neste momento era trabalhar a tempo parcial. Nem importa se a lei o prevê; por acaso está previsto - e bem - e só pode ter tido por base pessoas que pensaram nos direitos dos pais trabalhadores. Está bem pensado e faz sentido. Fazia sentido para mim, mesmo que nem estivesse no código do trabalho.

Foi sobre direitos que queria ter falado mas não foi sobre isso que falei.
Na verdade a conversa baseou-se naquilo que era o meu desejo, sem invocar a lei. Não quis alegar direitos. Não quis dizer que é assim que vai ser porque eu posso, está na lei. Nesta conversa a lei não valia nada; foi assim que vi as coisas. Foi assim que falei.

Foi também assim que ouvi "não". Redondo, difícil. Como os nãos são.
Decidi que esta conversa havia de ser frente a frente e foi, 600 Km. depois, que cara a cara ouvi que não. Não é o momento, não é a altura. Não pode ser.

Não foi uma má conversa porque não há más conversas quando as pessoas são educadas e têm respeito. Quando até invocam argumentos a que eu também sou sensível. Mas não foi agradável. Não foi feliz e eu não fiquei feliz.

As coisas são como são e não vou discutir.
Vou fazer de conta que não sei de cor este artigo (e outros).
Vou fazer de conta que a lei não se aplica a nós. Que ela nem existe.
Vou fazer de conta que fui pedir um favor e não um direito. E que não me concederam esse favor (e não tinha direitos).
Vou fazer de conta.

1 Coisas dos outros

  1. É por fazermos de conta que as coisas não vão mudar... Não digo que estejas errada, é apenas uma constatação!

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