Sou uma apaixonada pela papelaria.  Cadernos, caderninhos, blocos, conjuntos de folhas, agendas, livros e demais são coisas para me deixarem para lá de contentinha. Já aqui disse um milhão de vezes que sou incapaz de andar sem o meu pequeno A5, que se gasta sempre em menos de nada. Tenho esta necessidade do papel e das canetas e passo a vida na escrita. Colecciono cadernos uns atrás dos outros e gosto mesmo disso.

Não é por isso de estranhar que os cadernos da Lifestories me tenham deixado aos saltinhos. Adorei a iniciativa do dia dos namorados (It takes two) mas eu sou mais do ano inteiro. E de palavras. Por isso o caderno Um dia / Uma palavra veio encaixar que nem uma luva na minha vida. São fofinhos, fofinhos, a ideia é gira e acho que no fim do ano vai ser engraçado de ver.

Por isso, neste ano novo que aqui começa, iniciamos um novo projecto escritor: Um dia, uma palavra.

E lá para Março de 2014 falamos!

Ou quem sabe se não vamos falando ao longo dos meses..! A ver vamos.

Para já, bem-vindo!

É que nas noites em que não tenho imaginação suficiente para escolher a roupa para o amanhã, senhor meu marido faz o gigante favor de o fazer por mim e é vê-lo entre saias, calças e vestidos a escolher o look do dia.

Hoje é um desses dias.

Como tal, bem vestida da cabeça aos pés!

Festival do chocolate a caminho da minha barriga!

Estamos em vias de fazer anos. Na verdade ainda falta "um bocadinho assim" mas como Fevereiro me parece sempre um mês mini, da-me a impressão de o dia estar mais perto do que na verdade está. Coisas de criança, já se está mesmo a ver. Acho o aniversário um dia especial. Não só o meu mas o dos outros também, ao estilo "o melhor dia do ano". E não tenho nada aquela coisa de estar a envelhecer a olhos vistos e daqui a nada já passou a vida. Nada disso! Os anos vão passar devagarinho, como se quer, e os aniversários serão sempre muito bem-vindos, muito obrigada. E para o próximo, já só faltam uns dias. Estaremos de regresso às minhas pessoas e antes disso, no próprio do dia, um concerto muito especial. Para além disso é o mês da Primavera e eu já a ver o Verão. Só coisas boas, portanto. Como não gostar?

Ordem do dia: ginásio!

Na segunda lá estivemos, em BodyPump, num socorro que estou parada desde Outubro e me doem todos os músculos. Não contente, TRX no dia seguinte, sem deixar cair, que se é para chorar, choras com razão!

Pausa de momento, em modo recuperação.

Tempo por isso para duas palavras para o novo espaço.

Para começar é o dobro do outro em termos de área. 

Depois é novinho em folha.

Giro, giraço!

Os professores que encontrei são a simpatia do costume e gosto verdadeiramente do espírito da coisa. Há um ânimo assim generalizado. E uma vontade imensa de desporto. 

Só me pode fazer bem, portanto.

E até ao fim da semana, estamos de volta.

Tenho saudades do meu casamento!

E nem é só quando vejo noivos ou vou a algum. É assim todos os dias, quando passo pela fotografia do hall de entrada e ali está o dia mais feliz de sempre. Vou movimentar tropas para casar outra vez, está decidido! Voltamos aos preparativos, às reuniões na quinta, com o Padre, com as flores, até o senhor do bolo, juro por Deus, que o voltava a aturar. E depois o dia!

No fim de quase seis meses dizem-te que é essencial o que julgavas ser supérfluo e isso muda tudo numa altura em que não há absolutamente nada a fazer. Há formas de ser que não encaixam em mim e tendo a não gostar delas. Ainda que tenha mente aberta para tudo, que seja tolerante da cabeça aos pés e que habite em mim uma linha que separa o ser bonzinho do ser totó de todo que está mais para lá do que para cá.

Mas convenhamos; há mentalidades, políticas, posturas que simplesmente não fazem sentido. E não é depois de seis meses que te dizem que afinal o que fizeste não valeu nada porque tudo se resumia no fundo àquela hora e meia de prova para a qual não te preparaste convenientemente, visto que andaste a fazer tudo o resto.

Só que afinal, e ninguém te disse isto, tudo o resto não interessava nada.

Estamos bem, então.

Às nove menos um quarto já lá corria gente e eu a contar as horas para mais logo.

Vemo-nos às oito, em BodyPump 'cause we're back in action!

Nunca serei uma Lisboeta, uma alfacinha, uma pessoa do centro ou do mundo. A minha alma é do Norte.

Ainda assim reconheço que somos uns privilegiados com o que encontramos em Lisboa. Os nossos amigos do coração e da vida estão cá. Nem todos, é certo, mas é coisa para cheirar quase a casa. E isto é uma sorte imensa.

Na sexta-feira passada, Bairro até fechar com um.

No sábado, jantar e café com uns, beber um copo com outros (lá calhou os primeiros não poderem sair também).

No domingo, lanche em casa de outros ainda e futebol com uns últimos. 

E adianta-se já a sessão dos Óscares no próximo domingo com o grupo de sempre.

Ainda que possa não chegar a ser uma fã incondicional de Lisboa como sou do ninho, a verdade é que os amigos tornam tudo melhor. Especialmente os nossos, que são de um cantinho especial do lado esquerdo de nós.

