E as obras?
O projecto "obras da nossa casa" arrastou-se no tempo durante meses e meses. Fizemos (fez o homem) o projecto, mudamos o projecto, discutimos o projecto, refizemos, voltamos a fazer, enviamos à arquitecta, mudamos tudo outra vez, trocamos sítios, mudamos paredes, desenhamos novamente. Até ao resultado final, que foi sendo alterado durante a obra propriamente dita.
Dia 2 de julho tínhamos uma equipa de seis pessoas a desfazer-nos a casa. Tiraram todos os móveis da cozinha, bancadas e chão, tiraram todas as portas de casa, sanitas, lavatórios, bidés. Tiraram a parede entre a sala e a cozinha, tiraram uma divisão que existia dentro da sala. E foi um caos. Um caos tão grande que duvidei sempre que daqueles escombros pudesse nascer alguma coisa, quanto mais uma coisa bonita!
Um mês depois estava tudo praticamente na mesma, agora com tectos novos nos quartos, com a estrutura de uma lavandaria, com a parede deitada abaixo meio construída, ainda sem chão, sem cor, sem cozinha, com uma quantidade absurda de pó e eu com muita vontade de chorar, dada a minha incapacidade de ver para além do que não é óbvio.
No fim de Agosto voltou a haver esperança e fixamos um dia para vir receber a obra, depois de eu ter estado um mês sem ver nada (com a fiscalização a cargo do homem). Quando entramos em casa, um sábado, estava ainda longe de ser o que seria no dia final de entrega, mas já era uma casa! Quando a recebemos finalmente, na quarta-feira seguinte, era a nossa casa mas on steroids!
Faço aqui o meu reconhecimento público à visão do meu homem, ao projecto e perseverança, sobretudo à capacidade de me ignorar quando eu devo ser ignorada, dizendo que ficou, mesmo, espetacular! Por certo nunca mais na vida vamos sair daqui que nenhuma casa será tão à nossa medida como a nossa, com uma sala que já era grande e está enorme, gigante se abrirmos as portas para a cozinha; com uma cozinha cheia, cheia de arrumos, cheia de bancada e cheia de luz; com uma lavandaria, finalmente!, que tem o chão mais bonito do mundo; com quartos, portas, paredes, tudo branquinho nuvem, tão fresco e fofo; com um escritório renovado em paredes, tectos e chão e revisto no seu uso; com uma segunda sala de família, de crianças, de brinquedos, de cinema - que será o nosso projecto das férias de Natal (outra vez!) porque, sendo polivalente, serve as finalidades que temos a cada momento e neste momento são diferentes da última vez que a refizemos. E é isto! Já penduramos os quadros quase todos, (faltam as cortinas!), já pusemos decoração revista (com coisas de um sítio para outro e algumas novas aquisições) e estamos ready para nunca mais fazer obras na vida! E também para aproveitar a casa ao máximo! Beijinho ao homem!
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