Um longo caminho para casa

 Não tenho imenso orgulho nisto mas it is what it is.

Li o Magnolia Parks (livro 1, coisa que descobri entretanto) em dois ou três dias porque me colei imenso na história (embora não adore as histórias dos vinte's, como disse). E depois disso andava a navegar no Kobo à procura de uma coisa qualquer, quando vi que "Magnolia Parks regressou de Nova Iorque". Claro que precisei de saber o que aconteceu e como acabava a história. Mas depois disso percebi que existem 5 livros da saga (não todos Magnolia, acho, mas com personagens comuns).

Adiante, abri no kobo e tem 1200 páginas (acho que nunca li um livro tão grande no kobo) e achei que duraria semanas mas foi num fim-de-semana. Eis o facto de que não me orgulho, isto não é propriamente literatura ao mais alto nível. É só um bando de adolescentes ultra milionários, com roupas caras, aviões, casas de milhões, em saídas à noite e viagens fabulosas. Com este detalhe do Bj e da Magnolia, que têm uma história de amor que atropela o conceito de literatura. E fica impossível não querer saber se acabam ou não juntos, a coisa mais básica da história. É isto, não é um segredo monumental nem o mais guardado da história, é uma conta de resultado simples. Mas está escrito com um arrebatamento, uma urgência, um sufoco mesmo. No dia seguinte ainda estou meia deprimida com ter acabado. É estranho. E agora sei que há mais um, portanto vou sofrer tudo outra vez. Raisparta!



Escola Culinária de Paris

 Simpaticozinho mas nada, nada de especial. Assim uma coisa leve de praia, de férias - tudo cenários em que não me encontro mas não falta tudo!



Abril

 Eis o que aconteceu em Abril:

Fomos à Irlanda passar a Páscoa

Mas isso nem foi o mais importante; fomos conhecer o novo membro da família, nossa sobrinha, que é um bebé maravilhoso! E passamos 4 dias mesmo bons.

Continuamos com reuniões com escolas

Tivemos almoços e jantares com amigos, sobretudo um almoço num hotel em Gaia que adoramos.

O P. fartou-se de viajar em trabalho.

Passamos um sábado em Serralves, onde fomos de bicicleta, para passear, almoçar e ver a exposição da Yayoi Kusama (que gostei muito).

Li alguns livros

Fiz uma coisa que me deixou triste - esta. Mas it is what it is

Magnolia Parks

 Acontece-me já não ter assim tanta paciência para os vinte's, embora tenha um interesse mais significativo nos Trinta's. Ainda assim, muito bem escrito. Valeu por isso.



Carta aberta. À minha filha que faz 2 anos

 L.

Vou começar como sempre começo estas cartas: custa-me a crer que já tenhas, mesmo, dois anos. Primeiro porque o tempo voou; segundo porque és tão despachada, que podias muito bem já ter três ou quatro (mas ainda bem que não).

Aos dois anos dizes absolutamente tudo, todas as palavras mas sobretudo todos os raciocínios, os mais incríveis e que nos deixam boquiabertos.

Há dias ia lavar-te o rabinho e disseste: não precisa lavar o rabinho, já lavei ontem.

E quando pediste batata e te disseram que era preciso perguntar à mãe, respondeste que "não vale a pena", porque sabes que eu ia dizer que não.

Vês as pessoas arranjadas e dizes que estão bonitas.

E abres a porta, sais de casa e dizes: vou à rua, venho já. Ou que queres ir "dar uma voltinha" ou comprar alguma coisa no supermercado.

Não há dia nenhum que não nos surpreendas com pedaços de sabedoria dos dois anos - e é mesmo uma idade maravilhosa.

Adoras chupeta, mas tem de ser sempre duas - uma na mão e uma na boca. E gostas de leitinho de manhã. E adoras comer, fruta e iogurtes sobretudo. Comida, tem dias. Mas sopa pode ser sempre. Gostas de tudo o que seja porcarias, gelado, chocolate, batatas fritas (e sim, nós somos maus pais!)

Tens toda uma coisa enorme com as manas e é engraçado porque tens de confirmar sempre que estão as duas. Se por acaso só vem uma da escola ou uma não está, perguntas mil vezes pela outra. Acho que para ti, são um pack de três.

Na semana passada fizeste uma aula de ginástica pela primeira vez e foste uma bully com as crianças, o que eu suponho que seja a necessidade de te impores face a duas irmãs mais velhas, mas para ti era sempre a tua vez. Vamos trabalhar nesta coisa da partilha, prometo!

Dormes muito bem de noite, acordas cedo, ainda usas fralde de dia e de noite (outra coisa a trabalhar) e és uma pessoa da rua, do jardim, do pátio, do escorrega, do baloiço, do mundo no fundo porque o que queres é sair - principalmente se for a pé, que é muito mais fixe do que carrinho.

És mesmo, mesmo bem disposta e alegre e feliz e é uma felicidade ver-te crescer. 

Comes muito bem sozinha, tudo com a esquerda (comer, fazer desenhos, pintar). Gostas de bebés. Adoras ver Cocomelon, mas até há pouco tempo era panda. Gostas muito da piscina, mas só nas escadas. Boia nem pensar. Areia da praia também não (mas dá-lhe tempo).

Perguntas constantemente "como se chama isto" ou "quem é este" para coisas ou pessoas que não conheces e és super curiosa. Depois decoras tudo o que ensinamos.

Dizes patépeté para colher; jibau para chocolate; e bjibji para iogurte. Mas dizes igualmente bem colher, chocolate ou iogurte. E dizes que couscous é massa, que é só amoroso. 

Contas até 5, às vezes até 10. Conheces os animais todos. E sabes o nome de toda a gente da nossa família. E onde vivem as avós e tu e a Sofia, que é na Irlanda e é muito longe e temos de ir de avião. 

Podia ficar até aos três a falar de todas as coisas que sabes, porque é fascinante. Toda a gente se admira, tão pequenina e sabe tudo. E mesmo para nós que estamos aqui todos os dias a ver, é mesmo maravilhoso.

Fazes parte desde sempre, fomos sempre um pack de cinco.

Gosto muito de ti, minha Inha. 

Parabéns a nós.