A propósito do post anterior
Houve uma altura no meu quinto ou sexto ano que as dedicatórias eram moda. Andávamos todos de cadernos e blocos em punho, a pedir a toda a escola um texto fofinho. Aos amigos e conhecidos, até àqueles de quem só sabíamos o nome. Havia também os especiais, os miúdos giros e populares, de quem ter uma dedicatória era como encontrar o cromo mais raro da caderneta.
Ainda guardo o meu caderno de dedicatórias, algures em casa dos meus pais. Não faço ideia há quanto tempo não o abro.
Mas sei que uma dessas dedicatórias, de alguém que considerava meu amigo, um rapaz da minha turma, dizia assim a dada altura:
És, como todas as pessoas gordas, alegre e bem disposta.
Passaram mais de quase vinte anos e nunca mais me consegui esquecer.