As Primas, de Aurora Venturini

 Há coisas engraçadas. Todos os anos fazemos cá em casa uma carta ao pai natal. As crianças pedem os brinquedos que gostavam de ter e os adultos pedem uma coisa, geralmente simbólica.

Este natal queria ter pedido o Querida Tia, da Valerie Perrin mas escrevi a carta e, sem querer, escrevi que o livro que pedia era As primas. Foi um erro, dado ser tudo família.

O Pai Natal cá de casa, lendo a carta, fez o que lá dizia e ofereceu-me precisamente As Primas.

E eis o que sucedeu: o livro é inacreditável. E a autora, que foi escrevendo várias coisas ao longo da vida, só teve todo o reconhecimento que merecia com a publicação deste livro, tinha ela 85 anos. Portanto, lição número um logo aí: não desistir.

A história é duríssima, a vida das Primas é miserável em imensos aspectos, a personagem principal, a Yuma, fez-me lembrar a Paula Rêgo muitas vezes. E adorava que os quadros dela fossem reais. Uma história espetacular num livro mesmo, mesmo bom. Ainda bem que me enganei!



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