Estamos de volta a Seia onde os dias são longos e frios, onde todas as lareiras estão acesas, incluindo a nossa, onde comemos o melhor requeijão do mundo, onde os dias se passam entre entre bons livros, bons filmes e um bom copo de vinho mas desta vez entre amigos também. Descemos ao centro da vila, passeamos sempre ao sol. Pela manhã subimos à serra onde a vida é branca e de perder de vista. Por aqui estamos e nos deixamos estar porque aqui o tempo passa mais devagar.

Aqui há uns anos numa entrevista de emprego, o entrevistador dizia-me que preferia contratar mulheres casadas do que solteiras porque estas estavam sempre aflitas com os namorados e aquelas diziam aos maridos para aquecerem a comida no micro-ondas e trabalhavam até mais tarde.

Escusado será dizer que nos pegamos um bocadinho.

Mas se calhar era isto que ele queria dizer quando às oito da noite do dia dos namorados à minha volta no trabalho só estão os casados.

A escolha do curso que tirei veio absolutamente por acaso. Estava no décimo segundo ano e não fazia ideia do que queria ser. O coração pendia-me um bocadinho para o turismo, nesse sonho de ser guia e andar pelas cidades com uma bandeirinha comprida a dizer de minha justiça sobre tudo o que via, no entanto, uma visita à escola de turismo do Estoril matou qualquer réstia de esperança. Afinal, disseram-me eles, a boa escolha ali era director de hotel ou coisa que o valha e isso para mim não dava. 

Mudamos por isso os planos. Acabei por ir parar a um sítio completamente diferente mas nunca me arrependi. Gostei do curso e do que fiz com a vida depois disso. Arranjei trabalho na área, tive uma sorte descomunal com o sítio onde fui parar e profissionalmente falando estava absolutamente realizada. Isto tudo, apesar de nunca ter desejado ser o que sou. Se calhar no fundo nunca desejei mesmo nada de especial e por isso nunca tive essa visão futurista de mulher de sucesso numa área qualquer.

Se tivesse desejado, no entanto, desejaria ter sido como a mulher que conheci há dias numa formação. Ainda agora, que estou em tempo de crescer, talvez ainda não seja tarde de mais.

Gosto de pessoas assim, apaixonadas, entusiasmadas, de bem com a vida. Esta, em particular, falava com uma paixão da área dela, do sítio dela, das suas coisas. Tão contagiante! Para além de acreditar em absoluto na profissão, que diga-se enfrenta ainda alguns preconceitos, passou tão bem a mensagem que eu, e contra a minha profissão falo, estava quase tentada a mudar de ares. Além disso, era casada, três filhos e parecia genuinamente feliz. Com tempo para ela, para a família, com uma profissão que adora e, já agora deixem-me acrescentar, super gira, elegantérrima e de excelente ar. Quando disse que tinha três filhos e 40 anos ficamos de queixo caído. Na verdade, intimamente, tínhamos-lhe dado 30 e poucos. Pontos extra, por isso. Para além de ter feito da formação uma sessão mesmo interessante, relembrou-me o que quero ser quando for grande.

E a boa, grande, maravilhosa, yupi notícia é que o ginásio abre finalmente na próxima segunda-feira! Benz'a Deus!

Estou parada desde Outubro, o que além de ser uma enorme vergonha, faz-me um mal imenso. Ao corpo, mas principalmente à alma. Por isso estou em pulgas com a abertura do ginásio, que fica ali para os lados de a 100 metros do trabalho. Não há desculpas, portanto. Pelo caminho convenci uma colega a inscrever-se também, numa de combater essa coisa horrível de trabalharmos sentadas 12 horas por dia, com pausa de 10 minutos para comer, por isso a ideia é tirarmos efectivamente uma hora de almoço e ir. Ir e correr, saltar, dançar, stepar, bicicletar, abdominalar e queimar todas as más energias que acumulamos ao longo do tempo, enquanto que aproveitamos para emagrecer qualquer coisinha (eu, coisinha grande espero!).

De modo que este fim-de-semana toca a tirar as roupas da ginásio do armário para verem a luz do dia e se irem habituando à ideia de serem usadas diariamente nos próximos tempos. Já só faltam 6 dias! Vamos embora!

Hoje estamos por aqui, escritório caseiro, em modo trabalho à distância.

Coisa chata, portanto.

Não tarda nada tenho à minha volta uma chávena de chá, mais tarde um bom café e é nesta coisa boa de estar por casa que se faz um ex-feriado.

Gosto de cheiros.

Do cheiro do P., da roupa dele, das suas coisas. Gosto do cheiro de casa, das minhas pessoas, do meu afilhado. Gosto do cheiro a roupa lavada, de um bolo no forno, de pão acabado de cozer, do mar.

Gosto sobretudo dos cheiros não pelo que cheiram mas pelo que representam. É do conforto dos cheiros que vem o gosto que tenho. Transportam para lugares, lembram-me de algum coisa, são memórias de coisas boas. Às vezes durante o ano cheira a Natal. Outras vezes a verão.

Gosto também do cheiro fiel de alguns perfumes. É reconfortante esta coisa da familiaridade com os cheiros. Há um ou dois perfumes que são o P. Outros há que me põe os amigos ao lado como se estivessem mesmo ali. Já eu para mim sou light blue. E aqui há dias comprei um perfume novo que não cheira a mim e é quase como mudar de alma.